Arquivos mensais: agosto 2019

Esquecido por vários anos, projeto do Maranhão do Sul volta à Assembleia Legislativa e à pauta política estadual

 

Antônio Pereira abriu o debate sobre a proposta de criação do Maranhão do Sul

Após um esquecimento de anos e anos, a ideia de dividir o Maranhão para criar o Maranhão do Sul voltou com força e entrou novamente na pauta dos debates políticos do estado. A volta se deu pelas mãos do senador Siqueira Campos (DEM), que liderou o processo de criação do Estado do Tocantins, separado de Goiás, que protocolou no Senado, com o aval de 27 senadores, entre eles a maranhense Eliziane Gama (Cidadania), Projeto de Decreto Legislativo nº 509 criando o novo estado em terras maranhenses. O projeto já foi encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça, onde aguarda a designação de um relator para ter uma tramitação efetiva. A iniciativa de Siqueira Campos ecoou fortemente ontem na Assembleia Legislativa pela voz do deputado tocantino Antônio Pereira (DEM) cujo discurso entusiasmado em defesa da criação do Maranhão do Sul mexeu com o plenário e motivou pelo menos uma dezena de deputados a se manifestar sobre o assunto, a maioria defendendo a realização de um grande debate. Os parlamentares da região que aspira a emancipação festejaram o projeto e mostraram que estão dispostos a mobilizar céu e terra para tornar a iniciativa de Siqueira Campos uma realidade.

Antônio Pereira fez um pronunciamento vibrante, de convocação dos tocantinos para que se mobilizem em torno do projeto e pedindo o apoio de todos os maranhenses. Disse que Imperatriz, apontada como capital do futuro estado, e toda a macrorregião de 146 mil quilômetros quadrados, onde se encontram 1,3 milhão de habitantes espalhados em mais 49 municípios, entre eles Balsas, Açailândia, Barra do Corda, Grajaú e Carolina, estão preparados para se tornar uma unidade federativa. O parlamentar lembrou que a ideia da emancipação dessa região não é de agora. Trata-se, segundo afirmou, de um projeto que ganhou forma ainda no século passado, quando políticos, empresários, intelectuais e profissionais liberais tocantinos começaram a esboçar a ideia, que ganhou força com a criação do vizinho estado do Tocantins, no final da década de 1990. Várias tentativas foram feitas, mas “forças contrárias” desestimularam o andamento da proposta no Congresso Nacional.

Com o aval dos deputados Marco Aurélio (PCdoB), Pastor Cavalcante (PROS), Rigo Teles (PV) e Wellington do Curso (PSDB), e as ponderações de Arnaldo Melo (MDB), Zé Inácio (PT) e Hélio Soares (PL),  Antônio Pereira pediu o apoio do governador Flávio Dino (PCdoB), dos três senadores – já tem o de Eliziane Gama, que avalizou o projeto de Siqueira Campos -, dos 18 deputados federais e dos 42 deputados estaduais, Antônio Pereira pediu a “união de todos”, argumentando: “Caminhamos tanto tempo juntos e queremos ser irmãos. Queremos continuar irmãos, dividir as funções, porque nós sabemos que um estado do tamanho do Maranhão é de dimensões que alguns países na Europa não têm a metade”. E foi além reforçando a justificativa com um argumento cultural: “Fomos colonizados pelo povo do Centro-Oeste, do Sul e do Sudeste. Há um pensamento diferente. Peço a compreensão do governador, dos senadores e dos deputados federais. Sem a classe política nós não caminharemos”.

Se vier a ser efetivamente criado, o Maranhão do Sul levará um bom quinhão da riqueza maranhense. Para começar, será o dono do complexo da Suzano de produção de celulose instalado em Imperatriz, uma candidata a metrópole já consolidada como um rico empório comercial; levará a beleza, a história e a riqueza de Barra do Corda; terá como pilar o polo agrícola de Balsas, que forma a base do agronegócio maranhense, e a pecuária, a riqueza natural e a história de Carolina, além do polo siderúrgico de Açailândia.  Assumirá também uma locomotiva de problemas, entre eles o desmatamento criminoso que é praticado na região e o gravíssimo problema das reservas indígenas da região polarizada por Montes Altos, para citar apenas dois exemplos.

Se, finalmente, o projeto de Siqueira Campos ganhar fôlego e for adiante, o que muitos consideram improvável, os maranhenses mergulharão num grande e oportuno debate, que poderá servir para avaliar um pouco do passado recente, do presente em curso e o futuro que os aguarda.

Em Tempo:  O projeto do Maranhão do Sul propõe que o novo estado seja formado pelos seguintes municípios: Açailândia, Alto Parnaíba, Amarante do Maranhão, Arame, Balsas, Barra do Corda, Benedito Leite, Bom Jesus das Selvas, Buriticupu, Buritirana, Campestre do Maranhão, Carolina, Cidelândia, Davinópolis, Estreito, Feira Nova do Maranhão, Fernando Falcão, Formosa da Serra Negra, Fortaleza dos Nogueiras, Governador Edison Lobão, Grajaú, Imperatriz, Itaipava do Grajaú, Itinga do Maranhão, Jenipapo dos Vieiras, João Lisboa, Lajeado Novo, Loreto, Mirador, Montes Altos, Nova Colina, Nova Iorque, Pastos Bons, Porto Franco, Riachão, Ribamar Fiquene, Sambaíba, São Domingos do Azeitão, São Félix de Balsas, São Francisco do Brejão, São João do Paraíso, São Pedro da Água Branca, São Pedro dos Crentes, São Raimundo das Mangabeiras, Senador La Roque, Sítio Novo, Sucupira do Norte, Tasso Fragoso e Vila Nova dos Martírios.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino rebate com firmeza a acusação de que o Consórcio Nordeste prega o separatismo

Flávio Dino, entre Camilo Santana (CE) e Fátima Bezerra (RN), rebate acusação de separatismo feita por Jair Bolsonaro, que ataca os governadores do Nordeste  

Ao mesmo tempo em que deputados da Região Tocantina defendiam a divisão do Maranhão em dois, para a criação do Maranhão do Sul, o governador Flávio Dino (PCdoB) rebatia, em evento promovido pela revista Carta Capital, em São Paulo, a acusação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que os nove governadores nordestinos estariam tentando “separar” o Nordeste do resto do Brasil. Em tom firme, revelando estranheza em relação à “suspeita” presidencial, o governador do Maranhão explicou que o Consórcio Nordeste não tem qualquer propósito separatista.

– Não temos nenhuma perspectiva separatista. O consórcio representa uma perspectiva democrática que não significa oposição, mas sim, diferença. Nós acreditamos na democracia, no pluralismo e na limitação do poder, de quem quer que seja – declarou Flávio Dino, ao lado dos governadores cearense Camilo Santana (CE), Fátima Bezerra (RN) e Wellington Dias (PI), todos do PT. Acrescentou que o Consórcio Nordeste é uma iniciativa de estados do Nordeste para atrair investimentos e alavancar projetos de forma integrada, com a mediação estratégica do Estado.

– Nós, orgulhosamente, não aderimos aos modismos que acham que o Estado nada tem a dizer na conjuntura atual. Não aderimos que o mercado pode tudo e vai resolver tudo – declarou Flávio Dino. Ele enumerou as prioridades do Consórcio Nordeste e reforçou a necessidade de construir diálogo com as empresas privadas para o desenvolvimento nacional.

– Nós sabemos o lugar insubstituível do capital privado e das empresas, mas, para que ele possa se desenvolver em sua plenitude, é preciso que haja uma instância pública, apta em fazer a compatibilização de múltiplos interesses legítimos na sociedade. Nós acreditamos em soberania energética, em bolsas de pós-graduação, em desenvolvimento nacional – disse, numa crítica direta ao projeto liberal primário que o Governo Bolsonaro tenta implantar no Brasil e que começa com ataques violentos a instituições pensantes como universidades e organismos voltados para a ciência aplicada, como o Inpe, por exemplo.

 

Chico Carvalho e Isaías Pereirinha dão aula de sobrevivência política no comando do PSL

Isaías Pereirinha (de chapéu) e Chico Carvalho filiam Tadeu Palácio: craques em sobrevivência na movediça política de SL

O ato de filiação realizado pelo PSL no fim de semana que passou e que levou o ex-prefeito Tadeu Palácio a despir o jaleco de oftalmologista e vestir novamente a camiseta de pré-candidato à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) certamente teve o incentivo do comando nacional do partido, mas o certo mesmo é que foi obra de dois caciques da política de São Luís, os vereadores Chico Carvalho e Isaías Pereirinha. Os dois são dois remanescentes de uma época em que a Câmara Municipal foi comandada por figuras marcantes como João Evangelista e Raimundo Assub, por exemplo. Com habilidade e esperteza políticas, Chico Carvalho comanda o PSL há pelo menos 15 anos, desde quando Jair Bolsonaro era um deputado federal mequetrefe que nem sonhava em entrar para o partido. Sobreviveu a todas as tentativas de destroná-lo, algumas recentes, dando aulas e mais aulas de sobrevivência no movediço andar térreo da política. Isaías Pereirinha não tem raízes tão profundas quanto as de Chico Carvalho, mas igualmente mostrou um apurado instinto de sobrevivência e muita habilidade, deixando para trás muitos que apostaram que seria mandado para casa. Os dois mantêm uma aliança informal e seguram o PSL com mão de ferro, tendo Chico Carvalho o comando estadual e Isaías Pereirinha o controle da agremiação em São Luís. São, provavelmente, os dirigentes mais longevos do partido em todo o País, e pela desenvoltura com que operam, vão continuar dando as cartas por muito tempo.

São Luís, 21 de Agosto de 2019.

Confronto entre Duarte Jr., Neto Evangelista e Dr. Yglésio levou a disputa pela Prefeitura de São Luís ao plenário da Assembleia  

 

Duarte Jr., Neto Evangelista e Dr. Yglésio: duro confronto na CCJ e no plenário da Assembleia Legislativa como prévia da corrida à Prefeitura de São Luís no pleito do ano que vem

Uma discussão forte, envolvendo troca de acusações relacionadas com a tramitação de Projetos de Lei na Comissão de Constituição e Justiça, que examina a constitucionalidade das propostas, instalou um forte clima de tensão na sessão de ontem da Assembleia Legislativa, numa mostra de que a disputa para a Prefeitura de São Luís desembarcou de vez no plenário do Palácio Manoel Beckman. O confronto verbal envolveu diretamente os deputados Duarte Jr. (PCdoB), Neto Evangelista (DEM) e Dr. Yglésio (PDT), todos pré-candidatos assumidos à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT). O clima de tensão, que já vinha se desenhando há algum tempo, ganhou corpo na semana passada, quando Duarte Jr. acusou a Neto Evangelista, que preside a CCJ, de manobrar para prejudicar seus projetos. No caso, um PL sobre regras para consumidores, relatado por Dr. Yglésio, teria sido, segundo Duarte Jr., objeto de manobra. O parlamentar do PCdoB denunciou o que seria um complô contra ele na CCJ, armado por Neto Evangelista e posto em prática por Dr. Yglésio, escalado como relator. Esse caso, somado a outras situações envolvendo Duarte Jr., levou a deputada Thaíza Hortegal (PP), a pedir aos três deputados que não levassem ainda a disputa de 2020 para o plenário do Legislativo.

A deputada Thaíza Hortegal acertou em cheio, fazendo leitura correta da situação. Por trás da refrega envolvendo Duarte Jr., Neto Evangelista e Dr. Yglésio está a guerra que já começa a ser rascunhada pelo Palácio de la Ravardière. Os três estão no páreo, têm condições de serem lançados por seus partidos, mas ainda se movimentam no Parlamento estadual tentando passar a impressão de que as diferenças que vêm incendiando a sua convivência são de natureza meramente parlamentar, quando já está mais que claro que a motivação mesmo política e eleitoral. Os movimentos de Neto Evangelista e Dr. Yglésio, apoiados por Adriano Sarney (PV) – que também diz ser pré-candidato a prefeito de São Luís – visam, se não destruir, pelo menos reduzir ao máximo o poder de fogo de Duarte Jr., que até aqui tem sido, entre os deputados estaduais, o nome com maior potencial eleitoral na Capital, com forte tendência de crescimento – saiu das urnas com mais de 65 mil votos, mais de dois terços recebidos em São Luís. Neto Evangelista (quase 50 mil) e Dr. Yglésio (quase 40 mil), foram bem votados na Capital, mas avaliam que Duarte Jr. é o adversário a ser batido antes da corrida eleitoral propriamente dita.

Pré-candidato assumido a prefeito, com o aval dos comandos estadual e nacional do DEM, ao que soma a força de presidente da CCJ e uma boa articulação entre os deputados, Neto Evangelista não tem dúvida que Duarte Jr. é um adversário fortíssimo, que pode vir a ser um obstáculo decisivo à viabilização do seu projeto de ser prefeito de São Luís. Estreante na vida parlamentar, na qual tem se sobressaído pelo desempenho como legislador, Dr. Yglésio, tanto quanto Neto Evangelista, sabe que o deputado do PCdoB tem gás para entrar forte na corrida, e com cacife capaz de minar perigosamente as suas candidaturas. Duarte Jr., por sua vez, tem tropeçado aqui e ali na falta de experiência, mas se mantém fiel às suas posições e   aos seus argumentos, demonstrando eficiência ao rebater os argumentos – fortes, diga-se – usados por seus oponentes, principalmente usando a mais importante arma dessa guerra: a palavra bem articulada. Ontem, por exemplo, ele rebateu, na maioria das vezes e mesmo com quase nenhum apoio no plenário, com argumentos bem montados e difíceis de serem refutados.

Numa das suas manifestações finais, depois de ter visto seu projeto ser derrotado na CCJ e no plenário, Duarte Jr. tentou desanuviar clima propondo aos seus adversários a colocação de   ponto final no episódio de ontem. Mas na frase seguinte avisou que outros embates, que poderão ser bem mais duros, estão a caminho. Exibiu clara consciência de que o que aconteceu nos últimos dias é só o começo jogo vai endurecer e o bicho-vai-pegar.

Em Tempo: Por mais duro que tenha sido o embate entre os três pré-candidatos assumidos à Prefeitura de São Luís na Assembleia Legislativa, vale anotar que ele se deu em bom nível técnico, quando o momento exigiu, e em elevado grau de respeito pessoal, sem xingamentos. E com um dado importante a mais: com maturidade e controle pleno da situação, o presidente Othelino Neto (PCdoB) deixou o tate-a-tate fluir, só interferindo no final, quando as falas já estavam repetitivas e perdendo a graça.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Podcast: Othelino Neto critica posições de Bolsonaro e defende Lei que combate abuso de poder

Othelino Neto defendeu a Lei que pune o abuso de autoridade

No seu podcast desta semana, divulgado ontem, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto fez quatro abordagens. Criticou a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de proibir o uso de radares móveis no controle de tráfego nas rodovias federais; lamentou a postura do presidente da República e sua equipe em relação à questão ambiental; destacou notícia da semana passada informando que o Maranhão avançou na geração de empregos; considerou agressivas e desrespeitosas as declarações do presidente Bolsonaro sobre adversários políticos; e se manifestou favoravelmente ao Projeto de Lei, já aprovado pela Câmara federal, sobre abuso de autoridade.

Sobre o último item, o presidente da Assembleia Legislativa manifestou concordância com o quase consenso dos deputados federais a favor da instituição de regras que limitem a possibilidade de autoridades – juízes procuradores, promotores, policiais, Othelino Neto declarou: “Eu acho que toda autoridade, seja ela do Poder Judiciário, Legislativo ou Executivo, ou de outros órgãos autônomos, tem que estar submetida a limites. Tenho certeza que os membros do nosso Congresso Nacional, quando decidiram aprovar a Lei de Abuso de Autoridade, não foi com o objetivo de limitar a atuação, principalmente, dos órgãos de controle. No Brasil, já se tem uma convivência democrática entre as instituições, respeitando as atribuições de cada um”.

No seu entendimento, quando um agente público com poder extrapola os limites da sua função, excedendo suas prerrogativas, causa um desequilíbrio no regime democrático, o que não é nada bom para um país como o Brasil.

Um posicionamento sensato e corajoso para um chefe de Poder.

 

Fábio Macedo levanta bandeira contra a Depressão e dá novo rumo ao seu mandato

Fábio Macedo, entre Dr. Yglésio e Roberto Costa (esquerda) e Othelino Neto e Wellington do Curso: anunciando campanha contra Depressão

Ao transformar a luta contra a Depressão numa bandeira, após  conseguir instituir, via Projeto de Lei aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), o Dia Estadual de Combate à Depressão e o Programa de Auxílio a Pessoas com Depressão no âmbito da Rede Estadual de Saúde, o deputado Fábio Macedo (PDT) encontrou uma boa trilha para sua caminhada parlamentar, depois de perder o rumo e quase o mandato vitimado por uma explosiva combinação de depressão e alcoolismo. Ontem, ele comemorou sua maior conquista legislativa distribuindo aos deputados o kit “Combatendo a Depressão – Cuidando de Vidas” com informações sobre uma campanha que será lançada em breve em todo o estado.

Como que saído finalmente de uma espécie de purgatório físico, moral e político, o deputado Fábio Macedo pareceu encontrar-se em estado de graça. E motivos para isso não faltaram. Ele conseguiu apoio unânime da Assembleia Legislativa ao seu Projeto de Lei, obteve o aval integral do governador Flávio Dino e foi saudado com palavras de reconhecimento e de incentivo pelo presidente Othelino Neto, que, a seu pedido, suspendeu a sessão para que confraternizasse com seus pares.

Fábio Macedo destacou, com justiça, o pioneirismo do seu projeto, registrando que o Maranhão é o primeiro estado a ter uma data – 13 de Agosto – para lembrar o combate à Depressão. E se declarou “orgulhoso” por estar à frente de um movimento visando combater uma doença que infelizmente vem se alastrando. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 300 milhões de pessoas – milhares delas no Maranhão – sofrem com a Depressão em todo o mundo, sendo a segunda doença que mais avança no planeta.

São Luís, 20 de Agosto de 2019.

Inclusão na lista de presidenciáveis feita por Lula confirma que Flávio Dino tem perfil para liderar frente em 2022

 

Flávio Dino incluído por Lula da Silva na lista de nomes com cacife para liderar uma frente ampla nas eleições de 2022

“Tem o nosso companheiro Flávio Dino”. A declaração, que sugere um misto de lembrança e sugestão, foi feita pelo ex-presidente Lula da Silva (PT) em entrevista ao jornalista Bob Fernandes, da TVE da Bahia, ao relacionar nomes com potencial para ser o candidato de uma grande frente de centro-esquerda na disputa pelo Palácio do Planalto na eleição presidencial de 2022. O ex-presidente apontou seis nomes do PT – o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, a deputada federal e presidente petista Gleisi Hoffmann, o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, e os governadores Camilo Santana (Ceará), Rui Costa (Bahia) e Wellington Dias (Piauí) – um do PDT, o ex-governador cearense Ciro Gomes, e um do PCdoB, o “companheiro” Flávio Dino.

A inclusão do governador do Maranhão na lista de nomes nos quais o ex-presidente enxerga potencial para entrar na corrida presidencial reforça substancialmente uma pré-candidatura que vem sendo construída lenta e cuidadosamente por Flávio Dino, sustentada em dois pilares: o bom desempenho do seu Governo no Maranhão e sua postura como a voz ao mesmo tempo mais contundente e mais equilibrada da Oposição ao Governo de extrema-direita do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que já o reconhece como adversário que deve ser bombardeado.

Levada em conta a relação feita pelo ex-presidente Lula da Silva, ele próprio candidato potencial, qualquer análise no atual contexto apontará que entre os oito o governador Flávio Dino é o que tem posição mais sólida e mais segura e com maior potencial para crescer. Sua trajetória de líder estudantil, advogado, juiz federal e líder da categoria, deputado federal com alto desempenho parlamentar e legislativo e governador eleito e reeleito do Maranhão, defensor intransigente do estado democrático de direito, sendo também um político sem mácula moral ou ética e conhecido pela transparência das suas ações como cidadão e homem público. Ao mesmo tempo, é um quadro com um nível de preparo excepcional, com domínio surpreendente em patas como cultura, educação, saúde, gestão fiscal e economia, dono ainda de uma consistente visão de Brasil com ampla compreensão das diferenças regionais. Tem perfil com substância para ser presidenciável.

Ainda que sejam políticos respeitáveis da seara esquerdista, todos com elevados níveis de preparo, os sete citados por Lula Silva são alvos fáceis da máquina virtual de triturar adversários montada pelo presidente Jair Bolsonaro e sua falange virtual. Fernando Haddad vem sendo implacavelmente estigmatizado por ter sido derrotado em 2018. Gleisi Hoffmann responde a uma série de acusações na Justiça, o mesmo acontecendo com Tarso Genro, que representa uma ala mais agressiva do PT. Os três governadores petistas são políticos sem expressão nacional, o que os coloca bem distante da vaga de candidato de uma frente ampla formada por partidos de um espectro que vai do centro e da esquerda. Por suas divergências com Lula da Silva e seus aliados – já andou até estocando a Flávio Dino -, e por seu temperamento explosivo, Ciro Gomes dificilmente será o candidato da frente defendida pelo ex-presidente.

Vale registrar que, tanto quanto o ex-presidente Lula da Silva, o governador Flávio Dino é um dos líderes mais pragmáticos da sua geração, o que está plenamente comprovado pela aliança de 16 partidos que dá sustentação ao seu Governo. Nos seus pronunciamentos políticos dentro e fora do Maranhão, ele tem insistido na tecla de que nenhuma corrente política tem condições de viabilizar, sozinha, um projeto consistente para o País. Isso só será possível, segundo tem pregado, com a formação de uma frente na qual os integrantes assumam responsabilidade na construção e na gestão de um programa de Governo. Lula da Silva certamente avalia que um projeto de candidatura liderado por Flávio Dino tem consistência. Não tivesse essa visão, dificilmente o teria incluído na sua lista de nomes que, na sua opinião, têm lastro para liderar uma grande frente na corrida presidencial.

Flávio Dino sabe que além do grande desafio de montar uma frente tão complexa, um projeto presidencial por ele capitaneado atrairá facilmente reação forte de adversários. Isso já está se materializando nas reações do presidente Jair Bolsonaro em relação ao governador, primeiro com a afirmação de que ele, Flávio Dino, “é o pior” dos governadores “de Paraíba”, e na semana passada, quando o presidente anunciou que vai investigar sua gestão na Embratur. O presidente dá assim demonstrações cabais de que Lula da Silva tem razão e que o governador do Maranhão é, de fato, um adversário incômodo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Tadeu Palácio embarca no bolsonarismo disposto a entrar na briga para voltar à Prefeitura de São Luís

Patrocinado por Chico Carvalho Tadeu Palácio e a mulher, Gardênia Palácio, ingressam no PSL como pré-candidato

O que estava previsto para ser apenas uma campanha de engorda, com a perspectiva de atrair dois mil filiados, o movimento realizado ontem pelo PSL produziu resultado que pode agitar de vez a corrida para a Prefeitura de São Luís. O fator que pode aumentar a agitação é a filiação do ex-prefeito Tadeu Palácio, que se mostrou disposto a entrar na briga para voltar ao comando da Capital, onde deu as cartas durante seis longos anos, período em que se reelegeu em turno único em 2004, quando teve o apoio de Jackson Lago, a quem substituíra em 2002. Desencantado com o PDT e pressionado por uma forte queda no seu prestígio político e eleitoral – viu seu candidato, Clodomir Paz (PDT), ser triturado na eleição de 2008 e se sentiu o preterido em 2012 -, Tadeu Palácio afastou-se da política e retornou à Oftalmologia. Sabe-se que andou flertando com alguns partidos, mas as conversas não evoluíram. Agora, seduzido pelo presidente do PFL, vareador Chico Carvalho, de quem é amigo há muitos anos, decidiu emprestar seu nome ao bolsonarismo, um movimento sem base sólida e de futuro absolutamente incerto. E entra, junto com a esposa, Gardênia Palácio, disposto a testar seu prestígio de ex-prefeito na corrida à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT), parecendo disposto a peitar nas urnas nomes como Neto Evangelista (DEM), Eduard Braide (Podemos) e Duarte Jr. (PCdoB) ou Rubens Jr. (PCdoB).

Será um bom item de animação na disputa pelo Palácio de la Ravardière.

 

MDB ainda não tem nomes para disputar as Prefeituras de São Luís e Imperatriz

Victor Mendes é até agora o nome do MDB para São Luís, e Assis Ramos pode ter o apoio do partido em Imperatriz

É curiosa a situação do MDB no cenário que começa a se   desenhar para as eleições municipais. A curiosidade se dá em dois exemplos, o de São Luís e o de Imperatriz, os maiores colégios eleitorais do Maranhão. Em São Luís, depois de ter amargado a frustração da candidatura de Fábio Câmara em 2016, e da dura derrota eleitoral de 2018, o partido caminha para as eleições municipais sem qualquer definição. Até aqui, sua única opção até agora é o projeto do ex-deputado federal Victor Mendes, que decidiu sair do sufoco político de Pinheiro e montar uma base em São Luís. Isso porque o seu quadro mais identificado com a Capital, o deputado estadual Roberto Costa, arquivou temporariamente o projeto de disputar o Palácio de la Ravardière. O MDB sofreu o assédio recente do vereador Astro de Ogum (PP), mas seus líderes não reagiram bem e o ex-presidente da Câmara Municipal e chefe de terreiro de umbanda entendeu o recado. O presidente regional do partido, ex-senador João Alberto, tem dito, porém, que o MDB vai participar efetivamente da eleição em São Luís, seja com um candidato competitivo a prefeito ou com um candidato a vice, ou ainda somente com uma chapa forte de candidatos a vereador.

Em Imperatriz, a situação é mais complicada. Ali, o MDB perdeu o prefeito Assis Ramos, que se mudou para o DEM, deixando o partido sem referência. O presidente João Alberto diz que a agremiação está à procura de um candidato na antiga Vila do Frei, mas não esconde a possibilidade de fazer uma aliança com outro candidato, podendo também, em último caso, apoiar o próprio Assis Ramos na corrida à reeleição.

Vale aguardar o que vem por aí, lembrando que o MDB do Maranhão perdeu muita força, mas ainda é um partido de profissionais da política.

São Luís, 18 de Agosto de 2019.

Com Assis Ramos e Marco Aurélio definidos, disputa em Imperatriz será dura e com desfecho imprevisível

Assis Ramos e Marco Aurélio vão polarizar disputa que deve ter também Sebastião Madeira, Ildon Marques e Karol Pereira, ex-mulher do deputado Antônio Pereira

Movimentos recentes indicam que o quadro de pré-candidatos à Prefeitura de Imperatriz caminha rapidamente para uma definição. Na seara situacionista, nenhuma dúvida sobre a pré-candidatura do prefeito Assis Ramos (DEM). No campo oposicionista, o deputado estadual Marco Aurélio (PCdoB) está definido como o nome que será apoiado pelo Palácio dos Leões, caminhando também para a definição das pré-candidaturas dos ex-prefeitos Sebastião Madeira (PSDB) e Ildon Marques (PP), além de um projeto de candidatura do MDB, cujo nome ainda não está definido, e do PT, que também ainda não resolveu se lançará mesmo um candidato. Há rumores acerca de outros projetos, mas nada confirmado até agora. O fato é que a Princesa do Tocantins, que detém o cacife de ser o segundo maior e mais rico colégio eleitoral do Maranhão, com uma população de quase 300 mil habitantes, terá seu comando disputado fortemente pelo prefeito Assis Ramos, que vai jogar pesado para permanecer no poder, e pelo deputado Marco Aurélio, cujo desafio é transformar o Governo Flávio Dino no parceiro da administração da antiga Vila do Frei.

O prefeito Assis Ramos não está disposto a passar a faixa para um adversário em Janeiro de 2021. Ele não tem uma base política articulada, mas decidiu, numa guinada radical e de alto risco político e eleitoral, trocar o MDB – pelo qual se elegeu em 2016, abrindo mão do apoio do Grupo Sarney – pelo DEM, numa operação articulada pelo presidente regional, deputado federal Juscelino Filho, e apoiada pelo chefe maior do partido no País, o prefeito de Salvador, ACM Neto. Mas nem tudo é harmonia dentro do DEM, uma vez que o deputado estadual Antônio Pereira (DEM), que tem base forte em Imperatriz, surpreendeu jornalistas ao revelar que está “preparando” o lançamento da pré-candidatura da sua ex-mulher, Karol Pereira, à prefeita de Imperatriz. Mesmo que esse projeto envolva outro partido, o fato de Antônio Pereira pertencer ao DEM e apoiá-lo, não declarando apoio ao prefeito Assis Ramos, indica um racha na agremiação do prefeito. Nada, porém, que não possa ser consertado pelo comando democrata.

No campo oposicionista, a situação mais confortável é a do deputado Marco Aurélio cuja candidatura está praticamente definida dentro do PCdoB. Ele se consolidou dentro da aliança liderada pelo governador Flávio Dino, depois da desistência do secretário estadual de Infraestrutura, Clayton Noleto (PCdoB) e do deputado Rildo Amaral (SD), que abriram mão dos seus projetos de candidatura para apoiá-lo. Atual líder do Bloco Parlamentar Unidos pelo Maranhão, que reúne 26 deputados e forma a base de sustentação do Governo do Estado na Assembleia Legislativa, Marco Aurélio é um dos integrantes mais destacados do chamado “núcleo duro” do Palácio dos Leões e uma das principais referências do PCdoB. Um dos seus trunfos é o apoio que receberá do PDT, que não terá candidato.  Como líder da base governista, tem atuação política em todo o estado, mas não descuida de manter o foco em Imperatriz. As pesquisas divulgadas até aqui o apontam como líder nas preferências do eleitorado, seguido do prefeito Assis Ramos.

Sobre os demais projetos de candidatura, o que se sabe até aqui é o mais definido é o do ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que será apoiado pelo senador tucano Roberto Rocha e, provavelmente, pelo Palácio do Planalto. O ex-prefeito Ildon Marques (PP) admitiu várias vezes que pode ser candidato, embora não tenha feito uma declaração definitiva sobre o assunto. Se não entrar na disputa, é provável que o ex-prefeito declare apoio ao prefeito Assis Ramos, posição que poderá ter também o MDB, caso não encontre um nome de peso disposto a encarar as urnas.  A expectativa fica agora pelo desenrolar das declarações do deputado Antônio Pereira sobre o provável lançamento da candidatura da sua ex-mulher Karol Pereira.

O fato é que a disputa pelo comando de Imperatriz será dura e de desfecho até agora imprevisível.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Osmar Filho pode consolidar foco em São Luís ou dar passos políticos mais largos

Osmar Filho quer disputar  Prefeitura, mas pode seguir outros caminhos

Hoje em franco movimento com o objetivo de ser o candidato do PDT à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT), o presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Osmar Filho vive o melhor momento da sua carreira política até aqui. Primeiro porque alcançou o patamar sonhado por todos os vereadores da Capital, que é ocupar o gabinete principal do Palácio Pedro Neiva de Santana. Segundo, por estar vislumbrando a possibilidade de vir a ser o candidato do partido a ocupar o gabinete principal do Palácio de la Ravardière. E terceiro, porque, mesmo não viabilizando o projeto sucessório, não terá maiores dificuldades para reeleger-se vereador, podendo até mesmo, em caso de reeleição, conseguir um novo mandado presidencial no Legislativo municipal. Nessa linha, Osmar Filho reúne as condições para projetar um salto na sua carreira disputando, com boas chances de sucesso, uma cadeira na Assembleia Legislativa, ou até mesmo pelejar por um mandato de deputado federal, dependendo da base que formar e das alianças que construir a partir de agora. O fato é que o seu futuro será traçado a partir das decisões que vier a tomar nos próximos meses. Sua disposição para gerar fatos como presidente da Câmara Municipal vem revelando um apetite político que poderá consolidá-lo como uma liderança focada na Capital ou levá-lo a ultrapassar as fronteiras políticas de São Luís. Só depende dele próprio.

 

Refrega familiar em torno de Domingos Dutra pode agravar sua saúde e comprometer seu futuro político

Domingos Dutra: internação causa briga em família

Lamentável e inacreditável a briga familiar que está sendo travada em torno do prefeito de Paço do Lumiar, Domingos Dutra (PCdoB), afastado do cargo por causa de um AVC e em recuperação num hospital de São Luís. A mulher dele, Núbia Dutra, mantém decisão férrea de não permitir que ninguém, a começar pelos três filhos de outro casamento, tenham acesso ao pai. Os filhos, por sua vez, protestam e bateram às portas da Justiça em busca do direito de visitar o pai. Advogada, esclarecida, aliada fiel do marido e dona de temperamento forte, Núbia Dutra argumenta que o marido está em franca recuperação e que qualquer visita familiar nesse momento poderá emocioná-lo e prejudicar gravemente a sua recuperação. O problema é que a refrega doméstica ganha contornos políticos, passando a impressão de que se trata de uma situação manipulada pela primeira-dama de Paço do Lumiar. Sugere também falta de compreensão dos filhos, que não percebem a erosão que sua atitude causa na situação política do prefeito, enquanto a prefeita interina Paula da Pindoba está sendo assediada pelos maiores inimigos políticos de Domingos Dutra, gerando uma situação que poderá até inviabilizar o seu retorno ao cargo. Alguém de bom senso tem de domar o gênio impulsivo de Núbia Dutra e conter a atitude ingênua dos filhos, pelo menos até que a situação de saúde do prefeito seja oficialmente esclarecida.

São Luís, 17 de Agosto de 2019.

Othelino Neto amplia seu espaço de ação política e é apontado como líder por colegas do ParlaNordeste

 

Othelino Neto: reunião do ParlaNordeste em Aracaju e participação na Marcha das Margaridas em Brasília

O deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa, já não é mais somente um parlamentar jovem em ascensão, bom de tribuna e de articulação, com atuação limitada ao cumprimento das orientações do seu partido como membro da base do Governo no Parlamento, e atuante no atendimento dos pleitos de suas bases eleitorais. Ao chegar ao comando Poder Legislativo, ele cresceu politicamente em dimensões pouco vistas no cenário estadual em tempos recentes. Nos últimos sete dias, por exemplo, movimentou-se dando dimensão bem maior ao cargo que ocupa, tornando-se, pela via de uma ação política efetiva e abrangente, um quadro de expressão estadual e bem posicionado no plano regional. Entre os deputados estaduais, a opinião dominante é a de que sua liderança na Casa é incontestável; no Palácio dos Leões ele é visto como um aliado ativo e confiável; e entre seus colegas presidentes nordestinos é apontado como “um líder nato”, responsável pelo sucesso do ParlaNordeste – colegiado de presidentes de Assembleias Legislativas do Nordeste, que preside desde a criação, em janeiro. Nesse contexto, tem sido obrigado a cumprir agenda nos planos estadual, regional e nacional.

Na sexta-feira (9), ele presidiu a quinta reunião do ParlaNordeste em Aracaju (SE), durante a qual defendeu enfaticamente e com bom senso uma relação sem submissão dos estados nordestinos com o Governo Federal, criticando as dificuldades dos governadores nordestinos em Brasília. E defendeu o colegiado nordestino: “Somos uma instância de representação política do Nordeste, sempre estimulando o diálogo e a participação, mas defendendo respeito ao povo nordestino”. Seus posicionamentos e articulações têm surpreendido os integrantes do ParlaNordeste. O presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado Luciano Bispo, destacou: “Othelino nos une no debate de ideias em defesa do Nordeste”. O presidente do Legislativo de Alagoas, deputado Marcelo Victor, foi enfático: “O presidente Othelino capitaneou esse movimento, que está dando liga, sendo por isso o grande responsável pelo sucesso do ParlaNordeste”. Os deputados José Sato, que preside a Assembleia do Ceará, e Adriano Galdino, chefe do Legislativo da Paraíba, fizeram a mesma afirmação: “Ele tem sido o grande líder desse momento”.

Na segunda-feira (12), depois de lançar a segunda edição do podcast “Conversa com Othelino”, no qual tratou de temas como Reforma da Previdência e Pacto Federativo, concedeu entrevista à Rádio FM Mais, surpreendendo o mundo político ao admitir a possibilidade de disputar o Senado em 2022, caso o governador Flávio Dino venha a ser candidato a presidente da República. Com a declaração, mandou um recado ao senador Roberto Rocha (PSDB) e mostrou disposição para alargar muito mais o seu raio de ação política. Já na quarta-feira (14), ao lado da presidente do Gedema, Ana Paula Lobato, da senadora Eliziane Gama (Cidadania) e dos deputados Helena Duailibe, Ana do Gás (PCdoB), Adelmo Soares (PCdoB) e Ricardo Rios, participou da Marcha das Margaridas, que levou a Brasília milhares de mulheres do campo de todo o País, entre elas quase 800 maranhenses.

Ontem, ao tomar conhecimento das agressivas declarações do presidente Jair Bolsonaro, no Piauí, sobre políticos de esquerda, os quais chamou de “cocô” e “corruptos”, exibindo indignação porque a esquerda peronista venceu a eleição presidencial primária na Argentina, o presidente da Assembleia Legislativa reagiu: “Lamentável o presidente Bolsonaro chamar as correntes políticas que lhe fazem oposição de ´bandidos` e ´autoritários`. Quando comete esse palavreado chulo, parece estar olhando com frequência para o espelho”.

Como se viu, o presidente da Assembleia Legislativa cumpriu uma agenda ampla, politicamente forte, só encarada por quem compreendeu o papel político que tem de exercer como chefe de Poder, e que está se posicionando corretamente num contexto em que tem tudo para dar passos cada vez mais largos, mas sem perder o controle dos seus próprios movimentos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eliziane Gama não quer saber de disputar a sucessão de Edivaldo Holanda Jr. em São Luís

Eliziane Gama não quer saber de disputar a Prefeitura de São Luís no ano que vem

Quem ainda apostava que a senadora Eliziane Gama (Cidadania) poderia mudar de ideia e candidatar-se à Prefeitura de São Luís pode arquivar suas esperanças. A três políticos importantes com quem conversou nas últimas semanas, a senadora foi enfática quando perguntada se alimentava tal projeto: “De jeito nenhum! ”. E tem todas as razões do mundo para não entrar numa guerra de desfecho imprevisível num momento em que está vivendo o melhor momento da sua carreira até aqui. Hoje, Eliziane Gama tem espaço consolidado no Senado, respeitada por seus colegas como uma parlamentar de nível elevado, que tem pontos de vista firmados sobre as mais diferentes questões movem o País e tem consciência sedimentada acerca do papel que exerce na Câmara Alta. Para ela não faz sentido agora, depois de uma eleição consistente para o Senado e da sua perfeita adaptação à Casa, entrar numa guerra política e eleitoral complicada, na qual os candidatos com alguma viabilidade vão jogar pesado durante a campanha, correndo o risco de sofrer desgastes e de sair derrotada no que seria sua terceira tentativa de chegar ao Palácio de la Ravardière. Nada justifica deixar o conforto de um mandato produtivo e bem avaliado no Senado da República entrar numa luta encarniçada na conquista de um eleitorado que costuma surpreender.

 

Relatório de Hildo Rocha manteve o texto original do Tratado para uso comercial da Base de Alcântara

Hildo Rocha manteve intacto o texto do Tratado para uso comercial do CLA

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara Federal votará, daqui a duas semanas, o relatório do deputado federal Hildo Rocha (MDB) sobre o Tratado de Salvaguardas Tecnológicas (TST) a ser firmado entre o Brasil e os Estados Unidos para o uso comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). No seu relatório, o deputado Hildo Rocha aprovou inteiramente o TST, e o fez por duas razões muito simples. A primeira: o Tratado é excelente e, se viabilizado como está previsto, colocará finalmente Alcântara no mapa mundial, como há muito acontece com a Base de Kourou, na vizinha Guiana Francesa. E segunda: o TST é uma peça total e profundamente técnica, na qual os dois países assumem uma série de compromissos quanto a controle e privacidade, especialmente no que diz respeito às informações tecnológicas. De longe o país mais desenvolvido do planeta em matéria de tecnologia espacial, os Estados Unidos alugarão o CLA para lançar seus foguetes sem permitir o acesso dos brasileiros ao que considerar segredo tecnológico. Ao mesmo tempo, o Brasil estabelece alguns limites à atuação dos norte-americanos no uso do CLA. No mais, são itens de natureza técnica, que não envolvem qualquer discussão sobre a situação territorial, social, econômica e cultural de Alcântara, como alguns tentaram fazer crer. Nada além disso.

São Luís, 17 de Agosto de 2019.

Cajueiro: manipulação política de 23 famílias de posseiros trava investimento portuário de R$ 800 milhões

 

Maquete do Porto São Luís, negociado pelo governador Flávio Dino com empresários chineses e a área do Cajueiro, que é o pomo da discórdia

Uma situação inacreditável está ocorrendo neste momento no Maranhão: 23 famílias de posseiros de Cajueiro, uma área de 200 ha na Ilha de São Luís, que foram retiradas de suas casas por decisão judicial, mas que, apoiadas pelo deputado estadual Wellington do Curso (PSDB), de atuação polêmica, pela Comissão de Direitos Humanos da OAB, por defensores públicos e por alguns militantes de movimentos sociais e de partidos sem representação, estão conseguindo travar a construção de um porto pela iniciativa privada e na qual serão investidos R$ 800 milhões e que terá capacidade para movimentar 10 milhões de toneladas de cargas anuais, incluindo grãos e derivados de petróleo, devendo, de acordo com as previsões, gerar quatro mil empregos em poucos anos.

Representantes dessas famílias, que somadas não reúnem mais de 100 pessoas, acamparam em frente ao Palácio dos Leões, mas foram retirados pela Polícia Militar, que usou gás de efeito moral e alguma força. Como reação, posseiros e apoiadores invadiram o Palácio Henrique de la Rocque na quarta-feira e interromperam uma entrevista coletiva que dois secretários concediam sobre o assunto, tendo o deputado Wellington do Curso (PSDB) tomado um microfone das mãos de um dos membros do Governo, criando um cenário irreal de balbúrdia e cujas imagens ganharam as redes sociais passando a falsa ideia de caos.

À primeira vista, as imagens sugerem que os fatos estão sendo causados pelo Governo do Estado, quando na verdade eles são o resultado do que parece um ambiente de desordem. Isso porque, três situações ligadas estão em curso. A primeira é a construção do Porto São Luís, um empreendimento de grande importância econômica para o Maranhão e para o País, que têm à frente a China Communications Construction Company (CCCC),  maior empresa de infraestrutura daquele País, com 51% do capital, associada à Lyon Capital (20%),  à WPR Participações, do grupo WTorre (24%) e a pequenos investidores, que totalizam os restantes 6%. A segunda é a velha e manjada bomba-relógio que via de regra ameaça explodir os pilares da maioria das iniciativas que se instalam no estado, em especial na Ilha de São Luís: um pedaço de terra esquecido, que abriga posseiros que durante anos não são incomodados, mas que, de repente, se transformam em bens preciosos de proprietários surgidos do nada com documentos cartorários suspeitos, desencadeando uma guerra que, ao chegar à Justiça, trava o andamento do projeto.

Essa equação – manjada, vale repetir -, além de retardar a implantação do empreendimento e adiar a movimentação de riqueza e a geração de emprego e tributos, mergulha o estado num falso clima de tensão, causado por evidente chantagem social e por um espantoso oportunismo político. Por conta da confusão visivelmente fabricada, poucos levam em conta que, projetado para ser um canal de escoamento que deverá beneficiará sete estados, por meio da integração das Ferrovias Carajás e Norte-Sul, garantindo acesso mais rápido a mercados consumidores da Europa, Estados Unidos e dos além do Canal do Panamá, que liga o Atlântico ao Pacífico, o Porto São Luís é fruto de um longo e árduo esforço do governador Flávio Dino para atrair investimentos para o Maranhão. É o resultado de um processo que demandou inúmeros contatos, viagens e longas e detalhadas negociações para mostrar o espetacular potencial portuário de São Luís. Esse objetivo complicado ganhou existência formal no dia 16 de março de 2018, com o lançamento da pedra fundamental da obra que, sem dúvida, ampliará expressivamente a importância do complexo portuário maranhense.

Não se discute que as 23 famílias de posseiros de Cajueiro têm de ser recompensadas com um novo lar e com algum suporte na transição e com o aproveitamento da sua mão-de-obra pelo menos durante a fase de implantação, que deve durar dois anos. O que não vale é transformá-las em “vítimas” do Governo Flávio Dino, como tenta fazer a Oposição, num jogo perigoso de oportunismo que não tem lastro de sustentação. Também é difícil acusá-lo de violência por eventual excesso policial, pelo simples fato de que nesses cinco anos o registro geral é o de esforço permanente, sem conversa fiada, na defesa dos direitos e na proteção do cidadão. O que precisa ser feito agora é acomodar as famílias, regularizar a área e garantir a retomada urgente das obras. Qualquer avaliação movida a bom senso certamente concluirá que, independentemente do fato de ser privado e de capital chinês, o Porto São Luís é um empreendimento do qual o Maranhão não pode abrir mão, sob pena de perder o carro da História.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maranhão entra na lista negra do Tesouro, mas Executivo mantém gastos com pessoal abaixo do limite de 60%

Flávio Dino mantém a folha de pessoal abaixo do limite de 60% fixado pela legislação atual 

Quando a Secretaria do Tesouro Nacional tornou pública ontem a situação dos estados no que diz respeito ao limite de gastos legam de gastos com pessoal fixado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o Maranhão apareceu entre os que estão na lista negra dos desobedientes. De acordo com o relatório, o Estado do Maranhão ultrapassou o limite de 60% da receita líquida para cobrir a folha salarial dos servidores. No caso, a consequência natural é apontar o governador Flávio Dino como o responsável direto e exclusivo pelo incômodo e prejudicial desequilíbrio fiscal. Só que a realidade é bem diferente. Embora o Maranhão como um todo pague o preço do desequilíbrio, o Poder Executivo gasta 56,51% da sua receita com pessoal, enquanto os demais Poderes ultrapassam o limite de 60% do que recebem para gastar com pessoal. Somadas, as folhas do Judiciário, Legislativo, Ministério Público e Tribunal de Contas ultrapassam o limite dos 60%, sem que haja um “vilão” que se destaque. E na soma geral, incluindo o Executivo, o limite é ultrapassado, chegando a 62%, segundo fonte do Governo. Ao contrário do que foi dito pelas reportagens sobre o assunto, o Poder Executivo do Maranhão não está inadimplente com o Tesouro Nacional.

 

Alertada por leitor atento, Coluna corrige informações sobre deputados mortos em 1996

Waldir Jorge Filho, Jean Carvalho e João Silva, homenageados postumamente pela Assembleia Legislativa nesta semana

Na edição de ontem, a Coluna cometeu erros de informação em João Silva e Jean Carvalho, mortos prematuramente numa tragédia aérea ocorrida em 1996 e homenageados postumamente terça-feira, em sessão especial, pela Assembleia Legislativa Ao contrário do que foi informado, Waldir Jorge Filho e João Silva não foram eleitos respectivamente prefeitos de Lago da Pedra e Pindaré em 1982, não tendo cumprido, portanto, mandato de seis anos. Eles foram eleitos prefeitos em 1988 e se elegeram deputados estaduais em 1994. Jean Carvalho não foi prefeito de Presidente Dutra e seu púnico mandato foi o de deputado estadual conquistado em 1994 e tragicamente interrompido em 1996.

Vale registrar que o erro de informação foi observado pelo leitor Marcelo Silva, que além de chamar a atenção, fez a devida correção. A Coluna pede desculpas aos seus leitores e agradece a Marcelo Silva pela correta e oportuna observação de leitor atento e bem informado.

São Luís, 15 de Agosto de 2019.

Dono de base política e potencial eleitoral, Neto Evangelista garante que é candidato e não abre “nem pro trem”  

Neto Evangelista garante: candidatura a prefeito de São Luís é irreversível

“Sou candidato a prefeito de São Luís, e não abro dessa candidatura nem pro trem”. Foi como reagiu o deputado estadual Neto Evangelista (DEM) ao responder à indagação – feita pela Coluna – sobre se entrará mesmo na corrida pela sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) nas eleições do ano que vem. “Minha candidatura é uma das prioridades do DEM em todo o País, e eu não posso decepcionar o partido que está me dando essa oportunidade”, acrescentou com a ênfase de quem não está mesmo disposto a voltar atrás.  O caráter prioritário foi definido em maio, quando o DEM realizou a convenção estadual, que confirmou o deputado federal Juscelino Filho na presidência regional e Neto Evangelista na liderança do partido na Capital, numa festa partidária que e trouxe a São Luís ninguém menos que o presidente nacional da agremiação democrata, o prefeito de Salvador (BA), ACM Neto. O parlamentar foi enfático ao afirmar que será candidato com ou sem aliança, assinalando que se vier a ser apoiado pelo PDT, tudo bem, mas se esse apoio não for possível, seu projeto será mantido sem uma vírgula a menos.

Herdeiro político de João Evangelista, que foi vereador e presidente da Câmara Municipal de São Luís e deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Neto Evangelista não é um outsider nem um aventureiro que surgiu do nada no mapa da política maranhense. Entrou para a política vivenciando a animada ciranda que movimenta as forças políticas da Capital e do estado, tornando-se com o tempo um ovem político com o feeling e as manhas de raposa tarimbada.

Sua trajetória política está diretamente relacionada com São Luís. Foi candidato a vice-prefeito na chapa de João Castelo em 2012, está no terceiro mandato de deputado estadual com expressiva votação na Capital e viveu uma forte experiência administrativa como secretário de Estado de Desenvolvimento Social no Governo Flávio Dino, tendo sido responsável direto pela ampliação de programas como o Restaurante Popular na Ilha de Upaon Açu. Conhece como poucos os meandros e as sutilezas da política estadual, em especial os de São Luís, transitando nesse contexto com a desenvoltura, dando cada passo como quem sabe onde quer chegar. Sabe, portanto, onde está pisando, e não o faria de maneira tão determinada se não soubesse o que está fazendo e não tivesse certeza de que pode vir a ter um bom desempenho nas urnas.

“O presidente ACM Neto me garantiu que minha candidatura é uma das prioridades do partido em todo o País”, declarou, como que exibindo um troféu. Se, de fato, tem esse cacife excepcional no comando nacional do partido, pode trabalhar para construir um lastro político que dará mais consistência ao seu potencial eleitoral. As últimas pesquisas o colocaram, grosso modo, no patamar de oito a 10 pontos percentuais de intenções de voto, o que o torna o pré-candidato competitivo.

A equação ideal para embalar sua candidatura é uma aliança do DEM com o PDT, admitida e defendida, com poucas ressalvas, dentro dos dois partidos. O presidente do PDT, senador Weverton Rocha, não esconde sua simpatia pelo projeto de aliança, tendo expressado isso na convenção do DEM, empolgando o próprio ACM Neto. Naquele momento, até o governador Flávio Dino, que visitou a convenção, deixou no ar a impressão de que a candidatura de Neto Evangelista é um projeto da sua simpatia. Não se sabe com exatidão o que o prefeito Edivaldo Holanda Jr., que terá peso decisivo na montagem, pensa sobre o assunto, mas nos bastidores da Prefeitura há quem garanta que se a aliança se consolidar, ele o abraçará sem maiores problemas.

No meio político, é opinião dominante que o deputado Neto Evangelista tem cacife político graúdo e potencial eleitoral a perder de vista para se tornar, de fato, um adversário com peso e preparo para encarar o favoritismo que embala fortemente a candidatura do deputado federal Eduardo Braide (Podemos), hoje dono de pelo menos metade das intenções de voto, segundo anunciaram todas as pesquisas divulgadas até aqui.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Edilázio Jr. pode vir a ser o candidato de Bolsonaro à sucessão de Edivaldo Jr.

Edilázio Jr.: pode ser candidato do Palácio do Planalto a prefeito de São Luís no ano que vem

Há menos de duas semanas, a Coluna chamou a atenção para nomes que o Palácio do Planalto poderá apoiar na disputa para a Prefeitura de São Luís, pondo em prática uma estratégia de dar suporte a candidatos alinhados com alguma força para tentar chegar a grandes prefeituras, especialmente as das capitais. Um deles foi o deputado federal Edilázio Jr. (PSD), que junto com o colega e aliado Aloísio Mendes (Avante), forma a dupla mais próxima do Governo de Jair Bolsonaro (PSL) na bancada maranhense. Uma fonte com trânsito em Brasília confirmou a estratégia do Palácio do Planalto – revelada há algumas semanas por Dora Kramer, colunista de Veja – e disse que a relação de potenciais candidatos bolsonaristas à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) faz todo sentido. E destacou que de todos, o deputado Edilázio Jr. é o que tem maior cacife para entrar na corrida do Palácio de la Ravardière empunhando a bandeira bolsonarista, concorrendo pelo PSD. De acordo com a mesma fonte, a possível candidatura de Edilázio Jr. à prefeito de São Luís não seria uma ação do Grupo Sarney, mas um projeto desenhado em Brasília com o apoio do deputado Aloísio Mendes, sem qualquer relação com o grupo comandado pelo ex-presidente José Sarney, que por sua vez examina a possível candidatura do deputado Adrian Sarney, seu neto, pelo PV, e acompanha a corrida do MDB por um candidato, que poderá ser mesmo o ex-deputado federal Victor Mendes. Uma fonte ligada ao deputado federal Edilázio Jr. disse à Coluna que “até o momento”, tudo não passa de especulação.

 

Memória

 

Assembleia Legislativa presta justa homenagem à memória de três jovens deputados mortos em tragédia aérea em 1996

O presidente Othelino Neto e o deputado Ciro Neto (o terceiro da direita para a esquerda) entrega comendas aos familiares dos deputados Waldir Jorge Filho, Jean Carvalho e João Silva, mortos na tragédia aérea de 1996

A Assembleia Legislativa do Maranhão realizou terça-feira (12) sessão solene em memória dos estaduais maranhenses Waldir Jorge Filho, João Silva e Jean Carvalho, todos do PFL, mortos no acidente aéreo quando se deslocavam de São Luís para Imperatriz. A homenagem proposta pelo deputado Ciro Neto (PP), sobrinho de Jean Carvalho. Os familiares receberam in memoriam a Medalha Manuel Beckman, a maior honraria do Poder Legislativo do Maranhão. “É muito importante reconhecer a importância dos três deputados, ao mesmo tempo em que estamos resgatando a história do Maranhão. Foi uma tragédia o que aconteceu com eles, mas deixaram um legado político grande, por isso, o povo do Maranhão está prestando a homenagem aos familiares”, destacou o presidente Othelino Neto (PCdoB). O deputado Ciro Neto destacou o legado de todos: “Três grandes políticos que morreram atuando pelo Maranhão.  Políticos jovens que deixaram uma semente.  Jean Carvalho deixou um trabalho grande, pensando no crescimento do Maranhão”, recordou. A viúva de João Silva, Regina Soares, o filho de Waldir Jorge, Samuel Jorge, e os filhos de Jean Carvalho, Jalves Carvalho e Robson Carvalho, receberam a homenagem.

A tragédia aconteceu na tarde de 25 de março de 1996, uma segunda-feira, quando os três deputados se deslocavam para Imperatriz no bimotor Embraer 810, de prefixo PT-EPL, que não resistiu a uma forte tempestade e caiu nas matas de Cajari. Seriam cinco passageiros, mas à última hora os deputados Hemetério Weba e Kinkas Araújo, também do PFL, não conseguiram chegar a tempo para o embarque. O piloto Antônio Carlos Vasques também morreu no acidente. Os três parlamentares participariam das sessões da Assembleia Legislativa, então presidida pelo deputado Manoel Ribeiro (PFL) e que havia sido transferida por cinco dias para Imperatriz, transformada em Capital do Maranhão pelo Governo Itinerante comandado pela governadora Roseana Sarney (PMDB).

Além do drama familiar, a tragédia interrompeu a trajetórias de três dos mais importantes políticos em ascensão no Maranhão naquele momento.

Waldir Jorge Filho despontou na política ainda muito jovem como prefeito de Lago da Pedra, onde seu pai, Waldir Jorge, tinha forte liderança, no município e na região. Comandou a prefeitura durante seis anos – beneficiado pela ampliação em dois anos de todos os prefeitos eleitos em 1982 -, com atuação municipalista forte, tendo sido um dos pioneiros no comando da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem) e com forte influência no Governo Luiz Rocha. Elegeu-se deputado estadual em 1990 e reelegeu-se em 1994, caminhando para ampliar seu espaço no cenário político estadual. Com sua morte, a irmã, Maura Jorge, assumiu o legado do pai e do irmão. João Silva trilhava o mesmo caminho, formando com Waldir Jorge e Jean Carvalho um grupo que atuava em sintonia. Foi prefeito de Pindaré também durante seis anos, teve participação forte no Governo Luiz Rocha elegeu-se deputado estadual em 1990 e reelegeu-se em 1994 e, como os demais, se movimentava para ocupar espaço amplo na política estadual. Jean Carvalho teve trajetória idêntica: foi prefeito de Presidente Dutra entre 1989 e elegeu-se deputado estadual em 1994, se destacando no grupo ligado ao ex-governador Luiz Rocha. Seu legado é agora continuado pelo filho, deputado Ciro Neto.

Eram parte ativa de um grupo articulado pelo líder balsense Chico Coelho, que foi o principal articulador político de Luiz Rocha. Os três perderam força no Governo de Epitácio Cafeteira (PMDB), e estavam em franca recuperação política quando a tragédia aconteceu.

A tragédia de 25 de março de 1996 abriu três vagas na Assembleia Legislativa. O suplente Raimundo Leal assumiu no ligar de Jean Carvalho, Edmar Cutrim ocupou a vaga de João Silva e José Eider Santos substituiu a Waldir Jorge Filho.

Justa, portanto, a homenagem prestada pela Assembleia Legislativa à memória de três bons nomes daquela geração.

São Luís, 14 de Agosto de 2019.

Bolsonaro afirma que vai retaliar governadores nordestinos que não se curvarem às suas exigências

 

Flávio Dino pode sofrer a retaliação de Jair Bolsonaro

Primeira: “Não vou negar nada para esses estados, mas se eles quiserem que isso tudo seja atendido, eles vão ter que falar que estão trabalhando com o presidente Jair Bolsonaro. Caso contrário, eu não vou ter conversas com eles”. Segunda: “Eu não posso admitir que governadores como o do Maranhão e o da Paraíba façam ´politicalha` no tocante à minha pessoa”. As duas   declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL), dada ao jornal O Estado de S. Paulo, terça-feira, durante sua visita a Sobradinho, na Bahia, reascenderam o confronto do presidente da República com os governadores nordestinos, em particular com o maranhense Flávio Dino (PCdoB) e João Azevedo (PSB).

Ao se manifestar nesse nível e nesse tom, o chefe da Nação confirmou, sem meias palavras, o seu ânimo para o confronto, agora admitindo claramente que pretende afrontar a Carta Magna e sufocar de vez a civilidade política e retaliar os dois governadores, e com eles as populações maranhense e paraibana. Além disso, suas palavras ratificam, sem qualquer margem de engano, a conversa que manteve com o ministro chefe da Casa Civil, Ônix Lorenzoni, no dia 19 de Julho, minutos antes de uma entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros no Palácio do Planalto, quando avaliou: “Daqueles governadores de paraíba, o pior é o do Maranhão”, e ordenou: “Tem que ter nada com esse cara”.

Afeito ao confronto aberto, estratégia que tem lhe rendido bons números de seguidores e simpatizantes, o presidente da República, no entanto, vem dando sinais de que lhe falta um ingrediente da maior importância nesse jogo: a noção de limite. Falta-lhe perceber que foi fragorosamente derrotado nas urnas em toda a região Nordeste, exatamente por conta desse perfil polêmico. Eleito, o caminho natural seria mudar essa postura e assumir uma nova, conciliatória, e por meio da qual sinalizasse disposição honesta para uma convivência, se não inteiramente harmônica, pelo menos possível, que permitisse um diálogo em torno dos interesses reais dos 57 milhões de nordestinos, brasileiros com os mesmos direitos dos demais previstos na Constituição Federal.

Quando o presidente da República, depois de ordenar ao ministro-chefe da Casa Civil que retalie quem quer que seja, ele está sujeito a responder pelo crime de improbidade. E quando exige que, para terem seus pleitos atendidos em Brasília, os nove governadores nordestinos terão de se obrigar a “falar que estão trabalhando com o presidente Jair Bolsonaro”, e que, se não se curvarem à exigência, “eu não vou ter conversas com eles”, o chefe da Nação sela, em definitivo, a sua incapacidade de se relacionar com contrários. Com isso, ele próprio, pela sua própria boca, fortalece a imagem de político que, mesmo tendo vivido três décadas no Congresso Nacional, não conseguiu compreender as diferenças regionais, culturais, políticas e socioeconômicas que movem o Brasil. Se tivesse se esforçado minimamente para perceber as diferenças que se manifestam na Câmara Federal durante os mais de 10 mil dias que atuou como deputado federal, certamente não se comportaria como vem se comportando.

Além dos problemas causados por ele próprio, o presidente Jair Bolsonaro amarga o fato de ter escolhido para adversário um político do quilate de Flávio Dino: líder inconteste da sua geração no Maranhão, quadro de preparo excepcional, ex-juiz federal, ex-presidente da Associação dos Juízes Federais, ex-deputado federal – com atuação parlamentar muito acima da média enquanto Jair Bolsonaro se mantinha defendendo a ditadura no chamado Baixo Clero -, e governador eleito, reeleito e muito bem avaliado. Sem qualquer favor, o atual presidente da República não tem preparo, nem técnico nem político nem cultural, para enfrentar o governador do Maranhão num debate franco e direto sobre qualquer tema de interesse nacional, de economia a segurança pública. Seria fulminado em pouco tempo, pois não teria informação nem argumento para sustentar. Seu único cacife é o mandato presidencial, que vem usando indevida e abusivamente para impor suas vontades.

O presidente Jair Bolsonaro pode até consumar seu intento retaliar o governador Flávio Dino negando direitos à população maranhense, mas o fará sabendo que pagará preço político salgado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Revelação: Roberto Rocha teria tentado esconder fraude na eleição da Mesa do Senado

Roberto Rocha: suspeito de tentar abafar fraude eleitoral no Senado

Algum muito errado parece estar contaminando o mandato do senador Roberto Rocha (PSDB). Não bastassem o seu vínculo cada vez mais próximo com a Família Bolsonaro, os rumores de que ele estaria se movimentando para garantir a aprovação da indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) para a Embaixada do Brasil em Washington, a sua defesa enfática do ataque que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) aos governadores do Nordeste, especialmente Flávio Dino, e a postura de apoiar o Governo, mesmo sendo líder da bancada do PSDB, partido que se movimenta para se afastar do presidente Jair Bolsonaro, agora o senador é apontado como acobertador de fraude no Senado quando exerceu o influente cargo de corregedor geral da instituição.

De acordo com O Antagonista, um blog que faz um jornalista claramente alinhado à direita, o senador teria pedido ao chefe da Polícia Legislativa, que investigava o crime, o forjamento de um relatório mostrando que não seria possível identificar o senador que, ao votar na eleição da Mesa Diretora, teria depositado um voto a mais, uma fraude que anularia o tal pleito em qualquer lugar do mundo, principalmente por envolver um eleitorado tão qualificado quanto ao formado por senadores. Corregedor da Casa, Roberto Rocha ficou com a tarefa investigar o caso para identificar e denunciar o fraudador. Só que, de acordo com O Antagonista, o senador maranhense não apenas não fez a investigação devida, como tentou abafar o caso dando uma carteirada infeliz no chefe da Polícia Legislativa. O que disse O Antagonista:

O que o repórter Caio Junqueira revela é a trama construída nos bastidores de Brasília para engavetar as evidências e afastar qualquer punição. Leia um trecho da reportagem exclusiva:

“Roberto Rocha ainda era o corregedor do Senado e estava com a atribuição de descobrir o autor da fraude na eleição para a presidência da casa, quando chamou em seu gabinete, no 25º andar de uma das torres gêmeas do Congresso, o chefe da Polícia Legislativa, Alessandro Morales. Queria uma conversa reservada. (…) A conversa do corregedor com o chefe da polícia do Senado foi constrangedora. Roberto Rocha foi direto ao ponto. Ele pediu a Morales que sua equipe elaborasse uma perícia apontando que seria impossível culpar algum senador pela fraude. Àquela altura, no escuro, já estava decidido que seria melhor para o Senado jogar tudo para debaixo do tapete. Incomodado, Morales respondeu que não atenderia o pedido, levantou-se da cadeira e foi embora…”

A reportagem não esconde os nomes dos envolvidos: estão lá pesos-pesados da política, como Davi Alcolumbre (DEM), presidente do Senado, e Fernando Bezerra (MDB), líder do Governo na Casa.

Nada mais precisa ser dito. Falta apenas o senador Roberto Rocha explicar.

 

Climão entre Gil Cutrim e Eudes Sampaio em inauguração antecipa o clima de disputa em Ribamar

Observado por Gil Cutrim, Eudes Sampaio fala durante a inauguração em São José

Já é de forte tensão o clima político em São José de Ribamar por conta da proximidade do ano eleitoral, que será formalmente iniciado no dia 7 de Outubro. Isso ficou muito claro no entrevero entre o prefeito Eudes Sampaio (PTB) e o deputado federal Gil Cutrim (PDT), durante a inauguração de um Batalhão de Polícia, terça-feira, pelo governador Flávio Dino. No ato, o deputado Gil Cutrim assinalou, em discurso, que “nós doamos” o terreno para a construção do BP. Visivelmente irritado, o prefeito reagiu desmentindo o parlamentar. Gil Cutrim explicou que não tentou tirar proveito da situação e que só falou “nós doamos” porque o terreno fora doado ao Estado pelo então prefeito Luis Fernando Silva, de quem na época era vice-prefeito. Mesmo assim, o prefeito Eudes Sampaio manteve o clima de mal-estar.

O episódio poderia ter sido evitado se o deputado federal e ex-prefeito Gil Cutrim não tivesse comparecido ao ato de inauguração ou se o prefeito Eudes Sampaio não tivesse reagido tão mal à afirmação do seu antecessor. Ocorre que os dois, que um dia foram aliados, agora são adversários figadais, um distanciamento que vem aumentando velozmente diante das especulações de que o deputado federal Gil Cutrim ou o pai dele, Edmar Cutrim – conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), poderá ser o adversário do prefeito Eudes Sampaio na disputa pela Prefeitura em 2019. E por conta disso, esse não foi o primeiro nem será o último confronto direto entre eles nos próximos tempos.

São Luís, 08 de Agosto de 2019.

Fábio Gentil mostra que tem jogo político e que enxerga além dos limites da guerra paroquial de Caxias

 

Fábio Gentil entre os representantes caxienses Cleide Coutinho, Adelmo Soares e Zé Gentil(seu pai): desenvoltura política no centro nervoso da Assembleia Legislativa

A sessão de reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa, segunda-feira (5), aconteceu rigorosamente dentro dos padrões: mais de 30 dos 42 deputados compareceram e se relacionaram em clima de confraternização, num ambiente descontraído. Um dado, no entanto, funcionou como diferencial: a desenvolta, animada e bem-sucedida incursão que o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PRB), fez no plenário do Parlamento. Ali, acompanhado pelo pai, o igualmente animado deputado Zé Gentil (PRB), ele cumprimentou efusivamente a todos os deputados presentes, saudou a Mesa Diretora, trocou informações em pequenas rodas, concedeu inúmeras entrevistas, registrou, ele próprio, momentos da ação no celular, foi festejado pela esquerda, pelo centro e pela direita, e igualmente tratado por situacionistas e oposicionista. Ao sair do plenário, cerca de uma hora mais tarde – após conferir se todos os deputados receberam um DVD com informações sobre a Caxias -, deixou em todos a impressão de que está em campanha aberta pela reeleição, mas vislumbrando um horizonte político muito mais amplo.

Não é comum prefeitos incursionarem no plenário da Assembleia Legislativa durante sessões. Vez por outra o prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT), que comanda a Capital, comparece ali para algum compromisso, mas raramente se registra a presença de um Assis Ramos (DEM), que dá as cartas em Imperatriz, ou de um Luciano Leitoa, de Timon e preside o PSB no estado. E quando um ou outro aparece, o faz de maneira discreta, como o prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio (PP), que esteve ali algumas vezes, mas apenas para visitar discretamente a mulher, deputada Thaíza Hortegal (PP). Isso acontece por razões diversas, a começar pelas diferenças políticas. A incursão do prefeito de Caxias, na sessão inaugural, quebrou esse paradigma. Ele adentrou ao plenário com a autoridade de quem comanda o município que abriga a quarta maior população do Maranhão, que tem um peso diferenciado no cenário político estadual e que é respeitado pela sua tradição de independência política. E o fez motivado pelos ecos da festa do fim de semana, quando os caxienses comemoraram o aniversário da cidade (1º de Agosto) e os 196 anos da Adesão de Caxias à Independência, (7 de Agosto), e que levou à cidade um expressivo número de convidados, entre eles o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), e o vice-governador Carlos Brandão (PRB).

Pela maneira como circulou no centro nervoso do Palácio Manoel Beckman, o prefeito de Caxias demonstrou ser politicamente bem maior do que muitos imaginavam. Isso ficou claro pela maneira cordial com que tratou, por exemplo, a deputada Cleide Coutinho (PDT), que comanda o legado político do ex-deputado Humberto Coutinho e encarna o papel de arqui-adversária na política caxiense, com quem deve disputar a Prefeitura no ano que vem. Dispensou tratamento de político maduro e tarimbado a deputados governistas, incluindo os mais ligados ao Palácio dos Leões, que por força partidária apoiarão o projeto do Grupo Coutinho, fazendo o mesmo com parlamentares independentes e de Oposição. Deu uma demonstração de que sua visão política vai bem além das amarras grupais que travam movimentos mais ambiciosos. Comportou-se, enfim, como um político pragmática, que não se submete às fronteiras imposta pela guerra paroquial.

Nas conversas paralelas travadas durante e após a sessão, ouviu-se muito declarações do tipo “Esse cara é bom” e “Esse aí vai longe”, mas também indagações do tipo “Onde ele está querendo chegar?!”, e ainda estocada como “Está querendo se mostrar”. Mas o fato é que, com seu jeito meio despojado roqueiro cinquentão, apesar do terno bem composto que vestia, o prefeito de Caxias exibiu um forte apetite político, sinalizando com clareza que tem fôlego e desinibição suficientes para brigar pela reeleição e para dar passos mais audaciosos depois de concluir seu compromisso de gestor municipal. E tem os seus movimentos embalados por uma gestão que, segundo até mesmo alguns adversários, tem produzidos bons resultados: a cidade está bem cuidada, as escolas estão funcionando a contento, a rede de saúde presta bom atendimento, os servidores estão em dia e a Princesa do Sertão dá sinais de que vive, de fato, um bom momento.

Todas evidências sugerem que o prefeito Fábio Gentil ocupou na política caxiense um espaço muito maior do que muitos esperavam, e que o seu desempenho administrativo e sua desenvoltura política fizeram dele um adversário muito difícil de ser batido. Sua incursão na Assembleia Legislativa foi uma dessas evidências.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Posse da vice de Dutra é normal, mas ela deve ter cautela para evitar uma crise em Paço do Lumiar

Paula da Pindoba vive o desafio de substituir temporariamente o prefeito Domingos Dutra

Por mais que alguns partidários do prefeito Domingos Dutra (PCdoB) se sintam incomodados, a posse da vice-prefeita Paula Azevedo, também conhecida como Paula da Pindoba, é um fato da mais absoluta normalidade administrativa e institucional. Não poderia acontecer outra coisa. O prefeito Domingos Dutra sofreu um AVC violento, está internado, sua recuperação está em curso, mas é lenta, causando por isso uma forte tocar o barco lumience de acordo com a sua visão de gestora, garantindo a dinâmica que o prefeito Domingos Dutra vinha imprimindo à sua gestão, dando a Paço do Lumiar, que está entre os sete maiores municípios maranhenses, uma nova feição urbana. Certamente não está sendo fácil para ela substituir o prefeito Domingos Dutra, um político diferenciado, de esquerda, de personalidade forte, posições firmes e com uma visão de política que foge ao padrão, principalmente quando tem por perto a primeira-dama Núbia Dutra, uma advogada de personalidade muito forte e que não dispensa uma boa briga quando a posição do marido está em jogo. Paula da Pindoba terá de agir com firmeza, mas também com muita cautela, ciente de que não é titular do cargo e que o prefeito poderá retornar em algum tempo. Qualquer atitude precitada poderá desencadear uma crise política grave e de desfecho imprevisível. A cautela também serve para os partidários de Domingos Dutra, que nesse momento só têm de aguardar e torcer pela sua recuperação.

 

Josimar de Maranhãozinho “ganha” o Incra e reforça seu cacife político em Brasília e no Maranhão

Josimar de Maranhãozinho emplacou Mauro da Hidrale no comando regional do Incra

Não surpreendeu a nomeação do engenheiro e empresário Mauro Rogério Maranhão Pinto no cargo de Superintendente Regional do Incra no Maranhão por indicação do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). Mais conhecido como Mauro da Hidrale – referência à Hidrale Projetos e serviços, empresa da qual é sócio -, o novo superintendente do Incra é engenheiro ambiental, engenheiro de segurança do trabalho e tecnólogo em saneamento ambiental. Empresário, ele é sócio da Hidrale Projetos e Serviços. A indicação é reveladora do poder de fogo que Josimar de Maranhãozinho conseguiu em Brasília com a “minibancada” federal do PL que controla, formada por ele próprio e os deputados Júnior Lourenço e Pastor Gildenemyr. Com ela, ele tem força dentro da bancada nacional do PL e, segundo um colega seu, criou um canal direto com o ministro-chefe da Casa Civil, Onix Lorezoni, com quem negociou e conseguiu vários pleitos, incluindo a nomeação de Mauro da Hidrale para o comando do Incra no estado. Com a nomeação, Josimar de Maranhãozinho cria o seu próprio “feudo”, a exemplo do senador Roberto Rocha (PSDB), que tem o controle do braço da Codevasf no estado. O controle do Incra dá ao parlamentar mais um reforço importante no seu projeto político.

São Luís, 07 de Agosto de 2019