Como previsto, PSDB e MDB se unem para tentar fragilizar Flávio Dino, que reage chamando o grupo de “máfia”

 

Guerra sucessória: Flávio Dino enfrenta agora a aliança entre Roberto Rocha e Roseana Sarney
Guerra sucessória: Flávio Dino enfrenta agora a aliança entre Roberto Rocha e Roseana Sarney , que devem se unir

Estava escrito nas estrelas que cedo ou tarde o PSDB, liderado pelo senador Roberto Rocha, e o MDB, que representa a linha de frente do Grupo Sarney e do projeto eleitoral da ex-governadora Roseana Sarney, uniriam suas forças contra o governador Flávio Dino (PCdoB). E a brecha que ambos esperavam para estreitar as relações e formar um bloco informal da Oposição apareceu com a lambança engendrada nos escalões intermediários da Polícia Militar, que deu aos chefes oposicionistas a oportunidade que esperavam para sentar à mesma mesa e traçar estratégias para minar o poderoso cacife político do governador Flávio Dino e das forças que lidera. Roseana Sarney, Roberto Rocha e, correndo por fora, Eduardo Braide (PMN), resolveram tirar o máximo de proveito possível dessa situação esdrúxula, tentando colocar sobre Flávio Dino a carapuça de “chefe stalinista”, mesmo sabendo que ela não lhe cabe e que o episódio se esgotará rapidamente e acabará como item secundário a ser mencionado na campanha eleitoral. Fazem, com toda legitimidade, o jogo padrão de quem está por baixo e usa os recursos possíveis, para mudar de posição. O problema, no caso, é que o governador Flávio Dino é um adversário diferenciado, muito preparado e, portanto, duro na queda, nem um pouco parecido, por exemplo, com o ex-governador Jackson Lago (PDT).

O vamos-dar –as-mãos do MDB e do PSDB foi escrito nas estrelas quando o senador Roberto Rocha decidiu deixar o PSB, rompendo com a esquerda, e retornar ao ninho dos tucanos, acomodando-se numa posição de centro-direita, perfeitamente identificada com a do Grupo Sarney. Não o fez como estratégia pessoal, mas por orientação nacional. Primeiro, porque o presidenciável tucano Geraldo Alckmin precisará de um palanque no Maranhão, e depois, porque PSDB e PMDB estão juntos na tormenta do Governo do presidente Michel Temer (MDB). Todas as evidências apontam para uma aliança unindo os dois partidos em algum momento da guerra pelo Palácio do Planalto, e, por via de desdobramento, pelo Palácio dos Leões. Há quem diga que essa união será formada logo agora, com o MDB indicando o vice do tucano Geraldo Alckmin, com Roseana Sarney recebendo um vice tucano. Natural, portanto, que PSDB e MDB se juntem agora na tentativa de frear o embalo do líder comunista rumo à reeleição. O ingresso do ex-governdor e deputado federal José Reinaldo Tavares no PSDB foi a senha mais evidente de que a aliança tucano-emedebista seria apenas uma questão de tempo.

Roberto Rocha e Roseana Sarney enxergaram – ela primeiro, ele em seguida – no suposto esquema de xeretagem a oportunidade para se unirem. Num primeiro momento, a aliança deverá ser informal, com PSDB lançando Roberto Rocha ao Governo do Estado, e o MDB, Roseana Sarney, com o objetivo de dividir a massa eleitoral, torpedear a possibilidade de o governador Flávio Dino de se reeleger no primeiro turno, e levar a eleição para um segundo turno. E nesse caso, o beneficiado terá o apoio do derrotado. Os emedebistas fazem de conta que “isso não existe”, embora os fatos e os movimentos desenhem exatamente esse cenário. Não é sem razão que, recém convertidos ao tucanato, os deputados Graça Paz e Wellington do Curso encontram-se no pelotão de frente do estratagema, assinando os pedidos de Intervenção Federal na área de Segurança Pública do Maranhão e de CPI para investigar o caso, propostos pela Oposição.

Se a Oposição encontrou na lambança da PM uma brecha para atacar e firmar uma aliança ainda informal de MDB e PSDB, O Governo está cuidando de transformar o limão em limonada. E o diferencial desse confronto é exatamente o governador Flávio Dino, cujas credenciais – advogado, ex-juiz federal e deputado federal e titular de um Governo sem mácula – lhe dão substância política, de modo que dificilmente ele escorregará numa casca de banana tão primária, que até aqui só garante aos opositores o direito de fazer grande zoada. Diante dos ataques, feitos por deputados oposicionistas nos mais diversos canais de pressão, o governador tem reagido com palavras duras, classificando de “máfia” os seus adversários, e avisando que não tem medo “desses demônios”. Na Assembleia Legislativa, seus aliados jogam “pesado” contra as ofensiva oposicionistas, tornando o clima animado e, às vezes, tenso, no parlamento estadual.

Os próximos estágios da corrida eleitoral mostrarão se a união MDB-PSDB terá a força que seus chefes estimam e se o governador Flávio Dino continuará explodindo os mísseis adversário em pleno ar, como tem acontecido até aqui.

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Braide não assinou pedidos de intervenção nem de CPI; só pediu para ouvir oficiais da PM

Eduardo Braide: só pediu em requerimento para ouvir oficiais da PM
Eduardo Braide: só pediu em requerimento para ouvir oficiais da PM

O deputado Eduardo Braide (PMN) pediu à Coluna um espaço para fazer três esclarecimentos a respeito do seu envolvimento no movimento criado pela Oposição em reação à suspeita de xeretagem política pela Polícia Militar. O primeiro: ao contrário do que foi divulgado, ele não assinou o pedido de intervenção federal na Segurança Pública do Maranhão. O segundo: não apôs sua assinatura no requerimento que propõe a instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito. Terceiro: sua única iniciativa nesse caso é o requerimento propondo que oficiais da PM sejam ouvidos pela Assembleia Legislativa. Ele acha que o caso “é muito grave”, mas avalia que antes de qualquer contra o Governo do Estado, “é fundamental ouvir os oficiais, que podem dar todas as explicações sobre o assunto”. O parlamentar deixou no ar dúvidas sobre se apoia ou não os pedidos de intervenção e de instalação de CPI, afirmando que só tomará decisão nesse sentido depois de ouvir oficiais sobre a “ordem de espionagem”. Candidato a candidato ao Governo do Estado, Eduardo Braide deixa no ar a impressão de que está alinhado à Oposição no caso, mas só entrará de cabeça, ou não nesse caso, depois de ouvir o depoimento dos oficiais da PM.

 

Nina Melo propõe mais ações para combater violência contra a Mulher

Nina Melo fala em defesa da Mulher na tribuna da Assembleia Legslativa
Nina Melo fala em defesa da Mulher na tribuna da Assembleia Legislativa

Pouco afeita à tribuna, dedicando o seu mandato a ações políticas nos bastidores, a deputada Nina Melo (MDB) fez ontem um pronunciamento para defender uma política mais ampla e efetiva em defesa da Mulher, manifestando também solidariedade à advogada Ludmila Rosa, violentamente agredida pelo companheiro, que se encontrava no Plenário, acompanhada de advogadas. Segue, na íntegra, o pronunciamento da parlamentar emedebista:

Senhoras Deputadas, e Senhores, Deputados, saúdo, de maneira especial, a Doutora Ludmila Rosa e a Doutora Ananda Farias, presidente da Comissão da OAB, mulher e advogada. Sejam muito bem-vindas à Casa do Povo. Todos os representantes de classes das mulheres do Maranhão. Senhor Presidente, estou aqui hoje para me solidarizar ao caso Ludmila, essa jovem colinense, de 27 anos, que teve a sua vida complicada por um fato que aconteceu e que foi repercutido em rede estadual. Ela está aqui no plenário, caros colegas, representando todas as mulheres maranhenses vítimas de violência doméstica. Eu estou aqui para dedicar a minha voz, como sempre, em defesa das Ludmilas, das Marianas, das Marias e das Joanas, para que se faça justiça. Ludmila, você é um exemplo a ser seguido. Parabéns pela sua coragem em denunciar o seu agressor. Parabéns por buscar os seus direitos e conte conosco sempre. Esta Casa Legislativa, que é a Casa do Povo, está aqui para divulgar ainda mais esse caso. Seu medo, sua dor, sua angústia, sua vergonha dói na nossa carne. Nós que acreditamos na justiça acima de tudo, estamos aqui para lutar por ela. Sabemos que ultimamente muitos casos de violência doméstica vêm sendo repercutidos. Casos de feminicídio, a cada duas horas, no Brasil, uma mulher é morta por feminicídio. Parece que estamos em um campo de extermínio. São um milhão e duzentos casos, novos casos no ano de 2016, casos que estão sendo investigados com relação à violência doméstica. E esses casos nós sabemos, Doutora Ananda, que são muito inferiores ao real, ao número real de mulheres que estão sob risco e estão sendo subjugadas. Então fiz uma moção em defesa do caso Ludmila, que serve de aviso para todos os casos das mulheres maranhenses. E gostaria de contar com os 42 deputados desta Casa, que subscrevessem essa moção reafirmando o nosso compromisso com a mulher maranhense e o nosso compromisso com o cumprimento da Lei Maria da Penha. Esse caso especificamente abre um precedente gigante, porque conversando com a Doutora Ananda e ela me dizia que compromete toda uma rede de confiança de proteção à mulher. Isso é muito sério, porque a mulher que vem andando fazer a denúncia ao seu agressor, que vai a um Fórum, a uma Delegacia ela não vai mais acreditar, já que com a “doutora branca” ela não conseguiu ter os seus direitos adquiridos. Dessa forma reitero a colaboração dos meus colegas deputados para que, juntos, possamos assinar essa moção de apoio e para que se faça justiça mais uma vez no nosso Maranhão. É só isso, senhor Presidente.

São Luís, 26 de Abril de 2018.

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