Arquivos mensais: janeiro 2021

Em data histórica, vacina contra a Covid-19 chega ao Maranhão coroando a luta contra a pandemia

 

Flávio Dino ao lado de Egle Martins na contagem regressiva para a primeira dose; Egle Martins recebe a primeira dose e os cumprimentos de Flávio Dino, observada por Carlos Lula, e Fabiana Guajajara faz história ao receber a segunda dose

“É uma grandiosa conquista, um grande passo, mesmo que falte muito. Mesmo que os raios de sol ainda despontem muito tênues no horizonte, eles existem”, declarou ontem, em tom emocionado, o governador Flávio Dino (PCdoB) após testemunhar a aplicação de primeira dose da vacina Coronavac no Maranhão, recebida pela técnica em enfermagem Egle Martins, pouco depois das 20hs, marcando assim o início da campanha de imunização contra a Covid-19 no estado. As outras quatro pessoas vacinadas no evento no Palácio dos Leões foram a médica infectologista Conceição de Maria Pedroso e Silva de Azevedo, a enfermeira Sônia Maria Carvalho de Matos, o fisioterapeuta Henrique Lott Carvalho Novaes Sobrinho e a indígena da reserva Arariboia, Fabiana Guajajara.

O ato desse 18 de Janeiro foi o ápice da guerra travada contra o novo coronavírus pelo Governo do Maranhão,  A campanha foi deflagrada pelo governador Flávio Dino pouco depois de o secretário estadual de Saúde, Carlos Lula, desembarcar em São Luís trazendo a bordo de um jatinho as primeiras 164 mil doses do imunizante para serem distribuídas nos 217 municípios, a começar pela Capital, que deve iniciar hoje a sua campanha a contra o coronavírus aplicando as 12 mil doses que recebeu ontem à noite mesmo. A estimativa é que a vacina esteja em todas as cidades do Maranhão até amanhã (20), para serem distribuídas nas 2.124 salas de vacinação em todo o estado, sendo possível aumentar esse número para 2.500. A vacina será distribuída no Maranhão por três aviões, três helicópteros e 30 automóveis, numa corrida por ar e terra nesta terça-feira (19). O transporte por terra terá a companhia de escolta policial.

Foi um momento tomado pela emoção, não só pelo fato em si, mas por tudo o que os maranhenses, a começar pelos membros do Governo ligados à área de Saúde, passaram para que se chegasse ao caminho da superação. Usando um colete azul do SUS, o governador Flávio Dino agradeceu principalmente o pessoal do SUS, cujo trabalho salva milhões, e declarou ter “um oásis de alegria num imenso vale de lágrimas”. Visivelmente cansado e fortemente emocionado, o secretário Carlos Lula não segurou a emoção e, chorando, agradeceu os esforços feitos pelos profissionais da Saúde, “que nos permitiram chegar aqui”, acrescentando que a vacina “é um mecanismo seguro e eficaz que vai nos permitir vencer a doença”.

Os cinco vacinados externaram alegria e agradecimento. Ao entrar para a História como a primeira imunizada, a técnica em enfermagem Egle Martins declarou: “É gratificante ter a oportunidade de ajudar o próximo, que é o bem maior que temos que fazer”. A indígena Fabiana Guajajara cantou uma música no dialeto tupi em referência ao momento da imunização: “Vacinar é preciso para continuar existindo”.  A médica Conceição Pedroso declarou: “A gente vê o SUS se agigantando, mostrando que é capaz para absorver todo esse atendimento. Hoje eu tenho um respeito muito maior pelo SUS”. Já o fisioterapeuta Henrique Lott disse que “um fio de esperança veio com essa vacina, o que vem agregar ainda mais a luta que nós, profissionais da saúde, fizemos contra o coronavírus”. E a enfermeira Sônia Matos ressaltou que a vacina “é de suma importância, é a vida”.

A chegada da vacina ao Maranhão é um marco histórico que destranca os portões que vêm mantendo a vida normal sufocada pela pandemia.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maranhão se preparou para como deveria para a fase da vacinação

Ao contrário do Governo Federal, que vem dando demonstrações diárias de despreparo e até mesmo de irresponsabilidade, o Governo do Maranhão enfrenta a pandemia com racionalidade e planejamento desde o primeiro momento. Tanto que duas semanas atrás já tinha pronto o plano estadual de vacinação, com todas as etapas definidas.

Nesta primeira etapa, serão três fases nesta etapa. Na primeira fase, serão vacinados profissionais da saúde, pessoas de 75 anos ou mais, idosos que moram em asilos, grupos em situação de rua, indígenas e ribeirinhos e quilombolas. Na segunda fase, os idosos de 60 a 74 anos. E na terceira fase, as pessoas com diabetes mellitus, hipertensão arterial grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, com anemia falciforme, câncer, e com obesidade grave.

A previsão é a de que nas três fases da primeira etapa sejam imunizadas 1 milhão 750 mil pessoas, num processo ainda sem data definida para terminar. Os demais serão vacinados após essa fase, em cronograma também a ser definido em conjunto com o Ministério da Saúde.

Além criar as condições adequadas para garantir eficácia na campanha de vacinação, o Governo do Maranhão está entregando quatro milhões de seringas e agulhas para os municípios usarem na primeira fase da vacinação. “A Prefeitura de São Luís já nos pediu no domingo que entregássemos seringas, agulhas e luvas. Faremos isso para a Prefeitura de São Luís e todas aquelas que estão nos pedindo”, declarou o governador Flávio Dino.

 

Flávio Dino teve papel importante na pressão por vacinas

Embora as seis milhões de doses da vacina Coronavac distribuídas ontem para todo o País sejam, de fato, frutos dos esforços e do planejamento comandados pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que tem o controle do prestigioso Instituto Butantan, o governador Flávio Dino foi um dos governadores que mais se anteciparam, de maneira planejada, com o objetivo de buscar uma vacina. Ainda no ano passado, abriu negociações com o Instituto Butantan para comorar a vacina Coronavac e com a Fiocruz, tentando ali conseguir suprimentos da vacina Oxford-AstraZeneca, e ainda com autoridades russas em busca da vacina Sputnik.

Partiu do governador do Maranhão a iniciativa de pedir ao Supremo Tribunal Federal respaldo legal para que governos estaduais pudessem adquirir vacinas na hipótese de as ações do Governo Federal nesse sentido fossem – como estão sendo – lentos e marcadas por trapalhadas. A Advocacia Geral da União entrou em campo para evitar que o pedido do governador maranhense fosse acatado.

Essas e várias outras iniciativas serviram para manter o presidente da República e o ministro da Saúde sob pressão, evitando assim a acomodação de ambos.

Em Tempo: As informações da Coluna foram extraídas de material divulgado pela Assessoria de Comunicação do Governo do Estado

São Luís, 19 de Janeiro de 2021.

Atuação desastrosa do PDT em São Luís coloca em xeque o leque de vitórias recentes de Weverton contra Brandão

 

Weverton Rocha: bom desempenho no Senado, credenciado para disputar o Governo, mas com altos e baixos no comando do PDT estadual

Algumas avaliações estão tentando cravar na crônica política estadual o registro de que nas três batalhas recentes da guerra prévia pela sucessão do governador Flávio Dino (PCdoB) – as disputas para a Prefeitura de São Luís, para a presidência da Câmara Municipal e para o comando da Famem -, o senador Weverton Rocha (PDT) derrotou o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos). Sem levar em conta as diferenças e as circunstâncias de cada um desses eventos, as avaliações causam a impressão de que o senador e presidente estadual do PDT se move no tabuleiro político arrebatando os troféus de todas as disputas em que está direta ou indiretamente ligado. Nos três casos relacionados, a vantagem mais clara do senador se deu na Famem, com a reeleição do presidente Erlânio Xavier, seu operador mais fiel, numa eleição bem disputada, da qual os perdedores saíram de cabeça erguida. Na Câmara Municipal, o vereador Osmar Filho (PDT) só foi eleito de novo presidente porque o prefeito Eduardo Braide (Podemos), que tinha poder de fogo para eleger o presidente, resolveu mimar o PDT costurando um consenso, retribuindo assim o apoio que dele recebeu no segundo turno. O vice-governador tentou estimular uma disputa, mas errou no cálculo.

Na disputa para a Prefeitura da Capital, o senador Weverton Rocha conduziu o PDT e a aliança dele com o DEM a um desastre monumental. Tanto que o candidato da aliança, o jovem e aguerrido deputado estadual Neto Evangelista, não conseguiu chegar ao segundo turno. O líder pedetista tentou compensar o tombo apoiando Eduardo Braide, que venceu a eleição e deu aos pedetistas a falsa sensação de vitória. Esfriados os ânimos e feitas as contas, o fato real é que um erro de cálculo do senador levou o partido criado por Jackson Lago, que estava no comando de São Luís, quase a desaparecer do mapa político da Capital, depois de quase três décadas de domínio absoluto.

Para começar, numa decisão inacreditável para muitos membros do partido, Weverton Rocha resolveu que o PDT não lançaria candidato à sucessão do prefeito pedetista Edivaldo Holanda Jr.. Com isso, abriu mão de tentar manter seu partido no comando da maior Prefeitura do Maranhão e, mais surpreendente, para tentar entregá-la ao DEM, uma força duramente combatida pelo chamado “PDT de raiz”. O erro estratégico ganhou força com o fato de o senador não haver dialogado com o prefeito Edivaldo Holanda Jr., que considerou a escolha “inaceitável”, se recusou a apoiá-lo e se distanciou da disputa. Sem oposição dentro do partido, Weverton Rocha consolidou o projeto de entregar a Prefeitura de São Luís ao DEM, levando o PDT a participar da sucessão municipal na condição de mero coadjuvante, ao indicar a assistente social e militante pedetista Luzimar Lopes candidata a vice.

As urnas confirmaram o desastre que foi a estratégia do comandante do PDT em São Luís: numa só tacada, o partido perdeu o poder de administrar uma máquina que alcança 1,2 milhão de ludovicenses, 700 mil deles eleitores, não conseguindo sequer a vaga de vice. Não ficou aí: só elegeu três vereadores – Osmar Filho e Raimundo Penha, reeleitos com votações menores do que em 2016, e o novato Nato Jr.. Focado na guerra sucessória estadual e certo de que a eventual eleição de Duarte Jr. fortaleceria o vice-governador Carlos Brandão, o senador não titubeou: sem levar em conta o fato de que esse movimento atingiria a malha partidária tecida pelo governador Flávio Dino, mobilizou o que restou do PDT e o colocou a serviço da candidatura de Eduardo Braide, que, até onde é sabido, não assumiu qualquer compromisso para 2022. Assim, no dia 1º de Janeiro, o PDT entregou, sem luta, sua joia mais preciosa, a Prefeitura de São Luís, ao Podemos, encerrando uma era de domínio político na Capital.

Não há algo parecido na crônica das vitórias e derrotas políticas recentes do Maranhão.

É consenso que, aos 41 anos, o senador Weverton Rocha é o político mais ativo, arrojado e bem-sucedido da sua geração no Maranhão. Comanda um partido de peso, faz um mandato senatorial produtivo nos vieses legislativo e político, e, com atuação forte, reúne todas as condições para entrar na disputa com cacife para ser o próximo governador do Maranhão. Os dois milhões de votos que recebeu para o Senado indicam essa evidência. Nessa contabilidade positiva no geral há, porém, baixas expressivas. Se de um lado saiu das eleições com 45 prefeitos e cerca de 300 vereadores, de outro sofreu perdas irreparáveis, como a máquina de São Luís – que sozinha equivale a mais da metade desses municípios conquistados -, e a importante e estratégica Prefeitura de Codó, por exemplo. Além disso, a legenda só tem hoje um deputado federal (Gil Cutrim), e só quatro dos seis deputados estaduais que elegeu em 2018.

Qualquer avaliação isenta, sem a pressão do partidarismo, certamente mostrará que, eleitoralmente, na disputa pela Prefeitura de São Luís o desempenho do lado do vice-governador Carlos Brandão foi bem melhor do que o do senador Weverton Rocha.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Estudo da Fiocruz mostra que o Maranhão é o estado que melhor combate a pandemia

O Maranhão é o estado brasileiro com menor número de mortes por Covid-19 por 100 mil habitantes. A informação chegou ao público por uma pesquisa realizada pela Fiocruz, a mais renomada instituição de pesquisa farmacológica do País. O estudo tem como base o cálculo aplicado pelos organismos que monitoram a doença no país. No levantamento, o Maranhão está em último lugar na escala de mortes, sendo o Rio de Janeiro colocado em primeiro lugar.

O que a pesquisa da Fiocruz mostra é o resultado da decisão política de enfrentar a pandemia como prioridade e com determinação tomada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) quando o problema começava a ganhar corpo em fevereiro do ano passado. Essa tomada de posição permitiu que o Governo do Maranhão planejasse e colocasse em prática um eficiente conjunto de ações para controlar a propagação da doença e atender com bons resultados maranhenses infeccionados, além, é claro, do engajamento dos profissionais de Saúde do Maranhão.

Grande responsável pelo bom desempenho do Maranhão no combate ao novo coronavírus, o governador Flávio Dino atribuiu a maior fatia do bom resultado à dedicação de todos os profissionais da saúde do estado e municípios, neste cenário de combate à doença. “Mais uma vez, cumprimento as equipes da Secretaria de Saúde do Estado e dos municípios e, especialmente, os nossos profissionais de saúde pelo desempenho”, disse o governador.

No Maranhão, já foram registrados 203.156 casos da doença, sendo 4.549 óbitos e mais de 489,9 mil testes realizados pelo Governo do Maranhão. A Fiocruz usou dados relativos ao final do ano passado e dos primeiros dias deste ano. Para a pesquisa foram utilizados todos os dados de óbitos notificados em 2020, com correção do atraso de notificação e previsão para a primeira semana de 2021. Essas informações justificam plenamente o fato de o Maranhão estar recebendo pacientes amazonenses infectados, num movimento de solidariedade que faz a diferença diante da situação calamitosa em que aquele estado foi mergulhado.

 

Flávio Dino reassume e foca na campanha de vacinação

Flávio Dino: foco na vacina

O governador Flávio Dino está de vota ao comando do Estado. Depois de alguns dias de férias, que gozou apesar dos tremores que movimentaram a base política do seu Governo, causados pela medição de força entre o governador em exercício Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha, que tentam demarcar terreno na corrida sucessória. O governador não está indiferente a esse cenário político marcado por alguma tensão e muito “dissenãodisse”, mas o seu foco será criar as condições para o início da vacinação, que deve ocorrer durante esta semana. A julgar pelo destrambelho que vem sendo a condução do plano nacional de vacinação pelo Ministério da Saúde, é provável que o governador reforce o pedido que fez ao Supremo Tribunal Federal para autorizar os governos estaduais possam comprar as suas próprias vacinas, sem abrir mão das que estão sendo adquiridas pelo Governo Federal.

São Luís, 17 de Janeiro de 2021.

Cinco desafios que a Famem pode incorporar criando meios para ajudar os prefeitos a enfrentá-los

 

O presidente Othelino Neto entre o procurador de Justiça Eduardo Nicolau (d) e o presidente da Famem Erlânio Xavier (e) em visita que fizeram ontem ao presidente da Assembleia Legislativa, com quem conversaram sobre  o  futuro da entidade 

Hoje uma entidade corporativa no viés municipalista e com grande peso no tabuleiro político do estado, a Federação dos Municípios do Maranhão (Famem) tem como base de atuação a defesa dos interesses dos 217 municípios maranhenses, papel que vem desempenhando cada vez mais efetivamente, melhorando a qualidade dessa atuação a cada gestão. Sua importância como entidade municipalista e como organização com grande poder de fogo político, se explorada também nesse campo, como está sendo agora, foi mostrada com toda clareza e ênfase na eleição dos seus dirigentes, realizada Quinta-Feira (14). Reeleito, o presidente Erlânio Xavier (PDT), que é prefeito reeleito da pequena Igarapé Grande, localizada no Médio Mearim, conhece a realidade dos municípios maranhenses, principalmente os de médio e pequeno porte, que é marcada por problemas gigantescos e desafiadores, largamente agravados com a pandemia do novo coronavírus.

Não se duvida que o presidente reeleito e seus pares de diretoria, a começar pelo vice-presidente Luciano Genésio (PP), prefeito reeleito de Pinheiro, cidade-polo da Região da Baixada, têm ciência plena dos maiores problemas das áreas urbanas brasileiras na atualidade. E foi com convicção sobre essa consciência que a Coluna, ouvindo alguns observadores, elencou cinco temáticas complexas que poderão perfeitamente ser elencadas como prioridades no programa de ação da Famem na gestão que começa agora.

Combate à Covid-19 – É verdade que a Famem já vem trabalhando nessa frente desde que a pandemia eclodiu no Maranhão, realizando uma grande operação de distribuição de álcool em gel e outros insumos para os municípios. Mas agora, que a pandemia recrudesce no país, mesmo com o Maranhão estando numa situação sob controle, a entidade poderá intensificar as gestões no sentido de incentivar os prefeitos a encorajarem as populações sob suas jurisdições a se disciplinarem no sentido de que cada cidadão pratique as recomendações de ficar em casa se puder, manter o distanciamento social, lavar as mãos sempre que possível e, mais importante, usar a máscara. A Famem tem condições e poderá realizar uma campanha nesse sentido, aliada ao incentivo para que os prefeitos invistam na qualidade dos serviços hospitalares sob sua responsabilidade.

Volta às aulas – Hoje um problema planetário, que angustia governos de nações ricas e pobres, a volta às aulas é um enorme desafio nos municípios. São mais de 1 milhão de crianças aguardando o retorno às escolas numa situação de incerteza, principalmente nos pequenos municípios. É verdade que a Famem não tem poder nem mecanismos para contribuir na prática para a solução do problema, mas tem os instrumentos necessários para incentivar os municípios por meio de uma campanha inteligente de motivação. Isso com o objetivo de mostrar aos prefeitos que eles têm, de fato, uma voz que fale em nome dos municípios.

Fim dos lixões – Um dos mais graves problemas dos municípios maranhenses na atualidade é a limpeza urbana e o manejo e a gestão dos resíduos sólidos. Um levantamento feito pelo IBGE mostra que, dos 217 municípios maranhenses, somente São Luís alcançou um estágio de excelência nessa área. Os grandes municípios do interior administram o problema por meio de lixões, com maior ou menor controle sobre eles, enquanto a esmagadora maioria mantém lixões sem planejamento nem controle, o que torna a situação cada vez mais grave, à medida que se trata de um problema de saúde pública. Capital à parte, os 216 municípios maranhenses encontram-se à margem do Plano Nacional dos Resíduos Sólidos (Planares), instituído pela Lei nº 12.305/2010. A Famem poderia transformar a busca por soluções para o problema dos lixões, que são foco de doenças, numa bandeira, inclusive estimulando novos consórcios entre municípios com essa finalidade.

Pela saúde – Como prefeito de uma cidade que vive todos esses problemas, o presidente Erlânio Xavier pode levar a Famem a priorizar a bandeira do saneamento básico. O Plano Nacional de Saneamento Básico consiste no planejamento integrado do saneamento básico, considerando seus quatro componentes: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, coleta de lixo e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Poucos são os municípios maranhenses que já construíram essa engrenagem urbana, o que abre caminho para Famem atuar efetivamente estimulando os prefeitos a garimpar recursos com essa finalidade.

Transparência saudável – De acordo com o mapa de controle da transparência feito pelo Ministério Público Federal (MPF), os 217 municípios maranhenses juntos estão na lanterna nacional em matéria de transparência. Numa escala de zero a 10, os municípios de Santa Catarina somados alcançam índice de 8,24, enquanto o dos municípios maranhenses somados é de 2,84, o que os coloca em último lugar, perdendo até para os de Alagoas, que detêm o penúltimo lugar com índice de 3,10. O comando da Famem pode encontrar mecanismos eficientes para incentivar os prefeitos a modernizarem as máquinas administrativas municipais, começando pela implantação de portais de transparência atualizados e acessíveis, de modo que os mais humildes dos cidadãos possam acessá-lo a cada atualização.

É quase certo que a Famem já tenha ações amplas e consistentes em cada um desses itens. A Coluna, porém, entende que as sugestões são válidas, porque os problemas estão aí mesmo a desafiar prefeito após prefeito.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eliziane Gama faz bom mandato no Senado, mas está distante do cenário político estadual

Eliane Gama: bom trabalho parlamentar no Senado e distanciamento da política

Não há dúvida de que a senadora Eliziane Gama (Cidadania) exerce muito bem o seu papel de representante do Maranhão no Senado, onde atua intensamente como parlamentar e legisladora, o que lhe tem rendido amplo reconhecimento pela maneira corajosa e coerente com que tem se posicionado como voz de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Por outro lado, chama atenção o fato de a senadora se manter à margem do processo político e partidário do estado, como foi observado nas eleições municipais e na eleição na Famem, na qual, mesmo de férias, o senador Weverton Rocha (PDT) foi um dos protagonistas de proa.

Quase não há registro da participação da senadora Eliziane Gama na intensa corrida eleitoral nos municípios. Com maior ou menor intensidade, os integrantes da bancada federal marcaram presença, uns como candidatos e outros como partidários de inúmeras candidaturas. Eliziane Gama, se atuou na corrida eleitoral, o fez de maneira muito discreta, como quem não queria seu nome associado ao jogo da campanha. O seu partido, o Cidadania, que desde quando se chamava PPS sempre foi pequeno no estado, saiu das urnas de 2020 nanico, e com problemas de sobrevivência no cenário nacional. Na disputa pela Prefeitura de São Luís, a senadora se manteve distante, fazendo apenas algumas participações em atos do candidato Rubens Jr. (PCdoB) e, depois, uma declaração de apoio a Duarte Jr. (Republicanos) no segundo turno. Nada além disso. E o resultado foi que o Cidadania fez apenas um prefeito.

Na eleição da Famem ela não participou nem se manifestou, chamando a atenção de muitos observadores.

 

Aluísio Mendes assume liderança do PSC na Câmara Federal e ganha força dentro do partido

Aluísio Mendes ganha a liderança do PSC e cresce no partido

O deputado Aluízio Mendes foi eleito líder da bancada do PSC na Câmara Federal. Ele vai comandar nove colegas e será, nessa condição um dos coordenadores do Centrão, bloco formado por PL, PP, PSD, Republicanos, PROS, Podemos, PSC, Avante, Patriota, que junto têm 195 deputados. O parlamentar assume o comando do seu partido num momento delicado, com a prisão dos seus quadros mais importantes: o presidente Everaldo Pereira e o governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel estão presos sob a acusação de que lideravam um esquema de corrupção que desviou mais de R$ 100 milhões dos cofres do Estado. Ao assumir a liderança do PSC na Câmara Federal, Aluísio Mendes ganha força dentro do partido, inclusive pelo fato de que conseguiu eleger sete prefeitos e uma penca de vereadores em todo o estado, entre eles o veterano Gutemberg Araújo em São Luís.

São Luís, 16 de Janeiro de 2021.

 

Aluísio Mendes

Com vitória magra, Erlânio mantém Weverton na Famem, num pleito em que Gentil e Brandão mostraram força

 

Erlânio Xavier, ao lado do vice Luciano Genésio, comemora a vitória que fortalece Weverton Rocha

Deu a lógica do favoritismo pré-eleitoral, mas não ocorreu o “massacre” anunciado: com 112 votos (53,8%) contra 96 (46,2%) do prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), o prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), foi reeleito presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem). Foi, de longe, a eleição mais movimentada e politicamente legítima e intensa realizada na entidade nos últimos tempos, tendo lhe devolvido a marca de organização municipalista corporativa, mas de grande peso no tabuleiro da política estadual. Em meio a bandeiraços e torcidas organizadas e a um frenético jogo de conchavos, nada menos que 213 dos 217 prefeitos participaram, dos quais cinco invalidaram seus votos, resultando na apuração de 208 votos válidos. Tal movimentação pode ser explicada pelo grande pano de fundo que motivou a disputa: a guerra evidente entre o senador Weverton Rocha (PDT), apoiador do presidente Erlânio Xavier, e o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos), incentivador de Fábio Gentil. E nesse ponto o líder pedetista levou a melhor.

Foi uma vitória indiscutível, mas bem menor do que os 150 votos previstos por seus partidários. Atuando com um braço forte no viés municipalista da entidade e com outro na estruturação municipal do projeto de poder do senador Weverton Rocha, o presidente Erlânio Xavier fez um bom trabalho no primeiro mandato e vinha em campanha aberta pela reeleição. Incentivado pelo vice-governador Carlos Brandão, o prefeito caxiense Fábio Gentil, ao contrário, só entrou na disputa recentemente – após inclusive ter enfrentado a Covid-19 -, o que tornou sua votação surpreendente. Sua entrada interrompeu uma articulação que pretendia minar outras candidaturas, criando uma situação que pudesse levar à reeleição por consenso, como aconteceu em 2016.

Político experiente, o presidente Erlânio Xavier conhece bem o terreno onde vem pisando. Sabe que sua votação não foi consagradora, mas a renovação do mandato lhe garantiu a oportunidade de fortalecer o projeto de poder do senador Weverton Rocha, que é o seu objetivo maior. Sim, porque quase ninguém o conhece como o bom prefeito da pequena Igarapé Grande (12 mil habitantes), reeleito com 90% dos votos. Sua estatura política está direta e indelevelmente ligada ao senador Weverton Rocha, que o fez vice-presidente do PDT e coordenador de todas as suas ações políticas e eleitorais. A presidência da Famem o tirou da sombra do senador, deu-lhe a oportunidade de se mostrar um bom articulador – que ele aproveitou bem, diga-se -, mas não lhe deu espaço para exercer ainda a sua própria liderança. Daí ser geral a certeza de que no comando da Famem ele segue a orientação política do senador Weverton Rocha. A ameaça que fez de retaliação ao vice-governador Carlos Brandão – “Lá na frente ele vai ver!”-, na véspera do pleito, dá bem a medida dessa relação.

O pleito municipalista produziu outro fato político importante: o crescimento do prefeito Fábio Gentil no cenário estadual. Eleito prefeito de Caxias (166 mil habitantes) em 2016 contra o poder avassalador do Grupo Coutinho, ele fez um mandato diferenciado, independente, com resultados excepcionais, foi reeleito com 75% dos votos, consolidando sua liderança política no município e na região Leste. A candidatura à presidência da Famem, definida quando o concorrente já vinha em campanha aberta pela reeleição, lhe deu a oportunidade de exercer o seu poder de articulação e, ao mesmo tempo, atuar no âmbito estadual. Portanto, qualquer avaliação politicamente isenta concluirá que Fábio Gentil, mesmo não tendo vencido a eleição, saiu-se bem politicamente. Os 96 votos que recebeu, quando aliados do presidente apostavam que ele seria massacrado, ainda que significando uma derrota pontual, deram-lhe estatura política para ter assento na mesa de decisões da própria Famem e fora dela. Saiu do pleito, portanto, como uma nova liderança no Maranhão.

Nesse contexto, a posição do vice-governador Carlos Brandão é parecida. Seu candidato não ganhou a eleição, mas também não perdeu o que não tinha. Se de um lado viu o seu adversário na corrida sucessória ser mantido no comando político da Famem, o que configura, indiscutivelmente, uma clara desvantagem política, de outro obteve a preciosa informação de que os prefeitos maranhenses estão divididos em duas grandes correntes. Um jogo que pode ser zerado em abril do ano que vem, quando ele assumir o comando do Estado e confirmar sua candidatura à reeleição.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Festa, envolvimento surpreendente e quebra de tabu na republicana eleição na Famem

Alguns fatos relevantes foram registrados na importante eleição para o comando da Famem. Eles a tornaram um pleito diferente, republicano e sem amarras, mesmo tendo como pano de fundo a guerra pelo Palácio dos Leões.

Festa – Não há como não registrar que a eleição transcorreu dentro do “normal político”, com bandeiraços, charangas, cabos eleitorais e todos os ingredientes de uma eleição. Os candidatos e os eleitores se movimentaram e se expressaram naturalmente, sem a preocupação. Tudo aconteceu dentro do jogo democrático.

Cabo eleitoral – Chamou a atenção a participação ostensiva do deputado federal Juscelino Filho, presidente estadual do DEM, como cabo eleitoral do presidente Erlânio Xavier. A surpreendente postura do parlamentar de Vitorino Freire é explicada pela aliança nacional do PDT com o DEM, que no Maranhão resultou no desastre eleitoral que foi o projeto de eleger o deputado Neto Evangelista (DEM) prefeito de São Luís, perda em parte compensada pelo acordo subterrâneo que facilitou a anêmica reeleição do prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (DEM). A forte participação de Juscelino Filho visou o fortalecimento do senador Weverton Rocha.

Tabu quebrado – Uma das presenças mais notadas na sede da Famem foi a do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), que foi efusivamente cumprimentado por colegas, abraçou os dois candidatos a presidente e votou sem dizer em quem. Com o movimento, que atraiu as atenções e foi muito comentado, o prefeito de São Luís sinalizou que, ao contrário da maioria dos seus antecessores, vai participar das ações municipalistas, podendo ser uma voz de muito peso dentro da entidade. Vale aguardar.

 

Dino confirma que Maranhão ajudará o Amazonas e diz que responsáveis pagarão pelo caos país

Flávio Dino: apoio ao Amazonas

O Maranhão vai receber alguns amazonenses com Covid-19 e poderá enviar ao Amazonas alguns insumos para ajudar no esforço que está sendo feito para debelar a situação de caos causada pelo aumento assombroso dos casos da doença e do colapso que atingiu a rede hospitalar de Manaus, onde está faltando oxigênio. O anúncio foi feito pelo governador Flávio Dino (PCdoB), cujas ações planejadas e eficientes do seu Governo colocou o Maranhão entre os estados que melhor enfrentaram a pandemia do novo coronavírus.

– Impossível não se indignar e não se emocionar. O Maranhão está pronto para ajudar no que for necessário, como já informei ao governador Wilson (Lima) –  declarou o governador maranhense em entrevista ao portal Radar, ontem à noite, em meio a repercussão da caótica situação amazonense.

Flávio Dino manifestou mais uma vez sua indignação e chamou de “irresponsáveis” os que tratam a Covid-19 como uma “gripezinha”. Para o governador do Maranhão, os negacionistas que contribuíram para que a situação chegasse onde chegou no País devem pagar “pelo caos perante os tribunais, perante a história e perante Deus”.

São Luís, 15 de Janeiro de 2021.

 

Força do viés político faz da eleição da Famem um duro embate entre Weverton Rocha e Carlos Brandão

 

Erlânio Xavier tem o apoio de Weverton Rocha e Fábio Gentil de Carlos Brandão

Independentemente de quem sairá eleito presidente, a eleição para o comando da Federação dos Municípios, disputada entre o atual presidente, o prefeito reeleito de Igarapé Grande Erlânio Xavier (PDT), que tenta a reeleição, e o prefeito reeleito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), será marcada definitivamente pelo seu largo, vistoso e inequívoco pano de fundo: o confronto entre o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) visando a sucessão do governador Flávio Dino em 2022. Por mais que os dois candidatos a presidente tenham insistido no discurso de que o pleito é de interesse exclusivo de prefeitos e que não guarda qualquer relação com a corrida ao Palácio dos Leões, é fato indiscutível que, além das ações municipalistas, a Famem será também um braço forte, para muitos fundamental, na guerra eleitoral que se aproxima. E exatamente por conta desse viés é que o que poderia ser resolvido por consenso ganhou o fogo da disputa e se realiza hoje em clima de indefinição, com os dois candidatos cantando vitória.

Numa entrevista ontem à noite ao programa Ponto & Vírgula, comandado pelo blogueiro Leandro Miranda, o presidente Erlânio Xavier, que é ostensivamente apoiado pelo senador Weverton Rocha, de quem é o principal operador político, que vinha sendo cuidadoso nas declarações, escancarou o tom de beligerância política ao atacar duramente o vice-governador Carlos Brandão, que está no exercício temporário do cargo, acusando-o de interferir no pleito em favor do candidato do seu partido. Na sua fala contundente, Erlânio Xavier prometeu retaliação pesada a Carlos Brandão na disputa para o Governo do Estado, sinalizando que, se reeleito, poderá usar o poder de fogo da entidade contra o vice, alvejando também o secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares. Jurou que o senador Weverton Rocha “não está interferindo” por que “está de férias”, quando até os azulejos dos casarões de São Luís sabem que o líder pedetista é o principal mentor e apoiador do presidente Erlânio Xavier, o que é politicamente legítimo.

(Vale lembrar que na eleição de 2019, o então prefeito de Tuntum e presidente da Famem e candidato à reeleição Cleomar Tema (PSB) denunciou publicamente a ostensiva intromissão do senador eleito Weverton Rocha em favor de Erlânio Xavier, que viu a participação como algo normal).

Fábio Gentil, por sua vez, não escondeu o apoio político do vice-governador Carlos Brandão, mas sustentou um discurso inteligente segundo o qual não houve nada de errado na sua participação, uma vez que o governador em exercício não usou a máquina estatal, como afirmou o presidente Erlânio Xavier. Credenciado pela sua indiscutível condição de bom gestor e com larga experiência política, o que lhe confere uma liderança bem mais ampla do que a do atual presidente da Famem, Fábio Gentil fez uma campanha dentro das regras da articulação política, na base da conversa. Nesse contexto, o vice-governador atuou legitimamente como apoiador assumido do candidato do seu partido, evidentemente apostando estabelecer relacionamento com os prefeitos quando se tornar o titular do Governo em abril do ano que vem.

Está mais do que claro que a eleição de hoje ganhou esse caráter de confronto sucessório prévio por causa da participação intensa, direta ou por tabela, dos dois pré-aspirantes a candidatos a governador. Vale relembrar que em 1989, após assumir a Prefeitura de São Luís, o grande líder pedetista Jackson Lago recusou convite para participar da Famem dizendo que não reforçaria o poder do sarneysismo, no que tinha total razão. Agora, nas conversas reservadas, prefeitos de oposição dizem que Erlânio Xavier significa Weverton Rocha no comando político da Famem, enquanto prefeitos da situação fazem a mesma ressalva, afirmando que Fábio Gentil representa Carlos Brandão na entidade.

Todos esses ingredientes, que agitam e tornam mais disputado o pleito para o comando da Famem, para muitos tornam o seu resultado o desfecho do primeiro grande embate entre o senador pedetista e o vice e futuro governador republicano.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Interlocutores políticos do Governo atuaram para evitar o acirramento dos ânimos na Famem

Rubens Jr. e Márcio Jerry: atuação discreta para evitar confronto aberto na Famem

Por orientação expressa do governador Flávio Dino, agentes do Governo não se intrometeram na disputa pelo comando da Famem. Isso não significou que seus porta-vozes políticos, a começar pelo secretário de Articulação Política, Rubens Jr., e o secretário das Cidades, Márcio Jerry, que é também presidente do PCdoB, ficassem indiferentes à movimentação dos prefeitos. Tanto Rubens Jr. quanto Márcio Jerry atuaram discretamente junto aos dois lados contra o acirramento da disputa, para evitar a transformação do pleito num confronto aberto. Visto como o mais próximo interlocutor do governador Flávio Dino, Márcio Jerry, que já foi secretário de Articulação Política e conhece o jogo em curso, conversou com Erlânio Xavier e Fábio Gentil no início da semana, fazendo aos dois um apelo para evitar o clima de confronto, ouvindo deles a promessa – cumprida em grande medida – de que não ultrapassariam os limites da civilidade política. Mais discreto, Rubens Jr. também intercedeu na mesma direção, obtendo a mesma garantia. A iniciativa ligth dos secretários, feita de maneira cuidadosa para não ser interpretada como uma intromissão, rendeu frutos. Não fosse por elas, a beligerância teria tomado conta do cenário, o que poderia desembocar numa crise política grave, obrigando o governador Flavio Dino a entrar em campo para acalmar os ânimos.

 

DESTAQUE

Com estoque de seringas e agulhas, Maranhão reúne as condições para a vacinação em massa

Flávio Dino revela estoque de seringas e Carlos Brandão, entre Rubens Jr. e Carlos Lula, anuncia Plano Estadual de Vacinação, que est´pronto

O governador Flávio Dino (PCdoB) publicou ontem nas suas redes sociais imagens de um estoque de quatro milhões de seringas e agulhas descartáveis para serem usadas na vacinação contra a Covid-19 no Maranhão. O material encontra-se estocado na Central de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos do Maranhão, podendo ser utilizado a qualquer momento. Com a informação, o governador, que está em férias e reassumirá o cargo na próxima segunda-feira (18), consolida a certeza de que o Governo está preparado para iniciar a campanha de imunização tão logo a Anvisa libere as vacinas (CoronaVac e Astrazenica) e os estoques já disponíveis sejam encaminhados aos estados.

Na mensagem, Flávio Dino informa também que o Governo do Maranhão já providenciou a compra de mais seis milhões seringas e agulhas e outros insumos necessários, de modo a assegurar que a imunização da população maranhense ocorra sem falha dentro do planejado e sem falhas.

O Maranhão é um dos poucos estados que já tem pronto um plano completo para o programa de imunização, o Plano Estadual de Vacinação. Ele foi anunciado no início da semana pelo governador em exercício Carlos Brandão e apresentado pelo secretário de Saúde, Carlos Lula, durante entrevista coletiva no Palácio dos Leões. Trata-se de um completo conjunto de regras e estratégias para dar funcionalidade operacional ao processo de imunização. Nele estão previstas a capacitação de profissionais da saúde, a logística de distribuição e armazenamento, as estratégias para a imunização, os grupos prioritários para a primeira fase da campanha e a estimativa de vacinas necessárias.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, o Maranhão iniciará a vacinação tão logo receba as primeiras doses de vacina.  Após o recebimento das doses que virão de Fortaleza para São Luís, a SES fará a distribuição, em até três dias, para as Regionais de Saúde por transporte aéreo. A previsão feita pelo secretário Carlos Lula é de que 1,7 milhão de pessoas sejam vacinadas na primeira etapa da campanha, que deve ser concluída em sete semanas.

Todos os indicativos sugerem que o Pano Estadual de Vacinação é consistente e que, baseando-se no fato de que o Maranhão está entre os estados que melhor enfrentou a pandemia, reúne todas as condições para ser bem sucedido.

São Luís, 14 de Janeiro de 2021.

Sem envolvimento do Governo, eleição para o comando da Famem agita meio político e ganha cores de indefinição

 

Erlânio Xavier e Fábio Gentil: estaturas diferentes na disputa

Os prefeitos maranhenses decidirão amanhã quem comandará a Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem). E o farão cientes de que esse será um pleito que, dependendo do resultado, levará a entidade à condição braço atuante de projetos de poder ou, mesmo levando em conta seu potencial político, terá fortalecida a sua razão de ser, que é a prática e a defesa do municipalismo. O projeto de poder está na candidatura do atual presidente, Erlânio Xavier (PDT), prefeito reeleito de Igarapé Grande, e o projeto municipalista – que também guarda um projeto de poder, mas menos ostensivo – está representado na candidatura do prefeito reeleito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos). Ontem, no final da tarde, o clima nos bastidores políticos sinalizava ainda favoritismo do atual presidente, mas ninguém mais apostava na previsão de que sairá das urnas com 150 votos. Por sua vez, os apoiadores do prefeito caxiense, mesmo admitindo o grande poder de fogo do adversário, estavam tomados por uma perspectiva otimista, trabalhando com a possibilidade de reverter a tendência, virar o jogo e vencer a eleição. Isso em meio de informações dando conta de prefeito do Republicanos virando a casaca, o mesmo acontecendo com prefeita do PDT.

O presidente Erlânio Xavier faz campanha pressionado pelo jogo do “vencer ou vencer”. Isso porque, além de comandar as ações municipalistas, num processo articulado com a Confederação Brasileira de Municípios (CBM), seu projeto para os próximos dois anos inclui também movimentar as engrenagens da entidade para criar e consolidar uma ampla rede municipal de apoio à candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), de quem é o principal operador político.  Erlânio Xavier encarna uma campanha ostensiva, usando no limite o peso da máquina municipalista e a força do seu partido, que lhe dará 40 votos de saída. Sua candidatura tem o suporte de uma gestão por muitos considerada positiva, mas alguns políticos fazem a ressalva de que sob seu comando a entidade está sendo vista como uma engrenagem dividida entre o seu mister, que é dar suporte aos municípios, e o projeto do senador Weverton Rocha de chegar ao Palácio dos Leões em 2022.

A candidatura do prefeito Fábio Gentil faz contraponto ao projeto situacionista. Prefeito reeleito da quarta maior e mais importante cidade do Maranhão e atualmente o maior nome do Republicanos na seara municipal, o candidato de oposição tem o apoio do seu partido, que tem o vice-governador Carlos Brandão como pré-candidato ao Governo do Estado em 2022. Mas, diferentemente do seu adversário, o líder caxiense faz uma campanha sem máquina, sem a estrutura da entidade, falando em nome de prefeitos que querem uma Famem mais envolvida com as causas municipalistas e menos atrelada a projetos políticos alheios aos seus interesses. Fábio Gentil sai com o apoio de 32 dos 35 prefeitos do Republicanos e com, pelo menos, 35 dos 40 eleitos pelo PL. E mesmo sabendo do tamanho do desafio, joga com habilidade e segurança, brigando pela vitória, mas sem a pressão sufocante do “tudo ou tudo” que move o candidato da situação. “Temos votos para vencer a eleição”, declarou Fábio Gentil.

O dado mais importante e republicano dessa disputa é o não envolvimento do governador Flávio Dino e da máquina governista, conforme ele próprio comunicou nas suas redes sociais, decisão confirmada ontem pelo agora secretário das Cidades, Márcio Jerry, que preside o PCdoB e tem o controle sobre 22 prefeitos.  Aliados do presidente Erlânio Xavier poderão argumentar que o governador em exercício Carlos Brandão está apoiando a candidatura de Fábio Gentil. O diferencial, no caso, é que esse apoio é de incentivo político e partidário, sem o uso da máquina do Estado. O governador em exercício Carlos Brandão é conhecido como um vice ético e afinado com o titular, o que descarta qualquer possibilidade de ele usar a estrutura, os recursos ou os instrumentos do Governo. Pela campanha que está empreendendo, Fábio Gentil receberá votos politicamente autênticos, resultantes de articulação.

As próximas horas serão decisivas para os dois candidatos, para as duas correntes e para os dois projetos de poder.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Visita de Arthur Lira a Carlos Brandão e a Eduardo Braide gerou fatos políticos importantes

Arthur Lira com Carlos Brandão no Palácio dos Leões e com Eduardo Braide no Palácio de la Ravardière durante passagem em campanha pelo Maranhão

A passagem do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), candidato à presidência da Câmara Federal apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, por São Luís em campanha, produziu dois fatos que chamaram a atenção.

O primeiro foi a boa articulação do governador em exercício Carlos Brandão, que atuou de maneira correta recebendo com a devida atenção o candidato apoiado pelo seu partido, o Republicanos, sem preocupação com o fato de o partido do governador Flávio Dino, o PCdoB, estar fechado com o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), mas não lhe dará nenhum dos votos maranhenses, já que os dois deputados federais do partido Márcio Jerry e Rubens Jr. estão licenciados. A desenvoltura do vice recebendo o candidato a presidente da Câmara Federal, e que é linha de frente da tropa bolsonarista no Congresso Nacional, foi uma demonstração clara de que o governador Flávio Dino pratica uma política republicana dentro da aliança partidária que lidera no estado.

O outro fato foi a de que, confirmando o que a Coluna previu logo após o resultado final da eleição em São Luís, sob o comando do prefeito Eduardo Braide (Podemos), o Palácio de la Ravardière voltaria a ser um centro efervescente de atividade política, o que efetivamente não aconteceu ao longo dos oito anos de Edivaldo Holanda Jr. (PDT) A visita do deputado Arthur Lira ao prefeito de São Luís, surpreendeu. Primeiro porque Eduardo Braide não tem mais qualquer vínculo com a Câmara Federal nem lidera um partido que tenha deputado federal pelo Maranhão, não havendo, portanto, motivo para uma visita de campanha de Arthur Lira à Prefeitura de São Luís. Mesmo assim, a ida de Arthur Lira ao gabinete do prefeito da Capital foi um acontecimento, tendo o visitante sido acompanhado por pelo menos seis deputados federais, incluindo os que o apoiaram no segundo turno da disputa na Capital, mas não votarão no candidato do PP, como é o caso do deputado Juscelino Filho, que integrou o grupo que o acompanhou na visita. E a julgar pela desenvoltura do prefeito, é quase certo que ele voltará ao tabuleiro da política estadual mais cedo que muitos possam estar imaginando.

 

Operação Vernissage gera complicações para o ex-senador Edison Lobão

Helicóptero encontrado pela Polícia Federal na residência de Lobão Filho na ação de ontem

A ação da Polícia Federal nas dependências da TV Difusora, na residência do empresário e ex-suplente de senador Lobão Filho (MDB) e no apartamento do empresário Márcio Lobão, em Brasília, na chamada Operação Vernissage, um desdobramento da 79ª ação dentro da Operação Lava Jato, neste caso relacionada com o inquérito que investiga supostos desvios, em forma de propina, da Braspetro, o braço da Petrobras na área de transporte marítimo, foi uma pancada na família do ex-senador Edison Lobão.  De acordo com o Ministério Público Federal, Lobão Filho e Márcio Lobão estariam envolvidos num esquema que supostamente R$ 12 milhões no período de 2008 a 2014, no período em que o então senador Edison Lobão (MDB) foi ministro de Mingas e Energia, por muitos considerado um dos mais competentes dirigentes daquela pasta.  Além de documentos, a Polícia Federal apreendeu cerca de 100 obras de arte, que teriam sido comoradas num jogo de preços para a lavagem do suposto dinheiro da suposta propina. Nas residências, PF encontrou carros de luxo e cerca de uma centena de obras de arte, além de um helicóptero numa dependência da residência do empresário Lobão Filho. Em Brasília, o ex-deputado federal, ex-senador, ex-governador e ex-ministro Edison Lobão se manteve informado sobre a operação acompanhou todos os movimentos da Operação Vernissage, que emplaca mais uma mancha na sua vitoriosa carreira como político que venceu nove das dez eleições que disputou.

São Luís, 13 de Janeiro de 2021.

Braide propõe e vereadores aprovam subprefeitura para a Zona Rural e secretaria para apoiar deficientes

 

Eduardo Braide durante entrevista que anunciou o “pacote” aprovado ontem pelos vereadores

A Prefeitura de São Luís ganhou ontem dois braços inovadores em matéria de atendimento a demandas da sociedade. O primeiro foi a Secretaria Municipal Extraordinária da Pessoa com Deficiência (Semeped), e o segundo, a Subprefeitura da Zona Rural. Compromissos de campanha do prefeito Eduardo Braide (Podemos), as duas novas estruturas da máquina administrativa ludovicense foram aprovadas pela Câmara Municipal, que em sessão extraordinária híbrida – parte dos vereadores em plenário e parte participando remotamente por videoconferência -, se reuniu pela primeira vez com a nova composição, inaugurando também o primeiro e único período presidencial do vereador Osmar Filho (PDT) nessa legislatura. Os vereadores aprovaram também outras duas propostas do prefeito Eduardo Braide: o reordenamento dos cargos em comissão da grade funcional da Prefeitura e a isenção do pagamento de alvará para empresas com faturamento anual bruto de até R$ 250 mil.

A criação da Semeped foi prometida pelo então candidato Eduardo Braide durante a campanha, notadamente nos debates, quando ele discutiu o tema da mobilidade, e dentro dele, a absurda e humilhante situação de deficientes, especialmente cadeirantes, em São Luís, onde não existem calçadas adequadas, áreas de acesso a logradouros e prédios públicos, rampas adequadas nos pontos de ônibus para acesso de deficientes ao transporte coletivo. São frequentes os problemas enfrentados por esses cidadãos, que via de regra são tratados como “problema”. Vale lembrar também que São Luís não é uma cidade planejada, exigindo por isso investimentos em adequação. Eduardo Braide, em vários momentos da campanha, prometeu criar a pasta e, em um deles, disse que a entregaria à vice-prefeita Esmênia Miranda, que acabou assumindo a pasta da Educação.

Usada por quase todos os grandes municípios, especialmente capitais, como instrumento de descentralização administrativa, a primeira Subprefeitura do Município de São Luís chega como uma importante inovação para cuidar da Zona Rural. Tudo indica que, ao criá-la, o prefeito Eduardo Braide tem dois propósitos: ter um órgão de interlocução com a Zona Rural, de modo a dimensionar e viabilizar soluções para seus problemas, e tê-la como experiência que poderá resultar na criação de outras subprefeituras. Eduardo Braide sempre fez política na Zona Rural de São Luís, conhece seus problemas e sabe o que pode ser feito para resolvê-los. Vale destacar que nas maiores cidades brasileiras as subprefeituras têm importância tal, que no Rio de Janeiro, por exemplo, a escolha dos subprefeitos pelo prefeito Eduardo Paes (DEM) ganhou mais repercussão do que de muitos secretários. O prefeito Eduardo Braide deve nomear para o cargo um operador da sua estrita confiança.

O reordenamento dos cargos em comissão da Prefeitura de São Luís já era previsto. São centenas espalhados por toda a grade administrativa, muitos deles partes da cadeia hierárquica – adjuntos, chefes, subchefes, etc…. – e outros para abrigar assessores. A julgar pela importância dada à matéria por alguns vereadores, o prefeito Eduardo Braide quer ter o controle total desses cargos, que têm importância capital no funcionamento da máquina, como também no atendimento a demandas técnicas e políticas. E a gratuidade do alvará para micro e pequenas empresas foi justificada pelo prefeito como uma medida destinada a ajudar empreendedores ativos nesse momento de crise econômica. É o programa “Alvará Zero”, também anunciado durante a campanha eleitoral.

O “pacote” encaminhado ao Palácio Pedro Neiva de Santana pelo novo ocupante do Palácio de la Ravardière foi aprovado sem maiores discussões. Os vereadores compreenderam a relevância das matérias, discutiram pequenos ajustes, mas sem colocar nenhum dos projetos de lei na berlinda. Estreando como líder do Governo, o vereador Marcial Lima (Podemos) se esforçou para   mostrar serviço defendendo as propostas e encaminhando as votações num plenário sem oposição. O esforço do líder governista foi turbinado com o suporte do presidente Osmar Filho, que iniciou seu novo mandato decidido a dar uma mostra eloquente de como pretende comandar a Casa nos próximos dois anos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino descarta envolvimento na disputa pelo comando da Famem

Flávio Dino: longe da eleição na Famem

O governador Flávio Dino (PCdoB) reafirmou ontem, nas suas redes sociais, que não há qualquer possibilidade de ele e seus auxiliares na área política se envolverem na eleição da nova diretoria da Famem. E matou na raiz a especulação segundo a qual seu Governo “perseguiria” prefeitos por conta dos seus posicionamentos na disputa, que tem de um lado o atual presidente, Erlânio Xavier (PDT), prefeito reeleito de Igarapé Grande, ostensivamente apoiado pelo senador Weverton Rocha (PDT), e o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), enfaticamente apoiado pelo vice-governador Carlos Brandão (Republicanos). A posição do governador foi repicada pelo novo secretário das Cidades, Márcio Jerry, que descarto, com ênfase, e envolvimento do Governo numa disputa que só diz respeito aos prefeitos.

Não surpreende a posição do governador, que desde o primeiro mandato tem se mantido numa posição republicana, não interferindo nesse tipo de disputa. Em 2019, a disputa pelo comando da Famem entre Erlânio Xavier e o presidente de então, Cleomar Tema (PSB), prefeito de Tuntum, ficou tensa – exatamente por causa da interferência ostensiva do senador Weverton Rocha, denunciada por Tema. Para evitar um clima de crise no seio da aliança partidária por ele articulada, Flávio Dino mediou um entendimento que resultou na desistência de Tema Cunha de concorrer à reeleição e, sem se posicionar de qualquer lado, contribuiu decisivamente para uma eleição sem traumas.

Não poderia ser diferente agora, como quis a bolsa de especulações. Até porque não faz sentido imaginar o governador maranhense retaliando prefeitos por votarem em Erlânio Xavier – que aparece como favorito – ou em Fábio Gentil. Em situações políticas e partidárias diferentes, ambos integram a base de apoio do seu Governo.

 

Prefeito contraria regras sanitárias e reúne milhares em show para comemorar aniversário

Fernando Teixeira e Tarciso do Acordeon: responsáveis diretos pelo mega-show de riscos em Cidelândia

Inacreditáveis e chocantes as imagens do mega show que o prefeito reeleito de Cidelândia, Fernando Teixeira (PP), promoveu, muito provavelmente com dinheiro público, para comemorar a sua posse e o seu aniversário de 31 anos, Contrariando todas as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão em relação aos cuidados para evitar contágio por coronavírus, o gestor cidelandense contratou a banda de forró comandada por Tarciso do Acordeon para atrair milhares de pessoas à sua festa, exatamente num momento em que o Brasil enfrenta alta expressivo nos números de contágio e de mortes – ontem já eram 213 mil.

Nada justifica a atitude do prefeito reeleito de Cidelândia, um município pobre, de 13,5 mil habitantes e sem qualquer estrutura hospitalar para enfrentar uma onda de infecção. Nos momentos críticos da pandemia no Maranhão, Fernando Teixeira teve de recorrer a Imperatriz para garantir sobrevida a cidadãos cidelandeses. Agora, ou movido por uma súbita amnésia ou por irresponsabilidade pura e simples, o jovem prefeito mobilizou seus concidadãos para uma farra com ingredientes potencialmente letais: aglomeração, não uso de máscaras e, muito provavelmente, sem álcool em gel para uso público.

A pequena Cidelândia foi palco de desrespeito às regras sanitárias em vigor no País, de incitação criminosa à mobilização de pessoas numa grande aglomeração, de provável uso de dinheiro público para bancar a festança, atos pelos quais o prefeito Fernando Teixeira poderá responder criminalmente. E, junto com ele, o forrozeiro Tarciso do Acordeon, que agredindo a ética que move as atividades artísticas, concordou em comandar o show criminoso, provavelmente bancado com dinheiro público.

Com a palavra o Ministério Público.

Em Tempo: as imagens inacreditáveis e as informações chocantes foram trazidas a público pelo blog de Werbeth Saraiva.

São Luís, 12 de Janeiro de 2021.

 

Rubens Jr. e Márcio Jerry voltam ao núcleo palaciano para turbinar a área política do Governo

 

Rubens Júnior, Márcio Jerry e Rodrigo Lago: mudanças no núcleo duro do Governo com foco na corrida de 2022

O governador em exercício Carlos Brandão (Republicanos) concretiza, nesta segunda-feira (11), a mexida dada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) no núcleo palaciano da sua equipe, ao empossar o deputado federal Rubens Júnior (PCdoB) como secretário de Assuntos Políticos – que será separada da Comunicação Social -, o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) no comando da Secretaria das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), e o advogado Rodrigo Lago, que deixa a pasta de Comunicação e Articulação Política, como titular da Secretaria de Desenvolvimento Agrário. É o que nos bastidores está sendo chamado de “renuclearização” da equipe, o que na prática significa que a partir de agora o Palácio dos Leões vai aumentar muitas vezes a rotação da turbina política do Governo, num processo que envolverá o estreitamento da relação com os municípios e a ampliação do diálogo com os partidos aliados, para fortalecer a gigantesca aliança articulada pelo governador Flávio Dino. A mudança tem dois focos: manter o ritmo e a performance do Governo e chegar bem lastreado na grande disputa eleitoral de 2022.

A perspectiva do governador Flávio Dino ficou bem clara quando ele resolveu trazer de volta para o “núcleo duro” da equipe os deputados federais Rubens Júnior e Márcio Jerry, considerados, dentro e fora do Governo, como os dois quadros mais próximos e mais identificados com o seu pensamento político e a sua linha de ação. O primeiro poderia retornar à Secid, que dirigiu por mais de um ano e só deixou para ser candidato à Prefeitura de São Luís, e o segundo à seara da comunicação e articulação política, que comandou até medos de 2018. O chefe do Executivo, porém, decidiu que os dois não voltariam aos cargos, mas assumiriam outras funções dentro desse contexto.

Ainda jovem Rubens Jr. já é um político tarimbado, com dois mandatos de deputado estadual e no exercício do segundo de deputado federal, tendo ainda passado pela experiência executiva como titular da Secid. A partir desta segunda-feira, ao ser nomeado, ele será o principal interlocutor político, encarregado de construir a relação com novos prefeitos e estreitá-la com os reeleitos, intensificar o diálogo com deputados estaduais e com a bancada federal. Uma tarefa gigantesca e delicada, que exigirá dele muita habilidade, poder do articulação e paciência. No que diz respeito aos prefeitos, a ordem é manter a relação republicana, devendo, por exemplo, conveniar com prefeitos de todas as cores políticas e partidárias, a começar pelo de São Luís, Eduard Braide (Podemos).

Visto por todos como o aliado mais próximo do governador Flávio Dino, o deputado federal Márcio Jerry, que também é o presidente estadual do PCdoB, vai comandar a Secid com o objetivo de turbinar a relação do Governo com municípios. Sua tarefa será levar ações urbanas – praças, ruas, parques, etc. – às cidades, sem que esses projetos se conflitem com a Secretaria de Infraestrutura, que continuará cuidando da infraestrutura macro, como pontes, estradas, prédios, etc.. E com a experiência de articulador que carrega na bagagem, deve atuar em alinhamento com o secretário de Articulação Política.

Depois de criar, instalar e pôr em funcionamento a Secretaria de Transparência e comandar por mais dois anos as áreas de comunicação e articulação política, o discreto mas eficiente Rodrigo Lago, que também faz parte do núcleo de auxiliares mais próximos do governador, viverá agora a experiência de comandar a pasta de Desenvolvimento Agrário, uma área de pouca badalação, mas de grande relevância na grade de prioridades do Governo, principalmente no que respeita à reforma agrária e o apoio ao pequeno produtor rural. A julgar pelo seu desempenho nas áreas de comunicação e articulação política, ninguém duvida de que ele fará um trabalho de excelência na pasta do Desenvolvimento Agrário.

Nesse contexto, a política ganha corpo com a permanência do deputado estadual licenciado Marcelo Tavares (PSB) no comando da Casa Civil, onde realiza um trabalho de articulação discreto bem sucedido.

Em Tempo: Com a volta dos deputados federais Rubens Júnior e Márcio Jerry, suas vagas na Câmara Federal serão ocupadas pelos suplentes Gastão Vieira (PROS), que atua como aliado do governador Flávio Dino, e Elizabeth Gonçalo (Avante), que segue a orientação política do prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PMN).

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

 

Auxiliares de Flávio Dino o querem numa cadeira no Senado

Flávio Dino: aliados o querem  no Senado

Dentro do Governo é dominante a avaliação de que o melhor caminho político e eleitoral para o governador Flávio Dino é disputar a vaga do Maranhão que se abrirá no Senado com o fim do mandato do senador Roberto Rocha (PSDB). Todos os membros da sua equipe, sem exceção, avaliam que ele não deve entrar na corrida presidencial, nem como candidato a presidente da República nem a vice-presidente, e menos ainda entrar na briga por uma cadeira na Câmara Federal para tentar salvar o PCdoB, que poderá ser vítima da cláusula de barreira, caso não saia das urnas atendendo às exigências nela previstas, como um número de votos mínimo para impedir a degola da agremiação. Para os membros graúdos do Governo, o governador Flávio Dino tem de representar o Maranhão na Câmara Alta, onde poderá desenvolver uma ação parlamentar, legislativa e política que o mantenha como nome de proa no cenário nacional, como já acontece na condição de governador. Algumas vozes avaliam que Flávio Dino tem autoridade como gestor e como político para ser uma voz influente na República.

 

Erlânio Xavier e Fábio Gentil intensificam campanha pelo comando da Famem

Erlânio Xavier e Fábio Gentil

O fim de semana foi de frenesi nos bastidores da disputa pelo comando da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem). A exemplo do que já vem fazendo há semanas, o presidente da entidade e prefeito reeleito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), se movimenta intensamente para confirmar o favoritismo, tendo o apoio ostensivo do senador Weverton Rocha (PDT). Na mesma seara, o prefeito reeleito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), disputa a entidade pela primeira vez e tem o apoio do governador em exercício, Carlos Brandão. A eleição está confirmada para o dia 14, na sede da entidade, na Avenida dos Holandeses, com cerca de 190 prefeitos aptos a votar.

São Luís, 10 de Janeiro de 2021.

Primeiros dias do ano são marcados por forte movimentação política visando a grande disputa de 2022

 

Flávio Dino e Carlos Brandão e Weverton Rocha, seus aliados, se movimentam, enquanto Roberto Rocha e Roseana Sarney silenciam e Assis Ramos se lança candidato a governador, mas não é levado a sério

Ainda faltam mais de 650 dias, mas as eleições de 2022 já estão mexendo intensamente com a classe política do Maranhão. A mudança que o governador Flávio Dino (PCdoB) está fazendo na banda política da sua equipe e os sinais sobre o seu rumo eleitoral, as articulações para a eleição na Famem, as conversas do vice-governador Carlos Brandão (Republicanos), os movimentos do senador Weverton Rocha (PDT), entre outros eventos, evidenciam que por trás de cada iniciativa está um objetivo ligado à próxima corrida às urnas. Chama a atenção que no que diz respeito à sucessão do governador Flávio Dino, até agora os movimentos estejam restritos às lutas travadas dentro do seu campo político – o embate entre o vice-governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha (PDT) -, não tendo sido registrada até aqui qualquer manifestação de peso no campo oposicionista.

Ao mudar as posições de três dos integrantes do chamado “núcleo duro” do Governo – os deputados federais Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Jr. (PCdoB) e o advogado Rodrigo Lago, atual secretário de Comunicação e Articulação Política -, o governador Flávio Dino sinalizou que dará uma orientação política mais forte ao seu Governo nos próximos tempos. Essa tendência é reforçada com as suas declarações mais recentes sobre o seu próprio futuro, admitindo que poderá disputar a Presidência da República, se for convocado por uma grande frente partidária; o Senado, que é o seu projeto preferido, ou a Câmara Federal, se houver uma decisão do PCdoB nesse sentido. Os gestos do governador estimulam segmentos dentro e fora da aliança partidária que comanda.

Na condição de governador em exercício, Carlos Brandão tem dividido seu tempo entre despachos com secretários e conversas políticas importantes. Uma delas, que teve como interlocutor o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), os dois reafirmaram a boa relação Executivo/Legislativo, e ajustaram a sintonia das suas relações no campo político, desfazendo a impressão de que estariam estremecidos por conta das eleições municipais. Ontem, ele recebeu a visita do prefeito reeleito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PMN), um líder regional importante, com quem mantém fortes laços de amizade e afinidades políticas, o que permitiu que na conversa os dois trocassem impressões sobre o quadro para a grande disputa de 2022. Nos bastidores, Carlos Brandão está atuando no apoio à candidatura do prefeito reeleito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos) à presidência da Famem. Político vitorioso, o prefeito caxiense se movimenta com o objetivo também de ocupar espaço no cenário político estadual.

No contraponto, dentro da aliança dinista, o senador Weverton Rocha (PDT), está participando intensamente da corrida para a eleição na Famem, jogando todas as suas fichas na candidatura do atual presidente, Erlânio Xavier (PDT), prefeito reeleito de Igarapé Grande. A reeleição de Erlânio Xavier para a presidência da entidade municipalista é fundamental para a articulação da candidatura do senador ao Governo do Estado em 2022. Congressista ativo, o senador Weverton Rocha tem dedicado parte do seu tempo às articulações para a eleição da Mesa do Senado, no cenário causado pela reviravolta que proibiu a reeleição do atual presidente, senador Davi Alcolumbre (DEM), com quem estava “fechado”. Um bom posicionamento no Senado é importante para o seu projeto governamental.

Por outro lado, numa curiosa contradição, não há movimentos visíveis no campo da Oposição relacionados com as eleições de 2022. Um dos nomes mais expressivos dessa seara, visto por aliados como o mais provável candidato ao Governo do Estado, o senador Roberto Rocha (PSDB), que terminou 2020 afirmando que politicamente dedicará os próximos dois anos ao Maranhão, mas sem dizer exatamente o que isso significa, se mantém distante. O prefeito reeleito de Imperatriz, Assis Ramos (DEM), declarou que poderá ser candidato a governador, mas sua pouca expressão política – foi reeleito com apenas 26% dos votos – faz com que ele não seja levado a sério. No arraial oposicionista ainda se fala na possibilidade remota de a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) tentar voltar ao Governo, mas ela própria nada disse até aqui. Alguns políticos tarimbados apostam que em algum momento dos próximos 22 meses o novo prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), dirá o que pensa sobre a próxima e decisiva corrida eleitoral.

A julgar pelos movimentos registrados na primeira década de Janeiro, o tabuleiro político do Maranhão viverá tempos agitados.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Eduardo Braide se integrará à Famem, tradicionalmente esnobada pelos prefeitos de São Luís?

Eduardo Braide: abraçará a Famem ou manterá a tradição?

Pelo menos oficialmente, não se sabe ainda como o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), se posicionará na eleição da Famem. Dois observadores atentos ouvidos pela Coluna apostaram que ele votará no presidente Erlânio Xavier, num gesto de reconhecimento ao apoio que recebeu do PDT no segundo turno da eleição. Observam também que o provável voto no pedetista seja um posicionamento contra o candidato do Republicanos, que é entusiasticamente apoiado pelo seu maior adversário, o deputado estadual Duarte Jr. (Republicanos).

A posição de Eduardo Braide pode mudar a “tradição” mantida pelos prefeitos de São Luís em relação à Famem. Todos os ocupantes do palácio de la Ravardière esnobaram a entidade municipalista em maior ou menor grau. O mais ostensivo foi o líder pedetista Jackson Lago, que no primeiro mandato, ao ser procurado por prefeitos para participar da Famem, que lhe ofereceram a “presidência de honra”, foi taxativo, respondendo negativamente por entender que a organização era usada para manter o poder do Grupo Sarney. O gesto mais simpático de um prefeito ludovicense para com a Famem partiu de Edivaldo Holanda Júnior (PDT), que no primeiro mandato não quis saber da entidade, mas no segundo apoiou a candidatura de Cleomar Tema, prefeito de Tuntum, tendo ido à sede cumprimentá-lo pela eleição.

Resta saber se Eduardo Braide vai se integrar à entidade municipalista ou manterá a “tradição”.

 

Avaliações apontam favoritismo de Erlânio Xavier na Famem, mas Fábio Gentil pode surpreender

Erlânio Xavier é favorito, mas Fábio Gentil pode surpreender na disputa na Famem

Os bastidores da política estão agitados por conta da eleição para o comando da Famem. Ali, candidatos e articuladores fazem conta atrás de conta para tentar encontrar o poder de fogo de cada candidato. Favorito na disputa – até alguns contrários admitem -, o presidente Erlânio Xavier trabalha intensamente para ter uma vitória “larga”, que lhe dê maior estatura política. Sua preocupação é seu adversário, o prefeito de Caxias Fábio Gentil (Republicanos), que tem também o apoio do PL, que lhe deu como vice o bem articulado prefeito de Barra do Corda, Rigo Teles, ganhe musculatura e ganhe mais adeptos por meio de articulações feitas pelos deputados federais Josimar de Maranhãozinho (PL) e Cléber Verde (Republicanos) e André Fufuca (PP). Além disso, o líder caxiense faz campanha sem o peso de quem tem de defender o mandato. Quem conhece a seara política municipal calcula que, se a eleição fosse hoje, o presidente se reelegeria, mas com uma margem bem menor do que a esperada. Resta saber se ele mantém ou reforça o cacife até no dia 14.

São Luís, 08 de Janeiro de 2021.