Declarações de Dória selam rompimento do PSDB com Dino e confirmam candidatura de Rocha

 

João Dória não vê PSDB junto com PCdoB e PT no Maranhão
João Dória não vê PSDB junto com PCdoB e PT no Maranhão e elogia candidatura de Roberto Rocha

O braço maranhense do PSDB não vai mesmo participar da aliança liderada pelo PCdoB; vai, sim, participar da corrida às urnas com candidato próprio ao Governo do Estado, o senador Roberto Rocha. Isso significa dizer que o PSDB do Maranhão não será comandado pelo vice-governador Carlos Brandão, mas pelo senador Roberto Rocha e pelo ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira. Esse cenário, que já estava desenhado, foi confirmado ontem por ninguém menos que o prefeito de São Paulo, João Dória, hoje uma das vozes mais influentes do tucanato nacional, durante visita a São Luís. Ele foi claro e taxativo ao afirmar que o PSDB rompeu com a linha de centro-esquerda para assumir em definitivo o liberalismo, que é a sua verdadeira identidade. João Dória revelou que vem acompanhando a situação do PSDB no Maranhão e disse que não vê o partido caminhando com PCdoB e PT.

“Eu estou acompanhando, evidentemente eu não quero aqui emitir opiniões, nem influenciar decisões do PSDB ou da política maranhense. Aqui nós temos gente de estatura, de conhecimento, de vida, de biografia e eu respeito muito, mas eu não vejo o PSDB caminhando aqui com esquerda, com o Partido Comunista do Brasil, com o PT. Não estou desrespeitando o pensamento da esquerda, da extrema esquerda, mas esse não é o sentimento do PSDB”, disse o prefeito paulistano em entrevista ao programa Ponto Final, da Rádio Mirante AM, comandado pelo radialista Roberto Fernandes, e, mais tarde, no escritório político do senador Roberto Rocha.

As declarações do prefeito João Dória sepultaram de vez a possibilidade de o vice-governador Carlos Brandão retomar p comando do ninho dos tucanos no Maranhão e alinhá-lo novamente às forças comandadas pelo governador Flávio Dino. Pelo João Dória expôs, o PSDB vai tentar construir uma aliança partidária que dê suporte à candidatura do senador Roberto Rocha ao Governo do Estado e abra caminho para o candidato presidencial do partido, que deve ser o governador paulista Geraldo Alckmin, no Maranhão.  “Eu tenho certeza que o senador Roberto Rocha e outras grandes lideranças do PSDB saberão compreender isso, interpretar isso, como, aliás, tem feito e acredito que uma boa frente, uma frente ampla no Maranhão possa defender essa posição e juntos marchar para oferecer uma condição e opções melhores para o estado do Maranhão”, assinalou, eliminando qualquer possibilidade de manter os tucanos na esfera das forças lideradas pelo governador Flávio Dino.

No escritório político de Roberto Rocha – de acordo com o alentado registro feito pelo sempre bem informado jornalista Aquiles Emir -, a mais nova estrela do tucanato nacional fez um discurso mais partidário, dirigido à militância, com o objetivo de injetar gás e embalar o projeto eleitoral do senador, lembrando que começou sai campanha em São Paulo com 2% das intenções de voto, concorrendo o prefeito Fernando Haddad (PT), duas ex-prefeitas, Marta Suplicy (PMDB) e Luiza Erundina (PSB) e o deputado federal mais votado do Brasil, Celso Russomano (PR), e venceu a eleição no primeiro turno com 53% dos votos. E deu a Roberto Rocha a receita para ganhar a opinião pública: “Falar a verdade, olhando no olho do eleitor”.

Diante desses fatos, ninguém duvida que o vice-governador Carlos Brandão não terá outro caminho que não de migrar para outro partido, mas cobrando um preço: a companhia de pelo menos 15 dos 29 prefeitos eleitos pelo partido em 2016. É claro que o tucanato não aceitará passivamente essa forte desidratação e deve reagir para manter os prefeitos no partido. Só que nessa peleja o peso do Palácio dos Leões deve assegurar a migração desses mandatários para partidos que integram a aliança governista, principalmente para o PDT, PSB e PTB. Essa configuração político-partidária só começará a ser desenhada após a convenção nacional do PSDB, no dia 09, com a entronização de Geraldo Alckmin no comando do tucanato e a tomada de medidas formais para definir o futuro do partido no Maranhão.

O porvir no ninho maranhense foi antecipado pelo prefeito João Dória, e suas declarações foram cuidadosamente anotadas pelo no Palácio dos Leões e no Palácio Henrique de la Rocque.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Michel Temer promete a prefeitos e senadores sancionar a MP dos royalties da mineração

Michel Temer posa com senadores e prefeitos em audiência no Palácio do Planalto
Michel Temer posa com senadores e prefeitos em audiência no Palácio do Planalto

Os municípios maranhenses afetados pelo transporte de minério de ferro, cujas populações sofrem graves consequências por respirarem o “pó de ferro”, serão beneficiados com uma fatia dos royalties gerados pela comercialização do metal. A garantia foi dada aos prefeitos que integram o Consórcio Intermunicipal Multimodal (CIM) e aos senadores Edison Lobão (PMDB), João Alberto (PMDB) e Roberto Rocha (PSDB), na tarde de quarta-feira, no Palácio do Planalto, pelo presidente Michel Temer (PMDB). Ele comunicou ao grupo que vai sancionar a Medida Provisória  789/2017, tão logo ela seja transformada em lei pelas Casas do Congresso Nacional. A medida alcançará todos os municípios brasileiros afetados pelo transporte de minério de ferro. Participaram da reunião com o presidente da República os senadores Aécio neves (PSDB) e Antônio Anastasia (PSDB), representando os muitos municípios de Minas Gerais atingidos pelo problema, e Flexa Ribeiro (PSDB), em nome dos municípios do Pará, além dos deputados Hildo Rocha (PMDB) e Deoclídes Macedo (PDT).  A presidente do CIM, prefeita Karla Batista (PSDB), de Vila Nova dos Martírios declarou que o presidente Michel temer “confessou que estava sofrendo pressão das mineradoras para vetar a MP, mas que, atendendo ao nosso pedido, ele vai sancionar a Medida Provisória. Nós, prefeitos, conversamos com ele e explicamos a necessidade e a importância da MP 789 para os nossos municípios. Então, ele ficou sensibilizado quando ouviu os senadores e os prefeitos e decidiu enfrentar as pressões e sancionar a Lei que resultar da aprovação da MP 789/2017 pelo Congresso Nacional. Antes de chegar ao Senado, o grupo esteve na Câmara Federal, onde, acompanhado pelos deputados federais André Fufuca (PP), Weverton Rocha (PDT), Rubens Pereira Júnior (PCdoB) e Juscelino Filho (DEM), foi recebido pelo presidente Rodrigo Maia (DEM), que prometeu colocar o projeto em pauta e pedir apoio para sua aprovação.

Liderada pela presidente do CIM, Karla Batista, a comitiva foi formada pelos prefeitos Sydnei Pereira (Anajatuba), Djalma Melo (Arari), Fernando Coelho (Bom Jesus das Selvas), José Gomes (Buriticupu), José Almeida de Sousa (Igarapé do Meio), Miguel Lauande (Itapecuru Mirim), Eduardo Belford (Miranda do Norte), Henrique Salgado (Pindaré Mirim), Vianey Bringel (Santa Inês), Adão Carneiro (São Francisco do Brejão), Gilsimar Ferreira Pereira (São Pedro da Água Branca), Vildimar Ricardo (Tufilândia), Didima Coelho (Vitória do Mearim) e Eliel Muniz Maciel (vice-prefeito Tufilândia).

 

Edivaldo Holanda será confirmado líder máximo do PTC no Maranhão

Edivaldo Holanda: único representante e líder máximo do PTC
Edivaldo Holanda: único representante e líder máximo do PTC no Maranhão

O deputado estadual Edivaldo Holanda será confirmado hoje como líder inconteste do Partido Trabalhista Cristão (PTC) no Maranhão. A confirmação será feita em convenção a ser realizada à tarde, no Hotel Abville, no São Francisco. Agremiação modesta, que tem apenas um deputado estadual e alguns vereadores no Maranhão, o PTC integra o grupo de partidos de viés religioso que formam a grande “bancada evangélica” no Congresso Nacional. Hoje bem menos importante, o PTC fez história no Maranhão. Primeiro porque seu único deputado federal eleito em todo o País, em 2006, foi Edivaldo Holanda Jr.; depois, em 2012, o deputado federal Edivaldo Jr. foi eleito o único prefeito do PTC em todo o País, o que o tornou uma celebridade também por esse dado. O PTC, porém, não conseguiu “segurar” o prefeito de São Luís, que por uma forte conveniência politica, viu-se obrigado a migrar para o PDT, por conta das eleições de 2016. Edivaldo Jr. saiu, mas deixou o pai, Edivaldo Holanda, eleito deputado estadual em 2014 depois de vários anos afastado, no comando do partido, transformando-o numa espécie de reserva partidária para o caso de alguma necessidade extrema. Até lá, o PTC no Maranhão continuará comandado pelo deputado Edivaldo Holanda.

 

São Luís, 30 de Novembro de 2017.

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