Morte de líder guajajara repercute no mundo, confirma má política do Governo Bolsonaro e reforça ameaça a reservas

Paulino Guajajara: guardião morto em confronto com madeireiros em reserva

A morte do líder indígena Paulo Paulino Guajajara, em confronto com madeireiros, na reserva Araribóia, Sul do Maranhão, na semana passada, aumenta gravemente o clima de tensão que há anos se instalou naquela região, que faz parte da Amazônia Legal, e onde a grilagem de terras indígenas e a exploração bruta de madeira nobre, vem ganhando intensidade com a até agora incompreensível política de afrouxamento posta em prática pelo Governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Paulino Guajajara comandava o “Guardiões da Floresta”, grupo de índios que, na ausência de controle e proteção por parte do Governo Federal, faz o combate direto a madeiros, garimpeiros e outros naquela reserva. O líder assassinado era conhecido e respeitado no Brasil e no mundo por seus esforços de preservação da floresta, divulgados principalmente por ONGs, o que explica a grande repercussão da sua morte, principalmente na Europa, onde estão sediadas as principais organizações ambientalistas do planeta. No confronto, na verdade uma emboscada contra grupo indígena, um madeireiro foi morto e outro líder indígena, Laércio Silva, ferido com um tiro no ombro.

Chama atenção o fato de que a morte de Paulino Guajajara foi uma tragédia anunciada e que poderia ter sido evitada. Primeiro porque o clima de tensão na região vem se acirrando desde a posse do presidente Jair Bolsonaro, que vem desmontando a estrutura das organizações governamentais responsáveis pela política indigenista e ambientais – Funai e Ibama, por exemplo -têm concorrido para aumentar o clima de tensão a forte pressão de políticos da região Sul pela redução da área das reservas indígenas e a ampliação das áreas de alguns municípios, como o de Montes Altos, por exemplo, onde dois terços do território estão dentro da reserva Araribóia. E depois porque, além das constantes denúncias e apelos feitos pelas lideranças indígenas, destacadamente Paulino Guajajara, à Funai e ao Ibama, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular, emitiu seguidos alertas sobre a tensão na reserva Araribóia. E segundo, porque, além das denúncias por  Paulino Guajajara à Funai, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular, emitiu seguidos alertas sobre a tensão na reserva Araribóia, sendo o mais recente uma longa carta ao ministro ao presidente da Funai, em que o secretário Francisco Gonçalves relata a situação e pede providências urgentes para evitar tragédias. O comando da Funai e o Governo Federal como um tudo se fizeram de mortos e a tragédia prevista pelo secretário Francisco Gonçalves aconteceu.

Criticada no Brasil e em todo o mundo, essa política coloca em risco 30 etnias – entre elas Guajajara, Krikati, Awá, Gavião, Canelas e outras – espalhadas em 16 “terras indígenas”, reunindo no total cerca de 250 mil pessoas em centenas de aldeias. Entre esses povos está o Awa-Guajá, um grupo de índios nômades, que não fazem contatos com ninguém de fora do seu mundo, preservando assim uma cultura de séculos e séculos, totalmente integrada à natureza – inúmeros estudos antropológicos indicam que se a reserva for reduzida os Awa-Guajá serão extintos em pouco tempo. A ação Paulino Guajajara e seus “Guardiões da Floresta” é uma das reações às diuturnas invasões às reservas indígenas que preenchem as lacunas abertas pela falta de uma política efetiva e constante de preservação ambiental e respeito à legislação que protege as populações indígenas no País. É sabido que os grupos interessados nessas áreas usam de todos meios violentos – ameaças, agressões físicas, assassinatos, corrupção por dinheiro e estímulo ao tráfico e ao uso de bebidas alcoólicas e drogas em geral – para desagregar e, se possível, exterminar as populações indígenas.

A reação interna e externa à morte do líder guajajara num confronto com madeireiros deu bem a medida do problema. A principal delas é a questão indígena no Brasil, principalmente no que diz respeito às suas reservas, que são o alvo da grande cobiça e disputa. E o Maranhão tem uma situação complicada nesse cenário. Só não está mais grave porque, por determinação do governador Flávio Dio (PCdoB), o Governo do Estado, que não tem responsabilidade formal no problema, tem feito o possível para apoiar os povos indígenas, enfrentando inclusive o mau humor de aliados políticos na região Sul. No fim de semana, o governador anunciou a criação, por decreto, de uma força-tarefa para proteger os índios em áreas onde estão ameaçados. Bem ao contrário do que fez o ministro da Justiça e Segurança pública Sérgio M9r9, que anunciou apenas uma investigação do caso, como se se tratasse de um mero caso de polícia.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Escutec em Imperatriz: três candidatos estão empatados dentro da margem de erro

Escutec vê Assis Ramos, Ildon Marques, Marco Aurélio dentro da margem de erro e Sebastião Madeira com poder de desequilibrar

Pesquisa realizada pelo instituto Escutec no período de 28 a 31 de outubro ouvindo 801 eleitores mostra que neste momento não é possível afirmar com segurança quem de fato lidera a corrida para a Prefeitura de Imperatriz. Os números são os seguintes: o prefeito Assis Ramos (DEM) aparece com 24,50% das intenções de voto, o ex-prefeito Ildon Marques (PSB) desponta em segundo com 23,50%, e o deputado Marco Aurélio (PCdoB) com 22,10%. Só que a margem de erro do levantamento é de 3.45%, para mais ou para menos, o que significa dizer que tecnicamente o cenário é o de um empate técnico, não havendo qualquer garantia a respeito de quem está, de fato, na dianteira.

Cálculos baseados na margem de erro dizem que o prefeito Assis Ramos pode ter entre 21,05% a 27,95% das intenções de voto. Por sua vez, o ex-prefeito Ildon Marques pode ter entre 20,05% a 26,95%. E o deputado Marco Aurélio pode estar navegando entre 18,65% e 25,95% das intenções de voto. No contexto da margem de erro, as posições podem se inverter, porque entre os três a maior diferença se dá entre Assis Ramos (24.5%) e Marco Aurélio (22,1%) é de apenas 2,4%, percentual folgado dentro da margem de erro.

O fator de desequilíbrio entre os três candidatos que “lideram” a corrida é Prefeitura de Imperatriz é o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), que aparece num distante quarto lugar, com 12% das intenções de voto, podendo ter 15,45% e 8.55%, de acordo com a margem de erro. Com esse cacife, Sebastião Madeira pode desequilibrar a disputa, podendo levar o resultado do pleito para onde vier a pender.

Vale lembrar que esse cenário foi encontrado pelo Escutec a 11 meses da eleição, podendo ser considerado uma boa prévia de um resultado que tem ainda mais de 300 dias para ser delineado.

 

Josimar de Maranhãozinho quer PL na disputa em São Luís, com candidato a prefeito ou a vice

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho (foto) estaria decidido a colocar o seu partido, o PL, de qualquer maneira, na corrida eleitoral para a sucessão na Prefeitura de São Luís. Para tanto, estaria trabalhando com duas alternativas, uma lançando um candidato a prefeito, outra indicando o vice de uma chapa viável. Sua estratégia teria dois momentos: até fevereiro do ano que vem estará focado na busca de um bom nome para lançar candidato a prefeito; se não funcionar, partirá para articular a indicação de um candidato a vice. O fato é que espera chegar a abril com essa equação resolvida. E o motivo de tanto empenho é o seu projeto de disputar o Governo do Estado e 2022.

São Luís, 05 de Novembro de 2019.

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