Flávio Dino critica falta de programa e “transição desencontrada” e se firma como voz da Oposição a Jair Bolsonaro

 

Flávio Dino faz palestra sobre a Brasil atual na Livraria Leonardo Da Vinci e é ouvido com atenção por intelectuais cariocas

Em dois compromissos que cumpriu no Rio de Janeiro, na semana passada, o governador Flávio Dino (PCdoB) fez mais um movimento consistente como a principal voz do campo progressista no cenário pós-eleitoral do País. Numa entrevista ao programa Faixa Livre, da Rádio Bandeirantes fluminense,  reafirmou críticas consistentes ao fato de que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) vai assumir o comando do Brasil sem ter debatido os problemas do País e, numa transição “muito desorganizada” e “muito desencontrada”, sem ter um programa. Depois, numa palestra para intelectuais na Livraria Leonardo Da Vinci, um dos mais importantes redutos culturais cariocas, defendeu enfaticamente as liberdades democráticas e uma escola sem amarras, com ensino denso e liberdade de aprendizagem e de ideias.

À Rádio Bandeirantes, o governador do Maranhão criticou o fato de Jair Bolsonaro ter se tornado presidente sem debater os problemas do País e por isso vem dando demonstrações de que não sabe o que fazer, principalmente em relação aos pobres.  “Na campanha, não houve um debate sobre os problemas reais do Brasil. Nenhum de nós sabe precisamente o que vai acontecer para que haja crescimento da economia, geração de empregos e ampliação de investimentos públicos. Até o momento, não vimos nada que possa significar esse diálogo com as camadas mais pobres do povo”, assinalou o governador.

No encontro com intelectuais, escritores, jornalistas e militantes da área cultural na Livraria Leonardo Da Vinci, atendendo a convite do livreiro Daniel Louzada, proprietário da casa, Flávio Dino analisou o cenário brasileiro de incertezas quanto ao futuro econômico e político do País, assim como foi enfático na defesa de que a educação é a base da transformação. “A educação, não tenho dúvidas, é a causa e a bandeira que o povo concretamente mais compreende, pois está diretamente relacionada ao combate às desigualdades sociais. Por isso defendemos uma escola sem censura, com liberdade de ideias”, afirmou.

Na visão do governador Flávio Dino, a prioridade para o Brasil deve ser a construção de uma agenda progressista e de políticas distributivas. “As conquistas sociais que tivemos, como a mitigação das desigualdades sociais, estão ocultadas no atual cenário. Precisamos reelaborar um programa em torno desse conceito, da defesa da soberania do Brasil, que é uma bandeira fundamental para o nosso desenvolvimento”, enfatizou. Ouvido com atenção redobrada por uma plateia atenta, o governador do Maranhão impressionou os presentes pela sua lucidez e a abrangência dos seus conhecimentos sobre a realidade do País. Muitos passaram a tê-lo como uma referência consistente no cenário político do Brasil.

Os movimentos de Flávio Dino no nebuloso e instável tabuleiro da política nacional se dão num momento em que ele está marcado por um enorme vazio de lideranças. Os graúdos do PT, que pontificaram nas últimas duas décadas, a começar pelo ex-presidente Lula da Silva, estão fora de combate, o mesmo acontecendo com os representantes das demais correntes de esquerda. Hoje, o governador do Maranhão é o único nome do campo progressista que, além de manter liderança incontestável no seu estado, tem voz ativa e respeitada em toda a seara política brasileira. Nesse contexto, e com a responsabilidade de quem tem o aval das urnas, tem sido o mais lúcido e contundente crítico do presidente eleito Jair Bolsonaro, em quem não vê preparo para enfrentar os problemas que estão a desafiá-lo.

Além de cobrar uma agenda positiva do futuro presidente, que inclua uma discussão diferenciada para o Nordeste, e a apresentação de um programa, mínimo que seja, para o País, Flávio Dino tem sido firme nos alertas em defesa das liberdades civis, que parecem correr risco, a julgar pelo discurso do futuro chefe da Nação e seus próceres. Essa postura confirma suas assertivas como governador de um estado pobre e cheio de problemas que estão sendo enfrentados, mas potencialmente rico, e líder destacado de uma corrente da esquerda democrática, que já enxerga nele uma opção com densidade para disputar o Palácio do Planalto em 2022.

Em Tempo: Ainda na Sexta-Feira no Rio de Janeiro, o governador Flávio Dino participou da posse do educador e jurista Joaquim Falcão, na Academia Brasileira de Letras. O novo imortal da ABL, além de pregar uma escola onde se pratica a liberdade de pensar, como jurista é um defensor intransigente do estado democrático de direito pleno.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Com autoridade política, Márcio Jerry afirma que grupo liderado por Flávio Dino vencerá as eleições de 2020

Márcio Jerry: previsão de articulador com sólida experiência

O grupo liderado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e pelo prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) vai eleger o novo prefeito de São Luís. A previsão, feita em tom categórico de quem sabe o que está falando, partiu do presidente regional do PCdoB e deputado federal eleito Márcio Jerry, numa longa entrevista à Rádio Timbira, na última quinta-feira (22). Com um discurso equilibrado, que revela um político amadurecido por longa, pedregosa, mas bem sucedida, trajetória de militância, o ainda secretário de Comunicação e Articulação Política e principal articulador do Governo Flávio Dino avisou que o candidato será escolhido dentro da receita que vem dando certo: os bons nomes que o grupo dispõe e um debate amplo envolvendo todos os líderes da aliança partidária governista, a começar pelo governador e o prefeito da Capital, além dos senadores eleitos Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS), do vice-prefeito Júlio Pinheiro e parlamentares, ele próprio inclusive.

Para Márcio Jerry, a fórmula que aponta os bons caminhos para a disputa política é o debate franco e um bom planejamento. Foi com esses instrumentos que o grupo elegeu Flávio Dino deputado federal em 2006, que disputou sem sucesso a Prefeitura de São Luís em 2008 e o Governo do Estado em 2010. Essas duas maratonas eleitorais, no entanto, ensinaram-lhe o caminho das pedras, de modo que a correção dos erros, os ajustes no planejamento e um amplo debate interno levou ao sucesso em 2012 com a eleição de Edivaldo Holanda Jr, prefeito de São Luís, e em 2014 Flávio Dino governador do Maranhão, com a reeleição do primeiro em 2016 e a do segundo em 2018.

– É um debate em que temos vários e bons nomes e, como outras tantas vezes, saberemos escolher aquele que vai ganhar as eleições em 2020. Uma convicção eu tenho, e pode anotar para me cobrar depois, do mesmo modo que eu disse em 2012, que eu disse em 2016, eu volto a dizer: o nosso grupo vai ganhar a eleição de São Luís em 2020 – assinalou Márcio Jerry, com a autoridade de quem coordenou as quatro campanhas bem sucedidas do grupo.

Na sexta-feira, Márcio Jerry comandou reunião em que o Diretório estadual do PCdoB analisou o panorama político e deu a largada no processo de planejamento visando as eleições municipais de 2020. O objetivo central do partido é manter os resultados obtidos pelo grupo em 2016 – mais de 130 prefeituras, sendo 46 do PCdoB – e se possível ampliar esse cacife. A sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. em São Luís será prioridade, como a disputa pela Prefeitura de Imperatriz, hoje com o MDB.

Gostem ou não seus adversários, o que o presidente do PCdoB diz sobre os caminhos da política maranhense é para ser anotado e usado como referência.

 

Othelino Neto empossa novos integrantes do Parlamento Estudantil e estimula renovação política

Othelino Neto – terceiro na esquerda para a direita – entre os novos deputados estudes do Parlamento Estudantil, empossados para o mandato de 2019

Quem acompanha com atenção o dia a dia da política, atento à sua evolução, sabe que um dos maiores problemas da mais nobre das atividades da civilização é exatamente a formação de quadros, que tornam a sucessão e a alternância processos muito complicados. Daí a importância de qualquer iniciativa que objetive estimular jovens a se tornarem politicamente ativos.

Na sexta-feira, o plenário da Assembleia Legislativa foi palco de um evento indicador de que a política pode se renovar, e com qualidade. Ali, o presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB), ele próprio um jovem que abraçou a política como projeto de vida, empossou 22 jovens estudantes que participarão da edição 2018 do programa Parlamento Estudantil, mantido pela instituição.

O programa proporciona a vivência, pelos estudantes, do processo legislativo e da ação parlamentar, dando-lhes uma noção clara e direta do que representa essa instituição na relação entre os Poderes que garantem a estabilidade da sociedade. Os estudantes deputados recebem informações que os fazem compreender o significado e a importância do Parlamento como instituição representativa da sociedade.

– É fundamental que a juventude tenha, cada vez mais, interesse pela política e por conhecer o Parlamento. Afinal de contas, é aqui que estão representadas as mais diversas variáveis e correntes sociais – disse o presidente da Assembleia Legislativa, chamando a atenção dos estudantes para o momento político por que o País está passando: “Em especial, neste momento que o Brasil vive, de muita intolerância e de risco de retrocesso, no que diz respeito aos direitos adquiridos, é importante que os jovens valorizem a política, como um caminho para que possamos ter um país melhor”.

São Luís, 24 de Novembro de 2018.

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