Movimento 65: Dino rodará o Brasil com versão ampliada dos Diálogos pelo Maranhão, que o levaram aos Leões

 

Flávio Dino e Lula da Silva: governador tem crédito para fazer aliança ou não

O governador Flávio Dino será o protagonista do PCdoB no projeto por meio do qual o partido levará aos quatro cantos do País o Movimento 65, destinado a mobilizar forças de centro, centro-esquerda e centro-direita na formação de uma ampla frente partidária com o objetivo de criar as condições objetivas para interromper o avanço da direita conservadora e da extrema-direita hoje mobilizada em torno do projeto de poder que tem à frente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O governador do Maranhão, que já vem cumprindo uma movimentada agenda de entrevistas, reuniões, eventos e conversas com o mesmo objetivo, vai agora ampliar o seu raio de ação como figura central desse roteiro político ao mesmo tempo ousado e necessário, principalmente se levado em conta o fato de que as forças de centro se encontram sem norte claro. Nesse contexto, com a autoridade de governante bem-sucedido e líder de uma transição histórica no Maranhão, e que sabe o que diz sobre o Brasil, Flávio Dino vem atuando como uma voz densa, lúcida e confiável, sendo por isso visto como nome talhado para disputar a presidência da República em 2022.

O Movimento 65 – referência ao número do PCdoB -, é a versão, em escala nacional, de um projeto vitorioso levado a cabo, nos anos 2013 e 2014 no Maranhão, pelo então pré-candidato a governador Flávio Dino. Naquele período, sem o mandato de deputado federal – que não renovou em 2010 porque decidira disputar o Governo do Estado -, Flávio Dino colocou em prática o projeto “Diálogos pelo Maranhão”, que o levou a praticamente todos os municípios maranhenses. Foram centenas de reuniões – a grande maioria em praça pública -, nas quais o pré-candidato analisou a situação do estado, apresentou suas propostas básicas de mudança na linha de ação do Estado e ouviu queixas e sugestões de eleitores. Foram meses de cruzada política, de modo que, ao se tornar candidato em julho de 2014, sem nome já liderava amplamente a corrida ao Palácio dos Leões, liderança confirmada nas urnas, com eleição em turno único, tendo recebido 63,5% dos votos válidos, derrotando o empresário e suplente de senador Lobão Filho (PMDB). E por confirmar no Governo a base do seu discurso, foi reeleito em 2018, de novo em turno único, com 65% dos votos válidos, desta vez batendo nas urnas a ex-governadora Roseana Sarney (MDB).

Sob sua liderança, o Movimento 65 tem base de pode ganhar fôlego. Existe, de fato, problema com o nome do partido, porque os descaminhos de parte da esquerda e a ação politicamente daninha da extrema-direita serviram para estigmatizar o substantivo “comunista” em qualquer situação que ele surja. Enquanto a decisão sobre rebatizar ou não o PCdoB não sai, a movimentação de Flávio Dino se torna uma ação partidária e não um projeto solitário de um candidato a candidato a presidente. Esse projeto ganha peso e abrangência à medida que, diante de um cenário em que o ex-presidente Lula da Silva, que tem apoio popular e controla o PT, mas amarga uma situação judicial perigosamente instável, e o ex-ministro Ciro Gomes se move no PDT com picos de agressividade que afastam aliados à esquerda e à direita, Flávio Dino é, de longe, o melhor e mais preparado quadro da esquerda para encarnar com chances de sucesso u8m projeto tão abrangente.

E por mais incrível que possa parecer, o risco de entrave do Movimento 65 está exatamente no PT, onde, até por dever de gratidão, deveria estar a maior fonte de incentivador, se levada em conta a postura e o apoio do PCdoB e do governador como parceiro dos governos petistas e aliado fiel durante a crise se abateu sobre o partido a partir do Mensalão, passando pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016 e a prisão do ex-presidente Lula da Silva em 2018. Diante da evidência de que Lula da Silva foi descortês com Flávio Dino ao tentar minimizar, numa entrevista recente, o seu peso na corrida presidencial, o comando do PT se vê obrigado a reconhecer o papel político do governador, tendo a presidente petista Gleise Hoffman admitido até o eventual apoio do partido a uma eventual candidatura dele ao Palácio do Planalto.

Quem conhece Flávio Dino sabe que ele protagonizará o Movimento 65 confiando no próprio taco, como fez com os Diálogos pelo Maranhão. E deu carto.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PSOL decidirá se lança Franklin Douglas ou faz aliança com PSB por Bira do Pindaré

PSOL vai decidir entre lançar Franklin Douglas ou se aliar com Bira do Pindaré na disputa pela Prefeitura de SL

O braço ludovicense do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) iniciará nesta quarta-feira (29) um ciclo de debates para definir sua participação na corrida à Prefeitura de São Luís. Duas teses serão colocadas em discussão: o lançamento de candidato próprio ou uma aliança com PSB em torno da candidatura do deputado federal Bira do Pindaré. Se a escolha for por entrar na briga com candidato próprio, o nome será o professor universitário Franklin Douglas, do Curso de Comunicação, hoje um dos militantes mais destacados do partido e que não tem   concorrente, já que o outro aspirante a candidato, Noleto Chaves, resolveu retirar seu nome da disputa. Se o partido optar por uma aliança com o PSB, é provável que reivindique a vaga de candidato a vice. A aliança com o PSB não estava nos planos do PSOL, cujo projeto inicial era uma composição com o PCB. A proposta partiu de Bira do Pindaré, que tem inclinado o PSB para uma postura mais à esquerda. O comando do PSOL ouviu a proposta, mas diante do fato de que a ideia da candidatura própria já havia sido posta, decidiu debater internamente, para uma tomada de decisão. É improvável que uma posição já seja definida na reunião de amanhã, mas é possível que o PSOL bata martelo por uma das teses em pouco tempo.

 

Candidato do PDT, Jota Pinto ameaça em Ribamar, mas Eudes Sampaio é forte

Jota Pinto entra forte, mas Eudes Sampaio será páreo duro

O ex-deputado Jota Pinto já é o titular do PDT em São José de Ribamar e, nessa condição, ocupa a posição de pré-candidato do partido à sucessão do prefeito Eudes Sampaio (PTB), que não está nem um pouco disposto a passar o bastão, assumindo aos pouco o candidato a ser batido na briga pelo comando da Cidade do Padroeiro. Não há dúvida de que no comando do PDT Jota Pinto ganha força na disputa. O problema é que, diante de pesquisas que ligaram alerta vermelho, o prefeito Eudes Sampaio resolveu turbinar sua gestão, ganhando cada vez mais espaço na disputa. Nos bastidores da Prefeitura, aliados de Eudes Sampaio já comemoram sua suposta volta à liderança da disputa. O ex-prefeito Luís Fernando Silva, seu principal apoiador diz não ter dúvida de que o prefeito vai se reeleger.

São Luís, 28 de Janeiro de 2020.

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