PCdoB engorda, lança 106 candidatos a prefeito em todo o estado para consolidar o seu projeto de poder

 

dino jerry
Flávio Dino e Marcio Jerry: grandes esforços para fortalecer o PCdoB no Maranhão, coçando por prefeituras

Números divulgados pela Justiça Eleitoral informam que 506 candidatos estão registrados para disputar as 217 Prefeituras do Maranhão e que desses nada menos que 106, o equivalente a 20%, são do PCdoB, o partido do governador Flávio Dino. Essa engorda extraordinária da mais ativa corrente comunista no País ocorre exatamente no Maranhão, não por uma inclinação de boa parte das lideranças municipais para militar na esquerda, mas pela conjugação de dois fatores: o fato de o seu principal líder, Flávio Dino, estar no poder, e a agressiva política de multiplicação de quadros e líderes em todo o estado adota pelo partido sob o comando do secretário de Articulação Política e Comunicação Social, Márcio Jerry. E pelo que se ouve em conversas sobre o cenário da disputa, os chefes do PCdoB estão fazendo contas muito otimistas com relação ao resultado das urnas, certos de que o partido terá uma vitória retumbante nas urnas, como que marcando o sepultamento definitivo de uma velha ordem. Só que na sequência aparecem PSDB (78), PDT (60); PMDB (49), PP (39), PRB (35), PSB (33), PR (30), PSD (27), PV (19), PT (17) e PTB (15), o que nas soma geral do número de candidatos das forças governistas levam a melhor, mas as oposições dão mostras de que estão muito vivas. E poderão fazer um estrago considerável na estrutura política que o governador Flávio Dino está montando no Maranhão.

Há um equívoco recorrente em avaliações que acabam reclamando da atuação mais agressiva desse ou daquele grupo político. Os avaliadores parecem desconhecer, ingenuamente, que o exercício da política é, antes de qualquer outra coisa, a luta pelo poder. E nessa engrenagem partidária o fator imperativo é a conveniência, cuja viabilização só é possível para quem exibe poder eleitoral, que só é expressado pelo desempenho partidário.  E a melhor maneira de multiplicar peso político é vencer uma eleição e assumir o poder. O roteiro é absolutamente simples. A consecução, porém, é tarefa para quem tem a percepção do que é política na sua essência.

A primeira década deste século foi exemplar e emblemática no que diz respeito ao jogo da política. Ao longo de uma década os políticos do Maranhão deu uma demonstração quase didática do que é a gangorra da politica quando o poder muda de mãos. Quando deixou o governo, em abril de 2002, andando sobre as brasas da fogueira acesa pela Operação Lunus, que a tirou da corrida presidencial, a ex-governadora Roseana Sarney ainda liderava um grupo político poderoso, formado por PMDB, DEM, PTB e PV, que juntos detinham a esmagadora maioria dos prefeitos maranhenses. Mas viu esse poder desaparecer por entre os seus dedos num impiedoso processo de desidratação política comandado, primeiro, pelo sucessor José Reinaldo Tavares, que mudaria várias vezes de partido, e depois pelo governador Jackson Lago (PDT), eleito em 2006.

Tendo desembarcado no Palácio dos Leões na esteira de uma eleição histórica e com o propósito varrer o Grupo Sarney do mapa político do Maranhão, Jackson Lago viu em poucos meses o PMDB perder peso, enquanto o seu PDT, então um partido pequeno, ideologicamente definido e rigoroso no acesso aos seus quadros, viveu uma fase incontrolável de engorda sem precedentes sob os fluídos do poder. Mas a reviravolta avassaladora que sofreu em abril de 2009 reverteu o processo em pouco tempo, tendo o PMDB voltado a engordar com a volta ao poder e o PDT emagrecer até quase definhar.

É claro que, embora o processo seja o mesmo, cada caso é um caso e tem suas nuanças. A vez agora é do PCdoB, isso é claro e indiscutível. Sob a liderança do governador Flávio Dino e o comando firme e inconteste do secretário Márcio Jerry, o partido chegou se instalou no Palácio dos Leões com um projeto de poder de médio e longo prazo. O primeiro passo para a viabilização do projeto de poder foi entregar o comando do partido para aliados e simpatizantes em municípios estratégicos com o objetivo de vencer as eleições municipais saindo das urnas como uma grande força partidária. Não pé sem razão que o partido desafiou a lógica e preparou candidatos para disputar metade das Prefeituras – provavelmente um recorde depois da pulverização partidária.

O diferencial na seara governista é o novo PDT, que sob a batuta do deputado federal Weverton Rocha, cresceu na medida certa e deve abocanhar as duas cerejas do bolo: as Prefeituras de São Luís e de Imperatriz, deixando para o aliado mais poderoso Prefeituras como as de Paço do Lumiar, com Domingos Dutra, e de Raposa, com Talita Laci, ambos do PCdoB. Todos com uma verdade latejando: nesse jogo não cabe fracasso.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Senadores maranhenses votarão pelo impedimento de Dilma
trio setatorial
João Alberto, Edison Lobão e Roberto Rocha:posições já definidas no processo de impeachment

Muitas especulações foram publicadas nos últimos dias sobre os votos dos senadores maranhenses no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), cujo julgamento começa hoje. Os senadores João Alberto (PMDB), Edison Lobão (PMDB) e Roberto Rocha (PSB) estão definidos. Os três devem votar pelo impedimento da presidente. Os dois primeiros por imposição partidária, e o terceiro por uma conjugação de alguns fatores. Pemedebistas de proa, com fortes vínculos com a direção partidária e particularmente com o presidente Michel Temer, João Alberto faz parte da Executiva nacional e preside o PMDB no Maranhão, o que torna inviável qualquer gesto seu na direção de salvar a presidente afastada. Foi até onde sua condição política pôde, tendo, assim, dado sua contribuição para a sobrevivência da presidente, o que não será mais possível de agora por diante. Edison Lobão foi ministro de Minas e Energia  no Governo Dilma, mas avalia que não pode mais contrariar o PMDB, como também não acredita na reversão da situação da presidente petista, não lhe restando outra alternativa que não a de votar pelo impedimento, de acordo com a orientação do PMDB, reforçada pelos acenos do presidente Michel Temer. O senador Roberto Rocha vai se definir seguindo a orientação do PSB, que deverá ser pelo impedimento da presidente. Rocha sabe que a sobrevivência do mandato de Dilma turbinará o poder do governador Flávio Dino nos planos estadual e nacional, o que poderá significar o seu isolamento político. Daí ele estar decidido a votar pelo impedimento. É aguardar os votos e conferir.

 

Wellington bate forte na Segurança
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Wellington do Curso: aliado crítico do governo.

Não se sabe se por explosões de indignação, o fato é que, a seu modo, o deputado Wellington do Curso (PP), candidato a prefeito de São Luís, vem disparando chumbo grosso contra o Governo do Estado. O caso mais recente ocorreu terça-feira, quando ele foi à tribuna para lamentar o assassinato de um blogueiros em Edmilson. O deputado fez um discurso forte cobrando policiamento mais intenso do secretório de Estado de Segurança Pública, Jefferson Portella. Wellington bateu forte no Governo, sugerindo que a política de segurança em curso não está resolvendo o problema, mas sim contribuindo para a bandidagem seja mais audaciosa e, assim, cobrando mais investimento em segurança

 

São Luís, 24de Agosto de 2016.

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