Reação de Assis Ramos a crítica de radialista indica que a disputa em Imperatriz pode ser tensa e complicada

 

Assis Ramos tem seu projeto de reeleição fortemente ameaçado por Marco Aurélio, Clayton Noleto, Sebastião madeira, Rildo Amaral, Ildon Marques e Ribinha Cunha

O entrevero que levou prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (DEM), a espancar, na semana que passou, um radialista que o teria atacado reiteradas vezes, chamando-o de corrupto, pode ter sido um sinal de alerta para o grau de tensão em que se dará a disputa pela Prefeitura da antiga Vila do Frei, hoje o segundo maior colégio eleitoral e a segunda potência econômica do Maranhão entre os municípios. Eleito em 2016 no vácuo de uma sequência inacreditável de erros dos que poderiam ter vencido a eleição, Assis Ramos saiu do birô de uma delegacia de Polícia para se tornar um dos políticos mais promissores do estado, mas uma série de desacertos administrativos e políticos, que culminou com a sua saída do MDB para ingressar no DEM reduziram muito o seu poder de fogo. Mesmo assim, no controle de uma máquina poderosa como é a Prefeitura de Imperatriz, o prefeito Assis Ramos é candidato à reeleição, com tempo para reparar alguns danos e entrar na briga mais turbinado.

O problema de Assis Ramos é que ele entrará na corrida eleitoral contra o candidato do PCdoB, que poderá ser o deputado Professor Marco Aurélio, atual líder do Bloco governista na Assembleia Legislativa, ou o secretário de Estado de Infraestrutura, Clayton Noleto. Os dois são quadros de destaque no núcleo de assessores diretos do governador Flávio Dino e integram também o comando do PCdoB, liderado pelo deputado federal Márcio Jerry. Além de um desses pesos pesados da base governista, Assis Ramos poderá enfrentar ainda candidatos como o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB) – que não confirma, mas também não nega ser pré-candidato -, do empresário Ribinha Cunha (PSC), ex-candidato a vice-governador na chapa de Roseana Sarney (MDB), e também o deputado estadual Rildo Amaral (Solidariedade), que afirma estar no páreo, ou ainda o ex-prefeito Ildon Marques.

Assis Ramos já contabilizou o cenário e sabe que a situação dele é delicada. Para começar, além de dois pré-candidatos fortes – o deputado Professor Marco Aurélio é apontado com o líder em pesquisas informais -, o Palácio dos Leões avalia como muito importante para o Governo ter um aliado no comando da Prefeitura de Imperatriz, tanto do ponto de vista administrativo, quanto na seara política. O eleitorado da Princesa do Tocantins e adjacências é arredio, vota sempre com ares de independência, mas conduzido por um líder de peso, que tenha uma boa relação com o Governo do Estado, poderá ser uma base forte e segura do governador Flávio Dino na região Sul. Professor Marco Aurélio e Clayton Noleto sabem disso, são leais ao governador e nada farão para criar-lhe embaraços naquele importante pedaço do Maranhão. E independentemente de quem venha a ser o candidato governista, juntarão suas forças para vencer a eleição.

Pelo andar da carruagem, Assis Ramos certamente já trabalha com a perspectiva realista de que sozinho e isolado não chegará a lugar algum, e assim não renovará o mandato. Sua possibilidade de reeleição está também na possibilidade de articular uma aliança partidária em torno do seu nome. Sabe que, ao romper com o MDB para entrar no DEM, deixou para trás uma máquina partidária poderosa, que poderá virar-se de vez contra ele na hora do “vamos ver” eleitoral. A cúpula do MDB nunca o teve como um emedebista autêntico, e como não digeriu ainda a sua saída do partido para ingressar no DEM, está querendo vê-lo pelas costas, de preferência derrotado nas urnas.

Investigador profissional, o prefeito de Imperatriz sabe que começou com um passo muito largo, que parece não estar sabendo completar, para poder dar o seguinte. Deve ter-se dado conta de que não será esmurrando críticos agressivos que chegará onde pretende de chegar para seguir em frente na vida política, que no caso dele se apresentou como uma planície cheia de armadilhas, que outros outsiders entusiasmados como ele não conseguem perceber.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia Legislativa autoriza Flávio Dino a contrair empréstimo para pagar precatórios

Flávio Dino está autorizado a contratar empréstimo para pagar precatórios

O governador Flávio Dino está autorizado a contratar empréstimo até o limite de R$ 623.549.278,00 para pagamento exclusivo de precatórios. A autorização veio com a aprovação, ontem, pela Assembleia Legislativa, em segundo turno, do Projeto de Lei nº 129/2019, proposto pelo Poder Executivo. Na Mensagem nº 015,  o governador fundamenta o pedido de autorização com a explicação de que o Poder Executivo precisa desses recursos para  quitar o estoque de precatórios vencidos e que vierem a vencer  até 31 de dezembro de 2024.

Na Mensagem, o governador Flávio Dino responsabilizou diretamente a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) pela situação crítica a que chegou o Estado do Maranhão com o não pagamento de precatórios. “Lembramos que este problema surgiu em face do não pagamento regular de precatórios no período de 2011 a 2014, gerando um grande passivo”, acentuou o governador. E informou que o valor limite para a contratação de empréstimos para pagamento de precatórios foi estimado pela Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), com base os precatórios já vencidos e nos que poderão vencer nesse período.

A base governista se mobilizou e apoiou em peso o Projeto de Lei, mas a Oposição, usando uma série de argumentos, tentou criar obstáculos à aprovação. Votaram contra os apenas dos deputados Adriano Sarney (PV), Wellington do Curso (PSDB) e César Pires (PV). Outro grupo de Oposição, formado pelos deputados Arnaldo Melo (MDB), Roberto Costa (MDB) e Rigo Teles (PV), votaram a favor do projeto, por reconhecer tratar-se de uma medida que vai permitir ao Estado do Maranhão resolver tais pendências sem sofrer pressões da Justiça, que vez por outra ameaça bloquear   contas do Poder Executivo atendendo a ações de credores.

 

Antônio Pereira comemora a decisão de Bolsonaro de manter o povo Gavião Pukobiê confinado numa reserva minúscula em Amarante

Antonio Pereira: por mais terras para bois e menos para índios em Amarante do MA

O deputado Antônio Pereira (DEM) festejou ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa, a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de não permitir a ampliação da Reserva Indígena Governador, no município de Amarante. Ele informou que a decisão foi tomada numa audiência concedida pelo presidente da República à prefeita de Amarante, Joice Marinho (PDT), articulada pelo deputado federal Aloísio Mendes (Avante). Para Antônio Pereira, a decisão beneficia mais de 20 mil pessoas residentes no município, que não perderão a posse de lotes de terra e, consequentemente, manterão suas produções rurais. Pelo menos 1,5 mil propriedades estão fixadas na região que seria ampliada.

Um dos maiores municípios maranhenses em extensão territorial, Amarante tem 7.669 quilômetros quadrados para uma população de aproximadamente 39 mil habitantes. Nesse território,   408.000ha são ocupados pelas reservas indígenas: Araribóia (338.000ha), Governador (41.6432ha) e Reserva Krikati (28.947ha). Em 2010, diante da expansão, multas vezes violenta, da ocupação da terra para pasto de gado – hoje são cerca de 150 mil cabeças -, a Funai decidiu ampliar a área da reserva Governador em 200%, já que o povo Gavião Pukobiê, da etinia Tenetehara, que vive da caça e do extrativismo, está confinado numa área restrita e corre o risco de extinção, segundo os relatórios da Fundação que sustentam o pedido de ampliação territorial da reserva.

A decisão do presidente Jair Bolsonaro, que por ignorância ou  preconceito  detesta reservas indígenas, foi um golpe duro contra o povo Gavião Pukobiê, avalizado pela prefeita Joice Marinho e pelo deputado federal Aloísio Mendes, com o apoio decisivo do deputado Antônio Pereira, para quem vale mais uma área de pasto para 150 mil cabeças de gado do que a sobrevivência de uma cultura ancestral, que por direito natural e universal pé dona da terra. A decisão do presidente contra os Gavião Pukobiê repercutiu negativamente dentro e fora do País.

São Luís, 15 de Maio de 2019.

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