Se vierem mesmo ao Maranhão pedir votos para Bolsonaro, Michele e Damares podem perder a viagem

 

Jair Bolsonaro deve mandar Damares Alves e Michele Bolsonaro ao Maranhão, na tentativa de, pelo menos, amenizar a pancada das urnas que recebeu no 1º turno

Informação ainda não confirmada, divulgada ontem na blogosfera, anuncia que a primeira-dama do País, Michele Bolsonaro, e a controvertida ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e senadora eleita pelo Distrito Federal Damares Alves (Republicanos) desembarcarão em breve no Maranhão embaladas por uma missão “quase” impossível: melhorar a performance do presidente Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno da eleição presidencial no estado. Cientes de que não há como virar o resultado do 1º turno, no qual o ex-presidente Lula da Silva (PT) recebeu robustos 68,84% (2.603.454) dos votos válidos, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu das urnas com magérrimos 26,02% (983.861 votos), as duas pontas de lança do bolsonarismo pretendem, pelo menos, amenizar a pancada. A tentativa vem do fasto de que os 1.619.593 votos de vantagem de Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro no Maranhão eliminou a vantagem que o presidente obteve sobre o ex-presidente em São Paulo no 1º turno.

Não se sabe exatamente o que a mulher do presidente e sua enteada política pretendem fazer, mas é provável que a primeira-dama tente seduzir as mulheres insistindo na afirmação de que ele “é imbrochável”, e não é misógino, enquanto a ex-ministra e senadora eleita pode querer ampliar a base de apoio ao presidente entre evangélicos. Difícil imaginar outra agenda para as duas, a começar pelo fato de que as eleições do 1º turno desarrumaram e pulverizaram as frentes bolsonaristas no estado, deixando como saldo a reeleição da deputada Mical Damasceno (PSD), que canta louvores na tribuna da Assembleia Legislativa, por exemplo.

Para começar, o senador Weverton Rocha (PDT) e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSC), ambos candidatos a governador ligados ao bolsonarismo, amargaram derrota, e por conta disso não disseram ainda em que direção se movimentarão no turno decisivo da corrida presidencial. Weverton Rocha fechou-se em copas, sinalizando que tanto faz um quanto outro, preferindo, por enquanto, não se meter na disputa que ganha ares de confronto. Lahesio Bonfim, por sua vez, andou reclamando de não ter sido apoiado por Jair Bolsonaro, sugerindo que não tem maior interesse no futuro da candidatura do “mito” no estado.

Terceiro braço do bolsonarismo no Maranhão, o senador Roberto Rocha (PTB), que amargou uma derrota acachapante para o ex-governador Flávio Dino (PSB), depois de fazer uma campanha em que preferiu não ser muito enfático em relação à candidatura de Jair Bolsonaro, também ainda não foi além de uma declaração de apoio em Brasília, o que eleitoralmente nada significa. Seu desempenho na disputa pela vaga senatorial tirou dele a pele de bolsonarista aguerrido. Até porque as urnas foram muito claras ao informar que a maioria esmagadora dos maranhenses não quer conversa com o atual presidente.

Nesse contexto, não se sabe se, após reelegerem-se, os deputados bolsonaristas Josimar de Maranhãozinho, presidente do PL no estado, e sua mulher Detinha (PL), campeã de votos para a Câmara Federal, e ainda o deputado federal reeleito Aluísio Mendes, que comanda o braço maranhense do PSC, e outros identificados como bolsonaristas, mas que preferiram não entrar em choque com a elástica maioria do eleitorado, estejam dispostos a reforçar candidatura do presidente no Maranhão. É improvável que o deputado federal reeleito Cléber Verde, que preside o Republicanos e foi mandado embora da lista de mais votados, abrace a “causa” bolsonarista e vá para as ruas pedir votos.

O fato é que, se vierem mesmo ao Maranhão movidas por tal objetivo, a primeira-dama Michele Bolsonaro e a senadora eleita Damares Alves certamente serão recepcionadas festivamente por uma fatia de bolsonaristas roxos e fantasiados de verde-amarelo. Poderão participar de eventos com grande quantidade de apoiadores – os evangélicos são craques nisso – e até mesmo obter declarações de apoio entusiasmadas. Mas daí a mudar a inclinação da grande maioria dos eleitores maranhenses existe uma distância imensa, que dificilmente será vencida. E não será nenhuma surpresa se as duas retornarem a Brasília do jeito que chegaram ao Maranhão.

Isso porque, mais do que os monumentais obstáculos já citados, Michele Bolsonaro e Damares encontrarão em território maranhenses uma mobilização gigantesca, liderada pelo senador eleito Flávio Dino (PSB) e pelo governador reeleito Carlos Brandão (PSB) e cujo objetivo é aumentar de 68% para 80% a votação do ex-presidente Lula da Silva no Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lahesio Bonfim não vai entrar de cabeça na campanha de Bolsonaro

Lahesio Bonfim não parece disposto a abraçar a candidatura de Bolsonaro

Do alto dos mais de 800 mil votos que o tornaram o segundo colocado na corrida ao Governo do Estado, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSC) estaria mesmo disposto a não entrar de cabeça na campanha de Jair Bolsonaro (PL) no Maranhão. Lahesio fez uma carreira solo, sem contar com o apoio explícito do presidente-candidato à reeleição. Quando sua candidatura se consolidou, com o indicativo claro de que estava mesmo a caminho de ultrapassar o candidato do PDT, senador Weverton Rocha, Lahesio Bonfim fez uma série de acenos ao Palácio do Planalto, por acreditar que, caso Bolsonaro assumisse sua candidatura, ambos poderiam ter saído das urnas com resultado melhor. Ao contrário do que aspirava Lahesio Bonfim, naquele momento o presidente Jair Bolsonaro ignorou seus acenos e declarou que tinha três candidatos a governador no Maranhão. E acrescentou que não poderia declinar os nomes, só o fazendo se um deles fosse para o 2º turno com o governador Carlos Brandão, o que não aconteceu. A recusa do presidente em declarar foi explicada com o fato de que o senador Weverton Rocha teve como vice – deputado estadual do Hélio Soares, da cúpula do PL no estado. Certo de que nada deve a Jair Bolsonaro pela votação que recebeu, Lahesio Bonfim dificilmente entrará de cabeça na campanha do presidente.

 

Presidência da Câmara, São João e campanha de sucesso incluem Paulo Victor na lista dos prefeituráveis

Paulo Victor já incluído na lista dos prefeituráveis de São Luís

Poucas vezes um vereador de primeiro mandato em São Luís ganhou tanto poder de fogo em apenas dois anos como Paulo Victor (PCdoB). Meses após desembarcar na Câmara Municipal, ele iniciou uma articulação que, meses mais tarde, o transformou em presidente da Casa por aclamação, algo pouco visto ali nos últimos tempos. Eleito presidente, Paulo Victor se licenciou do mandato atendendo a convocação do governador Carlos Brandão para assumir a Secretaria de Estado da Cultura com a missão de realizar o primeiro São João pós-pandemia. O vereador não decepcionou e comandou a realização de uma festança para ninguém botar defeito. E, finalmente, coordenou, com eficiência, a campanha do governador Carlos Brandão em São Luís. Há pouco, ele anunciou que reassumirá o mandato de vereador no final de dezembro, para tomar posse como presidente da Câmara Municipal no dia 1° de janeiro de 2023. Sua projeção meteórica levou a bolsa de especulações a incluí-lo na lista dos possíveis candidatos a enfrentar o poder de fogo do prefeito Eduardo Braide (sem partido) nas urnas em 2024.

São Luís, 11 de Outubro de 2022.

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