São Luís: Se Márcio Jerry entrar, disputará a vaga de candidato com Bira do Pindaré para enfrentar Eduardo Braide

 

Márcio Jerry, Bira do Pindaré e Eduardo Braide: nomes fortes para disputar a sucessão de Edivaldo Holanda Jr. em 2020

Bem antes do que estava previsto pelos observadores mais atentos, a corrida para a Prefeitura de São Luís em 2020 começa a ser desenhada em cores mais fortes, ainda que os donos da palavra final nos diferentes grupos político-partidários não tenham ainda se manifestado com clareza sobre candidaturas. No entanto, declarações dadas aqui e ali por figuras de proa da Situação e da Oposição sinalizam que em pouco tempo o plantel de bons nomes para a disputa, que hoje vai além de uma dúzia, poderá ser enxugado. No campo situacionista, o PDT ainda não fez uma escolha prévia, mas no PSB o martelo já foi batido e o nome é o deputado federal eleito Bira do Pindaré, enquanto no PCdoB, que vem estimulando nomes como o deputado estadual eleito Duarte Jr., as bases foram sacudidas com a declaração do deputado federal eleito Márcio Jerry avisando que poderá vir a colocar seu nome na disputa. Nas duas frentes da Oposição, o deputado federal eleito Eduardo Braide (PMN) já está definido por uma delas, enquanto na outra, o Grupo Sarney, três opções estão postas: o deputado federal Victor Mendes (MDB), o deputado federal eleito Edilázio Jr. (PSD), e o deputado estadual reeleito Adriano Sarney (PV). Nas outras correntes da Oposição, a extrema-esquerda e a extrema-direita lançarão candidatos em breve.

Na frente situacionista, o prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) e o governador Flávio Dino (PCdoB) precisarão de tempo e muita paciência para o jogo de xadrez que levará a um nome de consenso. Nos bastidores, corre que o senador eleito Weverton Rocha (PDT) vai jogar duro para emplacar um candidato do seu partido, mas até agora não apresentou um nome viável, a não ser o dele próprio, o que é improvável. Já o deputado Bira do Pindaré (PSB), que saiu das urnas com 99 mil votos, a maior parte deles em São Luís, já avisou que sua candidatura está posta e é irreversível. Mas a seara situacionista poderá tremer se valer mesmo o aviso dado pelo deputado federal eleito Márcio Jerry – o terceiro mais votado, com 135 mil votos, grande parte na Capital – de que poderá ser candidato . Será um embate interno de grande proporção e cujo desfecho terá de ser consensual, à medida que o comando da Prefeitura de São Luís é item de importância extrema no projeto de poder liderado pelo governador Flávio Dino e que tem o prefeito Edivaldo Holanda Jr. como peça-chave na sucessão estadual em 2022.

Dissidente do PT por não engolir a aliança do partido com o Grupo Sarney e hoje firme no comando do PSB estadual, Bira do Pindaré é tecnicamente preparado, tem rica experiência política e eleitoral e já conhece os caminhos eleitorais da Capital, o que o habilita como um adversário difícil para qualquer candidato da Oposição. Márcio Jerry tem perfil ajustado a um candidato a prefeito da Capital: tem elevado nível técnico e intelectual, acumula sólida experiência política, é profundo conhecedor da geografia eleitoral de São Luís e sabe até onde vão os humores do eleitorado ludovicense. A menos que abram mão desse projeto em favor de Duarte Jr., por exemplo, que também será osso duro de roer se escolhido.

No campo oposicionista, Eduardo Braide, segundo mais votado para a Câmara Federal, com mais de 180 mil votos, boa parte em São Luís, é o principal nome de todas as correntes da Oposição, podendo vir a incorporar as forças do sarneysismo, que pode não lançar candidato e indicar-lhe o vice e/ou contar com o apoio dos aliados do presidente eleito Jair Bolsonaro. O Grupo Sarney ainda tenta cuidar das feridas do pleito de Outubro, mas uma das correntes que o compõe, o MDB,  já trabalha para lançar a candidatura do deputado federal Victor Mendes, que não se reelegeu, mas respondeu dizendo que topa ser o candidato. O Grupo Sarney também dispõe de nomes como o deputado federal eleito Edilázio Jr., que poderá fechar com o PSL de Jair Bolsonaro, caso o grupo do futuro presidente não feche com Eduardo Braide. Ainda no Grupo Sarney é possível o lançamento da candidatura do deputado estadual reeleito Adriano Sarney, defendidas por várias vozes dentro dessa corrente.

Existem nesse contexto uma série de possibilidades, como o deputado estadual reeleito Neto Evangelista (DEM), que já manifestou interesse em ser candidato;  secretário estadual Felipe Camarão (DEM); a arquiteta Kátia Bogea (Iphan), que nem partido tem, e a médica Kátia Lobão (MDB). São nomes com diferentes histórias e cacifes e que dificilmente entrarão nessa guerra sem ter o suporte de uma corrente de peso.

É fato que nesse contexto projetos como o de Bira do Pindaré, o de Márcio Jerry – se vier a ganhar forma -, o de Duarte Jr. serão naturalmente avaliados com prioridade pelo governador Flávio Dino e pelo prefeito Edivaldo Holanda Jr., e que se confirmados, desestimularão outras pretensões. Eles dispõem de estrutura partidária, de cacife político e eleitoral, qualquer que seja o escolhido por consenso. Daí ser impossível ignorar um recado tão direto e definitivo do deputado federal eleito Márcio Jerry avisando que ainda não tem projeto nesse sentido, mas que poderá considerar a possibilidade de uma candidatura ao Palácio de la Ravardière.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton Rocha e Eliziane Gama vão exercer seus mandatos no Senado e dar apoio político a Flávio Dino

Weverton Rocha e Eliziane Gama: fora da disputa pela Prefeitura de São Luís, e apoio a Flávio Dino no Senado

Os senadores eleitos Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS) são levados em conta em quase todos os ainda especulativos cenários da disputa para a Prefeitura de São Luís. Mas numa análise cuidadosa do cenário político nacional, que leve em conta o fato de o Governo Flávio Dino, de esquerda moderada, posicionado no contexto de uma Federação cujo Governo Central será presidido por um político que ainda aponta comunista como comedor de criancinha, é improvável que os dois senadores descuidem dos grandes embates parlamentares esperados para entrar na briga pela Prefeitura de São Luís. Não se discute que Weverton Rocha e Eliziane Gama têm muito do seu próprio mérito para chegar onde chegaram, mas é verdade absoluta que dificilmente seriam eleitos com tanta folga sem o apoio decisivo do governador Flávio Dino. Ao mesmo tempo, é visível que com o fosso político e ideológico que vai separar o Palácio dos Leões do Palácio do Planalto a partir de 1º de Janeiro,  certamente o governador contará com os senadores para defender os interesses do Maranhão na Esplanada dos Ministérios. Além disso, sinais emitidos recentemente indicaram que o senador Weverton Rocha não tem interesse em disputar a Prefeitura de São Luís, uma vez que seu projeto é chegar ao Governo do Estado, podendo ser candidato em 2022 ou em 2030, reservando 2026, na hipótese de não ser candidato daqui a quatro anos, para renovar o mandato senatorial. Já  Eliziane Gama certamente não entrará em rota de colisão com qualquer projeto sucessório embalado por Flávio Dino e Edivaldo Holanda Jr. em São Luís. Há quem diga que a senadora do PPS está determinada a exercer um mandato integralmente e totalmente alinhada ao projeto de poder da aliança liderada pelo governador Flávio Dino. Em resumo: é quase certo que Weverton Rocha e Eliziane Gama não disporão a Prefeitura de São Luís em 2020.

Em Tempo: O “quase” fica por conta das desconcertantes peças que a política costuma apregar.

 

Sarney Filho supera crise com PV e será mesmo secretário de Meio Ambiente do DF

Sarney Filho  será secretário no DF

O deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente Sarney Filho (PV) está confirmado como secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal. Ele superou a crise que sua escolha para o cargo deflagrou dentro do PV do DF e na cúpula nacional do partido, criando as condições políticas que precisava para assumir o cargo sem maiores problemas. Numa articulação discreta, mas eficiente, o parlamentar conversou com os principais líderes verdes e mostrou-lhes que o PV do DF, que apoiou o governador Armando Rollemberg (PSB) contra o candidato Ibaneis Rocha (MDB), que se elegeu em turno único, nada tem a perder e poderá participar do grande desafio que é planejar e colocar em prática uma política de meio-ambiente para a Capital do País, uma ação que está acima de problemas partidários. Existem ainda vozes furiosas contra um nome do PV no secretariado de Ibaneis Rocha, mas a crise já foi superada e o ex-ministro será mesmo secretário de Meio Ambiente do Distrito Federal.

São Luís, 16 de dezembro de 2018.

4 comentários sobre “São Luís: Se Márcio Jerry entrar, disputará a vaga de candidato com Bira do Pindaré para enfrentar Eduardo Braide

  1. Respeito o Victor Mendes, mas no grupo Sarney o único que poderá ser o legítimo representante do grupo é o deputado Adriano. Além de ter obtido uma votação maior que o Victor em Slz, é mais conhecido e tem mais pique para a disputa!

  2. Amigos,esses dois parlamentares pretendem disputar o comando da cidade,até acho natural,o problema é que estão esquecendo de avisar aos eleitores inteligentes da ilha,que não se deixam levar por formadores de opinião e que estamos em São Luis e não no interior do estado. Se fizermos uma pesquisa agora,dois meses depois das eleições,descobrirão que a administração do prefeito está caótica e sem credibilidade. A cidade precisa de um administrador novo sem comprometimento e não políticos comprometidos com grupos e sem a devida capacidade de visão administrativa para gerar oportunidades a um povo carente. No grupo do governador , único que poderia ajuda-lo com sua competência visionária e seu carisma para chegar até a prefeitura é o secretário de Educação do estado ,Felipe Camarão . Todos os outros há alguma coisa que pesa contra e deixam margem para contestação aos adversários.

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