PT pode até rachar e fazer candidatos majoritários nas chapas de Flávio Dino e Roseana Sarney

 

 

Flávio Dino entre Augusto Lobato, Zé Carlos e Zé Inácio selam aliança
Flávio Dino entre Augusto Lobato, Zé Carlos e Zé Inácio selam aliança

 

Ganham forma os rumores que vinham prenunciando, há algum tempo, que o braço do PT no Maranhão racharia na corrida eleitoral, ficando uma banda na aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e outra alinhada à coligação que será comandada pela ex-governadora Roseana Sarney (MDB). Essa possibilidade, que era levantada em conversas informais, só começou a ser levada a sério e a repercutir nos bastidores depois que os partido começaram a montar as suas chapas majoritárias. Antes, havia um clima em meio ao qual o PT se unificaria e marcharia nas fileiras da aliança liderada pelo governador Flávio Dino. Depois, o partido começou a pressionar o governador Flávio Dino por uma vaga na chapa majoritária, por julgar justa a sua participação, ainda que não ofereça nomes com cacife para disputar uma das vagas de senador da República, por exemplo. O PT mira, na verdade, a vaga de candidato a vice-governador, pretendendo assim reeditar aliança que firmou em 2010 com o então PMDB, e que resultou na indicação e eleição de Washington Oliveira (PT) como candidato a vice de Roseana Sarney.

Ainda que tenha objetivos claros e argumentos de alguma maneira convincentes, pois afinal a aliança que manteve com o Grupo Sarney desde 2006 teve seus objetivos e condições mantidos, com a nomeação de petistas para secretarias, na esteira da eleição de Washington Oliveira vice-governador e depois para o Tribunal de Contas do Estado. O mesmo aconteceu com a banda petista que ficou com Flávio Dino em 2015, quando o PT foi agraciado com duas secretarias.

Nesse contexto, o movimento do PT causa surpresa, pois o grupo de comando se dispõe a deixar uma aliança multipartidária, com predomínio na esquerda, por não ter conseguido um emplacar um candidato majoritário, mas aceita renovar os laços com a direita e com Grupo Sarney,  sem também receber esse mimo. Isso porque, vale lembrar, as vagas de candidato a senador já têm donos, o senador Edison Lobão (MDB) e o depurado federal Sarney Filho (PV), restando a vaga de candidato a vice-governador, que dificilmente será dada ao PT – rumores dizem que Roseana Sarney buscará um candidato a vice na Região Tocantina ou adotará uma solução “caseira” com a escolha do senador João Alberto, que não parece muito animado, animado que está com a iminente aposentadoria.

No campo político propriamente dito, o PT cometerá uma surpreendente e inexplicável derrapagem se deixar o campo da esquerda do governador Flávio Dino, uma vez que o chefe do Executivo maranhense foi uma das vozes mais ativas e firmes contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), e mais do que isso, tem sido incansável na defesa política do ex-presidente Lula da Silva (PT). Mais do que isso: se alinhará a um grupo que esteve na linha de frente do movimento que resultou na deposição da ex-presidente Dilma Rousseff, e que não se posicionou claramente em relação à prisão do ex-presidente Lula da Silva.

O fato é que o PT se move numa verdadeira corda bamba, podendo dar-se bem ou levar um tombo feio, dependendo da escolha que fizer. O problema é que o próprio partido está rachado e cada lado dessa rachadura  tende a se isolar na própria casa partidária. Mas é provável que o lançamento da candidatura do ex-presidente Lula da Silva, que teve o governador Flávio Dino como um dos seus principais incentivadores. Ao mesmo tempo, Flávio Dino divulgou um vídeo convidando para o lançamento da candidatura da deputada federal Eliziane Gama (PPS) no dia 16, gesto que a confirma na chapa governista, eliminando completamente a participação do PT na luta por vagas no Senado. Resta ao PT apostar na vaga de candidato a vice-governador, mas essa pertence ao vice Carlos Brandão, que pelo visto ninguém tira.

Esse jogo de pressão deverá durar até as convenções de julho.

PONTO & CONTRAPONTO

 

Flávio Dino tem o aval de Lula para entrada do PT na coligação

Flávio Dino e Lula da Silva: aliança firme no Maranhão
Flávio Dino e Lula da Silva: aliança firme no corrida eleitoral no Maranhão

O governador Flávio Dino é um dos chefes de Estado que apoiarão a candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT). Ele defendeu essa posição desde que a prisão do ex-presidente começou a deixar de ser uma mera possibilidade, para ser uma verdade. Com a experiência e os conhecimentos como ex-juiz federal, o governador tem dito e repetido, primeiro, que o ex-presidente tem condições legais, a começar pelo fato de que a sua condenação e prisão por causa do tal apartamento no Guarujá, são ilegais e configuram uma aberração jurídica e uma aberração política. Flávio Dino recepcionou Lula com um grande ato político em São Luís, no encerramento da incursão do ex-presidente pelo Nordeste, onde foi ovacionado por onde passou. No seu discurso, Lula da Silva não apenas declarou seu apoio ao governador, afirmando que o PT integrará uma vaga na coligação que dá suporte ao Governo e ao projeto de reeleição do governador Flávio Dino.

 

Escórcio não deve ser candidato a vice na chapa de Roseana

Chiquinho Escórcio: vice de Roseana? Difícil.
Chiquinho Escórcio: vice de Roseana? Muito difícil.

Não deve passar de balão de ensaio a informação segundo a qual o ex-deputado federal Chiquinho Escórcio (MDB) esteja escolhido para ser o candidato a vice-governador na chapa da ex-governadora Roseana Sarney (MDB). Até onde a Coluna conseguiu apurar, Chiquinho Escórcio está se preparando para tentar mais uma vez chegar à Câmara Federal. Empresário da construção civil bem sucedido do Distrito Federal, o ex-suplente de senador Chiquinho Escórcio é cria política do ex-senador Alexandre Costa, que o tinha como uma espécie de “faz tudo”. Com a morte de Alexandre Costa, foi “adotado” pelo então senador José Sarney, a quem segue com fidelidade canina e fervor quase religioso. No caso, a ex-governadora tem preferência pelo senador João Alberto (MDB), cujo mandato se encerra no dia 31 de Dezembro deste ano. Não se duvida de que o ex-presidente José Sarney banque politicamente a candidatura de Chiquinho Escórcio, mas ninguém dúvida também de que haverá muita resistência dentro do Grupo.

São Luís, 08 de Junho de 2018.

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