Livre do nanico PTC, Edivaldo Jr. ganha a estrutura e a militância do PDT no projeto de reeleição

 

pdt forte
PDT mostrou força no ato de filiação do prefeito Edivaldo Jr.

O ingresso do prefeito Edivaldo Jr. no PDT, no final da semana passada, mexeu radicalmente com a disposição das peças no tabuleiro do jogo político que desaguará na eleição do prefeito de São Luís na guerra eleitoral do ano que vem. De comandante fragilizado do PTC, uma canoa partidária furada e sem qualquer futuro no cenário político nacional e que também não vingou no Maranhão, o prefeito de São Luís saltou para a condição de membro destacado do PDT estadual, que também depois de um período perdido no submundo da vida partidária, renasceu quase das cinzas, recuperando, num único ato, parte expressiva da pujança de outros tempos. Com a mudança, o prefeito Edivaldo Jr. não apenas sufocou a fragilidade partidária, como também se abasteceu fortemente de gás político para encarar as urnas no ano que vem em busca de mais um mandato.

O ingresso no PDT não foi um movimento abrupto, como alguns imaginaram quando foram surpreendidos. Desde o final do ano passado, quando começou a ter certeza de que sairia do marasmo administrativo que enfrentou nos dois primeiros anos de gestão, e diante dos números de pesquisas que o colocavam em terceiro lugar nas preferências do eleitorado, bem atrás da deputada federal Eliziane Gama (PPS) e do deputado federal João Castelo (PSDB), a quem sucedeu, o prefeito Edivaldo Jr. começou a trabalhar em silêncio, tendo como conselheiro político o pai, deputado estadual Edivaldo Holanda, que também deixa o PTC para entrar no PDT.

Havia no meio político uma quase certeza de que o prefeito de São Luís embarcaria no PCdoB, para muitos o seu caminho natural, dado o seu relacionamento político e pessoal com o governador Flávio Dino. O prefeito e seu grupo avaliaram a hipótese de conversão ao comunismo light do partido do governador, e chegou à conclusão de que aquele passo não lhe acrescentaria muito política e eleitoralmente. Daí a opção pelo PDT, a agremiação fundada por Jackson Lago e Neiva Moreira, que a partir de 1988, com a eleição do primeiro a prefeito, criou raízes políticas profundas em São Luís, com a formação de uma militância invejada até pelo PT, também um partido de massa.

O histórico do PDT foi decisivo: três eleições de Jackson Lago prefeito de São Luís (1988, 1996 e 2000) e uma de Tadeu Palácio (2000) e a eleição de Jackson Lago ao Governo do Estado em 2006 se deveram em parte à força e atuação da militância pedetista na Ilha de Upaon Açu. O partido perdeu músculos após a interrupção do governo pedetista e, mais tarde, com a morte de Jackson Lago e, mais recentemente, a de Neiva Moreira. Sem Brizola no plano nacional e sem Jackson e Neiva no tabuleiro estadual, o PDT definhou até a quase indigência, a tal nível que até a família do ex-governador, liderada pela ex-primeira-dama Clay Lago e pelo filho dele Igor Lago, romperam com o partido e se filiaram ao PPS de Eliziane Gama.

Sob a presidência estadual do ex-deputado federal Julião Amin e a municipal do deputado federal Weverton Rocha e o respaldo dos deputados Humberto Coutinho, presidente da Assembleia Legislativa e Valéria Macedo, o PDT conteve o esvaziamento, ganhou alguma robustez e agora voltar a ter, não toda, mas grande parte da musculatura que perdera nos últimos anos. E foram exatamente as conclusões a que chegou, após uma análise cuidadosa, que levou o prefeito Edivaldo Jr. a se converter à nova versão do brizolismo. Ele terá, a partir de agora, a estrutura e, principalmente, a militância do partido ao seu dispor em São Luís. Esses fatores, associados ao seu prestígio político e aos desdobramentos da sua gestão, poderão virar o jogo e enfrentar com segurança a candidatura da deputada popular-socialista com muito mais segurança, o que não seria possível se tivesse permanecido no nanico PTC.

A deputada Eliziane Gama sentiu o baque e, de repente, se deu conta de que a liderança que vem mantendo nas pesquisas não é segura e que a corrida, para valer, começará no início do ano que vem, com todas as pendências partidárias resolvidas.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

Confronto aberto no PSB

roberto rocha-horzAlguma coisa não vai bem no PSB. Na semana passada, o senador Roberto Rocha manifestou interesse de ser candidato a prefeito de São Luís, confirmando com a manifestação o seu afastamento do prefeito Edivaldo Jr., de quem foi vice. No mesmo dia, em outra situação, o deputado estadual Bira do Pindaré, que é secretário de Estado de Ciência e Inovação Tecnológica, também expressou sua vontade de ser candidato ao Palácio de la Ravardière. E numa terceira situação, o deputado federal José Reinaldo Tavares deu declarações defendendo apoio à candidatura da deputada federal Eliziane Gama, numa aliança do PSB com o PPS. Em princípio, as diferenças poderiam mostrar que o PSB é um partido democrático, comportando confronto de opiniões. Mas a verdade é bem mais dura, porque o que ocorre ali é uma guerra interna entre o senador Roberto Rocha e o deputado federal José Reinaldo, fruto de divergências que se aprofundam a cada dia. No meio disso, Bira do Pindaré tenta ocupar um lugar dentro do partido, o que não lhe tem sido fácil.

 

Diferenças no muro dos tucanos

brandão 2-horzAs divergências também estão tensionando o clima dentro do PSDB. Enquanto o chefe estadual dos tucanos, vice-governador Carlos Brandão, defende que o PSDB participe da disputa para a Prefeitura de São Luís integrando uma coligação de apoio ao prefeito Edivaldo Jr., o deputado federal João Castelo defende o lançamento de um candidato a prefeito, no caso ele próprio, que aparece bem situado nas pesquisas. O caldo tende a engrossar no ninho dos tucanos, onde Brandão e Castelo travam uma verdadeira guerra pelo controle do partido. Castelo tem dito a amigos que sua disposição para entrar na briga pela prefeitura está de pé, o que coloca Brandão numa situação delicada, já que a escolha do candidato, que normalmente é feita por acordo, pode acabar numa disputa ferrenha na convenção de junho do ano que vem. E tem mais: também interessado na disputa, o deputado licenciado Neto Evangelista, atual secretário de Estado de Desenvolvimento Social, acompanha atentamente a disputa Brandão/Castelo, esperando um desfecho no qual ele se encaixe bem.

 

São Luís, 01 de Setembro de 2015.

 

 

 

 

 

 

 

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