Arquivos mensais: setembro 2022

Lula resistiu ao ataque violento de 5 adversários e Bolsonaro não foi além do auxílio e dos combustíveis

 

Jair Bolsonaro atacou forte, mas Lula da Silva reagiu duro, com munição pesada

O debate de ontem entre os candidatos a presidente da República provavelmente pouco ou nada alterou no quadro de preferências do eleitorado maranhense, e dificilmente terá causado maiores entusiasmos nos aliados em disputa pelo Governo do Estado e pelo Senado. Mesmo enfrentando todos os demais candidatos, o ex-presidente Lula da Silva (PT) conseguiu reagir a cada ataque no tom certo, mantendo sua posição como referência para a chapa Carlos Brandão/Flávio Dino (PSB), que, como a dele com Geraldo Alckmin (PSB), lidera as intenções de voto no Maranhão. O candidato Weverton Rocha (PDT), mais próximo do presidente Jair Bolsonaro (PL), uma vez que tem um vice do PL, o deputado estadual Hélio Soares, certamente mão gostou de nada do que assistiu: o aliado sem propostas, sustentando seu projeto de reeleição no Auxílio Brasil e no preço dos combustíveis e sendo “auxiliado” pelo candidato do PTB, Padre Kelmon, que entrou definitivamente para o folclore político do País. Se já não queria conversa com Ciro Gomes como candidato do seu partido, o senador Weverton Rocha deve ter ficado mais distante dele, devido ao seu comportamento em relação a Lula da Silva no debate de ontem.

Ciro Gomes iniciou sua participação no debate disparando fogo pesado contra Lula da Silva, devendo ter confirmado a sua condição de isolamento no contexto dos candidatos ao Governo do Maranhão. O candidato do PDT deixou no ar a impressão de que escolhera o líder petista como alvo preferencial, mesmo sabendo que com isso não conseguiria reverter o quadro, optando pela estratégia de “estragá-lo”. Isso ficou claro à medida que Ciro Gomes foi muito mais duro com o Lula da Silva do que com o presidente Jair Bolsonaro, em quem bateu, mas sem a vontade de destruir com que atacou o líder do PT. Tanto que num dado momento o ex-presidente rebateu no mesmo tom.

Simone Tebet (MDB), Felipe Ávila (Novo) e Soraya Thronike União Brasil) também escolheram Lula da Silva como adversário preferencial, embora tenham disparado fogo pesado contra Jair Bolsonaro. A candidata emedebista bateu forte no ex-presidente, mas num tom mais respeitoso do que atacou o atual presidente, a quem acusou de corrupção e de genocídio, e chamou de mentiroso, de maneira enfática em vários momentos. Também a candidata do União Brasil jogou pesado com o presidente, chamando-o de mentiroso várias vezes, tendo também atacado fortemente o PT, poupando a pessoa do ex-presidente da República. Soraya Thronike travou um duro bate-boca com Jair Bolsonaro, com forte troca de acusações. Mesmo tendo atacado Jair Bolsonaro e seu governo, Felipe D`Ávila deixou muito clara sua proximidade ideológica com o presidente, tendo muito mais duro com o ex-presidente Lula da Silva.

Beneficiada pelas circunstâncias e usando o preparo já demonstrado durante a campanha, a candidata emedebista Simone Tebet teve um bom desempenho, bem melhor do que o de Ciro Gomes, por exemplo, atuando como oposição a Jair Bolsonaro e como adversária de Lula da Silva, mas dentro de um padrão civilizado de confronto político. Soraya Thronike, até por limitação mesmo, não foi muito convincente, embora tenha sido coerente com o seu discurso em favor do imposto único e no embate com Jair Bolsonaro.

Numa visão realista sobre desempenho, é justo afirmar que, mesmo apanhando de todos os demais candidatos, o ex-presidente Lula da Silva sobreviveu e, se não acrescentou pontos à sua já elástica vantagem na preferência do eleitorado, certamente não perdeu votos, principalmente no Maranhão, onde deve vencer com grande folga. Jair Bolsonaro iniciou o debate disposto a destruir Lula da Silva, mas foi rebatido com fogo pesado, e mesmo com o socorro de Padre Kelmon e com a oposição suave do candidato do Novo, saiu do debate menor do que entrou, pelo simples fato de que tentou vender um governo criticado por quase todos e não disse uma palavra sobre o que pretende realizar se conseguir a reeleição.

No geral, a impressão que ficou foi a de que Ciro Gomes foi o grande perdedor, principalmente pela maneira agressiva com que tratou o ex-presidente Lula da Silva, de quem foi ministro durante três anos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Apoiadores de Lula no Maranhão foram dormir sem trauma, os de Bolsonaro, nem tanto

Carlos Brandão e Flávio Dino foram dormir aliviados; Weverton Rocha e Roberto Rocha foram para cama mais preocupados

O debate de ontem definiu de vez o posicionamento dos candidatos a governador do Maranhão em relação aos candidatos a presidente da República. Deu ao governador Carlos Brandão (PSB), candidato à reeleição, e ao ex-governador Flávio Dino (PSB), candidato ao Senado, a certeza de que a candidatura do ex-presidente Lula da Silva é a que tem mais densidade e pode ser mesmo vitoriosa neste domingo. O senador Weverton Rocha (PDT) deve ter ido dormir com a sensação de que seu candidato mais próximo do seu projeto de poder, o presidente Jair Bolsonaro, pode ter perdido a chance de virar o jogo, e que o candidato do seu partido, Ciro Gomes, teve sua candidatura sepultada. O sofrível desempenho de Jair Bolsonaro deve ter também levado Lahesio Bonfim (PSC) a profunda reflexão antes de dormir. O mesmo deve ter acontecido com o senador Roberto Rocha em relação a Jair Bolsonaro, mas principalmente em relação a Padre Kelmon, que em nada ajudaram sua candidatura à reeleição.

 

Padre Kelmon foi o destaque mambembe do debate

Padre Kelmon: uma aberração na corrida presidencial

Padre Kelmon, candidato do PTB, que no Maranhão tem o senador Roberto Rocha, candidato à reeleição, como aliado partidário – embora passem a impressão de que desconhecem a existência um do outro -, foi o “diferencial” do debate. Como que saído de um folhetim, conseguiu a proeza de reunir um laranja despreparado, um pau-mandado sem decência, um bobo de corte, um oportunista, um boi-de-piranha e um palhaço de circo mambembe em um só personagem.  Um “padre de festa junina”, ou seja, uma piada, como o definiu a candidata Soraia Thronike. Tudo com um só objetivo: atacar Lula da Silva, atuando como linha-auxiliar do presidente Jair Bolsonaro. Seu papel tem sido óbvio ululante, inclusive quando usa a cara-de-pau para reclamar de estar sendo “desrespeitado como sacerdote”. Não foi sem razão que, impedido de ser candidato por ser condenado por corrupção, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, o escolheu para ser o para-choque do presidente nessa corrida.

São Luís, 30 de Setembro de 2022.

Brandão é confirmado líder na guerra de pesquisas travada por Weverton, Lahesio e Edivaldo Jr.

 

Carlos Brandão liderra todas as pesquisas em que Weverton Rocha, Lahesio Bonfim e Edivaldo Jr. divergem fortemente, com posições diferenciadas

Às vésperas das eleições, uma guerra de números, travada pelos candidatos Weverton Rocha (PDT), Lahesio Bonfim (PSC) e Edivaldo Holanda Jr. (PSD) pelo segundo lugar nas preferências do eleitorado, vem sacudindo os bastidores da disputa pelo Governo do Estado. Essa posição garante vaga num eventual segundo turno, mesmo sendo visível uma forte tendência de que a disputa pelo Palácio dos Leões pode ser resolvida já no primeiro turno com a reeleição do governador Carlos Brandão (PSB), franco favorito na corrida, segundo todas as pesquisas. Essa guerra, marcada por outra guerra, a de informação e da desinformação, certamente será alimentada até sábado (01/10), quando o instituto Ipec (ex-Ibope), contratado pela TV Mirante, dará a palavra final sobre previsão de como deve ser o resultado da corrida aos Leões.

A guerra dos números atingiu primeiro a pesquisa Econométrica, que prevê a possibilidade de o governador Carlos Brandão ser reeleito no primeiro turno, tendo o candidato Lahesio Bonfim em segundo lugar, tornando-o seu adversário na hipótese de uma segunda rodada. O levantamento deveria ter sido divulgado na segunda-feira, mas foi embargada na Justiça pelo QG do senador Weverton Rocha. O tiro saiu pela culatra, uma vez que a Justiça liberou a divulgação dos números na terça-feira, com impacto direto no debate entre os candidatos na TV Mirante, no qual o candidato do PDT sofreu um pesado bombardeio de perguntas incômodas.

Logo após o debate, que foi marcado por um confronto direto entre os candidatos do PDT, do PSC e do PSD, o instituto Exata, contratado pela TV Difusora, acusada por muitos de ser linha auxiliar do candidato do PDT, divulgou uma pesquisa confirmando liderança folgada do governador Carlos Brandão, mas sem previsão de turno único, e apontando o senador Weverton Rocha em segundo, onze passos atrás do líder, mas nove passos à frente de Lahesio Bonfim. No dia anterior, o QG do senador pedetista tentara interceptar uma pesquisa do instituto Scala, com base no Tocantins, contratado por Lahesio Bonfim, informando que o candidato do PSC estaria em segundo lugar, confirmando a informação do Econométrica.

E para incrementar mais ainda a guerra de números, o mundo político foi surpreendido pelas redes de WhatsApp, na terça-feira, com a divulgação de uma pesquisa do instituto Percent Brasil, de Mato Grosso do Sul, apontando a liderança do governador Carlos Brandão, mas com o candidato Edivaldo Holanda Jr. em segundo lugar, com Lahesio Bonfim em terceiro e, para espanto de todos, Weverton Rocha na quarta posição. A tal pesquisa foi amplamente divulgada nas redes sociais e duramente contestada, tanto pelo QG de Lahesio Bonfim, quanto pelo comando da campanha de Weverton Rocha. E como não poderia deixar de ser, partidários de Edivaldo Holanda Jr. fizeram festa com tal informação, causando perplexidade em muitos observadores.

Chama a atenção o fato de que, independentemente dos seus financiadores, todas as pesquisas apontaram a liderança, ampla e sólida, do governador Carlos Brandão. Nesse ambiente, uma prevendo a possibilidade da sua reeleição em turno único, outras lhe dando percentuais mais modestos, mas robustos o suficiente para vencer a disputa no primeiro e no segundo turno. Outro ponto destacado é a posição do senador Weverton Rocha, que parecia consolidada, mas foi agora colocada em xeque pela pesquisa Econométrica e por uma do instituto tocantino Scala, as quais, mesmo com percentuais diferentes, o encontraram atrás do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, aumentando a incerteza nas suas hostes.

A eleição para o Governo do Estado está decidida? Não é possível afirmar que sim ou que não com total segurança. Mas a julgar pelo histórico de pesquisas divulgadas nessa campanha, não restam dúvidas de que o governador Carlos Brandão é o candidato mais viável, que cresceu compassadamente, mas com firmeza, credenciando-se à renovação do mandato. Com o apoio determinado e politicamente correto do ex-governador Flávio Dino (PSB), candidato favorito ao Senado, e do ex-presidente Lula da Silva (PT), favorito ao Palácio do Planalto, não será surpresa se sua eleição se der em turno único.

Lembrando que o eleitorado tem seus caprichos e seus momentos de imprevisibilidade.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Firmeza, surpresa e indiferença no encerramento da campanha no rádio e na TV

Flávio Dino fez encerramento sereno; Roberto Rocha se despediu abatido por causa da doença do seu filho

A campanha eleitoral no rádio e na TV foi encerrada ontem. Entre os candidatos ao Palácio dos Leões, o governador Carlos Brandão cumpriu rigorosamente a etapa final do roteiro fazendo um discurso de encerramento, com pedido de votos e fechado com a participação do ex-presidente Lula da Silva, que reforçou o aval à sua candidatura. Weverton Rocha remontou algumas falas e repetiu que se eleito não terá problema de conviver com Lula da Silva ou com Jair Bolsonaro, não mencionando Ciro Gomes, candidato do seu partido. O loquaz Simplício Araújo se despediu sem fala, apenas exibindo uma bandeira do Maranhão. Edivaldo Holanda Jr. se despediu pedindo votos. Lahesio Bonfim e Enilton Rodrigues ignoraram o encerramento repetindo programas já batidos.

No caso dos candidatos ao Senado, o encerramento da campanha foi marcado por uma surpreendente diferença. Primeiro, o ex-governador Flávio Dino encerrou sua campanha para cima, com serena segurança, fazendo um balanço do seu período de Governo e associando seu projeto eleitoral ao do governador Carlos Brandão, dando o sentido pleno de unidade partidária e harmonia política.

O senador Roberto Rocha (PTB) surpreendeu ao encerrar sua campanha com o anúncio de que estava seguindo para São Paulo para dar assistência a seu filho, que enfrenta um câncer e encontra-se internado em estado preocupante. Visivelmente abatido, o senador fez uma fala emocionalmente forte e em cuja conclusão afirmou que sua campanha pela reeleição “segue firme”.

Alguns candidatos a deputado estadual compreenderam a importância do encerramento da campanha e focaram suas mensagens no assunto, fazendo um último pedido de voto. O MDB usou a criatividade e reuniu numa foto os seus pouco mais de vinte candidatos à Assembleia Legislativa, com uma oportuna mensagem pedindo a eleição deles.

A maioria dos candidatos e seus partidos não deu a devida importância ao encerramento da campanha.

 

Daniella X Claudia: quem leva a melhor em Caxias?

Daniella Meneses e Claudia Menezes: disputa acirrada por votos em Caxias

Uma disputa acirrada está sendo travada em Caxias na corrida à Assembleia Legislativa. De um lado, Claudia Coutinho (PDT), mulher do prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho (PDT). De outro, Daniella Meneses (PSB), deputada estadual apoiada pelo prefeito Fábio Gentil (PP), seu namorado.

Claudia Coutinho foi a escolhida pela Família Coutinho para substituir a deputada Cleide Coutinho, que decidiu se aposentar da vida parlamentar e conta com o apoio do senador Weverton Rocha. Politicamente atuante, Claudia Coutinho tem sido o principal esteio da gestão do seu marido na Prefeitura de Matões, mas com ligação política umbilical com Caxias.

Integrada à base do governador Carlos Brandão, a deputada Daniella, como é chamada, tem origem política em Presidente Dutra, foi muito bem votada em Tuntum, mas devido ao rompimento conjugal com o ex-prefeito tuntuense Tema Cunha, que é candidato a deputado estadual, ela migrou para Caxias, onde tem feito um intenso trabalho para se integrar politicamente à cidade, conhecida pela sua forte personalidade política.

No meio político, a impressão corrente é a de que as duas sairão das urnas eleitas. Mas o que todo mundo quer saber é qual das duas terá mais votos na Princesa do Sertão.

São Luís, 29 de Setembro de 2022.

Sob o impacto da pesquisa Econométrica, Weverton, Lahesio e Edivaldo Jr. se confrontaram na TV Mirante

 

Simplício Araújo, Edivaldo Holanda Jr., Weverton Rocha, Lahesio Bonfim, Enilton Rodrigues e Carlos Brandão prontos para o debate nos estúdios da TV Mirante

O debate promovido pela TV Mirante entre seis dos nove candidatos a governador pode ter decidido a disputa da segunda vaga num eventual segundo turno, caso a eleição não seja decidido no primeiro turno, como previu a pesquisa Econométrica/O Imparcial, divulgada ontem, e segundo a qual o governador Carlos Brandão (PSB) tem 47,4% das intenções de voto, o que equivale a 51,4% dos votos válidos. A guerra foi travada pelos candidatos Weverton Rocha (PDT), Lahesio Bonfim (PSC) e Edivaldo Holanda Jr. (PSD) sob o impacto da pesquisa (veja abaixo) cujos números mostram que o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes alcançou o segundo lugar, com 21,9% das intenções de voto, deixando o senador pedetista em terceiro lugar, com 18,2%, ficando o ex-prefeito de São Luís na quarta posição com 4,3%. Não foi sem razão, portanto, que eles trocaram duras acusações, deixando claro que estavam ali com esse objetivo. Simplício Araújo (SD) tentou entrar no jogo, mas não conseguiu. O ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. foi, de longe, o mais agressivo, disparando perguntas ácidas principalmente para Weverton Rocha, que tentou se defender e contra-atacar. Edivaldo Holanda Jr. focando também no ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, que por sua vez atacou e contra-atacou intensidade na refrega entre os três.

Mediado pelo jornalista global Paulo Renato Soares, o confronto favoreceu diretamente o governador Carlos Brandão (PSB), que se manteve ileso e propositivo, mesmo quando foi alcançado por uma pergunta incômoda feita por Lahesio Bonfim a respeito da presença do seu sobrinho, Ribamar Brandão, na cena do crime do em que o empresário João Bosco Pereira foi assassinado. No mais, nada de novo, nenhuma proposta, nada que não já não tenha sido dito e repetido muitas vezes durante a campanha no rádio e na TV e nos outros debates e entrevistas.

Logo no início, ficou claro que Lahesio Bonfim foi para o debate determinado a fulminar Weverton Rocha e Edivaldo Holanda Jr. e, na medida do possível, tentar constranger o governador Carlos Brandão. O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes não perdeu tempo, disparando contra o pedetista e o pessedista. Questionou a ação parlamentar de Weverton Rocha, que tentou sair pela tangente, e disparou contra Edivaldo Holanda Jr. lembrando o escândalo da compra superfaturada de máscaras na sua gestão em plena pandemia. O ex-prefeito de São Luís reagiu logo em seguida, tirando do colete o processo em que Lahesio Bonfim aparece como parte de uma suposta quadrilha que teria surrupiado R$ 44 milhões da Prefeitura de São Pedro dos Crentes. Os dois trocaram várias e afiadas farpas, mas conseguiram manter a linha de maneira civilizada. Lahesio Bonfim tentou tirar Carlos Brandão do eixo com a pergunta sobre o suposto envolvimento do sobrinho no caso que resultou no assassinato do empresário, mas o governador não perdeu a calma nem pareceu constrangido: respondeu que a polícia está investigando e lembrou que seu parente sequer é citado no processo. E sem alterar a voz nem o ânimo, continuou falando das suas propostas.

Edivaldo Holanda Jr. foi, de longe, o candidato mais agressivo no confronto do trio que aspira a segunda vaga num eventual segundo turno. Ele perguntou, de chofre, a Weverton Rocha sobre o famoso caso dos R$ 5 milhões pagos adiantados quando o senador foi secretário de Esporte e Juventude no Governo Jackson Lago. Weverton Rocha respondeu dizendo que até o Jornal Nacional (Rede Globo) já noticiou o encerramento do processo, ao que o ex-prefeito reagiu dizendo não ser verdade. E logo em seguida disparou perguntando como Weverton Rocha explica o fato de ter aumentado seu patrimônio em mais de 1.000% em quatro anos, ao que Weverton Rocha saiu pela tangente e não respondeu.

O fato é que o debate foi claramente marcado pela disputa entre Weverton Rocha, Lahesio Bonfim e Edivaldo Holanda Jr.. E o resultado não foi bom para o candidato do PDT, que tentou evitar a pancadaria e não deu respostas precisas às estocadas, sem, porém, impor um ritmo que pretendia para expor suas propostas, limitando-se a repetir tudo o que dissera dezenas de vezes na propaganda eleitoral e nos debates anteriores, como a ressurreição do Programa Primeiro Emprego e a construção do Hospital do Amor, em Imperatriz, por exemplo. O bombardeio que recebeu de Edivaldo Holanda Jr. e Lahesio Bonfim o deixaram irritado, mas ele se esforçou e conseguiu manter a linha.

No geral, o governador Carlos Brandão saiu do debate como entrou, tendo aproveitado bem o seu tempo para “vender” as realizações do seu Governo. E favorecido pelo fato de que todos os candidatos, sem exceção, reconheceram, mesmo a contragosto, avanços do Governo Flávio Dino, que ele agora comanda do titular, o governador Carlos Brandão foi firme nas respostas a provocações, deixando claro que está pronto para seguir governando o Maranhão, e com possibilidade de liquidar a fatura já no próximo Domingo. Quanto ao desfecho do confronto entre Weverton Rocha, Lahesio Bonfim e Edivaldo Holanda Jr., esse será conhecido na pesquisa Ipec a ser divulgada no sábado, véspera da eleição.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão pode vencer já no primeiro turno e Lahesio passa Weverton

Carlos Brandão lidera e Lahesio Bonfim deixa Weverton Rocha para trás

A nova pesquisa O Imparcial/Econométrica para o Palácio dos Leões aponta o governador Carlos Brandão (PSB) liderando com 47,4% das intenções de voto, seguido de Lahesio Bonfim (PSC) com 21,9%. O senador Weverton Rocha (PDT) aparece na terceira colocação com 18,2%, seguido de Edivaldo Holanda Jr (PSC) com 4,3%. Em seguida, Enilton Rodrigues (PSOL) aparece com 0,2%. Já outros 0,1% votariam em Joas Moraes (DC), Hertz Dias (PSTU) e Simplício Araújo (SD). 4,5% não querem nenhum deles e 3,3% não souberam ou não quiseram responder.

A pesquisa aponta uma possível vitória do governador Carlos Brandão já no primeiro turno, com 51,4 %. Nesse caso, Lahesio Bonfim terá a segunda posição com 23,7%, o senador Weverton Rocha em terceira colocação com 19,7; o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. com 4,6%; Enilton Rodrigues com 0,2% e empatados com 0,1% Joas Moraes, Hertz Dias e Simplício Araújo.

Em Tempo: A pesquisa ouviu 1.500 eleitores no período de 16 a 20 mais ou para menos, com margem de erro de 2,5% para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% registro na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA-04251/2022.

 

Algumas farpas e posições na guerra verbal travada no debate da TV Mirante

Durante o debate na TV Mirante, os candidatos a governador realizaram um verdadeiro confronto político e pessoal Declarações que agitaram o debate entre os candidatos a governador:

Simplício Araújo, sobre ele próprio: “Eu tenho o melhor plano. Não sou eu quem diz, é o povo. Eu não sou egomaníaco!”

Simplício Araújo para Lahesio Bonfim: “Você é um mentiroso”.

Lahesio Bonfim sobre Simplício Araújo: “O Simplício cuspiu no prato em que comeu”.

Edivaldo Holanda Jr. para Weverton Rocha: “Quero que você explique aqui como você aumentou seu patrimônio em mais de mil por cento em quatro anos”.

Enilton Rodrigues sobre os candidatos: “É uma vergonha ter aqui três candidatos que usaram o Governo agora falando mal desse Governo”.

Carlos Brandão sobre ele próprio: “Tenho mais de 30 anos devida pública sem nenhum processo. Sou um homem sério, sou ficha limpa”.

Edivaldo Holanda Jr. repetiu pelo menos uma dezena de vezes a seguinte afirmação: “De todo aqui, eu sou o único que tem experiência e que sabe fazem no Governo do Estado”.

São Luís, 28 de Setembro de 2022.

Flávio Dino caminha a passos largos para ganhar a vaga de senador

 

Flávio Dino lidera com larga vantagem a corrida ao senado, seguido de Roberto Rocha, que busca a reeleição, Ivo Nogueira, Saulo Arcangeli e Antônia Cariongo

Em véspera de eleição, a prudência manda que se evite cantar vitória antes da hora, porque a regra pregada pela experiência diz que eleição só se ganha depois dos votos contados. Porém, como toda regra tem exceção, não é exagero nem precipitação prever que a disputa para o Senado no Maranhão está decidida, com a virtual eleição do ex-governador Flávio Dino (PSB). Essa previsão tem como pilares as mais de duas dezenas de pesquisas feitas durante o ano eleitoral, iniciado em outubro do ano passado, as quais, sem qualquer exceção, previram que o candidato do PSB deve sair das urnas autorizado a representar o Maranhão na Câmara Alta durante os próximos oito anos. O arremate dessa previsão veio com a pesquisa Escutec, divulgada domingo, informando que Flávio Dino tem 57% das intenções de voto, enquanto seu principal adversário, o senador Roberto Rocha (PTB), candidato à reeleição, tem 25%. Os demais candidatos aparecem assim: Ivo Nogueira (DC) com 4%, Saulo Arcangeli (PSTU) com 2% e Antônia Cariongo (PSOL) com 1%. Indecisos somam 11%.

O ex-governador Flávio Dino caminha para o Senado embalado por um lastro que construiu com uma trajetória politicamente correta: liderou um movimento de renovação política, realizou um bom, limpo e diferenciado Governo, manteve a coerência quando optou por apoiar o vice-governador Carlos Brandão (PSB) na corrida sucessória estadual, conseguiu remontar em grande medida a aliança que o levou ao poder, ganhou estatura debatendo os problemas nacionais, foi uma das vozes mais ativas na oposição ao presidente Jair Bolsonaro e seu Governo, e foi linha de frente na articulação da candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT). Em resumo, Flávio Dino vem se consolidando como líder, atuando em todas as frentes sem abrir mão das suas convicções.

Respeitado nacionalmente pela sua trajetória como juiz federal, deputado federal e governador do Estado eleito e reeleito, Flávio Dino poderá, se confirmada sua eleição, chegar a Brasília com cacife poderoso: se Lula da Silva for eleito presidente, como indica o cenário desenhado, ele está entre os nomes relacionados pelo presidente eleito para o ministério, estando cotado para a pasta da Justiça. Na remota eventualidade da reeleição do presidente Jair Bolsonaro, será uma das mais ativas vozes de oposição no Congresso Nacional.

Mesmo levando em conta as cautelas e o elevado grau de imprevisibilidade das disputas eleitorais, parece impossível e improvável que o senador Roberto Rocha reverta esse cenário, mesmo tendo o apoio velado do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e de três candidatos a governador – Weverton Rocha (PDT), Lahesio Bonfim (PSC) e Edivaldo Holanda Jr. (PSD) –, que formam a base bolsonarista no estado, na mais estranha equação político-partidária-eleitoral já montada no Maranhão. No entanto, o senador petebista faz uma campanha na qual destaca o apoio dos candidatos a governador, mas não se assumiu como representante de algum candidato a presidente do Maranhão. Faz de conta de que nada tem a ver com o presidente Jair Bolsonaro nem com candidato do PTB, Padre Kelmon.

Não há na história recente do Maranhão registro de um candidato a senador que pega carona nos palanques de três aspirantes aos Leões e faz de conta quer não tem candidato presidencial, mesmo estando evidente que ele tem. Tal postura só é explicada pelo fato de o presidente Jair Bolsonaro ser rejeitado pela esmagadora maioria do eleitorado maranhense, segundo contam as pesquisas, e do candidato petebista Padre Kelmon ser uma aberração política.

Os demais candidatos estão participando democrática e saudavelmente do processo eleitoral, vendendo seus peixes programáticos, mas sem qualquer possibilidade de quebrar a polarização Flávio Dino/Roberto Rocha, e menos ainda de mudar a tendência de eleição do ex-governador.

Em Tempo: o levantamento, registrado na Justiça Eleitoral sob o número MA-4989/2022, ouviu 2 mil eleitores entre os dias 19 a 25 de setembro, em 70 municípios. O grau de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 2,19%, para mais ou para menos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes travam luta ferrenha dentro do União Brasil

 

Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes: disputa em casa em busca da reeleição

Uma das mais ostensivas disputas em curso nessa corrida às urnas está sendo travada dentro de um partido, o braço maranhense do União Brasil. Ali, Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes, dois influentes deputados federais, que representam a nova safra de líderes políticos do Maranhão, tentam reeleger-se atuando como aliados e, ao mesmo tempo, como concorrentes. Os deputados Juscelino Filho e Pedro Lucas comandam um partido dividido, sendo o primeiro partidário da candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado, e o segundo, apoiador linha de frente da candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição.

O problema é que, devido ao fato de a disputa para a Câmara Federal nessas eleições ser uma das mais, se não a mais, renhidas das primeiras décadas deste século, o União Brasil corre o risco de não conseguir cociente eleitoral para garantir a eleição dos dois, mesmo que eles saiam das urnas muito bem votados. Por conta disso, a luta entre os dois vai muito além de uma medição de força eleitoral. Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes correm pela sobrevivência. Projeções feitas até aqui indicam que um deles se reelege, não havendo base sólida para se prever que os dois renovem seus mandatos.

 

Prefeita tranca ginásio construído pelo Governo para evitar inauguração

Edina Fontes mostrou intolerância e Sebastião Madeira usou a tolerância

O secretário-chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, enfrentou ontem um caso de intolerância política em Lago do Junco, município de 10 mil habitantes situado na região do Médio Mearim e governado pelo PDT. O secretário lá chegou liderando uma comitiva para inaugurar um ginásio de esportes construído pelo Governo do Estado. Ao chegar ao local, deparou com o ginásio fechado com corrente e cadeado no portão de acesso, e sem a placa alusiva à inauguração, que fora arrancada e levada. Ele recebeu a informação de que a decisão de acorrentar o portão do ginásio e dar sumiço à placa foi tomada pela prefeita Edina Fontes (PDT), partidária ferrenha do senador Weverton Rocha (PDT), candidato ao Governo do Estado. Sua intenção foi clara: evitar a festa de inauguração e sua repercussão política. Em meio ao mal-estar, houve quem sugerisse que o espaço esportivo fosse aberto e inaugurado à revelia da prefeita. Raposa política tarimbada, com a experiência de dois mandatos como prefeito de Imperatriz, sempre em oposição ao Governo do Estado, o secretário Sebastião Madeira preferiu deixar a situação como encontrou. E, sem perder o bom humor, deixou um recado: cedo ou tarde o ginásio será inaugurado como obra do Governo Carlos Brandão.  E seguiu em frente, sem briga.

São Luís, 27 de Setembro de 2022.

 

 

 

 

 

O levantamento, registrado na Justiça Eleitoral sob o número MA-4989/2022, ouviu 2 mil eleitores entre os dias 19 a 25 de setembro, em 70 municípios. O grau de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 2,19%, para mais ou para menos.

Começa a reta final da campanha, que será marcada pelo confronto Weverton/Lahesio pelo segundo lugar

 

Carlos Brandão mantém vantagem larga sobre Weverton Rocha e Lahesio Bonfim, que vão brigar pelo segundo lugar

A reta final da corrida às urnas começa hoje com um cenário em que favoritos são apontados para a Assembleia Legislativa, para a Câmara Federal, para o Senado, para o Governo do Estado e para presidente da República. A indefinição que persiste é a seguinte: no caso de haver segundo turno na disputa para o Palácio dos Leões – o que começa a parecer improvável -, quem será o adversário do governador Carlos Brandão (PSB)? Não há dúvida de que está em curso uma disputa renhida entre o senador Weverton Rocha, candidato do PDT, e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, postulante do PSC, havendo quem inclua na lista o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., candidato do PSD, cujo percentual de intenção de votos, que era de dois dígitos, nas últimas pesquisas voltou ao patamar de um só dígito.

Separado do segundo colocado por uma vantagem superior a duas dezenas de pontos percentuais, o governador Carlos Brandão, que busca a reeleição, vem reforçando sua musculatura política e eleitoral a cada dia, levando as avaliações a concluírem que ele pode vencer já no primeiro turno, e que, se isso não acontecer, será confirmado no segundo turno. Além de ampla, a vantagem do governador é sólida, não havendo até aqui qualquer indício de que ela possa ser revertida pelos seus concorrentes nos próximos seis dias. Ao mesmo tempo, as posições de Weverton Rocha e de Lahesio Bonfim são frágeis, à medida que eles pararam de se movimentar nas pesquisas, como se tivessem chegado aos seus tetos. Essa situação favorece fortemente o governador Carlos Brandão, que dispõe de argumento convincente para pedir voto útil e fechar a disputa em turno único.

Nesse cenário, confirmado ontem pela pesquisa do instituto Escutec, a grande disputa nessa seara está se dando e será intensificada na reta de chegada entre Weverton Rocha e Lahesio Bonfim. A primeira impressão de quem observa com atenção essa medição de força é a de que Weverton Rocha leva uma vantagem visível sobre Lahesio Bonfim. Mas com uma fragilidade: em duas dezenas de pesquisas feitas ao longo do ano, o pedetista está amarrado nesse patamar, com variação de uns poucos pontos, quase que tornando impossível uma reação a essa altura da corrida. Lahesio Bonfim, por sua vez, teve crescimento compassado, mas firme, só que ele também parece ter chegado no seu limite, como mostram os levantamentos mais recentes. Entre os dois está o fator “margem de erro” das pesquisas, que impede qualquer afirmação a respeito de quem será o adversário do governador Carlos Brandão numa eventual segunda rodada.

Nos últimos dias, o senador Weverton Rocha sentiu o chão fofar sob seus pés, com a perda de prefeitos que lhe haviam declarado apoio, com suas carreatas ganhando ares mais modestos, bem como suas caminhadas e comícios. Ao mesmo tempo, a movimentação – caminhadas, comícios e passeatas – do governador Carlos Brandão ganhou volume e densidade em todas as regiões do estado. É o caso de Imperatriz, segundo maior colégio eleitoral do Maranhão, onde o senador pedetista tem um exército de apoiadores, mas esse número já não é tão grande, havendo quem diga que Carlos Brandão já o alcançou. No caso de São Luís, onde o PDT tem uma militância ativa e o senador conta com o apoio declarado do prefeito Eduardo Braide (sem partido), o governador Carlos Brandão lidera, seguido do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., que parece fora da briga, mas conserva um bom cacife na Capital.

Os próximos dias serão de corrida intensa para o candidato favorito e de tensão para os que veem suas chances lhes escapar pelas mãos. Isso porque, independentemente do resultado final da eleição, se Weverton Rocha for ultrapassado e ficar em terceiro lugar, sua carreira será seriamente prejudicada, tornando incerta sua reeleição para o Senado em 2026. Já Lahesio Bonfim, seja segundo ou permaneça em terceiro, sairá do processo com um capital político e eleitoral respeitável, autorizado, por exemplo, a voltar à prefeitura de São Pedro dos Crentes daqui a dois anos. Os demais sairão do jeito que entraram, exceção feita a Simplício Araújo, que deverá sair um pouco menor do que entrou.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão está a três pontos de vencer no primeiro turno, diz Escutec

A guerra já em curso e que será intensificada nesta semana entre o senador Weverton Rocha (PDT) e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSD) foi confirmada pela pesquisa Escutec, divulgada neste domingo. De acordo com o levantamento, o governador Carlos Brandão (PSB) tem 44% das intenções de voto, contra 21% de Weverton Rocha e 19% de Lahesio Bonfim. Na quarta posição aparece o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), com 9%, enquanto os demais candidatos – Simplício Araújo (SD), Joás Moraes (DC), Enilton Rodrigues (PSOL), Hertz Dias (PSTU) e Frankle Costa (PCB) somaram 2%. Outro detalhe importante: brancos, nulos e indecisos sobem apenas 5%, o que indica que esse cenário pode   sofrer poucas alterações na final da corrida.

Transformados em votos válidos, Carlos Brandão chega a 47%, faltando apenas três pontos percentuais para liquidar a fatura no primeiro turno. E pela intensidade da campanha na reta final, é perfeitamente possível ao governador conseguir esses três pontos percentuais e evitar uma segunda rodada. Nos votos válidos, Weverton Rocha chega a 22% e Lahesio Bonfim a 20%. Os números mostram que o maior obstáculo de Carlos Brandão está nos 9% do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr..

Em Tempo: Registrado na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA 4989/2022, a pesquisa ouviu 2 mil eleitores no período de 19 a 25 de setembro em 70 município, tem grau de confiabilidade de 95% e margem de erro de 2,19% para mais ou para menos.

 

Uma pergunta não quer calar: qual é, de fato, a posição do senador Roberto Rocha na corrida presidencial?

Roberto Rocha ignora Padre Kelmon e mantém relação política forte com Jair Bolsonaro 

Não é segredo que o senador, que concorre à reeleição pelo PTB, depois de haver tentado comandar o PL no Maranhão, tem uma relação política e ideológica estreita com o presidente Jair Bolsonaro, sendo por muitos apontados como o principal agente do bolsonarismo no estado. Roberto Rocha foi colocado numa saia justa quando o presidente do seu partido, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, condenado por corrupção, decidiu disputar a presidência da República para atuar como linha auxiliar da candidatura do presidente Jair Bolsonaro. Só que, por ser ficha suja, Roberto Jefferson teve o registro da sua candidatura negado pela Justiça Eleitoral.

Fora da disputa, Roberto Jefferson deu a vaga de candidato a presidente pelo PTB a Kelmon da Silva, um padre ortodoxo de extrema direita e integrante da turma que dá suporte ao presidente Jair Bolsonaro. Padre Kelmon assumiu com determinação espantosa a condição de linha auxiliar do presidente Jair Bolsonaro. Isso ficou claramente demonstrado no debate de sábado (24) na CNN, quando o candidato do PTB, em vez de apresentar propostas e pedir votos, atuou enfaticamente como para-choque do presidente e atacando os demais candidatos, principalmente as candidatas Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronike (UB).

O senador Roberto Rocha não fez qualquer declaração sobre a candidatura de Roberto Jefferson, enquanto ele foi candidato. Da mesma maneira, mantém até aqui silêncio ostensivo em relação a Padre Kelmon.

São Luís, 25 de Setembro de 2022.

Dois candidatos de Bolsonaro no Maranhão já são conhecidos; o mistério é o terceiro  

 

Jair Bolsonaro revela que tem três candidatos no Maranhão. No jogo das evidências entram Weverton Rocha e Lahesio Bonfim, faltando a identificação do terceiro

“Temos três nomes ao Governo do Maranhão e vamos batalhar por eles nestas eleições”. Com essa declaração, feita durante uma live nas suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, sem dar nome aos seus preferidos, jogou uma bomba de elevado teor explosivo no epicentro da disputa travada pelos nove postulantes ao Palácio dos Leões. Como que maliciosamente determinado a criar uma celeuma na corrida sucessória estadual, provavelmente por pressentir que poderá sair das urnas maranhenses impiedosamente surrado, o presidente completou: “Que deem votos de confiança a candidatos que têm afinidade conosco”. No meio político e fora dele, dois nomes foram apontados sem maiores discussões: o senador Weverton Rocha, candidato do PDT, e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim, aspirante do PSC. O terceiro nome virou mote de especulação.

Dos nove candidatos a governador, quatro podem, de cara, serem excluídos da lista de prováveis candidatos do presidente. O primeiro é governador Carlos Brandão (PSB), por conta da sua relação com o ex-governador Flávio Dino (PSB) e por pertencer ao partido do ex-governador Geraldo Alckmin, companheiro de chapa do ex-presidente Lula da Silva (PT). No caso de Enilton Rodrigues (PSOL), Hertz Dias (PSTU) e Frankle Costa (PCB), eles causam urticária política no chefe da Nação por pertencerem à esquerda dura, radical, que não faz concessão à extrema-direita que tenta reelegê-lo. Ainda que não seja impossível, é improvável que Simplício Araújo seja o terceiro nome, já que seu partido, o Solidariedade, fechou apoio a Lula da Silva. A mesma situação envolve o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD), embora o presidente do seu partido no Maranhão, deputado federal Edilázio Jr., seja bolsonarista assumido. Resta Joás Moraes, candidato do Democracia Cristã, que chegou de surpresa na lista de candidatos a governador.

A identificação do senador Weverton Rocha como um dos candidatos do presidente Jair Bolsonaro está plenamente justificada: ele tem como candidato a vice o deputado estadual Hélio Soares, presidente formal do PL do Maranhão, e o apoio do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, manda-chuva de fato do partido do presidente no estado. Mais do que isso, tem como aliado de proa o senador Roberto Rocha (PTB), chefe maior do bolsonarismo no território estadual e candidato à reeleição. Além do mais, o candidato do PDT não abraçou o projeto de Ciro Gomes, candidato presidencial do seu partido, e disse que, se for eleito e Jair Bolsonaro reeleito, não terá qualquer problema em bater às portas do Palácio do Planalto para pedir apoio ao seu eventual governo. Recentemente, em entrevista à TV Mirante, o senador pedetista declarou que a escolha do deputado Hélio Soares para ser seu companheiro de chapa teve o aval do presidente Jair Bolsonaro.

O segundo nome é Lahesio Bonfim, candidato do PSC, partido da base governista em Brasília e controlado no estado pelo deputado federal Aluísio Mendes, bolsonarista linha de frente e que exerce a função de vice-líder do Governo na Câmara Federal. O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes é fã assumido de Jair Bolsonaro, chama-o de “meu presidente”, e declarou que lhe dará seu voto. Não esconde essa relação, mas, de olho na elevada rejeição do presidente no Maranhão, prefere mantê-lo como seu aliado distante do que um apoiador. Em que pesem as restrições que faz do presidente em relação à sua campanha ao Governo do Estado, Lahesio Bonfim é, sim, o segundo homem de Jair Bolsonaro entre os candidatos a governador do Maranhão.

Não há como afirmar que ele seja o terceiro candidato do presidente Jair Bolsonaro, mas evidências e sinais apontam para o candidato do DC, Joás Moraes, que tem como candidato a senador do pastor Ivo Nogueira. Nas entrevistas que concedeu e nos debates dos quais participou, o candidato do DC exibiu um bom conhecimento técnico a respeito de como funciona a máquina pública, apresentou propostas com substância nas diferentes áreas, fez críticas ao Governo Flávio Dino, mas fez de conta que o Governo Jair Bolsonaro não existe, e se existe, nada tem a ver com o Maranhão. Pode não ter qualquer relação com o presidente, mas pode ter caído nas suas graças.

A identificação completa do trio pode acontecer antes do pleito do próximo dia 2.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Chama a atenção o número de policiais militares candidatos a deputado estadual e federal

Grande número de candidatos de todas as patentes saíram das fileiras da PMMA

Nenhuma das eleições parlamentares realizadas no Maranhão neste século teve número tão elevado de policiais militares como candidatos a deputado estadual e a deputado federal quanto a de agora. São coronéis, capitães, tenentes, cabos e soldados tentando cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. O curioso é que, com raras exceções, são candidatos por partidos de direita e pregando ideias conservadoras, passando a impressão de que a Polícia Militar seja uma instituição motivada por sentimentos não simpáticos à democracia. Um dos candidatos, que se declara bolsonarista, chega a usar a expressão “vamos acabar com o comunismo”, como se tivesse seguindo uma orientação ideológica expressa, não levando em conta que a democracia é a saudável – às vezes dura, é verdade – convivência de contrários. O fato é que, fazendo parte de um movimento articulado ou não, os policiais militares parecem decididos a exibir força política com o seu “batalhão” de candidatos. O problema é que, ao contrário de movimentos anteriores, como o que elegeu Cabo Campos deputado estadual em 2014 – que se revelou um desastre como parlamentar e político -, a profusão de candidaturas militares pulveriza sua base, que são os votos dos membros da corporação, seus familiares, amigos e até simpatizantes, tornando praticamente impossível a eleição de representantes. Se tantas candidaturas são fruto de um movimento articulado, destinado a apenas mostrar a politização da PM, faz sentido, ainda que contrarie a natureza da instituição. Mas se a intenção for mostrar força eleitoral e ocupar espaço parlamentar, é fácil prever que o movimento caminha para um fracasso retumbante. Vale aqui um registro: nada contra a participação de policiais militares na disputa eleitoral.

Numa outra esfera policiais, é oportuno anotar que a Polícia Civil está fora dessa onda, com raríssimos candidatos. Ativa no plano corporativo, a Polícia Civil está mais preocupada como seu papel institucional.

 

Debates: TV Guará foi atingida pelo esgotamento da fórmula nessa corrida eleitoral

Uma das peças que anunciavam o debate da TV Guará, que foi cancelado ontem

Não surpreendeu a suspensão, ontem, do debate entre os candidatos a governador que seria realizado na TV Guará. O projeto naufragou pela decisão de três candidatos de não participarem: Carlos Brandão (PSB), Lahesio Bonfim (PSC) e Edivaldo Holanda Jr. (PSD). Os três alegaram incompatibilidade com as suas agendas de campanha, mas na verdade, não tiveram nenhum interesse no programa. A atitude dos três pode ser explicada, primeiro, pela quantidade de eventos dessa natureza realizados em São Luís, além da enorme quantidade de entrevistas. Só o Sistema Mirante realizou dois debates e cinco séries de entrevistas, incluindo emissoras de rádio, o portal imirante.com e a TV Mirante. E nesses eventos, os candidatos que compareceram disseram exatamente a mesma coisa, sem que nada de novo tenha vindo à tona nas manifestações subsequentes. O governador Carlos Brandão percebeu que, além de enfadonhos, os debates nada acrescentariam à sua luta por votos. Edivaldo Holanda Jr. pulou fora pela mesma razão, e com a agravante de que perdeu pontos preciosos, que tenta reconquistar no corpo-a-corpo. Lahesio Bonfim certamente foi movido pela mesma onda. Sem os três, um debate perde totalmente o sentido.

Claro que isso causa prejuízo na credibilidade da empresa, que apostou alto na empreitada, mas que pode ter sido fruto de um planejamento equivocado, de vez que evidências nessa seara já vinham acontecendo o suficiente para que o botão da cautela fosse acionado pelos executivos da TV Guará.

São Luís, 23 de Setembro de 2022.

Ataques a pesquisa e a candidatos fortes agitam o início da reta final da corrida aos Leões

 

Carlos Brandão manteve a calma, Weverton Rocha bateu leve, Edivaldo Jr. jogou pesado e Lahesio Bonfim segura a língua na etapa final  da campanha eleitoral

Como estava escrito nas estrelas, a pesquisa Ipec/TV Mirante divulgada na terça-feira mostrando a ampliação da liderança do governador Carlos Brandão (PSB), a indiscutível inércia do senador Weverton Rocha (PDT), a estancada do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSC) e a derrocada do ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD), desencadeou uma forte agitação entre os candidatos ao Governo do Estado. Houve comemoração discreta, mas empolgada, por parte de Carlos Brandão. Weverton Rocha falou mal da pesquisa, que foi chamada de falsa por integrantes do seu staf de campanha. Edivaldo Holanda Jr. reagiu com uma nota agressiva em que chama o governador de “incompetente” e acusa o ex-governador Flávio Dino de querer ser “o dono do Maranhão”. Lahesio Bonfim, por incrível que pareça, foi o mais comedido. Essa agitação, que pode ganhar mais tempero e fermento, poderá ser o tom dominante até o final da campanha.

De acordo com fontes com trânsito fácil no Palácio dos Leões, o governador Carlos Brandão comemorou o resultado da pesquisa, segundo a qual ele caminha para vencer a disputa já no primeiro turno, mas se for para um segundo turno, a previsão é que ele vença qualquer um dos candidatos com chance de ser o seu adversário na última rodada. O governador decidiu não tomar conhecimento das provocações de Weverton Rocha, preferindo prosseguir com sua agenda de campanha no interior. A mesma posição foi adotada em relação aos ataques do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr., que na opinião de um dos chefes da campanha, está apenas “querendo chamar a atenção”. Carlos Brandão foi sensato, uma vez que as pancadas que recebeu tiveram exatamente o objetivo de atraí-lo para o confronto aberto.

O ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. apostou todas as suas fichas na nota curta e grossa com que tentou desqualificar a pesquisa Ipec/TV Mirante e atacou duramente o governador Carlos Brandão e o ex-governador Flávio Dino. Está mais que claro que foi uma atitude calculada com o objetivo de ser puxado para o epicentro da disputa, de onde fora tirado pelo fraco desempenho nas pesquisas. A começar pelo fato de que o confronto aberto não é da natureza dele, cuja postura é sempre avessa â pancadarias verbal. O teor ácido da nota tem muito a ver com o discurso oposicionista do presidente do PSD, deputado federal Edilázio Jr., e com o pai do ex-prefeito, deputado estadual Edivaldo Holanda (PSC), conhecido pelo pavio curto. A nota perdeu muito do seu teor ofensivo ao ser ignorada por Carlos Brandão e Flávio Dino.

Lahesio Bonfim ensaiou crítica à pesquisa Ipec/TV Mirante, mas logo se deu conta de que perderia tempo e poderia sofrer desgastes com a iniciativa. Para ele, os números do levantamento lhe são favoráveis, à pedida que o apontam como tecnicamente empatado com Weverton Rocha, situação que pode levá-lo a um segundo turno, caso Carlos Brandão não liquide a fatura já na primeira rodada. Não é sem razão que apoiadores do candidato do PDT estão disparando munição farta contra o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes. Cercado que está de “conselheiros” tarimbados, como o vereador Gutemberg Araújo (PSC), seu vice, Lahesio Bonfim tem colocado freio na língua, que já foi bem mais solta.

Os 10 dias que faltam para a corrida às urnas prometem tornar mais quentes e ácidas as falas dos candidatos que apostaram alto na eleição, mas a viram fugir aos seus radares. Sabem, no entanto, que a essas alturas do campeonato, caneladas e cotoveladas prejudicam mais a quem as desfere do que aos atingidos. E a julgar pelos números do Ipec, o governador Carlos Brandão e o ex-governador Flávio Dino, os mais atacados até aqui, avançam firmes para vencer a corrida para o Governo do Estado e para o Senado da República.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Simplício Araújo radicalizou

 

Simplício Araújo: radicalização sem muito sentido no final da corrida

Poucas vezes uma disputa para o Governo do Maranhão teve a participação de um integrante tão controverso como Simplício Araújo (Solidariedade). Atual primeiro suplente de deputado federal e um dos integrantes mais ativos do Governo Flávio Dino como secretário de Estado da Indústria, Comércio e Energia, Simplício Araújo, que preside o Solidariedade no Maranhão, surpreendeu meio mundo quando anunciou sua candidatura ao Governo do Maranhão. Com a atitude, abriu uma fissura importante na aliança articulada pelo ex-governador e candidato ao Senado em torno da candidatura do seu vice Carlos Brandão aos Leões. Todas as tentativas de fazê-lo optar por uma candidatura à Câmara Federal foram infrutíferas. Ele bateu pé e manteve o projeto de disputar o Governo sabendo que não poderia contar com Flávio Dino. Inicialmente fez uma campanha com os pés no chão, com propostas a serem levadas em conta, mas em seguida, ao perceber que não chegaria a lugar algum, decidiu alterar sua campanha, até então propositiva, e apelar para a agressão e atacar o governador Carlos Brandão, a quem comparou a “um poste”. E foi além incluindo Flávio Dino na alça da sua mira. Errou feio.

 

Disputa renhida na corrida à Câmara Federal

Duarte Jr., Roseana Sarney e Josimar de Maranhãozinho: carros-chefes 

Uma disputa está se desenhando na corrida à Câmara Federal, de longe a mais ferrenha dessas eleições. Nos bastidores partidários, corre que três agremiações podem sair das urnas com quatro deputados federais eleitos: PSB, MDB e PL. Com a força de ser o partido do governador Carlos Brandão e do ex-governador Flávio Dino, o PSB tem o deputado estadual Duarte Jr. como um dos puxadores de voto. Já o MDB aposta suas fichas na força eleitoral da ex-governadora Roseana Sarney, seu principal nome na disputa federal. E o PL tem sua principal base nas candidaturas do casal Josimar de Maranhãozinho/Detinha, que resolveram morar juntos em Brasília.

São Luís, 22 de Setembro de 2022.

Ipec confirma liderança de Brandão, que pode ser reeleito em turno único

 

Carlos Brandão lidera, com Weverton Rocha e Lahesio empatados em segundo e Edivaldo Jr., Simplício Araújo, Enilton Rodrigues, Joàs Moraes, Hertz Dias e Frankle Costa sem chance na disputa

A pesquisa Ipec/TV Mirante, divulgada ontem, pode ter desenhado o desfecho da corrida ao Palácio dos Leões. Primeiro pela posição do governador Carlos Brandão (PSB), que, segundo o levantamento, tem 41% das intenções de voto. Segundo, pela incapacidade do candidato do PDT, senador Weverton Rocha, de romper a inércia que o retém no patamar de 20%, seguido de perto pelo candidato do PSC, o ex-prefeito Lahesio Bonfim, que também aparece amarrado na faixa de 16%. E terceiro, a pesquisa reforça a impressão de que o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD), com 7% das intenções de voto, está fora da disputa, assim como, Simplício Araújo (SD), Enilton Rodrigues (PSOL), Joás Moraes (DC) e Frankle Costa (PCB), todos com 1% cada – Hertz Dias (PSTU. Branco e Nulo somaram 5% não terão muita influência, mas um posicionamento dos 8% de indecisos pode consolidar o cenário.

A pouco mais de uma semana das eleições, a pesquisa Ipec/TV Mirante causou o impacto de como uma bomba de muitos megatons no campo de batalha das candidaturas, e deve ter chamado a atenção do eleitorado. Um grande estrondo alcançou o senador Weverton Rocha, que viu seu projeto de ser governador ficar mais distante. Em campanha aberta para o Governo do Estado desde que chegou em Brasília como senador da República, fazendo questão de se mostrar como favorito e imbatível, situação que curtiu durante os vários meses em que liderou as pesquisas. A inércia que o atacou desde que a corrida começou para valer. E confirmou a suspeita de alguns observadores experimentados, que viram sua candidatura como uma aposta de risco elevado, a começar pela maneira quase arrogante como conduziu a campanha no primeiro momento. A estratégia do “abafa” com uma pré-campanha com estrutura de pop star não o levou onde pretendia.

A posição do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, em situação de empate técnico com Weverton Rocha, pode ser considerado o seu grande momento nessa corrida. Isso porque sua trajetória recente não indicava que ele atropelasse o ex-secretário Simplício Araújo, desbancasse o ex-prefeito de São Luís e se tornasse uma ameaça real à permanência do senador Weverton Rocha na condição de principal adversário do governador Carlos Brandão. Se nada acontecer nos dias que restam de campanha, Lahesio Bonfim já terá tido um ganho político invejável. Se conseguir ultrapassar Weverton Rocha, será a consagração.

O estrago maior causado pelos números do Ipec ganhou forma na reação do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr.. Tão logo a TV Mirante divulgou os números no seu telejornal noturno, o ex-prefeito de São Luís, inconformado com os 7% que lhe foram atribuídos, divulgou nota acusando a emissora de haver divulgado uma inverdade, classificou a pesquisa de “fake news”. E foi muito além ao chamar o governador Carlos Brandão de “incompetente” e insinuar que o ex-governador Flávio Dino quer “ser o dono do Maranhão”. Com a reação, Edivaldo Holanda Jr. arquivou o político “certinho”, educado, que não gosta de brigas, conforme pregou em sua campanha até aqui, e colocou em campo a sua versão de atacante agressivo, que esqueceu que o então governador Flávio Dino fora fundamental e decisivo nas duas eleições para a Prefeitura de São Luís – 2012 e 2016, sem o que ele dificilmente seria eleito. Comete assim um pecado ético censurável.

O cenário desenhado pela pesquisa Ipec/TV Mirante não deixa dúvida de que o governador Carlos Brandão pode trabalhar com a possibilidade concreta de vencer o pleito em turno único, ou, em sendo o mais votado no dia 2 de outubro, consolidar a reeleição no segundo turno, seja contra Weverton Rocha (41% a 33%), seja contra Lahesio Bonfim (56% contra 29%).

Mas, como dizem os mais experientes nessa seara, em eleição só se solta os fogos quando com o anúncio oficial do resultado.

Em Tempo: A pesquisa Ipec ouviu 800 eleitores no período de 17 a 19, tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, grau de confiança de 95% e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo MA04923/2022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino dispara (59%) e deve ser eleito senador

Flávio Dino lidera sobre Roberto Rocha, Ivo Nogueira, Antônia Cariongo e Saulo Arcangeli

Mesmo considerando a grande margem de imprevisibilidade das disputas eleitorais, é quase certa a eleição do ex-governador Flávio Dino (PSB) para o Senado, segundo os números trazidos à tomba pela pesquisa Ipec/Tv Mirante, divulgada ontem. Flávio Dino tem 59% das intenções de voto contra 21% do senador Roberto Rocha (PTB), que concorre à reeleição. Ivo Nogueira (DC) tem 4%, Saulo Arcangeli (PSTU) tem 2% e Antônia Cariongo (PSOL) tem 2%. A pesquisa registrou 8% de eleitores que pretendem votar em branco ou nulo e 15% de indecisos. Aos seus aliados mais próximos, o ex-governador Flávio Dino diz que não existe “j[a ganhou” er ordenou

 

Edivaldo Jr. teve a maior rejeição entre os quatro mais bem votados na pesquisa

Edivaldo Jr.

Dos quatro candidatos a governador que estão de fato na disputa, Edivaldo Holanda Jr. aparece como o que tem maior rejeição por parte do eleitorado, enquanto o governador Carlos Brandão foi o único que teve o percentual de rejeição reduzido. O quadro é o seguinte: Carlos Brandão tinha 18% de rejeição em agosto e agora tem 15%segundo a pesquisa Ipec/TV Mirante. O senador Weverton Rocha tinha 16% em agosto e agora é rejeitado por 18%. Lahesio Bonfim teve sua rejeição aumentada de 8% em agosto para 15% agora – mesmo assim é o que tem o menor percentual. E Edivaldo Holanda Jr. (PSD), que tinha 17% em agosto, agora tem 20%, de acordo com o levantamento feito pelo Ipec.

Em Tempo: Talvez a rejeição elevada tenha contribuído para a reação indignada e fora dos padrões do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. aos números da pesquisa e atacando o governador Carlos Brandão e o ex-governador Flávio Dino.

São Luís, 21 de Setembro de 2022.

Candidatos usam bons resultados do Governo Dino como plataformas de campanha

 

Obras de Flávio Dino são referência para Carlos Brandão, o que é natural, e para Weverton Rocha, o que surpreende

A disputa para o Palácio dos Leões está dando forma a uma situação absolutamente inusitada: os candidatos mais situados na preferência do eleitorado, segundo as pesquisas mais recentes, estão montando seus discursos nos bons resultados do Governo comandado por Flávio Dino, agora candidato ao Senado. O governador Carlos Brandão (PSB), que participou das duas gestões passadas como vice-governador, agora administra o legado como titular do Governo e candidatos à reeleição, tem nas realizações do seu antecessor o amplo e sólido lastro da sua campanha. Só que agora ele está tendo de dividir o portfólio de obras do Governo dinista com o senador Weverton Rocha (PDT), que de uma hora para a outra decidiu transformar os principais eixos daquela gestão como plataformas do seu plano de ação. O ex-prefeito de São Luís e candidato do PSD, Edivaldo Holanda Jr. também tem usado obras do Governo Flávio Dino para turbinar seu discurso de campanha, o mesmo fazendo o candidato do SD, Simplício Araújo.

O governador Carlos Brandão tem autoridade para usar as conquistas do Governo Flávio Dino porque fez parte dele. Tem, portanto, todo o direito de assumir compromissos como levar para todos os municípios o programa Restaurante Popular, que já são mais de 150 espalhados em 140 municípios. Pode também garantir que, se eleito for, concluirá os Hospitais de Urgência de Imperatriz, já em fase adiantada, e o de São Luís, que já tem uma etapa funcionando, e as policlínicas. Além disso, pode garantir a ampliação das escolhas de tempo integral – já são uma centena – para todos os municípios, assim como a ampliação da rede de Iemas (escolas técnicas). Carlos Brandão faz uma campanha tranquila, à medida que não precisa usar criações mirabolantes no seu discurso de campanha.

O senador Weverton, ao contrário, iniciou sua campanha com um discurso enfático, mas vazio de propostas, valendo-se do tema “qualificação profissional” e usando à exaustão o Hospital do Amor em Imperatriz – que na verdade é parte de uma rede de centros de diagnóstico de câncer com base em Barretos (SP), e na construção de um apêndice do Hospital Aldenora Bello em Pinheiro. Só que, percebendo a fragilidade do seu discurso, resolveu inovar e se valer das obras do Governo Flávio Dino, prometendo ampliar a rede de restaurantes populares, concluir os hospitais cujas obras encontram-se em andamento, incrementar o programa Escola Digna, com a ampliação da rede de escolas de tempo integral, que já chegou a 100 unidades. E não bastasse isso, o candidato do PDT joga charme para a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) afirmando que, se eleito for, reeditará o programa Primeiro Emprego. Na reta final da campanha, o candidato do PDT parece ter deixado as suas próprias ideias em segundo plano.

Pelo menos nas eleições recentes, não há registro de outro candidato a governador que tenha tentado turbinar sua campanha usando bons resultados conquistados por um Governo adversário.

Numa escala bem menor, mas efetiva, o candidato do PSD, Edivaldo Holanda Jr., destaca obras do Governo Flávio Dino que pretende “melhorar” e “ampliar”, como hospitais, a exemplo do Hospital da Ilha, cuja construção permanece em ritmo intenso. Vale destacar que o ex-prefeito de São Luís tem apresentado propostas originais no horário gratuito no Rádio e na TV. E também Simplício Araújo, que tenta mostrar originalidade no seu plano de ação. Só que parte das suas propostas tem por base resultados do hoje comandado pelo governador Carlos Brandão, candidato à reeleição, e que tem na chapa o ex-governador Flávio Dino como candidato favorito ao Senado.

Vale registrar que os candidatos sem chance na disputa – Joás Moraes (DC), Enilton Rodrigues (PSOL), Hertz Dias (PSTU) e Frankle Costa (PCB) – têm se esforçado para apresentar propostas originais.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto lidera “Time da Vitória” em campanha intensa

Othelino Neto e Ana Paula em três momentos da maratona: caminhada em Pinheiro, caminhada-gigante  em Santa Inês, com o prefeito Felipe dos Pneus e o deputado federal André Fufuca; e em ato com o prefeito Zezildo  em Santa Helena

A campanha eleitoral no Maranhão chega à reta final ganhando intensidade nos dois planos, com os candidatos majoritários e proporcionais cumprindo agendas em ritmo de corrida em direção às urnas. Em meio a essa movimentação, um grupo vem chamando a atenção: o Time da Vitória, liderado pelo deputado Othelino Neto (PCdoB), candidato à reeleição, e formado por Ana Paula Lobato, vice-prefeita de Pinheiro e candidata à primeira suplência de senador na chapa do ex-governador Flávio Dino (PSB), Flávia Alves (PCdoB), candidata a deputada federal, e o governador Carlos Brandão (PSB), candidato à reeleição. Ora atuando completo, ora dividido, o chamado “Time da Vitória” vem dando sucessivas demonstrações de força política e eleitoral, arrastando multidões nos municípios que tem visitado.

Nos últimos 10 dias, o “Time da Vitória” cumpriu uma intensa agenda em seis municípios em diferentes regiões do estado.

A maratona começou em Paulino Neves, na região dos Lençóis, no dia 9. Ali, junto com Ana Paula, Othelino Neto mobilizou uma multidão, tendo recebido a reafirmação de apoio do prefeito Raimundo Lídio (Republicanos). No dia 13, o grupo fez um grande movimento em Carolina, na região Sul do estado, onde teve confirmado o apoio do ex-prefeito João Alberto Silva, uma das mais importantes lideranças do município. Na sequência, o “Time da Vitória” para São Francisco do Maranhão, também na região Sul, no outro extremo do estado, onde, com o apoio do prefeito Adalberto Santos (PCdoB), realizou uma caminhada que atraiu milhares de pessoas.

A escala seguinte do time liderado pelo presidente da Assembleia Legislativa foi Santa Inês, um dos mais importantes municípios do Maranhão, localizado na região central. Apoiado pelo prefeito Felipe dos Pneus (Republicanos), Othelino Neto comandou uma caminhada-gigante nas ruas centrais da cidade, com a participação do deputado federal André Fufuca (PP), que atua fortemente em Santa Inês e na região. O passo seguinte foi dado em Santa Helena, no coração da Baixada, onde o “Time da Vitória” participou de um grande ato de campanha com o apoio do prefeito Zezildo Almeida (PTB). A maratona da semana terminou no domingo (17) em Pinheiro, onde o grupo, ali liderado pela vice-prefeita Ana Paula Lobato, comandou uma caminhada com milhares de pessoas.

Em todas as etapas da maratona, o deputado Othelino Neto pediu votos para sua reeleição e foi enfático no pedido de apoio eleitoral ao governador Carlos Brandão, que lidera a corrida ao Palácio dos Leões, e ao projeto senatorial do ex-governador Flávio Dino, assinalando a participação de Ana Paula Lobato na chapa como candidata à primeira suplência de senador. E a se confirmar o cenário desenhado até aqui pelas pesquisas, o presidente da Assembleia Legislativa sairá das urnas confirmado como uma as mais importantes lideranças políticas do Maranhão na atualidade.

 

Candidatos a governador se reúnem com líderes empresariais

Carlos Brandão lidera e Weverton Rocha e Lahesio Bonfim conversaram com empresários

Se depender dos discursos dos candidatos a governador, o Maranhão será transformado numa potência econômica nos próximos quatro anos. Essa perspectiva dominou ontem um encontro do governador Carlos Brandão (PSB), candidato à reeleição, o senador Weverton Rocha, candidato do PDT, e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, candidato do PSC, com líderes empresariais do Maranhão interessados no projeto de governo de cada um para o setor econômico. Os três bateram na mesma tecla da geração de emprego e renda, prometeram criar condições para atrair investimentos, principalmente indústria, e disseram, cada um ao seu modo, que o Governo Estado será o carro-chefe desse processo.

Weverton Rocha prometeu criar programas de incentivo econômico e de qualificação profissional, garantindo que colocará em marcha uma política de atração de investimentos. Lahesio Bonfim defendeu uma relação mais estreita do Governo com as prefeituras, avaliando que essa parceria é fundamental para o desenvolvimento da economia do estado. Carlos Brandão disse estar preparado para atrair investimentos para o Maranhão, afirmando que sabe como fazer isso, e também manter o ritmo de investimentos do Governo, que na sua avaliação é fundamental para consolidar qualquer gestão.

De um modo geral, os empresários apontaram as propostas do governador Carlos Brandão como as mais viáveis e mais factíveis.

Os empresários representaram  as seguintes entidades patronais: Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Associação Comercial do Maranhão (ACM), Associação Maranhense de Supermercados (AMASP), Associação dos Criadores do Estado do Maranhão (ASCEM), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Centro das Indústrias do Maranhão (Cimar), Federação das Associações Empresariais do Maranhão (FAEM), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Maranhão (Faema), Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Maranhão (FCDL), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio), Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) e Associação dos Jovens Empreendedores (AJE).

O mesmo grupo se reunirá hoje com os candidatos ao Senado.

São Luís, 20 de Setembro de 2022.