PSB avaliza Bira do Pindaré para disputar a Prefeitura de São Luís no pleito de 2020

 

Bira do Pindaré chancelado pelo PSB para disputar a prefeitura de São Luís em 2020

Estava escrito no firmamento, mas a confirmação veio bem antes do que era aguardado: o deputado federal Bira do Pindaré será o candidato do PSB à Prefeitura de São Luís em 2019. A decisão foi tomada ontem, em Brasília, numa reunião entre o presidente regional do partido, Luciano Leitoa, atual prefeito de Timon, e o presidente Nacional, Carlos Siqueira. Nenhuma surpresa na reunião, na pauta nem na decisão tomada, a não ser o fato de que o PSB decidiu antecipar o lançamento de Bira do Pindaré à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) e dando a entender que a candidatura do parlamentar será independente da aliança. E no contexto geral dos primeiros preparativos para o pleito, que se realizará daqui a pouco mais de 17 meses, Bira do Pindaré entra na briga com o ar de quem já tem a candidatura como fato consumado, confirmando sua própria sentença segundo a qual para ser candidato basta ter um partido e um mandato como garantia, o que se encaixa perfeitamente no seu perfil.

Há cerca de duas semanas, numa conversa informal no Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa, ao ser indagado sobre se seria candidato a prefeito, o deputado Bira do Pindaré fora taxativo: “Eu sou candidato. Meu nome sempre foi colocado como candidato”, disse, alertando apenas para o fato de que naquele momento ainda não tinha formalizado esse propósito no partido. O que foi decidido na reunião de ontem, realizada sem a sua presença, confirmou a sua previsão, e lançou no cenário que se trata de uma decisão em princípio irrevogável.

O posicionamento do PSB abre caminho para uma série de desdobramentos. O primeiro deles é que, em princípio, pré-candidatura de Bira do Pindaré, já com ar de candidatura, passa ao largo do Palácio dos Leões e do Palácio de la Ravardière, parecendo ser um movimento de Oposição. Além disso, a menos que haja uma reviravolta imprevisível, o candidato Bira do Pindaré irá para o embate sem ter o PDT nem o PCdoB como aliados, uma vez que, não sendo ele o candidato da aliança, pelo menos num primeiro turno terá de enfrentar nas urnas um candidato apoiado pelos dois partidos – O deputado estadual Neto Evangelista (DEM) ou o deputado estadual Duarte Jr. (PCdoB), ou ainda o vereador-presidente Osmar Filho (PDT). Sem conversas prévias com esses dois partidos, o que significa não ter o aval do prefeito Edvaldo Holanda Jr. e do governador Flávio Dino, a pré-candidatura de Bira do Pindaré pode criar um embaraço dentro da grande aliança. Mas ele pode também, numa hipótese muito remota, mas viável, vir a ser o candidato da aliança, caso o governador Flávio Dino e o prefeito Edivaldo Holanda Jr. não consigam um nome que seja bom voto e tenha vontade e habilidade para atrair os partidos aliancistas à sua volta.

Com a desenvoltura de quem já conhece todas as filigranas do poder, Bira do Pindaré dá outra demonstração de que joga no escuro para obter a luz no fim do turno. Sabe que se viabilizar como o nome da aliança é tarefa complicada, uma vez que, ao mês o tempo em que tem aliados, tem também muitos adversários na seara dinista. Isso significa que terá de fazer, sem perder um dia de tempo, um cuidadoso e amplo trabalho de apaziguamento político e pessoal com o objetivo de desfazer a ideia há muito disseminada de que não tem a confiança plena da cúpula da aliança, e mais ainda, é por muitos apontado como arrogante.

Advogado por formação e bancário por profissão, construiu um robusto currículo como militante da ala sindical do PT, que o levou à presidência do poderoso e influente Sindicato dos Bancário. Essa militância intensa lhe proporcionou até aqui uma bem-sucedida carreira política, com dois mandatos de deputado estadual e um de federal em andamento, com o cacife de já ter disputado o Senado em 2006, com votação consagradora em São Luís, onde derrotou o lendário Epitácio Cafeteira. Agora, na esteira de mais de 100 mil votos que o elegeram em 2018, o ex-petista que virou socialista ganha o aval do seu partido para dar a largada com o objetivo de alcançar o Palácio de la Ravardière, numa corrida em que, além do candidato da aliança PDT/PCdoB/DEM, terá de encarar oponentes como o deputado federal Eduardo Braide (ainda sem partido) e o deputado estadual Adriano Sarney (PV).

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Márcio Jerry pede a revisão do acordo sobre Alcântara

Marcio Jerry cobra mais debate sobre o Acordo de Salvaguarda tecnológica sobre uso de Alcântara pelos norte-americanos

O Acordo de Salvaguarda Tecnológica (AST) firmado entre Brasil e Estados Unidos para uso comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) deve ser discutido mais detalhadamente pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara Federal, de modo a que sejam dirimidas todas as dúvidas que ainda restam acerca de aspectos como soberania nacional, área limite do CLA, integridade das comunidades quilombolas da região e intercâmbio tecnológico, de modo a definir com a maior transparência possível se a medida de fato boa para o Brasil. Quem propõe o debate é o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), vice-presidente da Comissão, sob o argumento de que o Governo Bolsonaro apressou a assinatura do AST para dar uma demonstração de boa vontade do presidente Jair Bolsonaro para com os norte-americanos. “Um acordo dessa natureza pode ser bom para o Brasil, inegavelmente, desde que ele não atente contra a soberania nacional, desde que não haja uma lógica de enclave, como houve no passado, e desde que, além de se transformar em dividendos para a comunidade local e para o Maranhão de modo geral, ele possa significar algo importante e estratégico para a política aeroespacial brasileira”, explicou o vice-presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática. Ele propôs que a Comissão crie uma subcomissão espacial para tratar exclusivamente do AST. Márcio Jerry teme que o AST contenha nas suas entrelinhas armadilhas que possam comprometer a soberania do Brasil. Sua argumentação fez com que alguns deputados antes taxativamente favorável ao Acordo com os EUA começassem a fazer indagações sobre diferentes aspectos do documento. E tomou a providência de convidar o ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, para comparecer à Comissão e dar as explicações necessárias para dirimir todas as dúvidas. A iniciativa do deputado Márcio Jerry faz todo sentido, para o Brasil em geral e para o maranhão em particular.

 

Roberto Rocha dá sinais de aproximação com Jair Bolsonaro

Com sorriso largo e visível satisfação, Roberto Rocha emoldura Jair Bolsonaro com o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, durante reunião em Washington

Líder do PSDB no Senado, o senador Roberto Rocha deu – ou pretendeu dar – ontem, nos Estados Unidos, uma demonstração de que está mais próximo do presidente Jair Bolsonaro do que o seu próprio partido. Integrando a banda parlamentar da comitiva presidencial na viagem ao País do Tio Sam, o senador tucano não escondeu o seu entusiasmo para com o presidente a quem o seu partido, se não é Oposição radical, também não se declarou ainda um aliado assumido. O vídeo da presença do presidente em uma reunião aberta mostra o senador visivelmente entusiasmado e preocupado em se posicionar bem ao lado do chefe do Poder Executivo. O semblante do líder do PSDB no Senado é de completa felicidade, causando a impressão de que está muito afinado com o Governo Bolsonaro. O registro fotográfico reforça essa impressão.

 

PSTU não entra na aliança da ultra-esquerda

Uma correção a propósito da nota da Coluna de ontem a respeito dos preparativos da ultra-esquerda para disputar as eleições municipais do ano que vem, especialmente em São Luís. Na nota, a Coluna informou que há um movimento no sentido de unir PSOL, PCB e PSTU numa aliança para lançar candidato a prefeito de São Luís. Tudo confirmado, menos a participação do PSTU, que por divergências profunda com os outros partidos, não seria admitido na aliança. De acordo com a fonte da Coluna, PSOL e PCB não aceitam, por exemplo, que o PSTU não veja o impeachment da presidente Dilma Rou0sseff (PT) como um golpe, entre ouros pontos nervosos de divergência. Daí a aliança só será possível entre PSOL e PCB.

São Luís, 19 de Março de 2019.

 

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