Pesquisa mostra que, somados, Roseana, Rocha, Braide, Maura e Murad não conseguem superar Dino na corrida aos Leões

 

Flávio Dino lidera a corrida, seguido de Roseana Sarney, Eduardo Braide, Roberto Rocha, Maura Jorge e Ricardo Murad
Flávio Dino lidera a corrida para o Palácio dos Leões, seguido de Roseana Sarney, Eduardo Braide, Roberto Rocha, Maura Jorge e Ricardo Murad

 

Os governistas comemoraram em tom equilibrado, os oposicionistas estrilaram pouco e pareceram admitir que a situação está mesmo complicada, e os “sãotomés” da vida continuaram no muro da dúvida. Mas o fato é que a pesquisa do instituto Data Ilha, divulgada na terça-feira (15), apontando vitória do governador Flávio Dino (PCdoB) em turno único, se a eleição fosse agora, embalada por 60,03% dos votos, mais de 30 pontos percentuais sobre a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), com 27,68%, desenhou um cenário ao mesmo tempo realista e plausível nesse momento da corrida ao Palácio dos Leões. O dado diferenciado é a vantagem consistente do deputado Eduardo Braide (PMN), com 6,87%, sobre o senador Roberto Rocha (PSDB), com 2,63%, não sendo, por outro lado, nenhuma novidade a presença da ex-prefeita Maura Jorge (Podemos) e do ex-deputado Ricardo Murad (PRP) na rabeira da fila, ela com 1,48% e ele com 1,18% das intenções de voto, ambos sem qualquer chance de reação. A pesquisa, é claro, não deve ser vista como um quadro definitivo, mas não será exagero ou facciosismo vê-la como a expressão de uma tendência que dificilmente será revertida nos pouco mais de 120 dias que separam os candidatos das urnas.

A liderança do governador Flávio Dino é visível e confirmada por observadores atentos e confiáveis das mais diferentes regiões do Maranhão. E é o resultado de uma construção que reúne a realização de um Governo eficiente, inovador e limpo, e de uma ação política e partidária intensa e legítima, dentro dos limites traçados pela democracia moderna. Daí ser ele visto pelo eleitorado como um líder confiável. E com uma vantagem que o está diferenciando de todos os demais aspirantes ao cargo de governador: não perdeu tempo com blábláblá, montou uma aliança com 14 partidos, definiu sua chapa majoritária e faz uma pré-campanha inteligente, sem abrir a guarda para escorregões, apesar de ser alvo de ataques ferozes partidos das mais diferentes trombetas do Grupo Sarney. Sua liderança, portanto, é sólida, muito difícil de ser minada. E confirmada por nada menos que 60,09% de aprovação do seu Governo, segundo a mesma pesquisa.

No contraponto, a pesquisa encontrou a ex-governadora Roseana Sarney num distante segundo lugar, aparentando a condição de candidato sem muitas condições para reagir e se tornar um adversário de fato preocupante. A pouco mais de quatro meses da eleição, a emedebista continua alimentando dúvida sobre se será mesmo ou não candidata: não definiu ainda as bases de uma coligação para liderar, parece depender de definições da cúpula nacional do MDB, e nas vezes que falou sobre candidatura, não deixou muito claro o seu projeto devotar ao poder. Poder ser uma estratégia para evitar desgastes com embates antecipados, mas pode ser também. E mesmo sendo uma política consolidada em quatro mandatos, no momento tem produzido apenas muitas dúvidas e alguma expectativa, principalmente no seu espectro de apoiadores. Além, a ex-governadora tem pela frente um adversário paralelo, perigoso e implacável: a maior rejeição entre os candidatos.

Em terceiro lugar na preferência do eleitorado, segundo o Data Ilha, o deputado Eduardo Braide aparece na liderança dos aspirantes que tateiam na casa de um só dígito, tendo recebido mais intenções de voto (6.87%) do que Roberto Rocha (2.63%), Maura Jorge (1,40%) e Ricardo Murad (1,18%), o que não chega a ser uma novidade. Braide tem sabido se posicionar no complicado tabuleiro da política maranhense, mostrando também habilidade em tirar proveito da bem sucedida campanha para a Prefeitura de São Luís em 2016. Sabe, porém, que a disputa para o Palácio dos Leões são outros quinhentos, pois o jogo é muito mais amplo, depende de uma base política e não existe espaço para uma aventura.

A situação mais desconfortável apontada pela pesquisa é a do senador Roberto Rocha, um candidato assumido, com suporte de uma candidatura presidencial forte e o lastro de um partido consolidado e talhado para o poder. É evidente que o candidato tucano tem condições políticas e instrumentos partidários para reagir, podendo sair-se bem num embate direto com Eduardo Braide pela liderança do segundo bloco. Mas para isso terá de se posicionar com clareza e se mostrar como parte de um projeto maior do PSDB, que começa com a candidatura de Geraldo Alckmin a presidente. Do contrário, corre o risco de se nivelar por baixo com Maura Jorge e Ricardo Murad, caso eles venham mesmo a ser candidatos.

A conclusão óbvia sugerida pelos números encontrados pelo Data Ilha é a de que o governador Flávio Dino caminha firme para a reeleição.

Em Tempo: Contratada pela TV Difusora, a pesquisa Data Ilha foi realizada nos dias 9 e 10 deste mês, ouviu 2.137 eleitores em 37 cidades e foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral sob o número MA-05944/2018.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lobão será investigado em denúncia contra senadores e garante que provará inocência

Edison Lobão garante que acusação não tem provas
Edison Lobão garante que acusação não tem provas contra ele

Não têm sido bons tempos para o senador Edison Lobão (MDB), que encara o desafio de renovar o mandato nas eleições de Outubro.  Um dia depois de levantar-se da cadeira de rodas sobre a qual se movimentou por várias semanas recuperando-se de uma fratura no fêmur, resultante de um tombo que sofrera em casa, o senador foi alcançado ontem pela notícia de que o ministro-relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edison Fachin, atendendo a pedido da Procuradoria Geral da República, autorizou a abertura de inquérito investigá-lo, juntamente com outros seis senadores do MDB. O objetivo da investigação é confirmar ou não a informação dada pelo ex-senador Sérgio Machado (PMDB) e pelo empresário Joesley Batista e seu empregado e parceiro de trama Ricardo Saud de que a J&F repassou ao grupo senatorial pelo menos R$ 40 milhões na campanha de 2014. De acordo com a procuradora-geral Raquel Dodge, o delator Sérgio Machado disse em delação que “soube” que os senadores, entre eles Edison Lobão, “receberiam” dinheiro da J&F. Na interpretação dos delatores, o dinheiro seria “vantagem indevida” para “manter a unidade no PMDB, já que havia, à época, risco de ruptura, com a perspectiva de integrantes do partido passarem a apoiar formalmente a campanha de Aécio Neves à Presidência da República. O repasse teria sido entregue aos senadores pemedebistas Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA), Romero Jucá (RR), Eunício Oliveira (CE), Vital do Rêgo (PB; hoje ministro do Tribunal de Contas da União), Eduardo Braga (AM), Valdir Raupp (RO), Roberto Requião (PR) e Edison Lobão, “dentre outros”.

O senador Edison Lobão contesta categoricamente o seu envolvimento e garante que isso ficará demonstrado ao final das investigações.

 

Assembleia aprova MP com regra para salário de professores

Plenário teve sessão movimentada, mas conduzida com firmeza pelo presidente Othelino Neto
Plenário teve sessão movimentada com a presença de professores, mas conduzida com firmeza pelo presidente Othelino Neto

A Assembleia Legislativa aprovou ontem a Medida Provisória 272/2018, por meio da qual, com base na Lei Federal 11.738, de 16 de Julho de 2008, o governador Flávio Dino fixou o vencimento-base dos professores da Educação Básica de acordo com o Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério para o ano de 2018, com efeitos financeiros a partir de 1º de janeiro de 2018. Na Mensagem encaminhada à Assembleia Legislativa, o governador diz que a MP “reafirma o compromisso da atual gestão com a valorização dos servidores da educação, essenciais para a sociedade, como formadores das novas gerações, bem como para a melhoria do desempenho e da qualidade dos serviços prestados à população escolar do Estado do Maranhão”.

Comandada com segurança pelo presidente Othelino Neto (PCdoB), a sessão foi animada. É que embalada por um grupo de professores que não seguem a orientação do Sinproessema, a Oposição  tentou de tidas as maneiras turbinar a medida com medidas que aumentariam gastos. O deputado César Pires (PV) e Eduardo Braide (PMN) apresentaram emendas alterando a MP, mas a maioria governista liquidou as duas propostas, não dando margem a qualquer alteração no conteúdo da MP, que passa agora a ter força de lei.

A Oposição jogo pesado para colocar o governador Flávio Dino numa situação desconfortável, chegando a dizer que a MP vai “diminuir” os salários dos professores. Jogo de palavra, porque acontece exatamente o contrário, tendo o líder governista Rogério Cafeteira (DEM) governista demonstrado com números que os professores do Maranhão encontram-se hoje entre os mais bem pagos do País. Tanto que depois da gritaria nas galerias, os professores foram para casa sem demonstrar muita insatisfação, ficando evidente que se tratou na verdade de uma ação política, sem maior argumentação sindical.

E o clima vai continuar assim até as eleições.

São Luís, 17 de Maio de 2018.

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