Eleição para o Senado será duramente disputada e definirá o peso político do governador a ser eleito em 2018

 

Eliziane Gama, Weverton Rocha, José Reinaldo e Waldir Maranhão disoutam a chapa governista; Sarney Filho, João Alberto e Edison Lobão são nomes oposicionistas, e Hilton Gonçalo corre em faixa própria
Eliziane Gama, Weverton Rocha, José Reinaldo e Waldir Maranhão disputam a chapa governista; Sarney Filho, João Alberto e Edison Lobão são nomes oposicionistas, e Hilton Gonçalo corre em faixa própria, podendo lançar ou não a sua  candidatura

Todos os sinais emitidos até agora na seara política reforçam a impressão de que a disputa pelas duas cadeiras no Senado será uma das mais duras dos últimos tempos no Maranhão. Primeiro pelo poder de fogo dos candidatos assumidos até agora – José Reinaldo Tavares (PSB), João Alberto (PMDB), Sarney Filho (PV), Weverton Rocha (PDT), Edison Lobão (PMDB) e Eliziane Gama (PPS), Waldir Maranhão (PTdoB), Hilton Gonçalo (PCdoB), por exemplo -, e depois pela importância do confronto que se desenha entre os grupos, com o tempero que questões pessoais muito fortes estarão em jogo nessa corrida ao voto. A declaração do deputado federal José Reinaldo Tavares de que sua candidatura está incomodando muita gente e, por essas e outras razões,  não há hipótese de ele recuar desse projeto eleitoral, é um sintoma forte de que o caldo vai engrossar e de que muitos embates isolados serão travados ao longo da campanha eleitoral. Dentro da aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que representa as atuais forças governistas, e do Grupo Sarney, hoje na oposição, há confrontos isolados entre aspirantes a candidato, o que contribui fortemente para tornar mais animada e tensa a corrida senatorial.

Na aliança governista, é intensa a disputa pelas vagas de candidato a senador na chapa do governador Flávio Dino, já que ele optou por deixar que os dois candidatos a senador sejam definidos com base na estratégia segundo a qual “quem se viabilizar, leva”. Nessa peneira, o aspirante nome mais destacado até agora é o deputado federal Weverton Rocha (PDT), que, praticando uma ação política ininterrupta e quase frenética, tem se mostrado o mais viável para ser um dos nomes da chapa. Na mesma linha de ação, só que mais discreta por causa da indefinição partidária – pertence ao PSB, mas deve migrar para o DEM em breve –, o deputado federal José Reinado Tavares se desdobra, até agora sem sucesso, para ser um dos ungidos à condição de candidato na chapa do governador. José Reinaldo tem avisado, com muita ênfase e frequência, que não desistiu de integrar a chapa do governador.

Também no arraial governista desponta a deputada federal Eliziane Gama (PPS) com a força de um furacão eleitoral na liderança disparada de todas as pesquisas que medem a corrida Senado. Em que pese o fato de o PPS não fazer parte da aliança de esquerda no plano nacional, no Maranhão o partido é fechado com o governador Flávio Dino, o que torna a deputada uma opção preferencial para o Senado. Num viés contrário, o deputado federal Waldir Maranhão tem sido uma espécie de sombra, que se movimenta embalado pelo suposto prestígio que ganhou do ex-presidente Lula da Silva (PT) e por gestos de boa vontade não declarada do governador Flávio Dino. Com um lastro de problemas que vão de citações na Lava Jato, passam por destrambelhos na presidência da Câmara Federal e chega a uma série de estripulias no estado, Maranhão faz as vezes de candidato, mas em princípio sem nenhuma garantia de que terá a uma das vagas da chapa liderada pelo governador.

No Grupo Sarney, o cenário é matematicamente o mesmo, com um candidato praticamente definido, o deputado federal Sarney Filho (PV), atual ministro do Meio Ambiente, e dois senadores – João Alberto e Edison Lobão, ambos do PMDB – em fim de mandato. Na montagem mais provável, Roseana Sarney (PMDB) será candidata ao Governo tendo João Alberto como vice e Sarney Filho e Edison Lobão como candidatos ao Senado. Nos bastidores do grupo especula-se também que na hipótese de o senador Edison Lobão decidir não se candidatar, a vaga de candidato poderá ser ocupada pelo seu suplente, o empresário Lobão Filho (PMDB). Outra especulação, essa menos consistente, dá conta de que essa vaga, se vier mesmo a ser aberta por desistência de Lobão poderá ser ocupada pelo deputado estadual Eduardo Braide (PMN).

Em todas as conversas sobre a eleição para o Senado, o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PCdoB), aparece como pré-candidato correndo por fora. Ele estaria dedicando parte do seu tempo a incursões por municípios, levando governistas e oposicionistas a enxergá-lo veem como uma alternativa viável num projeto independente. Além disso, outros nomes poderão surgir em torno da candidatura do senador Roberto Rocha (PSDB) ao Governo e do bloco de esquerda.

O cenário visível é que os dois grupos que se confrontam na guerra política em curso no Maranhão jogarão todas as suas fichas na eleição dos dois candidatos ao Senado. A eleição dos senadores poderá mostrar a força ou a fragilidade do candidato a ser eleito para o Governo. Uma avaliação honesta indicará que se o governador que sair das urnas de 2018 tiver os dois senadores terá peso em Brasília. Se eleger um só senador e deixar o outro com a Oposição, terá de se equilibrar. Mas se não eleger senador, será um governador frágil, condenado a amargar problemas sérios durante seu mandato.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Gastos Públicos: em 33 meses, Governo Flávio Dino já movimentou R$ 34,4 bilhões

Bilhões foram movimentados pelo atual Governo
Bilhões foram movimentados pelo atual Governo nos seus primeiros mil dias

Nos seus mil dias de gestão, o que corresponde a 33 meses de atuação, o governador Flávio Dino já movimentou, pela via orçamentária, R$ 34,4 bilhões, de acordo com o que está divulgado no Portal da Transparência. Foram R$ 11,4 bilhões em 2015, R$ 12,9 bilhões em 2016 e R$ 9,9 bilhões nos nove primeiros meses de 2017, com a previsão de que deve fechar o ano em curso com movimento superior a R$ 13 bilhões.

Em 2015, o Governo registrou execução orçamentária média de R$ 949,2 milhões por mês, o que resultou numa movimentação média de R$ 31,6 milhões por dia. No exercício de 2016, a movimentação mensal foi, em média, de R$ 1,08 bilhão, resultando em R$ 35,9 milhões a cada dia. E nos nove meses deste ano, a movimentação orçamentária média foi de 1,1 bilhão a cada mês, equivalendo a R$ 37,03 milhões a cada dia.

O item que mais pesou nas três execuções orçamentárias do atual Governo foi, como sempre, a folha de pessoal. Em 2015, gos gastos com o funcionalismo alcançaram R$ 5,3 bilhões, o que representou uma média mensal de R$ 443,7 milhões. No exercício de 2016, os gastos com pessoal deram um salto para R$ 5,8 bilhões, o equivalente a R$ 481,5 milhões por mês. Nos primeiros nove meses do ano em curso, a folha de pessoal custou R$ 4,3 bilhões, o que representou média de R$ 477,4 milhões por mês. Nos mil dias do Governo Flávio Dino, portanto, os servidores custaram nada menos que R$ 15,4 bilhões, cerca de 45% do total dos R$ 34,4 bilhões movimentados no período.

 

Prefeito de Imperatriz mostra habilidade política, convive bem com Governo e é bem avaliado

Assis Ramos e Flávio Dino: boa relação institucional
Assis Ramos e Flávio Dino: boa relação institucional com ganhos para Imperatriz

Marinheiro de primeira viagem e eleito derrotando as duas forças políticas mais poderosas que poderia enfrentar naquele pleito, o prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (PMDB), deu os primeiros passos quase como se estivesse se movendo no escuro, gerando nos seus eleitores uma expectativa tensa. Seus eleitores cruzaram os dedos e seus adversários se prepararam para comemorar o que acreditavam que seria um retumbante fracasso. Erraram feio. Com medidas simples e práticas e determinação de delegado de Polícia acostumado com situações de altíssimo risco, o prefeito foi “domando a fera”, e hoje, nove meses e meio depois no cargo, surpreende aliados e adversários. Primeiro por ter o controle rigoroso da máquina que comanda, e segundo pela habilidade política com que vai se relacionando com adversários, incluindo o mais poderoso deles: o Governo do Estado. Sem abrir mão da condição de pemedebista, mas sem se deixar contaminar por cegueira raivosa, o prefeito de Imperatriz vai mantendo portas abertas e se relacionando com forças adversárias colocando os interesses da população em primeiro lugar. Um governista de alto coturno na Região Tocantina declarou à Coluna estar “surpreso” com a habilidade política do delegado que virou prefeito da segunda maior cidade do Maranhão contrariando todas as expectativas. Além de não criar problemas para as obras que o governador Flávio Dino está tocando em Imperatriz, o prefeito Assis Ramos tem feito boas parcerias com o Governo do Estado. “A relação está bem melhor do que a gente esperava. Ele é mais político do que alguns políticos profissionais”, disse o governista, sinalizando que o Palácio dos Leões, que esperava uma relação tumultuada com o gestor pemedebista, está satisfeito com a convivência mantida até agora com a Prefeitura de Imperatriz. A fonte governista observou que esse clima tem reforçado o prestígio do prefeito Assis Ramos, que tem aprovação elevada num momento em que a tendência é de queda na avaliação de administrações municipais.

São Luís, 14 de Outubro de 2017.

Um comentário sobre “Eleição para o Senado será duramente disputada e definirá o peso político do governador a ser eleito em 2018

  1. Sobre os Candidatos ao Senado. Pela ordem das fotos:

    1. Eliziane perdeu sua luz própria quando se entregou pro Flávio Dino- de lá pra cá, só desce a ladeira;

    2. Weverton Rocha: individualmente, está muito forte, entretanto, eleição de Senador precisa como ponto de partida, alcançar o eleitor “senso comum” e isso ele não alcança; pelo contrário, a visão comum que a Sociedade tem dele não é boa;

    3. Zé Reinaldo: O melhor nome do Governo, entretanto, aparenta pertencer a um grupo político que não o valoriza; Não ficarei surpreso se ele vier a trilhar o mesmo caminho do Cafeteira em 2006- voltar pros Sarneys;

    4. Waldir Maranhão: Sem condições.

    5. Sarney Filho: A próxima eleição promete ser apertada. Sem fundamento ter 2 irmãos disputando a majoritária; acredito que ele só esteja guardando a vaga pra sua irmã- caso ela não se viabilize;

    6. João Alberto: Tem nome muito leve perante o eleitorado de massa, que o associa a um homem destemido; fortaleceu ainda mais seu nome, por ter sido o único político do 1° escalão maranhense a não aparecer na Lava Jato; É o melhor nome da Oposição;

    7. Lobão: Individualmente, é o mais forte de todos. Tem transito na classe política, mas se desgastou muito com a Lava-jato, o que dificulta a sua situação.

    8. Hilton Gonçalo: kkkkk

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