Quadros da nova geração se credenciam para assumir o comando do estado nos próximos tempos

 

Othelino Neto, André Fufuca,Juscelino Filho, Pedro Lucas, Márcio Jerry, Marreca Filho, Duarte Jr. Felipe Camarão, Lahesio Bonfim e Carlos Lula: nova geração no poder

As eleições deste ano consolidaram a nova geração de políticos que dará as cartas no tabuleiro político do Maranhão nas próximas décadas. São quadros jovens, saídos, em sua maioria, de famílias políticas influentes, e que fizeram a lição de casa, forjando carreiras até aqui bem-sucedidas, principalmente na seara parlamentar. São quadros com boa formação – médico, advogado, administrador, economista, etc. -, mas que abraçaram a política como profissão, visivelmente determinados a perseguir o “sonho dourado” de um dia chegar ao Palácio dos Leões, onde são tomadas as decisões que formatam o futuro dos mais se sete milhões de maranhenses. A Coluna elencou 10 casos de sucesso nas urnas deste ano. Eles venceram etapas importantes e já poderão tomar decisões mais ousadas nos próximos pleitos. Há quem diga que alguns desses eleitos e reeleitos têm chance de conquistar a faixa do poder nas eleições de 2026, 2030 e 2034. Os donos do futuro político do Maranhão são os seguintes:

Othelino Neto, reeleito para o terceiro mandato consecutivo. Com base política em São Luís, é presidente da Assembleia Legislativa desde janeiro de 2018, participou com destaque da corrida eleitoral deste ano como articulador, tendo atuado como coordenador político da vitoriosa candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao Senado, que teve sua mulher, Ana Paula Lobato (PSB), vice-prefeita de Pinheiro, como primeira suplente.   Jornalista e economista por formação e auditor do Tribunal de Contas do Estado por concurso, tem dois mandatos de deputado estadual e foi eleito para o terceiro com 84.815 votos. Pode obter novo mandato de presidente do Poder Legislativo.

André Fufuca: médico, 33 anos, um mandato de deputado estadual, dois de federal e está eleito para o terceiro com 135.078. Com origem política em Alto Alegre do Pindaré, e presidente do Progressistas no Maranhão, presidiu o partido em âmbito nacional por um período recente, sendo atualmente líder do Progressistas na Câmara Federal. Foi vice-presidente da Câmara Federal (2017/2019). É filho de Fufuca Dantas, ex-deputado estadual e atual prefeito de Alto Alegre do Pindaré. Equilibrado e discreto, já considerado uma raposa como articulador nos bastidores. Há quem o veja disputando a senatória em 2026.

Juscelino Filho: médico, 37 anos, dois mandatos de deputado federal e eleito para o terceiro com 142.419 votos. Esteve em seis partidos antes de assumir o comando estadual do DEM há quatro anos, dividindo hoje a direção do União Brasil no estado. Bem articulado, presidiu comissões importantes da Câmara Federal, tendo sido também relator de matérias de larga repercussão, como a revisão do Código de Trânsito Brasileiro. O grupo que lhe dá suporte aposta que ele disputará a senatória ou o Governo do Estado nas próximas eleições.

Pedro Lucas Fernandes: administrador de empresas, 42 anos, dois mandatos de vereador de São Luís, um mandato de deputado federal e está reeleito com a segunda maior votação: 159.786 votos. É filho de Pedro Fernandes, que foi deputado federal por seis mandatos consecutivos, sendo atualmente prefeito de Arame. Nasceu político no PTB, tendo deixado o partido quando ele caiu nas mãos alucinadas do ex-deputado Roberto Jefferson, ingressando no União Brasil. Sua votação o credencia a projetar voos mais altos.

Márcio Jerry: jornalista, 55 anos, um mandato de deputado federal e reeleito para o segundo com 106.143 votos. Iniciou no PT é hoje preside o PCdoB no Maranhão. Nasceu no Movimento Estudantil, tem longa e intensa trajetória como militante e articulador político, foi o principal coordenador das duas eleições do governador Flávio Dino para o Governo do Estado, 2014 e 2018, atuou no primeiro mandato como opositor ferrenho do presidente Jair Bolsonaro (PL). E foi membro destacado da cúpula do Governo Flávio Dino, atuando como secretário de Comunicação, Articulação Política e das Cidades. É lembrado em todas as rodas de conversa como um quadro forte no grupo político do senador eleito Flávio Dino.

Júnior Marreca Filho: advogado, 30 anos. Preside o Patriotas no Maranhão, eleito para o segundo mandato de deputado federal com 116.146. Ganhou estatura e voo próprio ao tirar ele próprio e o Patriotas da tutela do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). Filho de Júnior Marreca, ex-prefeito de Itapecuru Mirim, tendo se revelado um quadro politicamente articulado nos bastidores na Câmara Federal.

Felipe Camarão: advogado, 40 anos, comandou o Procon, a Secretaria de Administração, a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Educação no Governo Flávio Dino. Só teve dois partidos, o DEM e o PT. Eleito vice-governador, se credenciou para assumir o Governo em 2026, caso o governador Carlos Brandão saia para disputar o Senado ou a Câmara Federal. E com todas condições para o Governo do Estado no próximo pleito.

Duarte Jr.: advogado, 36 anos, deputado estadual e deputado federal eleito com 111.019 votos. Disputou a Prefeitura de São Luís com o prefeito Eduardo Braide (sem partido) no segundo turno. Com largo prestígio nas redes sociais, de onde vem o seu poder político, ganhou a atenção como presidente do Procon, realizando, que transformou numa megaestrutura de prestação de serviços do Governo. Tem amplo horizonte pela frente, começando por disputar de novo a Prefeitura de São Luís em 2024.

Lahesio Bonfim: médico, 44 anos, prefeito reeleito de São Pedro dos Crentes. Surgiu como outsider na disputa pelo Governo do Estado, tendo obtido o segundo lugar, com 857.744 votos. Filiado ao PSC, que no Maranhão é controlado pelo deputado federal Aluísio Mendes. Começou a campanha como um candidato sem chance, saiu das urnas sem eleger-se governador, mas politicamente forte, com cacife para programar seu futuro.

Carlos Lula: advogado, 40 anos, com experiência na Justiça como advogado especializado em direito eleitoral. Disputou seu primeiro mandato para a Assembleia Legislativa com 80 mil votos, credenciando-se para futuros pleitos. Ganhou projeção estadual e nacional como secretário de Saúde, principalmente durante a pandemia, tarefa que realizou com extrema dedicação e competência.

Poucos duvidam de que desse grupo sairão governadores e senadores do Maranhão. O

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Vistos por alguns como “retrocessos”, políticos tarimbados deram o troco com a reeleição de Brandão

Sebastião Madeira, José Reinaldo e Luís Fernando Silva: vitória da experiência

Quando assumiu, no início de abril, e formalizou sua equipe, o governador Carlos Brandão (PSB) nomeou o ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira (PSDB), para a Casa Civil, o ex-prefeito de São José de Ribamar Luís Fernando Silva para a pasta do Planejamento e Orçamento e o ex-governador José Reinaldo Tavares para a Secretaria de Programas Estratégicos, algumas vozes, entre elas o senador Weverton Rocha, então pré-candidato do PDT ao Governo do Estado, classificou a escolha dos três como “retrocesso”, “solução velha” e outros rótulos claramente preconceituosos.

O tempo passou, a corrida eleitoral ganhou corpo, e à medida que o tempo foi passando, as vozes preconceituosas foram se dando conta de tropeçaram na própria língua. É que a equipe do “retrocesso”, sob a coordenação de Sebastião Madeira, que assumiu para valer as prerrogativas de chefe mais importante pasta do Governadoria, que faz a ponte entre o governador e a equipe de Governo e com o resto do mundo institucional.

Apontado como “político do interior”, Sebastião Madeira foi decisivo para manter a máquina a pleno vapor durante os 45 dias em que o governador Carlos Brandão passou em São Paulo cuidando da saúde. Com carta branca do governador e o apoio dos demais secretários, Sebastião Madeira cuidou do Governo e da política com eficiência e se revelou um coordenador hábil e embalado pela experiência de quem foi um dos fundadores do PSDB, exerceu quatro mandatos de deputado federal, presidiu o Instituto Teotônio Vilela (PSDB) e comandou Imperatriz, a segundo maior cidade do Maranhão, por dois mandatos consecutivos.

Com esse lastro, a precisão cirúrgica do médico que é, uma base cultural sólida e o aval do governador Carlos Brandão, o chefe da Casa Civil coordenou as ações do Governo, fez articulações políticas e percorreu milhares de quilômetros representando o chefe do Poder Executivo na inauguração de obras em todas as regiões do Maranhão. Junto com ele, o ex-governador José Reinaldo Tavares e o ex-prefeito ribamarense Luís Fernando Silva mantiveram o Governo nos trilhos e ajudaram decisivamente na vitória retumbante do governador nas urnas

Os que enxergaram neles “retrocesso” e “solução antiga”, foram mandados para casa carregando o peso de dura derrota nas urnas.

 

Aliados de Lula se mobilizam, enquanto os de Bolsonaro ainda não apareceram

Lula da Silva pode ampliar votação; Bolsonaro pode perder votos no MA

Enquanto o ex-presidente Lula da Silva (PT) tem todas as condições de ampliar sua vantagem de 68,84% para 80% dos votos no Maranhão no 2º turno, se depender de aliados políticos eleitos e reeleitos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não melhorará em nada sua performance eleitoral no estado, podendo até encolher os 26,02% que obteve no 1º turno. O senador eleito Flávio Dino (PSB) tem feito verdadeira pregação para mobilizar os aliados do líder petista, de modo que eles saiam a campo em ações efetiva de pedir votos. Tanto que numa fala no comando do PT em São Paulo, o ex-governador mostrou a tez do rosto escurecido explicando que a mudança de cor “é sol quente nas caminhadas por todo o Maranhão”. Não há ainda notícia sobre como estão se organizando as forças bolsonaristas depois da derrota acachapante que o presidente sofreu no Maranhão.

São Luís, 09 de Outubro de 2022.

 

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