MDB se organiza para disputar prefeituras e eleger bancadas fortes de vereador em todo o estado

Roberto Costa: comando temporário e determinação de unir o MDB antes das eleições municipais do ano que vem

Depois de passar por uma longa fase de assimilação e superação das perdas que sofreu nos últimos tempos e de ter feito uma avaliação isenta do seu papel no cenário político do Maranhão, o MDB começa a se preparar para as eleições municipais do ano que vem com o propósito de dar a volta por cima. O objetivo é recuperar pelo menos parte do espaço perdido nas eleições recentes. Um dos itens principais do seu projeto é disputar as eleições em São Luís com uma chapa forte de candidatos a vereador e, no plano majoritário, brigar pela Prefeitura lançando um candidato de peso, que no momento está entre o juiz federal José Carlos Madeira, que se aposentará em dezembro, e a arquiteta Kátia Bogea, atual presidente nacional do Iphan. O partido também vai entrar na disputa em grandes e pequenos municípios, a começar por Imperatriz, onde pretende concorrer com candidato próprio ou numa aliança em torno de um candidato forte.

No comando dessa operação está o vice-presidente do partido, deputado Roberto Costa, que aos poucos vem assumindo responsabilidades no partido, articulado com o presidente, ex-governador João Alberto, efetuando uma lenta, cuidadosa, mas   efetiva transição. No plano interno, Roberto Costa pretende atuar para juntar todas as forças do partido, de modo a definir um discurso único para que o MDB vá às urnas com uma identidade forte.

O projeto do MDB em São Luís começa com a formação de uma chapa representativa de candidatos a vereador. O partido não está em busca de medalhões que apenas buscam a soma de votos para garantir eleição. Aposta num grupo bem equilibrado de candidatos, pretendendo fazer uma campanha proporcional forte em busca de pelo menos três cadeiras na Câmara Municipal. “Queremos candidatos emedebistas, que, se eleitos, sejam vereadores emedebistas”, avisa Roberto Costa, para quem é inaceitável políticos que detêm mandatos, mas não têm qualquer traço de identidade partidária. “O MDB que estamos reorganizando é um partido com cara, com programa, com discurso e com identidade. E também com comando sério e determinado a resgatar ao máximo o espaço do partido no Maranhão”, acrescentou Roberto Costa, que se encontra no comando interino do partido e vai representa-lo neste fim de semana na convenção nacional da agremiação, em Brasília.

O passo mais ousado que o MDB pretende dar nas eleições do ano que vem é lançar um candidato diferenciado à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT). Avaliou muitas possibilidades e vem fechando o processo de escolha em torno de dois nomes. O primeiro é o juiz federal José Carlos Madeira, que se aposentará daqui a dois meses e nas diversas conversas que teve com comando emedebista, reafirmou sua disposição de filiar-se ao partido se receber a garantir de que terá vaga de candidato a prefeito. Filho de São Luís e respeitado como um magistrado sério, José Carlos Madeira estaria convencido de que, se eleito prefeito, poderia realizar um grande trabalho a favor de São Luís, mesmo não tendo vivência em cargo executivo. Roberto Costa garante que o MDB está de braços abertos para Antônio Carlos Madeira.

O dirigente emedebista admite também articulações no sentido de atrair a arquiteta Kátia Bogea para os quadros do partido, podendo viabilizar sua candidatura ao Palácio de la Ravardière. A atual presidente nacional do Iphan teria, em princípio, reagido negativamente à ideia de entrar na disputa, mas depois, estaria aberta a conversas sem compromissos sobre o assunto. Com visão larga sobre São Luís, principalmente sobre o Centro Histórico, onde vem trabalhando há anos em obras de restauração, e agora, comandando um grande investimento de recuperação e modernização do Centro da Capital, como a remodelação da Praça Deodoro e da Rua Grande, a experiente arquiteta estaria disposta a conversar sobre candidatura. “Para nós será uma honra. Ela será muito bem-vinda”, diz Roberto Costa, que se mostra disposto a levar esse projeto em frente.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roberto Rocha uniu o SD ao atacar Simplício Araújo

Roberto Rocha uniu o SD ao atacar o presidente Simplício Araújo

O senador Roberto Rocha (PSDB) conseguiu uma façanha inacreditável ao atacar, com fortes agressões verbais, o secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, que é também presidente do Solidariedade no Maranhão, num entrevero protagonizado por eles em rede social por causa de diferenças sobre a produção maranhense de cerveja de mandioca. Primeiro, ao disparar contra o secretário, o senador uniu o braço maranhense do partido, contrariando a imagem de dispersão que, via de regra, marca os grupos partidários. Numa reação em cadeia, os deputados Helena Duailibe, Rildo Amaral e Fernando Pessoa, que formam a bancada do Solidariedade na Assembleia Legislativa, incorporaram o espírito partidário e saíram em defesa do presidente do partido, algo pouco comum na cena política estadual. Helena Duailibe saiu da sua habitual postura comedida e conciliadora e criticou com firmeza a atitude do senador, cobrando dele prudência e equilíbrio. Já Rildo Amaral bateu forte, sugerindo ao senador Roberto Rocha que “procure tratamento”. Fernando Pessoa também usou palavras duras contra o senador tucano. Em apoio, reforçaram a reação o deputado Yglésio Moyses (PDT) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), que também foi severo com o senador. Não bastasse a reação dos deputados do SD e aliados em defesa do secretário Simplício Araújo, o senador Roberto Rocha encarou outra situação desagradável: nenhuma voz do PSDB maranhense se levantou em sua defesa. O deputado Wellington do Curso, por exemplo, que não perde oportunidade para criticar o Governo do PCdoB, fazendo seu papel de Oposição, ficou em silêncio no episódio, que causou grande mal-estar no ambiente político estadual.

 

Candidato do Rede, Jeisael Marx entra na corrida à Prefeitura como um fato novo

Jeisael Marx (d) entra no Rede e será candidato com o apoio de Fauzi Beydum

O jornalista Jeisael Marx entra definitivamente no cenário da corrida à Prefeitura de São Luís como um dos quatro aspirantes com situação partidária definida e vaga de candidato garantida. Ele de fato obteve o aval da cúpula nacional do Rede para ser   candidato à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT), contando para isso com o apoio decisivo e entusiasmado do presidente da sigla no Maranhão, o cantor e compositor Fauzi Baydum, apontado inicialmente como o nome a ser lançado.

A candidatura de Jeisael Marx pelo Rede foi um lance muito bem concebido. Para começar, ele entra na disputa com a vantagem de representar um partido limpo, sem vícios, e com ideologia (centro-esquerda), doutrina (fazer política com correção, conforme prega sua criadora Marina Silva) e programa (batalhar pela preservação ambiental e brigar por melhoria das condições de vida de todos, especialmente os excluídos). E a julgar pelo discurso de Jeisael Marx como jornalista militante, os três itens se encaixam perfeitamente na sua visão como político.

Ao sair candidato pelo Rede, fugindo de partidos tradicionais e de siglas caça-níqueis, Jeisael Marx entra na disputa como o que se poderá chamar de “novo”. Com isso, ele entra com uma vantagem excepcional, que se aproveitada com inteligência política, o que ele parece ter se dobra, a julgar pelo que demonstrou até aqui.

São Luís, 03 de Outubro de 2019.

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