A escolha do empresário tocantino Ribinha Cunha (PSC) para companheiro de chapa da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) na corrida ao Palácio dos Leões foi o desfecho de uma disputa que teve como contrapeso o candidato do PSDB, senador Roberto Rocha, também interessado no passe do dono do Café Viana e vários outros negócios rentáveis. A emedebista jogou todo o peso do seu prestígio na família Cunha, a começar pelo aval do irmão do disputado, deputado estadual Leo Cunha (PSC), que “nada tem contra Roberto Rocha”, mas que preferiu o acordo celebrado com o Grupo Sarney, do qual é membro assumido. A decisão teve mesmo força de pancada contra o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), que em 2016 transformara Ribinha Cunha de “zero à esquerda” na política tocantina em terceiro colocado na disputa pela Prefeitura da Princesa do Tocantins, “mordendo os calcanhares” do influente ex-prefeito Ildon Marques (PSB), que chegou em segundo na espetacular eleição da qual saiu vitorioso o azarão Assis Ramos (PMDB). Ao acrescentar o PSC na sua coligação, a candidata do MDB quis mostrar que está no jogo, enquanto o candidato do PSDB sofreu um duro revés.
Numa corrida eleitoral como a de agora existem situações diversas relacionadas com a escolha de vice. Um candidato a governador forte e consolidado precisa de um companheiro de chapa confiável e que agregue segurança ao governador, tenha ou não algum cacife eleitoral, como é o caso do vice-governador Carlos Brandão (PRB), mantido na chapa do governador Flávio Dino (PCdoB). Outro tipo de vice é aquele entra na chapa com a responsabilidade de abrir caminho ao candidato numa região onde ele não consegue avançar. É o caso de Ribinha Cunha, cuja função na chapa de Roseana Sarney será a de tentar quebrar uma forte resistência à candidata emedebista na independente e caprichosa Princesa do Tocantins.
São várias as nuanças que envolvem a escolha de Ribinha Cunha para vice de Roseana Sarney. A primeira é que, de fato, os Cunha e os Sarney criaram ao longo dos anos uma sólida amizade, tendo a importante família imperatrizense mostrado muito prestígio e muita influência durante os Governos da emedebista. Ao mesmo tempo, Ribinha Cunha ligou-se politicamente ao forte e influente prefeito Sebastião Madeira, que o lançou à sua sucessão, transformando-o num candidato que saiu do zero e que, tivesse um pouco mais de tempo, teria medido forças com o azarão emedebista Assis Ramos, que ganhou a eleição, batendo a pedetista Rosângela Curado, um fenômeno que murchou, e o influente ex-prefeito e grande empresário Ildon Marques (PSB), capitão do Grupo Liliane. Ribinha Cunha será, portanto, o canal que Roseana Sarney precisava para se comunicar com o eleitorado imperatrizense.
Se não houve um grande “acordo de gaveta” entre MDB e PSDB, a tomada de posição do PSC a favor de Roseana Sarney pode significar o deslanche de vez do político Ribinha Cunha, mas pode também transformar-se num calvário para ele, dependendo do resultado das eleições de Outubro. No meio político é sabido que o sonho dourado do dono do Café Viana é ser prefeito de Imperatriz. Tal sonho seria possível com o apoio de Sebastião Madeira, como ficou demonstrado em 2016. Só que agora, se a decisão de optar por Roseana Sarney e não por Roberto Rocha não passou por um acordo subterrâneo com Sebastião Madeira, o projeto de governar Imperatriz fica inviável. Primeiro por que depois de preterir Roberto Rocha, não terá mais o apoio do influente ex-prefeito, e depois porque em 2020 enfrentará o emedebista Assis Ramos, que certamente será candidato à reeleição – isso se o próprio Sebastião Madeira não resolver dar continuidade ao excelente trabalho que realizou nas suas duas gestões.
Independente do emaranhado politico que está por trás da sua decisão, o fato é que Ribinha Cunha aceitou o chamado de Roseana Sarney para a tarefa de convencer Imperatriz e adjacência de que ela será melhor para a região do que está sendo o governador Flávio Dino. Um desafio e tanto.
PONTO & CONTRAPONTO
Weverton Rocha dá tacada de mestre ao escolher Robert Bringel e Camila Holanda como candidatos a suplente de senador
O deputado federal Weverton Rocha (PDT) deu uma tacada de mestre na escolha dos seus dois candidatos a suplente de senador. Como candidato a primeiro suplente escolheu o médico e ex-prefeito de Santa Inês Robert Bringel (DEM), um político de prestígio que pertenceu por muito tempo ao PMDB e cuja esposa, também médica e ex-deputada estadual, Vianey Bringel (DEM), comanda hoje aquela Prefeitura. A escolha foi uma articulação do presidente estadual do DEM, deputado federal Juscelino Filho, que hoje lidera o grupo regional que tem ni casal Bringel um esteio e tanto.
Como candidata a segundo suplente Weverton Rocha escolheu a primeira-dama de São Luís Camila Holanda (PDT). Com sua postura de bailarina e seu jeito de esposa firme e mãe dedicada, Camila Holanda vem ais poucos mostrando-se como militante no cenário político de São Luís, acompanhando o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), antes em inaugurações, mas agora até no acompanhamento de obras. E o faz com a autoridade de quem sempre participou com determinação de todos os passos políticos do marido, atuando na coordenação e até na panfletagem de rua nas suas bem sucedidas campanhas. Tanto que protagonizou uma das mais belas e marcantes imagens do segundo turno da campanha de 2016: grávida avançada e distribuindo panfletos com a determinação de quem estava numa batalha pelo bem de todos. Camila Holanda é a prova de que a polpitica maranhense encontra-se, de fato, em processo intenso de renovação.
PT realiza encontro movimentado e decide apoiar chapa liderada por Flávio Dino
Depois de meses de debates, reuniões, bate-bocas, declarações bombásticas, ameaças e abafamentos, o PT finalmente bateu martelo: vai integrar a aliança liderada pelo governador Flávio Dino – que será formalizada neste sábado -, sem ocupar espaço na chapa majoritária. A decisão foi tomada por maioria acachapante no Encontro de Tática Eleitoral do PT no Maranhão realizado ontem no Auditório Fernando Falcão, da Assembleia Legislativa. A reunião foi a expressão integral do PT, com debate forte, discursos enfáticos e decisões previsíveis. A grande estrela da reunião foi o ex-secretário Márcio Jardim, que liderou um movimento para pressionar os comandos nacional e regional do partido reivindicasse uma vaga para o PT na chapa majoritária – a vaga de candidato a vice-governador, uma vaga de candidato a senador ou, pelo menos, uma ou duas vagas de candidato a suplente de senador. Não funcionou. Mesmo assim, o PT decidiu apoiar integralmente a chapa majoritária da aliança dinista, tendo como meta principal a reeleição do governador Flávio Dino.
São Luís, 28 de Julho de 2018.
Muita informacao desencontrada, comecando de que o café ao qual você quis citar nao e o Maratá, e sim o Viana, erro grotesco.
Caro Vitor, o seu comentário foi oportuno, tanto que já fiz a correção, nomeando corretamente o Café Viana, conforme seu alerta.Gostaria, se possível, que você apontasse as tais informações desencontradas. Terei o maior prazer profissional de corrigir eventuais equívocos. Agradecido, fico no aguardo.
Não imagino a decisão de Cunha como uma boa opção, mas…