Anibal Lins protocola o pedido de candidatura ao Governo e gera novo foco de crise na relação do PT com Flávio Dino

 

Anibal Lins (camisa branca), formaliza pré-candidatura na presença do presidente Augusto Lobato e do ex-presidente Raimundo Monteiro
Anibal Lins (camisa branca), formaliza pré-candidatura a governador do Estado na presença do presidente Augusto Lobato e do ex-presidente Raimundo Monteiro

 

O braço maranhense do PT ainda não consolidou o projeto de aliar-se ao PCdoB em torno da candidatura do governador Flávio Dino à reeleição, em que pese a posição já definida pela direção do partido no estado e pela cúpula nacional petista. O mais novo movimento revelador dessa indefinição foi a formalização, ontem, junto à direção estadual, da pré-candidatura do presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado do Maranhão (Sindjus), Anibal Lins, ao Governo do Estado. Anibal Lins divulgou também uma “Carta aberta aos militantes e dirigentes do PT do Maranhão”, na qual justifica sua iniciativa argumentando ser ela um contrapeso ao fato de o governador ter “abandonado” a pré-candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT) para “apoiar” a pré-candidatura de Ciro Gomes (PDT). “Entendo que, se o PCdoB não apoiar, desde o primeiro turno, a candidatura do Presidente Lula à Presidência do Brasil, nas eleições do 07 de Outubro deste ano, não teremos mais qualquer obrigação de reciprocidade no apoio ao candidato do PCdoB ao governo do Maranhão, Flávio Dino”, declara o presidente do Sindjus na sua Carta aos petistas.

Ninguém duvida de que a esmagadora maioria dos petistas maranhenses está alinhada ao projeto de reeleição do governador Flávio Dino. Como também é verdadeira a informação segundo a qual alguns grupos que integram o partido insistem na reivindicação de espaço na chapa majoritária da aliança dinista, fragilizando o entendimento já acerto pelo qual o PT reconhece que a chapa majoritária da aliança dinista já está definida com as candidaturas do vice-governador Carlos Brandão (PRB) à reeleição, e as dos deputados federais Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS), ao Senado, e consolidada após ampla articulação que envolveu todos os partidos, sem, portanto, qualquer possibilidade de uma reversão, embora se saiba que em política nada é definitivo até que as convenções decidam e as urnas falem.

Um dos mais destacados militantes do PT maranhense, reconhecido por sua longa e consistente trajetória no comando do Sindjus, Anibal Lins entra na guerra sucessória como um fator de pressão ao governador Flávio Dino com o objetivo de incluir o PT na chapa majoritária da aliança dinista. O argumento de que a pré-candidatura proposta ontem é uma reação à posição do governador em relação à corrida presidencial não faz muito sentido. Para começar, o governador Flávio Dino foi um dos primeiros líderes de expressão na esquerda a defender a candidatura do ex-presidente Lula, mesmo com ele preso. Depois com a autoridade de ex-juiz federal e de um dos mais importantes líderes do seu campo ideológico, Flávio Dino avaliou, como muitos outros, que na impossibilidade de Lula da Silva vir a ser candidato, o caminho mais coerente da esquerda moderada é unir suas forças em torno de um candidato, que poderá ser o pedetista Ciro Gomes ou o petista Fernando Hadade, nome preferência do ex-presidente, que está preso.

Nesse contexto, é natural que o PT, com o cacife que tem como partido, pressione o governador para viabilizar projeto de emplacar um nome na chapa majoritária da aliança governista. Mas fazê-lo registrando uma pré-candidatura ao Governo do Estado é quase uma declaração de guerra a um aliado de primeira hora, que jogou todo o peso do seu prestígio e correu todos os riscos políticos atuando na linha de frente da defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) e no front da dura reação à condenação e a prisão do ex-presidente Lula da Silva. Afinal, Anibal Lins sabe que confirmar o gesto pode abrir uma frente de crise que em nada beneficia o PT, e que a possibilidade de viabilizar política e eleitoralmente uma candidatura ao Governo do Estado no cenário atual com esse objetivo é como disparar um tiro no próprio pé.

As observações não invalidam a legitimidade política do gesto do sindicalista Anibal Lins, que é um político experiente e deve saber onde pisa. Mas também não o protegem de uma reação dura por parte dos aliados, que já têm a aliança e as candidaturas majoritárias com o fatos consumados.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roseana Sarney visita Caxias sem Fábio Gentil e Timon sem Alexandre Almeida

Roseana Sarney ao lado de Socorro Waquim (blusa vermelha), em reunião com Sarney Filho, Edilázio Jr. e Edison Lobão em Timon
Roseana Sarney ao lado de Socorro Waquim (blusa vermelha), em reunião com Sarney Filho, Edilázio Jr. e Edison Lobão em Timon

A passagem da ex-governadora Roseana Sarney por Timon, ontem, mostrou que ali ela contará com o apoio da ex-prefeita Socorro Waquim (MDB). Isso porque o outro grupo importante que a apoiava, liderado pelo deputado Alexandre Almeida, passou a apoiar a candidatura do senador Roberto Rocha depois que o parlamentar filiou-se ao PSDB para disputar uma vaga no Senado. Antes, em Caxias, por onde passou também com a “Caravana da Guerreira”, Roseana Sarney viu sua base política e eleitoral sofrer um duro emagrecimento com a decisão do prefeito Fábio Gentil (PRB) de apoiar a reeleição do governador Flávio Dino. Na Princesa do Sertão, o Grupo Sarney, que já contou com o apoio das três grandes correntes, conta agora apenas com o ex-prefeito Paulo Marinho (MDB).

 

Marco Aurélio teve atuação decisiva na criação do Curso de Medicina na Uemasul

Marco Aurélio: "padrinho" da Uemasul
Marco Aurélio: “padrinho” da Uemasul

Hoje uma realidade indiscutível, apesar dos imensos desafios que ainda enfrenta para se estabilizar como uma instituição sólida, a Uemasul tem um pai, o governador Flávio Dino, que a anunciou como compromisso durante a campanha eleitoral de 2014 e a concretizou de maneira definitiva e irreversível. E tem um padrinho, também indiscutível, o deputado Marco Aurélio (PCdoB), visto por todos como o maior incentivador do projeto depois do governador. Nesta semana, o parlamentar governista deu o passo mais ambicioso para fortalecer aquela instituição universitária sediada em Imperatriz. Marco Aurélio teve aprovado projeto de sua autoria criando nada menos que um Curso de Medicina na Uemasul. Já garantido pelo Ministério da Educação, a instalação do Curso de Medicina na Uemasul dependia de autorização da Assembleia Legislativa para se tornar uma realidade. Além de ser o autor do projeto, o deputado Marco Aurélio acompanhou sua tramitação e atuou nas comissões técnicas da Casa e fazendo uma defesa densa e entusiasmada no encaminhamento da votação no plenário, vibrando intensamente quando projeto foi aprovado por unanimidade. Com a instalação do Curso de Medicina na Uemasul, Imperatriz será definitivamente transformada no mais importante polo universitário da região. E não há dúvida de que o deputado Marco Aurélio tem participação ativa e decisiva nesse processo.

São Luís, 06 de Julho de 2018.

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