Edivaldo Holanda usa estratégia polêmica para defender Edivaldo Jr.

 

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Edivaldo pai vai ignorar Wellington para atingir Eliziane e proteger Edivaldo  Jr.

 

Ao anunciar que não vai dar ouvidos às estocadas do deputado Wellington do Curso (PPS) contra a administração do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PTC), sob o argumento de que “os ouvidos, o coração e a mente” do deputado-professor “estão ligados num projeto cuja manipulação da sua atuação o torna cada vez menor”, o deputado Edivaldo Holanda (PTC) admitiu, indiretamente, mas com alguma ênfase, que vê, de fato, como uma ameaça perigosa, o projeto da deputada federal Eliziane Gama (PPS) de concorrer à Prefeitura de São Luís no ano que vem. Político tarimbado, de larga experiência e que enxerga longe, Edivaldo Holanda dispara contra Wellington do Curso, mas na verdade tenta alvejar Eliziane Gama, que a cada dia ganha forma como o principal adversário do prefeito Edivaldo Jr. na corrida às urnas do ano que vem.

Na sua reação às provocações do jovem deputado, que, por falta de experiência e de habilidade política, nem chega a exibir na tribuna uma performance convincente, Edivaldo Holanda sinaliza que a situação do prefeito Edivaldo Jr. no conceito da opinião pública não é das melhores. E por isso, tenta inibir ataques robustos ao prefeito, querendo garantir-lhe uma trégua e assim dar-lhe tempo para por em marcha projetos de melhorias urbanas a serem bancados com as parcerias firmadas com o Governo do Estado. Um exemplo foi o convênio firmado no valor de R$ 20 milhões para recuperar 296 ruas em 17 bairros da Capital.

O deputado Edivaldo Holanda, correligionário do prefeito Edivaldo Jr., sabe que os dois primeiros anos da atual gestão municipal foram de tropeços e descaminhos, ainda que tenha conseguido melhorias em alguns segmentos – o transporte de massa começa a ganhar jeito, por exemplo -, mas no geral não foram bem sucedidos. Edivaldo Holanda, o pai, entra na briga com faca nos dentes para proteger o filho, que apesar dos mandatos de vereador e deputado federal, chegou à Prefeitura de São Luís apenas como uma saudável expectativa. Sem um projeto consistente e tendo recebido uma máquina desarrumada, várias obras em andamento, os cofres vazios e um caminhão de duplicatas vencidas, o jovem prefeito viveu dois anos de agruras. Agarrou-se à promessa do governador Flávio Dino (PCdoB) de fazer parcerias, apostando poder com essa ajuda dar uma guinada radical na sua gestão e no seu projeto de reeleição.

Ocorre que a corrida eleitoral, se ainda não está nas ruas, já domina os bastidores da política e causa frisson nos partidos. E o Palácio de La Ravardière está na mira de todos os partidos ou grupos partidários de peso do Maranhão. Além do prefeito Edivaldo Jr., podem entrar na briga candidatos do PPS, que já fez a opção pela deputada Eliziane Gama; do PMDB, que pode ser o suplente de senador Lobão Filho, o deputado Max Barros e, numa hipótese mais remota, mas não descartável, a ex-governadora Roseana Sarney; do PSDB, que pode lançar o deputado federal João Castelo, o deputado estadual Neto Evangelista ou o suplente de senador Pinto Itamaraty; do PV, que conta com o deputado Edilázio Jr.; do PT, que tem na mira o deputado federal José Carlos da Caixa; do PSOL, que pode entrar com o ex-deputado Haroldo Sabóia ou Luis Pedrosa; do PSTU, que não surpreenderá se lançar Marcos Silva ou Saulo Arcangeli, e do PPL, que pode atacar de novo com Zeluís Lago.

A disputa será muito mais renhida do que indicam as primeiras avaliações. E o grau de acirramento vai depender do desempenho do prefeito Edivaldo Jr. até meados do ano que vem. Se ele conseguir embalar sua gestão e reverter a má impressão, pavimentará sua caminhada para a reeleição como candidato forte, e isso inibirá outras candidaturas. Mas se acontecer o contrário, seus adversários virão com tudo para cima dele. De qualquer maneira, será páreo duro, a começar pelo fato de que, independente da dinâmica que venha dar à sua administração, dificilmente contará, como contou na sua eleição, com o apoio declarado do agora governador Flávio Dino, que não está disposto a comprar brigas com aliados do porte de Eliziane Gama, por exemplo.

Se estiver decidido a usar com todos os adversários a estratégia que adotou com o deputado Wellington do Curso, o deputado Edivaldo Holanda vai ignorar muita gente. Poderá cometer um erro monumental, o que, se ocorrer, será surpreendente para um político com a sua tarimba.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

Esforço válido

Válido o esforço de deputados federais, entre eles Eliziane Gama (PPS) e Weverton Rocha (PDT) de visitar a área onde seria implantado o complexo de refino de petróleo em Bacabeira, batizado de Refinaria Premium I, onde a Petrobras enterrou cerca de R$ 1,2 bilhão e semeou e destruiu esperanças. O que foi visto deverá reforçar em muitos a convicção de que algo muito errado aconteceu ali entre 2013 e 2014, tempo que durou o funcionamento do canteiro. Suas informações e impressões contribuirão para consolidar os rumos da CPI que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras.

Candidato, mas sem apoio

Conversas de bastidor têm reforçado a especulação segundo a qual o secretário de Estado de Infraestrutura, Clayton Noleto, será candidato a prefeito de Imperatriz pelo PCdoB. Pode ser, mas fonte com trânsito no círculo próximo ao governador Flávio Dino garante que o chefe do Executivo estadual não bateu martelo sobre o assunto. Isso porque, da mesma maneira que não quer criar arestas com aliados em São Luís, também não pretende medir forças com o prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que deve lançar candidato à sua sucessão. Nem com a suplente de deputado Rosângela Curado, que deve se candidatar pelo PDT.

Retomada do Salangô

O governador Flávio Dino prepara um grande ato para reativar o Projeto Salangô, uma ação para desenvolver a produção agrícola na região de São Mateus. Implantado nos anos 90 do século passado, o projeto teve altos e baixos, mesmo depois de terem sido aplicados pelo menos US$ 50 milhões financiados pelo Banco Mundial. A iniciativa nunca produziu os resultados previstos no projeto e o que se viu em mais de duas décadas foi uma longa série de acusações, todas elas afirmando que parte dos recursos foi desviada num grande esquema de corrupção, que não ficou provado. O governador Flávio Dino está determinado a provar que o Salangô é viável, e entregou a tarefa de mostrar essa viabilidade ao vice-governador Carlos Brandão. Vale aguardar.

 

São Luís, 17 de Abril de 2015.

 

 

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