Campanha na TV: Dino faz programa forte com a simbologia dos leões, Roseana mostra sua personalidade política e Maura Jorge ocupa “terceira via”

 

Flávio Dino, Roseana Sarney e Maura Jorge abriram o horário gratuito na TV com bons programas

A abertura da campanha dos candidatos ao Governo do Estado no Rádio e na TV, no início da tarde de sexta-feira (31), foi emblemática. O líder da corrida eleitoral, segundo as pesquisa, o governador Flávio Dino (PCdoB), e o segundo colocado na disputa, ex-governadora Roseana Sarney (MDB), ocuparam seus espaços em grande estilo, enquanto o terceiro colocado, senador Roberto Rocha (PSDB), visto por muitos como “terceira via”, não compareceu à telinha, deixando para o quarto colocado, a ex-prefeita Maura Jorge (PSL), a chance de funcionar como “terceira via” contra os que estão na frente, já que os dois candidatos mais radicais, Odívio Neto (PSOL) e Ramon Zapata (PSTU), não mostraram as garras, um por ausência plena, outro porque preferiu usar o espaço para protestar com a célebre palavra de ordem do seu partido: “Só a luta muda a vida”. A largada dos candidatos a governador reforçou a tendência de polarização entre o governador Flávio Dino, que pleiteia a reeleição, e a ex-governadora Roseana Sarney, que tenta voltar ao poder. Isso porque surpreendeu o fato de o senador Roberto Rocha haver esnobado espaço tão destacado num momento tão importante da campanha, deixando para a ex-prefeita Maura Jorge a oportunidade de enfrentar os dois primeiros com humor escrachado, mas inteligente.

O primeiro programa do governador Flávio Dino foi impecável, a começar pelo fato de que explorou com eficiência a poderosa simbologia política dos leões que guardam a sede do Governo. Abriu com um marcante trecho do histórico discurso de posse que fizera no dia 1º de Janeiro de 2015 na sacada do palácio: “Quero me dirigir aos leões. A esses leões que estão aqui. Vocês nunca mais vão rugir para o povo do Maranhão, porque esse palácio pertence sim, a partir de agora, aos invisíveis, aos esquecidos, aos humildes, àqueles que nada têm, mas que agora têm um governador ao lado dos seus sentimentos, dos seus desejos, dos seus sonhos e dos seus objetivos. Queridos leões, sejam bem vindos à democracia!”. E se transportando para agora, completou: “Hoje são os leões que simbolizam o orgulho de ser maranhense, são os leões dos trabalhadores, são os leões das quebradeiras de coco, são os leões dos empresários que acordam cedo, que lutam, são os leões das pessoas que nós alfabetizamos aos 50, 60 anos de idade, são os leões desses meninos que são leões, que conseguiram vencer. Esses sim, são os leões que fazem com que eu sinta muito orgulho de ter feito esse Governo”.

O programa de Flávio Dino prosseguiu mostrando realizações – contratação de 3.500 mil policiais, criação dos Iemas, implantação de oito grandes hospitais, transformação da antiga casa de veraneio em Casa de Ninar, escolas dignas -, e com o governador fustigando em seguida: “Acabou o tempo do Maranhão ser governado por duas ou três famílias. O Maranhão é governado para toda a família do Maranhão. Há quatro anos escolhemos o caminho da mudança, e hoje temos um governo diferente, feito por todos e para todos”. E seguiu afirmando que tirou do poder uma família “que pensava que o maranhão era uma monarquia”.  E concluiu:

“Quando assumimos encontramos a casa desarrumada. E com Michel Temer, do PMDB, a situação ficou muito ruim. Nós fizemos muito, mas não fizemos tudo. Quatro anos é pouco tempo para resolver problemas que se acumularam por 50 anos. Nenhum Governo é perfeito. O que o cidadão exige é que o cidadão seja sério, honesto e trabalhador. Isso nós somos. É para continuar esse trabalho no Maranhão que peço a oportunidade do segundo mandato, que você renove a sua confiança, que tenha fé no futuro e venha com a gente”.

Num programa de abertura também inteligente, os marqueteiros da ex-governadora Roseana Sarney optaram por explorar a sua figura humana e política, batendo forte na tecla de que ela é “guerreira”. Foram dois minutos e 32 segundos – o menor tempo que ele tem em toda sua trajetória – nos quais foi mostrada de maneira quase mitológica, identificada com pessoal, cultural e politicamente com o povo maranhense, e concluindo com a auto definição de que é um ser essencialmente político, agora também fazendo um inócuo esforço para desgrudar a marca “Sarney” da sua imagem, preferindo ser apenas “Roseana”

“Não sou eu que sou guerreira, é o povo do Maranhão que é guerreiro. Nós todos somos guerreiros, porque nos somos lutadores”, disse, como se estivesse sendo entrevistada. E prosseguiu: “Eu não penso em resolver todos os problemas do Maranhão. Mas eu penso em resolver os problemas mais graves. Penso sim. Eu tenho esse sonho”.

E sinalizou como pretende atuar se eventualmente retornar ao Palácio dos Leões: “Como governadora e, claro, eleita novamente governadora, se tiver obra inacabada, é prioridade, eu vou acabar essas obras. Se tiver programa dando certo, é claro que eu vou continuar”. E explorou uma seara que a favorece nas suas campanhas: “Fica uma palavrinha especial para as mulheres: vamos para a linha de frente, esse é o nosso lugar. Nós temos de lutar pelos nossos direitos. Vamos lutar para conseguir o que a gente quer”.

Sem mostrar obras, mas tendo uma voz de fundo exaltando-a como um mito, o roteiro do programa foi fechado com a candidata emedebista desenhando a se própria: “Sou uma pessoa muito aguerrida. Eu sou uma pessoa que briga pelas suas coisas. Sempre foi assim. Eu sou uma pessoa essencialmente política. Eu tenho a impressão de que essa é a minha missão e que eu nasci para fazer isso”.

Com a inexplicada ausência de Roberto Rocha, coube a Maura Jorge fazer o contraponto aos dois candidatos, recorrendo a uma peça de humor com escracho leve: uma moça numa banca de feira jogando bananas para os outros candidatos, mostrando em seguida a candidata do PSL como a mudança seguida por uma multidão.

O horário eleitoral gratuito no Rádio e na TV foi aberto com programas fortes e ausências significativas, mas não traduziu nem de longe o clima de confronto que já domina as manifestações dos candidatos nas redes sociais. Por isso ninguém se iluda, por que vem chumbo grosso por aí.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Candidatos ao Senado fazem abertura forte e sem tensões no horário eleitoral gratuito

Weverton Rocha abriu o horário eleitoral  na televisão, seguido de Eliziane Gama, Sarney Filho, Edison Lobão e Alexandre Almeida

A arrancada dos candidatos ao Senado da República no Rádio e na TV foi de apresentação, tendo iniciado com Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS), da coligação “Maranhão para Todos”, liderada pelo governador Flávio Dino.

Weverton Rocha abriu a programação recordando sua trajetória de “ser político” desde criança, que passou intensamente pelo movimento estudantil, pela assessoria do governador Jackson Lago – seu padrinho político -, pela assessoria do Ministério do Trabalho até chegar à Câmara Federal, onde foi vice-líder, líder do PDT e agora exerce a liderança da Minoria, tendo frequentado com destaque e em linha de frente nos relatórios de organização que avaliam o desempenho de parlamentares no País. Eliziane Gama, por seu turno, fez uma bela abertura em que foi mostrada como uma mulher de origem humilde, fruto de uma mistura de cores e raças, vencedora, que pretende chegar ao Senado quebrando um tabu de que gente simples e humilde não chega lá”.

Em seguida entraram Sarney Filho (PV) e Edison Lobão (MDB), candidatos ao Senado pela coligação “O Maranhão Quer Mais”, comandada por Roseana Sarney. Sarney Filho se apresentou como um político diferente do grupo a que pertence e se declarando “ficha limpinha”. Destacou sua trajetória como deputado federal de nove mandatos e como ministro do Meio Ambiente nos Governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB), assinalando que sua militância no PV, que na sua avaliação o tornou um político diferente. O senador Edison Lobão abriu sua falta agradecendo o eleitorado maranhense por sua trajetória de deputado federal, governador e senador por quatro mandatos e ministro de Minas e Energia nos Governos de Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT), legitimado, portanto, para pedir votos para novo mandato.

O bloco foi fechado com os candidatos do PSDB ao Senado. José Reinaldo Tavares não participou do programa de abertura ao meio dia, ficando a representação tucana apenas com Alexandre Almeida, que se apresentou como um candidato jovem, mas já experiente pelos dois mandatos de deputado estadual. Falou do seu trabalho parlamentar e se comprometeu a ser um senador atuante e diferenciado.

 

Horário para candidatos a deputado estadual mostra bons resultados

Othelino Neto, Fábio macedo, Daniella Tema, Zé Inácio e Adriano Sarney se destacaram na abertura  da propaganda no horário eleitoral gratuito na TV,

Vários traços e aspectos chamaram atenção no espaço destinado aos candidatos a deputado estadual. O primeiro deles foi a apresentação do deputado estadual Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa, que se mostrou entusiasmado e descontraído, com discurso simples e firme, sustentado na palavra-slogan “Avante”, com a qual deixa claro que pretende ter longa na política. Outro foi o deputado Adriano Sarney (PV), eu usou uma linguagem jovem e descontraída, afirmando que fez “um trabalho legal”, de oposição, no primeiro mandato, e pedido apoio para continuar na Assembleia Legislativa. Destacaram-se também o deputado Zé Inácio (PT), que pediu apoio para sua reeleição, e o deputado Fábio Macedo (PDT), que pareceu muito mais descontraído do que antes, aparecendo ter assimilado o modo de ser político. Entre as novidades, destaque absoluto para a candidata Daniella Tema (DEM), que vem sabendo associar com precisão e eficiência juventude, maturidade, beleza e visão política.

São Luís, 31 de Agosto de 2018.

 

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