Vivendo situações inexplicáveis, PMDB e PSB devem mudar o rumo das suas posições na corrida eleitoral em São Luís

 

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Câmara e Pindaré: situações complicadas os seus partidos

O fim de semana será decisivo para definir o futuro de dois partidos importantes na corrida para a Prefeitura de São Luís: PMDB e PSB. Um nada tem a ver com o outro e suas situações são radicalmente diferentes, tendo em comum apenas o fato de que, ao contrário da grande maioria dos partidos, ainda não resolveram, de maneira definitiva, como vão participar do processo. O PMDB tem estrutura, base eleitoral e pode até ser beneficiado pelos novos fluídos de Brasília, mas o seu candidato, o vereador Fábio Câmara, não tem força eleitoral para usar produtivamente esse enorme cacife. O PSB, ao contrário, não conta com cacife estrutural nem tem suporte eleitoral palpável, mas dispõe de um candidato, o deputado estadual Bira do Pindaré, que é detentor de força política expressiva e tem potencial para crescer na disputa. E enquanto no PMDB o candidato eleitoralmente franzino conta – pelo menos até aqui – com o aval da cúpula partidária, no PSB o candidato forte não conta – pelo menos até aqui – com o apoio da cúpula do partido, correndo o risco de não ter a legenda para disputar o comando político e administrativo do maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão. As decisões que vierem a ser tomadas pelas cúpulas poderão até mesmo alterar o quadro da disputa desenhado até agora.

Sem muito entusiasmo, mas respondendo a pressões, o comando do PMDB entregou ao vereador Fábio Câmara tudo o que um aspirante sonha para se consolidar como candidato. Para início de conversa, entregou-lhe o comando do partido em São Luís, assegurando com isso que ele não corresse o risco de ser atropelado na convenção. Abriu-lhe caminho para correr atrás de apoio dentro e fora do partido, de modo a consolidar uma base política e partidária para sua candidatura. Não bastassem essas condições, raras para um candidato, Fábio Câmara teve também as portas abertas para garimpar o apoio declarado e efetivo dos maiores líderes do partido no Maranhão – o ex-presidente Sarney, o senador João Alberto e a ex-governadora Roseana Sarney, por exemplo -, e também no País – o então vice-presidente Michel Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros. Nada disso, porém, contribuiu para deslanchar o projeto eleitoral de Câmara, que hoje vive uma situação desconfortável dentro do partido.

Não há no horizonte nenhum sinal de que o vereador Fábio Câmara reverta a situação de pré-candidato que patina quase na lanterna da corrida. E mesmo considerando a imprevisibilidade da política, e as surpresas que ela costuma pregar em períodos eleitorais ao dar vida a candidatos que pareciam abatidos, Fábio Câmara até aqui não correspondeu à expectativa que ele próprio criou quando brigou para ganhar a condição de pré-candidato do partido. E diante dessa situação, não será surpresa se o PMDB encerrar esse ato e resolver dar uma guinada, seja com candidato próprio, seja participando de uma aliança oferecendo um nome para candidato a vice-prefeito, ou até mesmo frechar questão em torno do projeto aparentemente sem muito futuro do vereador Fábio Câmara.

A situação do PSB em relação ao deputado Bira do Pindaré é exatamente o inverso, mas igualmente complicada. Forjado nos bons tempos do PT oposicionista e com uma trajetória vitoriosa como líder sindical – foi presidente do combativo Sindicato dos Bancários de São Luís – o Senado em 2006 – quando surpreendeu vencendo o até então lendário Epitácio Cafeteira e o ex-governador João Castelo juntos em São Luís – e hoje deputado estadual no segundo mandato, Bira do Pindaré reúne todos os requisitos para, no cenário atual, disputar a Prefeitura de São Luís com todas as condições de sair das urnas muito bem votado, podendo até surpreender o prefeito Edivaldo Jr. (PDT), a deputada Eliziane Gama (PPS) e o deputado Wellington do Curso (PP), que lideram a corrida até agora. Além do potencial eleitoral, Pindaré é um advogado bem informado e que já mostrou preparo para atuar no serviço público.

É esse político, quase sem rejeição, que a cúpula do PSB em São Luís, comandada pelo senador Roberto Rocha e pelo vereador Roberto Rocha Jr. não quer como candidato a prefeito de São Luís, preferindo ensaiar uma aliança com a deputada Eliziane Gama, candidata do PPS, ou até mesmo lançar o próprio senador como candidato a prefeito. Especula-se também a possibilidade de o PSB entrar na coligação liderada pelo PDT e indicar Bira do Pindaré como candidato a vice do prefeito Edivaldo Jr.. O fato é que até o momento tanto o PSB quanto pré-candidato Bira do Pindaré não têm destino definido na corrida à Prefeitura de São Luís.

Não será surpresa, portanto, se, diante da aproximação do período das convenções partidárias que definirão candidatos, PMDB e PSB passem uma borracha nos rascunhos feitos até aqui e tomem novos rumos na corrida para o controle da maior máquina administrativa municipal do Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Renan Calheiros resumiu tudo com uma frase lapidar e oportuna
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Renan Calheiros usou frase lapidar para definir o fim da crise na Câmara Federal

De tudo o que foi dito depois da eleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) presidente da Câmara Federal, o melhor saiu da boca do controvertido e suspeito senador e presidente do Senado da República e do Congresso Nacional com uma frase lapidar: “A boa política não morreu”. O dito foi um tiro de misericórdia na “era” Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que perdeu o respeito, o mandato de presidente, vai perder o mandato parlamentar e entrar para a história como um bandido esperto que, com o apoio de bandidos mequetrefes que contaminam a política e de jovens ao mesmo tempo ambiciosos e ingênuos, que a ele se subordinaram, conseguiu enganar a Nação. Com a frase ao mesmo tempo cortante e reparadora – que, tudo indica, não é original -, Renan Calheiros (PMDB-AL) que definiu com precisão o desfecho da crise. Primeiro porque numa instituição congressual como a Câmara Federal não há lugar para chefões, “líderes” que se julgam acima dos demais e sufocam o conceito de igualdade que é a razão de ser da instituição. E depois porque a Casa volta a funcionar com bancadas e suas lideranças, discutindo, divergindo, articulando e negociando caso a caso, numa ciranda dançada a céu aberto, que possa estimular alianças, mas também inibir quistos parlamentares como o “centrão”, que se mantêm em cena para fazer a política do toma-lá-dá-cá, da pressão e até da chantagem. É essa a boa política a que se referiu o presidente do Senado e que foi ressuscitada em boa hora para apagar de vez os rastros da má política.

Assembleia Legislativa nomeia Comissão do Recesso
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Levi Pontes, Bira do Pindaré, Souza Neto, Adriano Sarney,Cabo Campos, Fábio Macedo e Edivaldo resolverão problemas durante o recesso da Assembleia

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa nomeou os deputados que integrarão a Comissão de Representação Interna (Comissão de Recesso), que responderá pelo Legislativo durante o período de recesso parlamentar. A Comissão do Recesso começará a atuar no dia 17 de julho e permanecerá na ativa até o retorno das atividades no dia 1 de agosto.

A Comissão é composta pelos Edivaldo Holanda (Bloco Unidos Pelo Maranhão), Fábio Macedo (Bloco Unidos Pelo Maranhão), Bira do Pindaré (Bloco Unidos Pelo Maranhão), Levi Pontes (Bloco Unidos Pelo Maranhão), Cabo Campos (Bloco União Parlamentar), Adriano Sarney (PV) e Sousa Neto (Bloco Parlamentar de Oposição).

Os deputados da Comissão de Representação Interna vão resolver questões inadiáveis surgidas durante recesso parlamentar, apreciar e votar pedidos e licença, e atender o que dispõe os incisos II e III do & 2º do Artigo 32 da Constituição. Ao final do período de folga das atividades parlamentares, a Comissão será desfeita automaticamente e a Mesa Diretora reassume as decisões da Casa. Durante a vigência da Comissão, seus integrantes devem permanecer em São Luís, de modo que possam se articular rapidamente diante de uma necessidade urgente que necessite de uma tomada de posição do colegiado.

 

São Luís, 14 de Julho de 2016.

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