Arquivos mensais: março 2018

Pesquisa aponta que maioria do eleitorado de Imperatriz quer reeleição de Flávio Dino; Roseana Sarney é a segunda opção

 

Flávio Dino lidera am Imperatriz, seguido de Roseana Sarney, Roberto Rocha, Maura Jorge e Ricardo Murad. Eduardo Braide não foi votado
Flávio Dino lidera em Imperatriz, seguido de Roseana Sarney, Roberto Rocha, Maura Jorge e Ricardo Murad. Eduardo Braide foi incluído na pesquisa, mas não foi votado

Se a eleição para o Palácio dos Leões fosse por esses dias, a maioria dos 160 mil eleitores de Imperatriz, o segundo maior colégio eleitoral do Maranhão, votaria no governador Flávio Dino (PCdoB). Essa tendência foi encontrada em pesquisa realizada pelo Instituto Interpreta, publicada na edição de sexta-feira (16) do Jornal Correio, daquela cidade. A pesquisa ouviu 600 eleitores e os números registrados no TSE, sob o protocolo MA-03198/2018, são os seguintes: 73,11% votariam em Flávio Dino (PCdoB), 18,06% se alinhariam à ex-governadora Roseana Sarney (MDB), 6,72% dariam votos ao senador Roberto Rocha (PSDB), 1,48% marchariam com a ex-prefeita Maura Jorge (Podemos) e 0,63% apoiariam o ex-deputado Ricardo Murad (PTN). A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos. O instituto incluiu o deputado Eduardo Braide (PMN), mas informa que ele não foi votado.

As preferências encontradas pelo Instituto Interpreta referendam tendência que vem há tempos sendo propagada a boca miúda nos bastidores da corrida sucessória. Todas as avaliações formais e informais indicam o governador Flávio Dino como o franco favorito do eleitorado de Imperatriz, tendo a ex-governadora Roseana Sarney como o concorrente mais próximo. Qualquer político ou jornalista tocantino indagado sobre o tema confirmará esse cenário, com maior ou menor ênfase. Os dois deram atenção ao município, mas avaliações saídas das mais diversas fontes sempre indicaram o atual chefe do Executivo à frente, com muita folga, de modo que a pesquisa publicada pelo Jornal Correio só está confirmando uma tendência.

A ex-governadora não foi feliz nas duas últimas eleições que disputou em Imperatriz (2006 e 2010). A tendência natural seria ela ter um cacife um pouco maior, mas ao longo do tempo seu grupo ali foi se desagregando, tendo o Grupo Sarney perdido, por exemplo, o apoio do ex-prefeito Ildon Marques, por exemplo, hoje na base de apoio do governador Flávio Dino, o processo de emagrecimento estancou com a eleição do prefeito Assis Ramos (MDB), que é um fenômeno isolado, pessoal, sem qualquer associação com Roseana Sarney. Há quem avalie que se Assis ramis estiver bem poderá injetar algum gás na campanha da emedebista, mas, mesmo levando em conta as peças que a política pode pregar, ninguém aposta na mais remota possibilidade de a ex-governadora reverter o jogo na Princesa do Tocantins.

Surpreende na pesquisa a baixa preferência pelo senador Roberto Rocha. A começar pelo fato de ele tem uma relação muito próxima com Imperatriz e com a região como um todo. Foi ali, por exemplo, que ele instalou um escritório para funcionar como a extensão do seu gabinete de senador, iniciativa que ele apresentou como uma iniciativa para prestigiar as regiões Sul e Tocantina. E, mais importante, de ele como aliado de proa ninguém menos que ex-prefeito Sebastião Madeira, de longe o mais importante e influente líder político da cidade e da região. Rocha já teve o apoio de outro peso pesado da Vila do Frei, o empresário e ex-prefeito Ildon Marques, que tirou da direita liberal e levou para o PSB. Esses dados deveriam embalar sua candidatura, mas a julgar pelo que diz o Interpreta, não estão funcionando.

Difícil avaliar o desempenho da ex-prefeita Maura Jorge e do ex-deputado  Ricardo Murad nessa pesquisa. Somados, os dois têm pouco mais de 2% de intenções de voto, o que equivale a dizer que ambos não vislumbram qualquer possibilidade de obter um resultado melhor na campanha para valer. Ao mesmo tempo, chama a atenção o fato de que, mesmo não sendo candidato assumido, só existindo como aspirante a candidato nos meandros dos bastidores da corrida sucessória, nos quais se movimenta mesmo é para disputar uma vaga na Câmara Federal

Por maior que seja a possibilidade de erro involuntário ou induzido, a pesquisa do Instituto Interpreta existe formalmente e foi registrada, como manda o figurino, e por isso serve tecnicamente como parâmetro se identificar as preferências dos imperatrizenses na disputa pelo Governo do Estado. Se não reproduz integralmente a realidade do momento, revela pelo menos uma tendência, que é confirmada por experientes observadores políticos da Região Tocantina.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane faz política madura e ganha suporte político e partidário para concorrer ao Senado

Eliziane Gama (d) acompanha Edivaldo Jr. em evento da prefeitura em bairro de São Luís
Eliziane Gama (d) acompanha Edivaldo Jr. em evento da prefeitura em bairro de SL

Ao assumir o comando do PPS no Maranhão, participar de eventos do Governo do Estado e acompanhar o prefeito Edivaldo Jr. (PDT) em atos e inaugurações na periferia de São Luís, a deputada federal Eliziane Gama emite todos os sinais de que está de fato se consolidando como o segundo nome para disputar o Senado na chapa do governador Flávio Dino. A viabilização política desse projeto elimina de vez qualquer possibilidade de uma recomposição do governador Flávio Dino com o ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares (sem partido), que agora terá de viabilizar o seu projeto senatorial em campo oposicionista, sendo o mais provável uma aliança por meio da qual sairá candidato na chapa do senador Roberto Rocha (PSDB). Ao contrário de outros momentos – como o que resultou na eleição do prefeito de São Luís, quando cometeu uma série de erro de estratégia -, Eliziane Gama agora articula de maneira centrada, com foco temático e mexendo com as peças com segurança, como um político que sabe exatamente o que está fazendo. A parlamentar soube conquistar o apoio do governador Flávio Dino por meio de uma ação política equilibrada e sem arroubos incoerentes. Moveu-se com precisão para despejar uma pá de cal sobre as rusgas que restaram da sua equivocada campanha para a Prefeitura de São Luís e com isso ganhar o apoio aberto e franco do PDT, expressado nas manifestações do deputado federal Weverton Rocha, seu iminente colega de chapa, e do prefeito Edivaldo Jr., e com eles a militância pedetista, que não tem a força de outrora, mas ainda é um diferencial na corrida ao voto no Maranhão, a começar por São Luís. Com esse cacife, Eliziane Gama deverá ser ungida à condição de candidata ao Senado ao lado de Weverton Rocha na chapa a ser liderada pelo governador Flávio Dino. E com uma vantagem a mais: as pesquisas a apontam como favorita a uma das duas vagas.

 

Roseana Sarney faz discurso agressivo e abre caminho para uma campanha agressiva

Roseana Sarney faz discursos agressivos contra Flávio Dino
Roseana Sarney : discursos agressivos contra Flávio Dino

Surpreendeu, sob todos os aspectos, o destempero verbal da ex-governadora Roseana Sarney na sua incursão de pré-campanha por algumas dezenas de municípios. “Vou enfrentar a fera”, “Não tenho medo de cara feia”, “Não tenho medo de bucho grande”, disparou em discursos na Região Sul, na semana que passou. Se de um lado tais declarações endereçadas ao governador Flávio Dino arrancaram sorrisos e até alguns aplausos de partidários e simpatizantes que a ouviam, por outro demonstraram que Roseana Sarney ainda não encontrou um pacote de argumentos para justificar sua pré-candidatura. Sua fala mesclada de ataques pessoais ao governador passa a impressão de que a ex-governadora não ouviu ecos nas críticas às ações do atual Governo, levando, ao que parece, sua campanha para uma espécie de “vale tudo” no campo discursivo, abrindo assim a guarda para ser alvejada também com ataques verbais duros, que poderão tirá-la do eixo. Os sinais mais evidentes de que discurso agressivo pode ser um equívoco estão na repercussão negativa das suas declarações nas redes sociais. A ex-governadora Roseana Sarney sabe que enfrenta um adversário articulado, com discurso eficiente e que dificilmente mergulhará numa troca de ofensas, preferindo dizer o que fez e o que fará se reeleito for. Ela tem agora a oportunidade de mostrar que está de fato credenciada para a difícil desafio de virar o jogo.

São Luís, 18 de Março de 2018.

Transparência e resultados positivos fortalecem o governador Flávio Dino e inibem discurso da Oposição

 

Flávio Dino: transparência e correção na aplicação do dinheiro público inibem a Oposição
Flávio Dino: transparência e correção nos gastos públicos inibem a Oposição

 

Ao mesmo tempo em que vozes oposicionistas se esforcem, com sua legitimidade política, para encontrar rachaduras éticas na atual gestão da máquina pública maranhense, o Governo do Maranhão vê aumentado o número de atestados que reforçam sua marca de seriedade e correção na aplicação dos recursos que administra. Por conta dos instrumentos gerados pela maravilha virtual que permite o acesso do cidadão às contas públicas, a transparência passou a ser a chave para definir o condão ético das gestões públicas. E num país em que a corrupção na máquina pública tem se revelado endêmica, tomar conhecimento de que estudo realizado por equipe de pesquisadores estrangeiros ligados à respeitada e isenta Fundação Getúlio Vargas apontou o atual Governo do Maranhão como o mais transparente do Brasil é, sem dúvida, um fato excepcional.

A informação, publicada no bem infirmado blog do jornalista Jorge Vieira: Em evento da Rede Nacional de Ouvidorias, realizado quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, o professor canadense Gregory Michener, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou o estudo “Avaliando os Cinco Anos da Lei de Acesso no Brasil”, que mostra que, dentre os Estados brasileiros, o Maranhão é exceção na transparência das informações públicas. O estudo concluiu que a atual gestão age para dar transparência às informações. O pesquisador citou nominalmente o governador Flávio Dino (PCdoB) como exemplo de governante supranacional referência em transparência. Participaram do estudo os professores Evelyn Contreras e Irene Niskier.

Para se fazer um registro verdadeiramente honesto e isento dessa marca do atual Governo do Maranhão, é justo lembrar uma série de informações chegadas recentemente a público pelos canais mais diversos e improváveis, que podem ser apontados como nada simpáticos à linha de ação política do governador Flpavio Dino.

O portal G1, braço virtual do Sistema Globo de Informação, publicou em janeiro um levantamento mostrando que dos atuais governadores, o do Maranhão foi o que mais cumpriu promessas de campanha – mais de 90%. Números publicados pelo jornal Valor Econômico – que é o porta-voz mais credenciado do capitalismo brasileiro – mostraram o Maranhão como o segundo estado com melhor desempenho na gestão das contas públicas. Em seguida, o jornal Folha de S. Paulo informou que o Governo do Maranhão, está entre os cinco com melhor situação fiscal no País, e mais recentemente publicou que o Produto Interno Bruto (PIB) maranhense cresceu espantosos 9,7% em 2017, deixando os demais estados muito atrás em matéria de crescimento econômico.

Esse conjunto de informações, associado aos indiscutíveis resultados concretos do Governo do PCdoB em áreas essenciais como Educação (Escola Digna, Iema e Escola de Tempo Integral, etc.), Saúde (Hospitais Regionais, Hospital de Traumatologia e Casa Ninar, entre outros), Segurança Pública (aumento do efetivo policial e controle do Sistema Penitenciário, etc.) e Desenvolvimento Social (multiplicação dos Restaurantes Populares e investimentos para melhorar o IDH, etc.), para citar apenas as mais visíveis. São dados diretamente associados à aplicação correta dos recursos públicos e, logicamente, da transparência que tem sido dada a essa prática.

Não se discute o direito da Oposição de operar para mostrar o contrário, como vêm tentando fazer os deputados Adriano Sarney (PV), com a estratégia de atirar contra a gestão financeira que os estudos técnicos elogiam; a deputada Andrea Murad (MDB), que enxerga caos num Sistema de Saúde que melhora progressivamente; e do deputado Souza Neto (PROS), que aponta defeitos numa polpitica de Segurança Pública, quando informações diárias mostram que a situação já foi pior. Um coro que, por conta da corrida eleitoral, é agora engrossado pela ex-governadora Roseana Sarney (MDB), que tenta mostrar o contrário.

A deputada federal Eliziane Gama (PPS) definiu bem o cenário, ontem, em discurso na Câmara Federal: “O Maranhão que um dia foi manchete nacional de forma negativa pelas cabeças decapitadas no sistema penitenciário, agora vive um momento totalmente diferente e positivo, com reconhecimento nacional”. Os fatos estão obrigando os adversários do governador Flávio Dino a rever suas estratégias para ter chance nas urnas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Em sessão prestigiada, Cleide Coutinho se torna Cidadã Maranhense

Cleide Coutinho recebe o diploma emoldurada por Rogperio Cafeteira, sua filha , Othelkino Neto, seu filho e Roberto Cista, aurtir da proposta
Cleide Coutinho recebe o diploma emoldurada por Rogperio Cafeteira, sua filha , Othelkino Neto, seu filho e Roberto Cista, aurtir da proposta

“Esse diploma dado à doutora Cleide Coutinho é apenas a formalização de uma situação já existente e irreversível, pois não tenho dúvidas de que o Maranhão já perfilhou essa sergipana de nascimento, transformando-a numa maranhense genuína, moldada pelos atos do seu coração sensível, generoso e justo”. Com essa afirmação, feita no bojo de um discurso denso e emocionado, o deputado Roberto Costa (MDB) justificou ontem a concessão do título de Cidadã Maranhense à médica e ex-deputada estadual Cleide Coutinho (PDT).

O diploma foi entregue numa das sessões especiais mais concorridas entre as realizadas na Assembleia Legislativa nos últimos tempos. O ato legislativo foi comandado pelo presidente Othelino Neto (PCdoB) e se revestiu também de uma expressiva homenagem ao ex-presidente da Casa, deputado Humberto Coutinho (PDT), seu marido, falecido no início de Janeiro.

Diante de um plenário lotado de deputados, familiares, amigos e aliados, a ex-deputada recebeu uma homenagem superlativa, como poucas vezes aconteceu na Casa. Tarefa normalmente destinada ao autor na proposta – no caso o deputado Roberto Costa -, a sessão foi presidida pelo presidente Othelino Neto, que fez questão de registrar publicamente respeito e consideração pela homenageada, destacando também a figura do ex-presidente e encerrando sua fala declamando o poema musicado “Tomara”, de Vinícius de Moraes. No mesmo tom se manifestou o líder do Governo, deputado Rogério Cafeteira (PSB), que também ressaltou a importância do ex-presidente Humberto Coutinho.

A homenagem do deputado Roberto Costa foi completa. Além de apresentá-la e obter o apoio unânime dos deputados, destacou na tribuna a grandeza de Cleide Coutinho como médica, empresária, política e líder de família. “Descobri em Cleide Coutinho uma pessoa excepcional: generosa, correta, compreensiva, dedicada, disponível, solidária e, principalmente, dona de uma grande paixão pelo Maranhão. Encantado como esses predicados e pela sua maneira honesta de lidar com as pessoas, tornei-me seu amigo e, por seu intermédio, firmei uma sólida amizade também com Humberto Coutinho, que passou a ser um grande parceiro e interlocutor, daqueles que a gente cultiva como uma planta rara e para o resto da vida, disse.

E arrematou: “Cleide Coutinho não é a mulher que esteve por trás de um grande homem. Ela é a mulher forte que esteve sempre ao lado de um grande homem”.

Com seu jeito franco e afirmativo, afeita a frases e gestos que normalmente descontraem, Cleide Coutinho agradeceu homenagem com um pronunciamento mesclado com frases descontraídas e declarações emocionadas. Foi aplaudida.

 

É definitivo o rompimento entre José Reinaldo e Flávio Dino

José Reinaldo e Flávio Dino: rompimento é definitivo
José Reinaldo e Flávio Dino: rompimento político entre os dois é  definitivo

Como ele próprio declarou na bombástica entrevista ao jornalista Benedito Buzar, – publicada na edição de Domingo de O Estado do Maranhão -, o rompimento do ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares (sem partido) com o governador Flávio Dino é definitivo. Ao longo da semana, uma série de movimentos foi feita por aliados e amigos dos dois com o objetivo de evitar esse desfecho, mas nenhum alcançou tal resultado. Agora, a situação criada, com a convicção do ex-governador e a conformação do governador. A situação está gerando uma série de expectativas em relação a como será o discurso de cada um ao longo da campanha eleitoral. Quando anunciou que estava rompendo, José Reinaldo declarou que, mesmo distanciado, não entraria em rota de confronto com o governador Flávio Dino. Mas dias depois começou a disparar declarações críticas e duras na direção do Governo, levando algumas vozes governistas a contra-atacar. O próprio governador, que fez um comentário sobre o rompimento, dizendo que infelizmente alguns líderes do movimento se perderam na estrada, se fechou e não mais se manifestou sobre o assunto, e tudo indica que permanecerá assim.  O problema é que as tensões da corrida eleitoral poderão acirrar os ânimos e produzir uma escalada de confrontos verbais.

São Luís, 16 de Março de 2018.

Maura Jorge e Ricardo Murad fazem até agora campanhas sem rumo na corrida ao Palácio dos Leões

 

Maura Jorge e Ricardo Murad: candidatos inconcistentes a  governador
Maura Jorge e Ricardo Murad: candidatos sem consistência 

Uma curiosidade começa de fato a povoar os bastidores da política maranhense: para onde vai a ex-prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge (Podemos). Será que ela está mesmo levando a sério o projeto de candidatura ao Governo do Estado?  Ou sua candidatura é uma estratégia para lhe abrir caminho e outras direções? Difícil de responder, já que ela continua intensificando suas incursões como aspirante ao Governo do Estado. A mesma curiosidade alveja o ex-deputado Ricardo Murad, até aqui candidato assumido a morar no Palácio dos Leões pelo PTN, seu atual partido. Ao contrário de Maura Jorge, que continua visitando municípios na condição de candidata ao Governo, sem dar até aqui nenhuma pista a respeito de onde pretende mesmo desembarcar, Ricardo Murad também alimenta o seu suposto projeto de candidatura sem sair a campo, discursando apenas para os dirigentes do seu partido e para aliados que não mostra.

Maura Jorge tem estrada, lastro e faro suficientes para saber que, mesmo não sendo necessariamente um erro, o seu anunciado projeto de candidatura ao Governo do Estado ainda não deslanchou de vez, e provavelmente não deslanchará. Com um currículo que inclui dois mandatos de deputado estadual, dois de prefeita de Lago da Pedra e a rica experiência de ter nascido em berço político, Maura Jorge é suficiente esclarecida para saber que, pelo menos no atual contexto politico do Maranhão, suas chances de chegar ao Palácio dos Leões são remotas, se não inexistentes. Ela poderá tentar um mandato na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal, ou ainda entrar numa chapa como candidata ao Senado, ou ainda cacifar-se para uma vaga de vice-governador. Nada, porém, desenha com clareza onde a ex-prefeita de Lago da Pedra vai chegar. A possibilidade mais recente é a de que, depois de se apresentar com o candidato do seu partido a presidente, senador Álvaro Dias (Podemos), ela venha a ser também ponta de lança do candidato presidencial Jair Bolsonaro (Avante).

O ex-deputado Ricardo Murad, por sua vez, também navega nesse mar da indefinição. Sempre retumbante nas suas iniciativas, o ex-todo poderoso e influente secretário de Saúde do Governo Roseana Sarney não tem dado qualquer demonstração de que sua candidatura é mesmo para valer, alimentando até aqui a suspeita de que o seu projeto governamental é um grande balão de ensaio. Mesmo considerando o seu elevado grau de imprevisibilidade, Ricardo Murad não conseguiu convencer ninguém de que é um candidato independente e vai confrontar seus adversários – aí incluída a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) – no mesmo nível. Há quem diga que ele se candidatou para “bater” no governador Flávio Dino, para deixar o caminho aberto para a candidata emedebista. E por mais que se resista à ideia de enxergar no ex-deputado os traços de uma artimanha, ele segue causem ando essa impressão Maranhão a fora.

É surpreendente que a ex-prefeita Maura Jorge, que nasceu de uma família que sempre respirou política na região central do Maranhão, esteja fazendo o papel secundário de abrir caminho para outros pontificarem. É igualmente espantoso que um político com a inteligência e a capacidade de ação do ex-deputado Ricardo Murad também possa estar fazendo o jogo de abertura de picada com o mesmo objetivo. Ambos poderiam estar focados na busca de mandatos possíveis, valorizando a corrida pelo voto. Mas, ao que tudo indica, suas candidaturas, marcadas pela inconsistência politica e partidária, serão mantidas até que a conveniência as tire da trilha que leva às urnas.

Qualquer que seja o projeto de Maura Jorge, ele poderá ganhar consistência se ela vier a se envolver de fato com uma candidatura presidencial forte, ainda que seja a do extremista de direita Jair Bolsonaro. Ricardo Murad poderá seguir em frente se o seu foco for a eleição da deputada Andrea Murad (MDB) para a Câmara Federal e a reeleição do deputado estadual Souza Neto (PROS).

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ministério Público reinaugura hoje prédio que foi vexame e gerou crises na instituição

Um ato ao mesmo tempo solene e festivo marcará hoje a reinauguração do prédio que sediará a maioria das Promotorias de São Luís. Uma boa nova para o Ministério Público, que agora não terá de desembolsar milhões com aluguéis a cada ano. Além de instalar novo clima e ar de modernidade na instituição ministerial, a exemplo do que ocorre no prédio ao lado, que sedia a Procuradoria Geral de Justiça, a inauguração encerrará uma situação vexatória, que durante mais de uma década foi motivo de vergonha, denúncias e crises, que marcou o Ministério Público do Maranhão.

A nova sede das Promotorias de São Luís é uma estrutura predial com 4.370,62 metros quadrados de área construída e uma área quase equivalente arborizada, situado na Avenida Carlos Cunha, onde finalmente será funcionará a maioria das Promotorias de São Luís.

Inaugurado em 1997, depois de um longo período em obras – cerca de três anos -, o prédio em pouco tempo se tornou motivo de uma guerra interna na instituição, com acusações, contra-acusações, dossiês, ameaças e pugilato verbal entre procuradores. O motivo foi que em pouco tempo o prédio começou a desmanchar, apresentar rachaduras e, finalmente, tornado inabitável.

A obra consumiu alguns milhões de reais, mas a impressão que causou a todos foi a de que foram usados materiais de baixa qualidade, dando origem à suspeita de que poderia ter havido desvio de recursos. A guerra interna foi travada entre dois grupos, um liderado pelo procurado Raimundo Nonato Oliveira Filho, que comandou o Ministério Público em dois momentos, e outro pela procuradora Maria de Fátima Travassos. Os dois líderes passaram um bom tempo trocando acusações, mas algum tempo depois os ânimos foram serenados e as coisas voltaram a andar com o início da reforma, deixando no ar uma forte impressão de que ninguém respondeu a sério pelas deformações do prédio a ser hoje reinaugurado.

A reforma do complexo começou em 2008, há uma década, portanto. Nesse período, além dos gastos com as obras para tornar o prédio habitável, nesse período o contribuinte maranhense bancou milhões e milhões com aluguéis.

Em tempo: na estrutura a ser inauguração acontecerá às 18 horas foram realizadas obras de recuperação e proteção estrutural da construção, além da reforma geral do prédio e instalação de sistemas de climatização e aparelhamento tecnológico com sistemas de controle de acesso, sonorização interna e detecção de incêndios, entre outros. Nada disso constou na primeira inauguração.

 

Assis Ramos vai ajustar ações para turbinar Roseana Sarney em Imperatriz

Assis Ramos apoia Roseana Sarney: manifestação em recinto fechado
Assis Ramos apoia Roseana Sarney em Imperatriz

O prefeito de Imperatriz, Assis Ramos (MDB), tem pela frente um desafio e tanto: usar o seu prestígio pessoal e os instrumentos políticos ao seu alcance para embalar a candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) na Princesa do Tocantins e quase uma dezena de municípios no seu entorno.  Seus interlocutores o têm orientado no sentido de que vá com calma e não coloque o carro na frente dos bois, para não correr o risco de administrar um desastre político e eleitoral. Cuidadoso com a preservação da própria imagem, cuja saúde conserva com dedicação extrema, Assis Ramos terá acesso direto a pesquisas que lhe dirão as informações que precisará para nortear as ações políticas por meio das quais espera turbinar a candidatura por meio da qual a ex-governadora espera retornar ao Palácio dos Leões. A incursão que Roseana Sarney fez a Imperatriz nesta semana serviu de base para que o prefeito ajuste sua programação para os próximos passos da campanha.

São Luís, 14 de Março de 2018.

Chico Carvalho articula movimento para manter Astro de Ogum na presidência da Câmara Municipal

 

Chico Carvalho articula movimento para manter Astro de Ogum na presidência contra postulação de Osmar Filho
Chico Carvalho articula movimento para manter Astro de Ogum na presidência contra postulação de Osmar Filho

Enquanto as grandes forças políticas do Maranhão se movimentam para as eleições gerais de Outubro, definindo composições partidárias para eleger deputados estaduais, deputados federais, senadores, governador e presidente da República, a Câmara Municipal de São Luís, aparentemente alheia a essa realidade, tem seus bastidores agitados por um processo eleitoral paralelo, que visa antecipar a eleição da sua Mesa Diretora e, pelo que sussurram nos seus gabinetes e corredores, garantir mais um mandato de presidente ao vereador Astro de Ogum (PMN). A deflagração do processo tem um motivo claro, que vem ganhando músculos: o vereador Osmar Filho (PDT), 1º vice-presidente, que não esconde o projeto de comandar a Casa a partir de fevereiro do ano que vem.

Ainda subterrânea no Palácio Pedro Neiva de Santana, a agitação pró-Astro de Ogum tem como articulador-mor o vereador Chico Carvalho (PSL), uma raposa tarimbada, que sabe tudo sobre o tabuleiro político de São Luís, onde as peças são movidas num jogo de artimanhas. Chico Carvalho, que está no sétimo mandato, já foi presidente da Casa por dois períodos, teria chegado à conclusão de que a reeleição de Astro de Ogum “é o melhor para Casa”. Teria o apoio de 16 dos 31 vereadores, podendo engordar ou emagrecer esse grupo, dependendo do que vier por aí. O dado mais surpreendente é que a articulação de Chico Carvalho estaria sendo respaldado pelo vereador Honorato Fernandes (PT).

Ao mesmo tempo, corre nos bastidores do Legislativo Municipal que o movimento pró-Astro de Ogum articulado por Chico Carvalho tem por objetivo central impedir a ascensão do vereador Osmar Filho (PDT), atual vice-presidente, que está se movimentando para disputar a presidência, credenciado pela boa votação que obteve em 2016 e por representar a nova geração. Osmar Filho estaria ganhando espaço expressivo principalmente junto a vereadores jovens, que não são hostis ao presidente Astro de Ogum, mas gostariam de ver a Câmara Municipal sob uma noiva orientação administrativa e política.

Esse sentimento por mudança no Legislativo de São Luís tem uma explicação. A Casa vem há uma década sendo dominada pela dupla Isaías Pereirinha (PSL)-Astro de Ogum. O primeiro foi presidente por dois mandatos na legislatura passada, mas no último ano da sua gestão foi obrigado a afastar-se devido a problemas de saúde, numa situação que se agravou também pela forte denúncia do “Caso Bradesco”. Então 1º vice-presidente da Mesa, Astro de Ogum assumiu a presidência em 2015, dominando, com muita habilidade, os poderes de presidente, instalou e consolidou seu poder da Casa. Tanto que reeleito vereador em 2016, se manteve na presidência numa grande articulação feita antes da posse em fevereiro de 2017.

Usando com eficiência os instrumentos de poder ao alcance da presidência, Astro de Ogum vem jogando em tidas as frentes para fortalecer sua posição e permanecer no comando da Casa. A iniciativa do vereador Chico Carvalho não é uma iniciativa isolada sua, motivada pelo reconhecimento de que “a Casa está em boas mãos”. Chico Carvalho é hábil o suficiente para montar uma estratégia que o leve à presidência da Casa se o projeto de reeleição fracassar. O problema é que, em qualquer situação, o adversário a ser batido será o vereador Osmar Filho, que tem base retaguarda partidária forte e contaria com o aval poderoso do Palácio de la Ravardière.

É no mínimo curioso que uma casa legislativa centenária como a Câmara Municipal de São Luís, onde já foram registrados episódios de composta por 31 vereadores, grande parte deles recém-chegada à vida pública, esteja sob o domínio de algumas raposas, que jogam, dão as cartas e levam a melhor nas relações com o Palácio de la Ravardière. Nesse contexto, a movimentação do vereador Osmar Filho poderá oxigenar o contexto político na Câmara Municipal de São Luís.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Weverton Rocha assume liderança da Minoria na Câmara e turbina sua corrida ao Senado

Weverton Rocha: trajetória mais enriquecida com a liderança na Minoria na Câmara Federal
Weverton Rocha: trajetória agora muito mais enriquecida com a liderança na Minoria na Câmara Federal

Ao assumir, ontem, a liderança da Minoria na Câmara Federal, o deputado federal Weverton (PDT) tornou-se a principal voz da Oposição na Câmara Baixa e consolidou de vez uma trajetória parlamentar que o mais bem sucedido integrante da bancada maranhense nesta legislatura. Antes, o deputado liderou por dois anos a bancada do PDT, tendo também protagonizado alguns dos movimentos de maior repercussão na Casa. Assim, ele é o grande estaque de um grupo de deputados maranhenses que nos últimos temos têm se sobressaído no cenário político de Brasília. E impulsiona fortemente a sua corrida em direção ao Senado.

A exemplo do que aconteceu quando foi escolhido líder da bancada do PDT, há dois anos, Weverton Rocha foi eleito líder da Minoria pela unanimidade dos líderes das representações partidárias que fazem Oposição ao Governo do presidente Michel Temer (MDB). E com um dado a mais a seu favor: exerceu a liderança do PDT com tenacidade, defendendo as posições do seu partido com vigor e atuação forte, sendo presença destacada nos debates que marcaram a vida da Câmara Federal nos últimos dois anos.

Os registros da Câmara Federal informam que o deputado Weverton Rocha é o primeiro parlamentar maranhense a assumir esse posto na estrutura do plenário. Esse registro reforça ainda mais a importância da conquista, à medida que o coloca definitivamente ao lado de outros que nesta legislatura, como o deputado Waldir Maranhão (PTdoB), que foi eleito 1º vice-presidente da Câmara Federal e chegou por alguns meses, exatamente no período em que ali corria o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). E o deputado André Fufuca (PP), que é o atual 1º vice-presidente e já assumiu a presidência da Casa por várias vezes.

Não é sem razão que se diz orgulhoso de assumir o posto: “Tenho agora, a grata surpresa de receber esta importante tarefa, que é liderar a Minoria na Câmara Federal”. Certo, a começar pelo fato de que essa ascensão acontece exatamente num momento particularmente delicado e tenso da vida do País em que as decisões do Congresso Nacional serão decisivas para o futuro do Brasil. Além claro, de ser um ano eleitoral. Weverton Rocha sucede ao deputado cearense José Guimarães (PT).

 

Eliziane Gama vai à Famem e discute demandas municipais com Cleomar Tema

Cleomar Tema e Eliziane Gama conversaram sobre quadro político e demandas municipais
Cleomar Tema e Eliziane Gama conversaram sobre  política e demandas municipais

Depois de se reunir com parlamentares, nomes de destaque na com unidade evangélica, militantes comunitários e líderes sindicais, a deputada federal Eliziane Gama deu ontem um passo ousado na sua articulação para consolidar seu projeto de ocupar a segunda vaga de candidato ao Senado na chapa do governador Flávio Dino (PCdoB). Ela bateu as portas da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), onde foi recebida pelo presidente da entidade municipalista e prefeito de Tuntum Cleomar Tema.

Foi uma conversa amistosa e aberta, na qual a aspirante a senadora expôs o seu projeto político e eleitoral e trocou impressões com o líder municipalista sobre as principais demandas dos municípios. As informações que recebeu servirão de base para o programa que defenderá durante a campanha seu programa de campanha.

Mesmo publicamente posicionado a favor do projeto de candidatura do ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares (sem partido), o presidente Cleomar Tema conversou abertamente com a deputada Eliziane Gama. Na presença do vereador Pavão Filho (PDT), que a acompanhou, e de prefeitos que se encontravam na entidade, Cleomar Tema e Eliziane Gama trocaram impressões sobre o quadro do momento e discutiram os problemas enfrentados pelos municípios. Além disso, desejou-lhe êxito no seu projeto de chegar ao Senado.

São Luís, 14 de Março de 2018.

PT se mostra dividido e ainda não deu demonstração cabal de que está mesmo com Flávio Dino

 

Augusto Lobato tem dito a Flávio Dino que o PT vai se engajar na sua campanha pela reeleição
Augusto Lobato tem garantido a Flávio Dino que o PT sob seu comando se engajará na sua campanha pela reeleição

De todos os partidos que integram a aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), o que vem apresentando mais incerteza e gerando mais desconfiança nessa fase preliminar da campanha eleitoral é o PT. Sem o controle forte dos seus grandes líderes, entre eles o ex-ministro José Dirceu e o próprio Lula da Silva, o partido vem expondo um claro e profundo racha interno, causado pelas divergências entre as correntes que formam sua base, com reflexos negativos em vários estados, a começar pelo Maranhão. Mesmo contando com o apoio formal do comando do partido no estado, reafirmado diversas vezes pelo novo presidente Augusto Lobato, o governador e seus aliados têm sido surpreendidos por rompantes da corrente que perdeu a hegemonia no partido, e cujo líder é o ex-presidente Raimundo Monteiro e o deputado federal José Carlos.

Nesse jogo de pressões, aqui e ali o PT está fazendo propostas alheias à linha de ação do Palácio dos Leões, como a de cobrar abertamente a vaga de candidato a vice-governador, ou fazer jogo espalhando que o PT vai pode lançar o deputado federal Waldir Maranhão (PTdoB) ou soprando nos bastidores que o partido poderá até mesmo lançar o candidato a governador a intenção de lançar um candidato ao Governo, caso suas propostas não sejam atendidas pelo governador Flávio Dino.

Além do mais, tem sido frequente a chamada “grande imprensa” divulgar  que Lula da Silva e Dilma Rousseff mantêm conversas com o ex-presidente José Sarney (MDB), insinuando principalmente com a pavimentação de estrada para que o PT volte a se aliar ao MDB no Maranhão, cortando definitivamente seus laços com o governador Flávio Dino. Essas situações têm causado mal-estar na aliança situacionista, levando a aliança situacionista, ainda que o governador e seus aliados recebam a cada momento informações que desmentem boa parte dos rumores.

As exigências do PT para desembarcar de vez na aliança governista e no próprio Governo causam a impressão de que o partido é credor do governador Flávio Dino, quando é óbvio que na balança das relações, o chefe do Executivo leva a melhor como credor de uma postura mais definida do partido em relação ao movimento que lidera. Em 2006, o PT deu as costas para Flávio Dino; em 2010, rachou e a maioria do partido se aliou à coligação liderada por Roseana Sarney (MDB), que lhe deu a vaga de candidato a vice, deixando o então candidato do PCdoB para traz; e em 2014 a situação se repetiu, com o partido de Dilma Rousseff se mantendo quase inteiramente no trem partidário puxado pelo PMDB. Nesse período (2006/2014) apenas um grupo liderado por Domingos Dutra, Bira do Pindaré, Francisco Gonçalves e Márcio Jardim se manteve rebelado contra a aliança do partido com o Grupo Sarney.

Por outro lado, enquanto o PT fez um jogo quase furta-cor, o governador Flávio Dino entrou de cabeça na defesa da presidente Dilma Rousseff, liderando uma série de movimentos de contestação ao processo de impeachment, dentro e fora do Congresso Nacional. Além disso, também se posicionou contra o processo que levou à condenação do ex-presidente Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro, a quem fez duras críticas. O apoio de Flávio Dino a Lula chegou ao ponto máximo e outubro do ano passado, o governador promoveu uma mega festa política, na Praça Pedro II, para marcar o encerramento da caravana que o ex-presidente fez pelo Nordeste. Daí não haver explicações para o comportamento de certas lideranças petistas em relação ao governador e ao Governo como um todo.

É fato incontestável, portanto, que, em que pesem as declarações do presidente Augusto Lobato e algumas manifestações tímidas petistas importantes como o deputado Zé Inácio, que integra a base de apoio do Governo na Assemblei Legislativa, e do grupo que lidera, até agora o PT ainda não deu uma demonstração cabal e definitiva de que seguirá com o governador Flávio Dino para o que der e vier.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Raimundo Cutrim compra briga feia e inglória com secretário e magistrado por causa de contrabandistas

Raimundo Currim está em guerra aberta contra Jefferson Portela e Ronaldo Maciel
Raimundo Cutrim: guerra aberta contra Jefferson Portela e Ronaldo Maciel em torno do Caso do Contrabando

O deputado Raimundo Cutrim (PCdoB) prosseguiu ontem com a catilinária com que bombardeia verbalmente a operação policial que desbaratou um gigantesco esquema de contrabando de cigarros e bebidas em São Luís e que levou para a cadeia o delegado Tiago Bardal, que comandava a poderosa Seic, três coronéis da PM e outros integrantes das Polícias Civil e Militar. Depois de uma forte troca de farpas com o secretário Jefferson Portela (Segurança Pública), o deputado – que é delegado federal aposentado – criticou procedimentos do juiz da 1ª Vara Criminal, Ronaldo Maciel, que por sua vez reagiu disparando chumbo grosso em direção ao parlamentar, que na sua avaliação não sabe o que está dizendo por que não conhece o Código Penal. Cutrim foi à tribuna ontem disposto a desmontar os argumentos do juiz Ronaldo Maciel e demonstrar que, mesmo aposentado, conhece, sim, o CP, pois está aposentado como delegado federal, mas ainda é advogado e está atualizado em matéria de legislação penal.

Raimundo Cutrim comprou uma briga inglória com o secretário Jefferson Portela, que é duro na queda e reage na bucha a qualquer provocação. E como era esperado, Cutrim recebeu chumbo grosso como resposta. No tiroteio verbal com o secretário, o deputado envolveu o juiz Ronaldo Maciel, a quem criticou duramente por procedimentos que a seu ver não estão de acordo com as regras legais, o que é enfaticamente contraditado pelo magistrado. É previsível que, mesmo do alto da sua experiência como policial federal e secretário de Segurança Pública que foi, o deputado nada contabilizará a seu favor nessa guerra verbal, a começar pelo fato de que não é parte no caso e está sendo acusado de intromissão indevida num caso que em nada lhe diz respeito.

 

Lobão mostra disposição e tem dito que uma das vagas de senador será dele

Edison Lobão mostra disposição na corrida para permanecer no Senado
Edison Lobão mostra disposição na corrida para se reeleger

Se alguém duvidou que o senador Edison Lobão (MDB) está mesmo disposto a brigar por mais um mandato, a incursão da ex-governadora Roseana Sarney por cidades em busca de suporte para deslanchar de vez sua candidatura demonstra que o parlamentar. Aos 84 anos, o senador tem mostrado que é duro na queda e está com a saúde em dia, cumprindo à risca uma programação intensa e cansativa. Com essa performance, o ex-governador derruba as muitas tentativas de mostrar que ele seria carta fora do baralho no projeto político e eleitoral do Grupo Sarney. Ao contrário, está mostrando que está mesmo na linha de frente – como sempre esteve, vale lembrar. Nos seus discursos e entrevistas, Lobão explica que está embalado pela experiência, que aumentou a cada mandato e que agora está no ápice, o que lhe permite ser um parlamentar muito produtivo. E segue acreditando que uma das vagas será dele.

São Luís, 12 de Março de 2018.

 

A sete meses da eleição, só Flávio Dino e Ovídio Neto têm projetos de candidatura consolidados ao Governo

 

Flávio Dino e Odívio Neto (último à direita) estão consolidados em meio a Roseana Sarney, Roberto Rocha e Eduardo Braide, que são possibilidades à caminho da consolidação, ou não consolida Roseana Sarney, Roberto Rocha
Flávio Dino e Odívio Neto (último à direita) estão consolidados, e entre eles Roseana Sarney, Roberto Rocha e Eduardo Braide, que são até aqui três possibilidades viáveis à caminho da consolidação, ou não, na corrida para o Palácio dos Leões

 

Faltando menos de sete meses para as eleições, o quadro da disputa pelo Palácio dos Leões continua o mesmo: o governador Flávio Dino (PCdoB) segue favorito, respaldado por uma ação política diferenciada; a ex-governadora Roseana Sarney faz incursão por dezenas de municípios para avaliar se tem mesmo cacife para entrar na briga com chance de se dar bem; o senador Roberto Rocha (PSDB) tem o seu projeto consolidado, com ou sem suporte eleitoral animador; o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) articula por fora como uma possibilidade em busca de consistência política e substância eleitoral; e o engenheiro Odívio Neto (PSOL) confirmado sexta-feira pelo partido para ser candidato contra tudo e contra todos. Salvo eventuais influências da corrida presidencial na maratona sucessória maranhense, nada indica – pelo menos até aqui – que esse cenário sofrerá mudanças substantivas.

A liderança e o favoritismo do governador Flávio Dino até aqui tem explicação clara e lógica. E começa com o fato de que durante a campanha ele disse a que viria e, depois de três anos à frente do Governo, não contrariou nenhum dos compromissos assumidos na campanha. Anunciou que o foco da sua gestão seria colocar os instrumentos e os recursos do Estado à serviço da sociedade, está confirmando; prometeu fazer um governo ético e transparente, está fazendo; assumiu o compromisso de investir o que pudesse para virar a mesa em Educação, Saúde e Segurança, está cumprindo; e avisou que não faria concessões – convênios eleitoreiros, por exemplo – que corressem o risco de desvios, está mantendo. Além disso, tem quebrado alguns padrões que dominavam a política maranhense, reduzindo drasticamente o peso do caciquismo, abrindo caminho para que uma nova geração chegue ao poder. Caminha, portanto, para as urnas com segurança, certo de que a pancadaria oposicionista não vai funcionar como seus adversários esperam. E sem depender dos fluídos de candidatos presidenciais.

A ex-governadora Roseana Sarney detém um cacife expressivo, mas tem o desafio nada animador de vencer uma rejeição elevada, típica do desgaste de quem já governou por quase 14 anos em circunstâncias diversas. Seu maior problema é encontrar um discurso que a coloque como o “novo” e que pode fazer melhor do que está sendo feito. Depois de fracassos retumbantes como o da Refinaria de Bacabeira e das trombadas éticas dentro do grupo ao qual pertence, e agora sem o controle da máquina estadual e sem o amparo de um governo forte na União, é uma tarefa quase impossível. É verdade que a candidata do MDB tem o aval de um expressivo grupo de aliados espalhados pelos municípios, mas não tem a garantia de que eles a seguirão e de que esse cacife se transformará em votos. Isso sem contar o faro de que o governador Flávio Dino é um adversário duro e eficiente. Essa incursão que faz no momento será para a confirmação, ou não, do seu projeto eleitoral. Mas o que definirá mesmo sua candidatura será o projeto nacional do PMDB, que poderá lançar ou não candidato a sucessor o presidente Michel Temer.

O senador Roberto Rocha, que já foi candidato de si mesmo quando ainda estava no PSB, passou a ser parte de um projeto nacional do PSDB e fará sua campanha direta e fortemente associada à do candidato presidencial do partido, Geraldo Alckmin, atual Governador de São Paulo. Seu poder de fogo dependerá muito da sua capacidade política de tirar proveito eleitoral dessa vinculação. Nesse contexto, pode ter um bom desempenho ou afundar, dependendo do discurso que venha a escolher e dos movimentos políticos que fizer durante a campanha. Pode até mesmo abrir mão da candidatura em favor de outro projeto.

A novidade na corrida eleitoral é o deputado estadual Eduardo Braide. Ele aparece como uma possibilidade, embalado pelo desempenho que alcançou na disputa para a Prefeitura de São Luís e 2016. Alguns chegam a vê-lo como uma ameaça ao governador Flávio Dino. É, de fato, o político mais talentoso e preparado da novíssima geração. Braide é movido por lógica cartesiana, avaliando pró e contra de cada passo que pode dar. Sabe que entrando na briga pelos Leões, pode até causar algum desequilíbrio, mas suas chances são pequenas, e se sair por baixo, entrará na briga pela sucessão do prefeito Edivaldo Jr. em 2020 com duas derrotas majoritárias nos ombro e sem o suporte de um mandato. Pela lógica que ele próprio usa, seu caminho seria eleger-se deputado federal com boa votação e entrar politicamente cacifado na briga pelo comando de São Luís. Sabe que tem um limite de tempo para decidir qual o caminho seguir e que um passo errado pode turvar o enorme horizonte que tem pela frente.

Odivio Neto foi confirmado sexta-feira (9) com o candidato do PSOL ao Governo do Estado. Com a definição é parte de um projeto nacional que pretende consolidar o PSOL como uma agremiação consistente, de esquerda e com um projeto para o País. E para marcar essa posição, lançou sábado sua maior estrela, Guilherme Boulos, como candidato a presidente da República. Engenheiro Civil e professor universitário, Odívio Neto candidato a prefeito de São João dos Patos em 2012, a vice-governador em 2014 e a vereador de São Luís em 2016. Tem como plataforma “o firme compromisso com as causas dos trabalhadores, juventude e povo excluído”.

No mais, estão na pauta os inconsistentes projetos de candidatura da ex-prefeita Maura Jorge (Podemos) e do ex-deputado Ricardo Murad (PTN), que geram notícias, mas não saem do lugar, alimentando um grande clima de incertezas no ar, que deverá ser desfeito quando a janela partidária se fechar, no dia 7 de Abril.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PIB gigante e outros indicadores dão ao Governo Flávio Dino munição pesada contra a Oposição

Quadro demonstrativo do PIB dos estados mostra o Maranhão como líder do crescimento no ano passado
Quadro demonstrativo do PIB dos estados mostra o Maranhão como líder do crescimento no ano passado, com quase 10%

A ser confirmada pelo IBGE, a informação, levantada em estudo feito pelo conglomerado bancário Itaú Unibanco, de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Maranhão cresceu quase 10% em 2017, alcançando o 1º lugar entre todos os estados, o Palácio dos Leões ganhou o argumento que lhe faltava para desmontar a estratégia do Grupo Sarney de mostrar dados que, segundo o deputado Adriano Sarney (PV), mostrariam que o Estado maranhense teria regredido economicamente e estaria quebrado financeiramente. O crescimento em si, qualquer que fosse o percentual, já seria uma vitória e tanto do governador Flávio Dino, mas os 9,7% superaram qualquer previsão, principalmente em se tratando do Maranhão, sempre marcado por índices e indicadores negativos. O “pibão” foi muito além do todos os bons resultados que aqui e ali amenizavam a má fama econômica e social do Maranhão. Independentemente de qualquer explicação técnica que venha a ser dada para o espantoso crescimento do estado no ano que passou, vale a observação de que o governador Flávio Dino vinha prevendo que melhorias expressivas nos indicadores do Maranhão seriam encontrados a partir do terceiro ano do seu Governo. No início deste ano, o portal G1, do Sistema Globo, publicou um levantamento que apontou o governador maranhense que cumpriu 93% dos compromissos de campanha, liderando o ranking. Em seguida, o jornal Valor Econômico publicou outro levantamento em que o Maranhão atual aparece ocupando a segunda posição entre os estados em matéria de boa gestão financeira. Juntas e misturadas agora com o PIB desconcertante, essas informações dão ao governador Flávio Dino e seus porta-vozes munição pesada para inibir o bombardeio contínuo contra o Governo, anunciado há duas semanas pelo deputado Adriano Sarney.

 

José Reinaldo confirma rompimento com Flávio Dino e diz que apoiará Eduardo Braide

José Reinaldo: confirmando rompimento com Flávio Dino
José Reinaldo: confirmando ruptura com Flávio Dino

Se alguém ainda duvida do rompimento do ex-governador José Reinaldo Tavares (sem partido) com o governador Flávio Dino, deve ler a entrevista concedida por ele ao jornalista e pesquisador Benedito Buzar, publicada na sua coluna Roda Viva, na edição deste Domingo de O Estado do Maranhão. No jogo de perguntas e respostas sobre a relação do ex-governador com o governador, o primeiro faz um relato em que afirma que foi deixado de lado e que hoje não tem mais condições de apoiar o chefe do Executivo à reeleição. E justifica essa posição afirmando que houve perda de confiança entre os dois. José Reinaldo também descarta voltou para as fileiras do Grupo Sarney, onde foi fez carreira de secretário de Estado e governador do Maranhão, passando por inúmeros cargos públicos, inclusive o Ministério dos Transportes. E surpreende ao descartar, em princípio a apoiar a candidatura partidariamente sólida do senador Roberto Rocha ao Governo do Estado, para apostar em montagens improváveis, como a união do tucano, da ex-prefeita Maura Jorge (Podemos), do ex-deputado Ricardo Murad (PTN) em torno de Eduardo Braide, cujo projeto de chegar ao Palácio dos Leões é uma ideia sombreada ainda por uma densa nuvem de indefinição. Por mais consistentes que sejam suas declarações e por mais determinado que esteja em levar à frente o seu propósito de chegar ao Senado, o ex-governador deixa no ar uma série de indagações, entre elas a que alimentar maior expectativa: qual será o barco partidário no qual pretende navegar os mares turbulentos da campanha eleitoral? No momento em que ele der essa resposta como fato consumado, poderá, enfim, dizer a quem se juntará para tentar chegar de fato ao Senado bombardeando o governador Flávio Dino.

 

São Luís, 11 de Março de 2018.

Incertezas continuam agitando os partidos na escolha dos candidatos às duas vagas no Senado

 

Weveerton Rocha, Edison Lobão, Sarney Filho parecem consol,idados, enquanto Eliziane Gama e José Reinaldo tentam definição
Weverton Rocha, Edison Lobão, Sarney Filho parecem consolidados, enquanto Eliziane Gama e José Reinaldo tentam definição na guerra pelas vagas no Senado

Ainda no final do ano passado, a Coluna previu que a eleição para duas das três cadeiras do Maranhão no Senado seria mais tensa e disputada do que até mesmo a do governador. O desenrolar dos fatos confirma a previsão, à medida que até aqui as correntes que se preparam para as eleições majoritárias ainda não definiram, de maneira consolidada, seus candidatos a senador, embora já tenham nomes que já se dizem escolhidos, e ponto final. A aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) já tem acertada a candidatura do deputado federal Weverton Rocha (PDT), e está em busca do segundo nome, que deve ser a deputada federal Eliziane Gama (PPS). O Grupo Sarney já tem em campanha aberta para as vagas o senador Edison Lobão (MDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV ou PSD), embora aqui e ali o cenário desse campo seja encoberto por dúvidas em relação a um ou outro. Numa terceira frente, o ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo Tavares está em busca de um partido para viabilizar sua candidatura, podendo fazê-lo pelo DEM ou pelo PSDB. As incertezas em relação à corrida senatorial alcançam até mesmo partidos como o PSOL, que ainda não definiu quem cumprir a tarefa.

No campo situacionista, o governador Flávio Dino vem se desdobrando para ter dois companheiros de chapa competitivos e viáveis e que representem a geração que chegou com ele ao poder. Nesse sentido, tem evitado usar o seu poder para ungir nomes da sua preferência, optando por apoiado quem se viabiliza politica e eleitoralmente. Essa linha de comando abriu caminho para o deputado federal Weverton Rocha (PDT), que por uma mistura eficiente de ousadia e competência, construiu e consolidou sua pré-candidatura, tornando seu projeto indiscutível, viável e avalizado pelo líder da aliança. A segunda vaga poderia ter sido ocupada pelo ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares, mas uma série de erros táticos, atropelos e desgastes inviabilizou a caminhada. E como o processo pré-eleitoral é dinâmico e implacável, a deputada federal Eliziane Gama ocupou o espaço com competência e movida por um potencial eleitoral surpreendente, de modo a tornar-se o nome adequado para a segunda vaga, devendo ganhar o aval do governador Flávio Dino, que deve fechar sua chapa sem maiores problemas.

No Grupo Sarney se move ainda muito marcado por dúvidas, que atingem até mesmo o projeto da ex-governadora Roseana Sarney (MDB) de voltar ao poder. Em princípio, o deputado federal Sarney Filho (PV, podendo mudar para o PSD), ocupou e fincou estaca da primeira vaga, não deixando que sua candidatura fosse sequer discutida na cúpula do Grupo, onde há quem duvide do sucesso eleitoral de uma chapa majoritária com dois Sarney. A outra vaga foi igualmente ocupada pelo senador Edison Lobão (MDB), que decidiu concorrer à reeleição sem dar qualquer chance para que seu projeto fosse discutido. Assim, o Grupo começa a se movimentar com dois candidatos que se impuseram por conta própria, sem permitir para que seus projetos fossem sequer avaliados. Há notícia de um questionamento aqui, um mal-estar ali, mas episódios sem  repercussão ou impacto na montagem da chapa.

O projeto senatorial mais e rumoroso até aqui é mesmo o do ex-governador José Renaldo Tavares. Para lembrar: ele pretendia ser o segundo nome na chapa do governador Flávio Dino, mas a sua pretensão se perdeu no descaminho das suas posições e atitudes, que o levou ao rompimento político com o governador Flávio Dino. No momento, o ex-governador tem dois caminhos: filiar-se ao DEM e obter o aval para se candidatar a senador, ou virar tucano e concorrer ao Senado em dobradinha com o senador Roberto Rocha, candidato a governador. Se optar pelo DEM, terá de aguardar o rumo que o partido tomará no Maranhão depois que lançou o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM) como pré-candidato a presidente da República. Se optar pelo PSDB, será candidato sem problemas. Tem, portanto, um longo caminho pela frente.

Entre os pequenos partidos, o PSOL é até agora o único que abriu discussão  em relação às duas vagas de candidato na chapa que será liderada pelo professor Odivio Neto, que disputará o Palácio dos Leões. Os pré-candidatos ao Senado são o líder sindical Raimundo Noleto e a professora universitária Fernanda Sueli. O partido vai discutir a composição da chapa no final de março, podendo confirmar ou não os dois pré-candidatos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Cleomar Tema será linha de frente na campanha de Flávio Dino e Weverton Rocha, mas também apoiará José Reinaldo

Cleomar Tema se posiciona em relação à disputa para o Senado
Cleomar Tema se posiciona em relação à disputa para o Senado

Uma das vozes políticas mais influentes no Maranhão atual, Cleomar Tema (PSB), prefeito de Tuntum e presidente da Federação dos Municípios (Famem), que vem liderando um amplo movimento para respaldar politicamente a candidatura do ex-governador José Reinaldo Tavares ao Senado, tomou posição definitiva: continuará na linha de frente do movimento pela reeleição do governador Flávio Dino, apoiará s candidatura do deputado federal Weverton Rocha como primeiro candidato da aliança ao Senado, mas apoiará também a candidatura do ex-governador, independentemente do partido pelo qual se candidatar. Conhecido no meio político pela maneira correta como cumpre os compromissos políticos que assume, Cleomar Tema é aliado incondicional do governador Flávio Dino, devendo se dedicar integralmente à sua campanha pela reeleição, assim como à campanha de Weverton Rocha para o Senado. Da mesma maneira atuará em apoio à candidatura de José Reinaldo ao Senado, sob o argumento de que se trata de uma posição pessoal de reconhecimento da atuação do ex-governador em relação aos municípios. “Meu palanque é o palanque do governador Flávio Dino e do deputado Weverton Rocha, mas não posso também deixar de apoiar o ex-governador José Reinaldo”, diz o presidente da Famem, lamentando o afastamento do ex-governador do atual governador. Adepto intransigente da regra política segundo a qual o que vale em política é a palavra empenhada, o prefeito de Tuntum conversou com o governador Flávio Dino, com Weverton Rocha e com seus principais aliados, para comunicar-lhes sua decisão.

 

Rede de Marina Silva não achou rumo e está se desfazendo no Maranhão

Marina Silva parece não ter interesse de manter a Rede no Maranhão
Marina Silva parece não ter interesse de manter a Rede no Maranhão

Por falta de lideranças capazes de consolidá-lo e incluí-lo no quadro político do estado como uma alternativa partidária saudável e viável, o braço maranhense da Rede Sustentabilidade, partido criado pela ex-senadora Marina Silva para ser a base do seu projeto de se tornar presidente da República, está se desfazendo no Maranhão. Esse auto desmonte veio à tona na forma de uma Carta Aberta por meio da qual 141 filiados ao partido anunciam que estão abandonando-o.

Na sua Carta Aberta, os filiados justificam a desfiliação com vários argumentos, sendo o principal deles a inconsistência ideológica da sua fundadora, que de expoente destacada da esquerda brasileira, vem sofrendo transformações, dando algumas guinadas à direita. Ficou contra a presidente Dilma Rousseff (PT), tendo apoiado a sua cassação, e já manifestou identificação com algumas medidas do o presidente Michel Temer (MDB), não tendo também tomado posição sobre o quadro político no Maranhão. E para complicar mais ainda, alegam que o comando da rede não respeita mais o confronto das ideias, que pareceu ser a motivação maior da criação do partido.

A Rede viveu alguns momentos no Maranhão. Um deles foi a possibilidade de ter em seus quadros a deputada federal Eliziane Gama, que se dispôs a deixar o PPS e se filiar ao partido, desde que o comando estadual lhe fosse entregue, o que não aconteceu. Depois, o braço maranhense do partido esteve praticamente nas mãos do então juiz Marlon Reis, que chegou a cogitar lançar-se candidato a uma das vagas do Senado. O projeto não evoluiu e ele transferiu seu domicílio eleitoral para o Tocantins, onde assumiu o comando do partido e se lançou candidato a governador.

Com o movimento de desfiliação, o futuro da Rede no Maranhão é, no momento, rigorosamente incerto.

São Luís, 09 de Março de 2018.

 

Rompido com Flávio Dino, José Reinaldo pode entrar no PSDB e disputar o Senado em dobradinha com Roberto Rocha

 

José Reinaldo pode virar tucano e fazer cobradinha com Roberto Rocha
Sem partido, José Reinaldo: pode virar tucano, entrar na disputa para o Senado e fazer dobradinha com Roberto Rocha

É cada vez mais provável que a movimentação pré-eleitoral produza a mais improvável das composições político-partidárias para a corrida ao voto deste ano no Maranhão: uma aliança entre o senador Roberto Rocha (PSDB), candidato ao Palácio dos Leões, e o ex-governador e deputado federal José Reinaldo Tavares como candidato ao Senado. Impensável há até pouco tempo, devido às profundas diferenças políticas e pessoais que separam os dois, exatamente por conta de composições eleitorais, essa aliança saiu do arquivo morto e voltou à mesa das negociações em regime de urgência depois que o ex-governador, também num processo improvável, acionou – tudo indica que em definitivo – a alavanca de rompimento com o governador Flávio Dino (PCdoB). Esse roteiro poderá ganhar forma definitiva e mais robusta se José Reinaldo quebrar o seu pote de mágoas (foi atropelado por Roberto Rocha em 2010 e 2014) e assinar ficha no PSDB, num desfecho que não só encerrará sua via crucis em busca de um partido, como também dará algum impulso à candidatura de Roberto Rocha ao Governo do Maranhão, já que, tudo indica, sua filiação ao DEM parece inviabilizada.

Essa equação, que pode dar mais intensidade à corrida pelo voto majoritário, vem sendo montada por José Reinaldo como uma espécie de “plano b” num processo paralelo. Enquanto Roberto Rocha era empurrado para fora do PSB e trabalhava seu retornou ao PSDB como chefe do partido no Maranhão, apoiado decisivamente pelo ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira, José Reinaldo manteve conversas com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, com dois objetivos: manter o PSDB sob o comando do seu vice-governador Carlos Brandão, seu afilhado político, e, num outro viés, ele próprio se converter ao tucanato e sair senador pelo partido, caso Roberto Rocha viesse a assumir o comando do partido. Essas portas foram abertas em meados do ano passado e não foram fechadas depois que o senador se tornou o manda-chuva do ninho maranhense.

Nesse meio tempo, José Reinaldo fez todos os movimentos possíveis para manter-se no PSB e ocupar a segunda vaga de candidato a senador na chapa a ser liderada pelo governador Flávio Dino. Esperava ser alçado, mas errou na avaliação. Para se viabilizar à primeira vaga, o deputado Weverton Rocha consolidou sua liderança no PDT, comprou todas as brigas institucionais e políticas do governador Flávio Dino e conseguiu o aval dos partidos que formam a aliança partidária governista. Criou, assim, as condições políticas para se tornar candidato, independente do ainda  tímido cacife eleitoral que as pesquisas têm lhe dado. José Reinaldo Tavares fez exatamente o caminho inverso: largou na corrida pela vaga de candidato a senador sem o aval de um partido – o PSB em nenhum momento se posicionou a seu favor -, e entrou em rota de confronto com o governador Flávio Dino nas guerras políticas travadas no País nos últimos três anos – votou pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), apoiou a Reforma Trabalhista, votou contra o pedido para investigar o presidente Michel Temer (MDB) e apoia a Reforma da Previdência. Assim, mesmo detentor do cacife de ter sido o “grande avalista” do primeiro mandato de Flávio Dino. Nesta semana, disparou declarações duras contra o Governo Flávio Dino, como que avisando que o rompimento é irreversível.

Por mais dramático que seja, o rompimento de José Reinaldo com Flávio Dino acaba sendo bom para os dois. Mesmo fragilizado politicamente, o ex-governador está livre encontrar o seu rumo e construir sua candidatura sem passar a impressão de que não tem cacife próprio e depende dos fluídos do Governo e do amparo do governador para disputar uma eleição. Para o governador, mesmo com custo emocional e político, o rompimento lhe tira da mesa um problema, deixando igualmente livre para montar uma chapa senatorial mais identificada com a sua linha de ação política.

E se o seu novo pouso partidário for o ninho dos tucanos, ganha ele, que correrá para as urnas num partido sólido, com candidato a governador e a presidente; ganha o PSDB, que assim repõe em parte as perdas que vem sofrendo com a saída do vice-governador Carlos Brandão e uma penca de prefeitos; e ganha o eleitorado, com mais uma opção de peso numa disputa que além do próprio José Reinaldo, participam o senador Edison Lobão (MDB), Weverton Rocha (PDT), Sarney Filho (PV ou PSD) e, muito provavelmente, a deputada federal Eliziane Gama (PPS ou DEM).

 

PONTO & CONTRAPONTO

Destaque

Eliziane Gama,  Luana Alves, Valéria Macedo, Andrea Murad, Graça Paz, Ana do Gás, Nina Melo e Francisca Primo dão vida e prestígio à Mulher no Parlamento

Eliziane Gama, Andrea Murad, Valéria Macedo, Ana do Gás, Nina Melo, Graça Paz, Francisca Primo e Luana Alves: ação intensa em defesa da Mulher
Eliziane Gama, Andrea Murad, Valéria Macedo, Ana do Gás, Nina Melo, Graça Paz, Francisca Primo e Luana Alves: ação intensa em defesa da Mulher

As urnas de 2014 mandaram sete mulheres para a guerra parlamentar: Eliziane Gama (PPS) chegou à Câmara Federal com quase 140 mil votos e como a única voz feminina da bancada maranhense; e as deputadas estaduais Ana do Gás (PCdoB), que liderou a votação com quase 79 mil sufrágios; Andrea Murad (MDB), Valéria Macedo (PDT), reeleita por causa do seu trabalho parlamentar; Francisca Primo (PCdoB), deputada reeleita; Nina Melo (MDB), deputada de primeiro mandato; e Graça Paz (PSL), política veterana de quatro mandatos.

Formada em Comunicação, com especialidade em Radialismo, a deputada federal Eliziane Gama (PPS) pode ser considerada um das principais porta-vozes da Mulher na Câmara Federal, onde já apresentou requerimentos, moções e projetos de lei sobre o tema, além dos muitos e sempre contundentes discursos que fez na tribuna e nas Comissões tratando de casos e fatos em que o gênero feminino sofre agressões.  Nesse contexto, registra-se também a atuação da deputada federal Luana Alves (PSB), que assumiu o mandato com a morte do ex-governador e deputado federal João Castelo (PSDB), que também é militante da causa da Mulher.

Todas, sem exceção, são mulheres que vivem plenamente as vantagens e as dificuldades do gênero que representam e do seu papel na sociedade como líderes das suas famílias. Tanto que têm posições muito parecidas em relação ao papel social e político da Mulher, da saúde feminina, da segurança e da defesa do chamado “sexo frágil”. De um modo geral, as deputadas estaduais do Maranhão são militantes da causa da Mulher, sempre tomando posições firmes e contundentes quando são confrontadas com problemas relacionados com o gênero. São, ao mesmo tempo, políticas hábeis, que não abrem a guarda facilmente e defendem suas posições e interesses políticos com determinação e habilidade. Representam grupos e tendências muito diferentes, mas são capazes de formar uma “bancada” quando algum direito da Mulher está em jogo.

A deputada Andrea Murad, formada em relações Públicas, por exemplo, vem marcando seu mandato com a voz mais contundente da Oposição ao Governo Flávio Dino, fazendo, quase que diariamente, duras críticas e a apresentando denúncias controversas contra o Governo, principalmente no campo da Saúde, o que lhe garante a tensão da imprensa. Em segundo mandato, a deputada Valéria Macedo, que é Enfermeira, tem reafirmado com ênfase sua linha de ação política volta para apara a Saúde e para os direitos sociais da Mulher, cobrando ações, criticando deficiências e, claro, elogiando situações que valorizam a Mulher, o que lhe valeu o privilégio de entrar para a História da Assembleia Legislativa como a primeira titular da Procuradoria da Mulher do Poder Legislativo – nessa condição levantou a voz pedindo punição para o deputado Cabo Campos (DEM), acusado de agredir a esposa. Eleita pelo PT e agora no PCdoB, a deputada Francisca Primo, eu é Professora, está no segundo mandato usando a defesa da Mulher em todos os aspectos – Saúde, proteção, educação e direitos sociais -, fazendo com frequência discursos contundentes em defesa da causa feminina, com foco em Saúde e Educação.

Veterana de quatro mandatos, a deputada Graça Paz (PFL), que é Administradora, sempre teve a Mulher e seus problemas como pauta nos seus mandatos, que tem exercido com posições bem claras e discursos bem articulados, o que tem lhe valido respeito por parte dos seus pares. A deputada Ana do Gás, que é Empresária, que nasceu de família humilde de São Luís, estudou no Liceu e trabalhou no comércio, conhece os problemas da Mulher, principalmente na região de Santo Antonio dos Lopes, sua base de atuação, o que tem movido sua ação política. A deputada Nina Melo (MDB), que é Médica, tem ficado seu mandato na questão da Saúde, dedicando suas ações aos cuidados com a Mulher, tendo sempre se manifestado sobre o assunto nas vezes em que ocupou a tribuna, e por isso é respeitada entre os colegas.

Essas mulheres comemoram hoje o seu dia com a certeza de que estão afinadas com a sua causa.

 

Cabo Campo nega agressão e diz que foi “crucificado e condenado à revelia”

Cabo Campos corre até o risco de ser cassado
Cabo Campos diz que foi crucificado, mas pede perdão

A Assembleia Legislativa viveu ontem uma situação inusitada e que refletiu bem um aspecto importante da realidade política que ganha forma no País: o deputado Cabo Campos ocupou a tribuna para, durante 23 minutos, se defender da acusação de haver espancado a esposa, o que, se confirmado, pode custar-lhe o mandato. O episódio, que terá desdobramentos desfavoráveis ou não ao parlamentar, só ganhou importância e repercussão porque a bancada feminina se levantou e, por meio da Procuradoria da Mulher, presidida pela deputada Valéria Macedo, se insurgiu e pediu o enquadramento dele nas das leis em vigor, começando por seu afastamento por 60 dias, tempo razoável para que as investigações sejam concluídas.

Visivelmente fragilizado pela pancadaria a que foi submetido nas redes sociais e no próprio plenário da Assembleia Legislativa, Cabo Campos ocupou a tribuna visivelmente fragilizado, comportando-se mais como suposta vítima do que como um acusado de haver agredido uma Mulher. “Fui crucificado. Fui condenado à revelia”, disse o deputado em um trecho do seu pronunciamento, afirmando que o problema decorreu de uma crise doméstica por conta de posições diferentes que ele e a esposa tomaram por causa de problemas de relacionamento com a filha. Cabo Campos jurou amar sua mulher, deu explicações sobre o que poderia ter acontecido com ela se ele tivesse mesmo espancado, e terminou reafirmando o pedido de desculpas perdão aos seus pares, esperando que tudo fique esclarecido e que a sua situação volte ao normal, a começar por sua relação com a família.

Ato contínuo, a deputada Valéria Macedo ocupou a tribuna para reafirmar que a Procuradoria da Mulher manterá todas as decisões e medias que tomo quando foi informada do caso. Ela deixou claro que nada existe de pessoal contra o parlamentar, mas que a Procuradoria da Mulher não abre mão de ter essa situação totalmente esclarecida, assinalando que se houve agressões, que o deputado seja punido na forma da lei, mas se não houve que o deputado seja inocentado da acusação. Agora, é aguardar o desfecho.

São Luís, 08 de Março de 2018.

Janela para troca partidária definirá o quadro de candidaturas para as eleições de outubro

 

José Reinaldo, Sarney Filho e Eliziane Gama decidirão suas candidaturas usando a janela partidária
José Reinaldo, Sarney Filho e Eliziane Gama decidirão suas candidaturas usando a janela para mudar de partido

Começa hoje, e durará 30 dias, um dos períodos mais movimentados e tensos da pré-campanha para as eleições de outubro: a janela para que detentores de mandato possam mudar de partido sem perder o direito de se candidatar, fora, portanto, da regra que exige filiação partidária de um ano para quem pretende ser deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente da República. Tramada na reforma política, a janela foi a fórmula encontrada por deputados federais e senadores para garantir ajustes de última hora na vida partidária de parlamentares que se enrolaram nesse item essencial da corrida eleitoral, como é o caso do ex-governador José Reinaldo Tavares, que não teve condições de permanecer no PSB e procura uma legenda que lhe assegure uma vaga de candidato a senador. Vários deputados estaduais e federais estão mudando suas rotas partidárias, como fez recentemente o vice-governador Carlos Brandão, que migrou do PSDB para o PRB, levando junto uma penca expressiva de prefeitos.

A migração partidária é um evento comum na vida política brasileira, mas demonstra a extrema fragilidade das agremiações partidárias nacionais. A maioria dos partidos não tem ideologia definida, não professa uma doutrina nem apresenta um programa mínimo a ser usado como mote de campanha. São grêmios que acomodam troianos e espartanos, não exigindo deles qualquer compromisso com a Grécia. É verdade que já se começa a falar em esquerda, centro e direita da vida política brasileira. Mas é mais verdade também que a democracia brasileira está longe de ser sustentada numa estrutura partidária construída por ideias, e não por grupos de interesses que dão as cartas no Congresso Nacional, como faz o “Centrão” todas as vezes que Câmara Federal e Senado são desafiados a dar demonstração de modernidade política.

Na prática, é muito estranho, inexplicável mesmo, que um político do tamanho de José Reinaldo Tavares – ex-secretário de Estado, ex-ministro, deputado federal, ex-governador e figura central de um movimento que mudou o cenário político do Maranhão em 2006, com a vitória de Jackson Lago (PDT) sobre Roseana Sarney (PMDB) – não esteja enraizado num partido cujas ideias defenda como fazem os líderes, e se encontre na angustiante condição de um “sem partido” tentando encontrar uma agremiação partidário que lhe assegure o direito de se candidatar ao Senado. Mais grave ainda: sendo “cozinhado” pelo DEM. Ao mesmo tempo, é surpreendente, espantoso mesmo, que um partido como o PRB, que não diz claramente por que existe, se transforme, como num passe de mágica, numa “potência” partidária ao receber nos seus quadros o vice-governador Carlos Brandão, mais de uma dezena de prefeitos, várias dezenas de vereadores, porque o PSDB decidiu emagrecer no Maranhão, perdendo quadros do quilate do prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva, que migrou para o DEM.

A janela vai permitir a movimentação partidária de uma série de políticos de porte respeitável, mas que, a exemplo do ex-governador José Reinaldo, estão sendo impulsionados pela conveniência. Deputado federal no décimo mandato, a maioria deles engajada na causa ambiental, Sarney Filho, atual ministro do Meio Ambiente, pode deixar o PV, que ajudou a fundar e consolidar, para migrar para o PSD, visando melhorar sua condição de candidato a senador, abandonando.  Na mesma trilha, a deputada federal Eliziane Gama, representante do PPS que saiu das urnas de 2014 como campeã de votos, está prestes a migrar para o DEM, dando uma impressionante guinada ideológica da esquerda para a direita. Vale ainda registrar um exemplo absolutamente surpreendente: o ex-deputado Murad, nasceu no PDS e transitou por PFL, PMDB, PDT, PSB e agora sentou praça no PTN, pelo qual afirma que será candidato a governador do Estado no pleito que se avizinha.

É difícil prevê como ficará o quadro partidário do Maranhão depois que a janela for fechada, no dia 7 de Abril. Mas é possível afirmar que as mudanças previstas serão suficientes para alterar expressivamente o cenário do momento.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto acompanha Flávio Dino em reunião de governadores para discutir segurança

Othelino Neto durante o Encontro de Governadores (Flávio Dino ao fundo) em Teresina
Othelino Neto no Encontro de Governadores (Flávio Dino ao fundo) em Teresina

O presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), estreou ontem no universo das decisões políticas de alto nível envolvendo Estados da região. Como chefe de Poder, ele acompanhou o governador Flávio Dino (PCdoB) no Encontro de Governadores do Nordeste, realizado em Teresina (PI) e que teve como tema central a busca de uma ação conjunta dos estados da região para resolver os problemas que enfrentam na Segurança Pública. Os governadores discutiram as linhas de financiamento do Governo Federal para a área. Além do governador Flávio Dino participam os governadores do Piauí Wellington Dias (PT), do Ceará, Camilo Santana (PT); do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PMDB); da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB); de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); de Alagoas, Renan Filho (MDB), de Sergipe, Jackson Barreto (PDT); e da Bahia, Rui Costa (PT).

O presidente Othelino Neto, juntamente com outros chefes de Poder Legislativo, acompanhou a discussão dos governadores em relação aos problemas que enfrentam na área da Segurança Pública – estruturas precárias, recursos limitados, indicadores sociais baixos e uma política federal confusa até a intervenção federal no Rio de Janeiro, que deve mudar radicalmente o relacionamento de Brasília com os Governos estaduais. Com a autoridade de quem vem obtendo bons resultados no combate ao crime a partir de expressivos investimentos feitos n Sistema Estadual de Segurança, o governador Flávio Dino foi uma das referências do Encontro. Ao término da reunião, os governadores redigiram a Carta de Teresina, na qual apresentam propostas a serem encaminhadas ao Governo Federal. A expectativa é de que os recursos sejam investidos nas áreas de estrutura, pessoal e inteligência. Os estados do Nordeste são os primeiros a se reunirem para discutir a questão da Segurança e definir uma estratégia de ações integradas.

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Destaque

Valéria Macedo faz discurso marcante em defesa da Mulher e pede punição para Cabo Campos

Valéria Macedo: defesa da Mulher e punição para Cabo Campos, que espancou a esposa
Valéria Macedo: defesa da Mulher e punição para Cabo Campos, que espancou a esposa e será investigado pela Comissão de Ética do Legislativo

No que talvez tenha sido o seu mais contundente e abrangente discurso entre os muitos que fez em defesa da Mulher ao longo dos seus dois mandatos, a deputada Valéria Macêdo (PDT), titular da Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa, pediu a suspensão por 60 dias do deputado Cabo Campos (DEM), acusado de haver espancado sua mulher Maria José Brandão Marques Campos. Ela propôs o enquadramento do parlamentar na Lei Maria da Penha e avaliou que dois meses é tempo suficiente para que a Comissão de Ética da Casa investigue a denúncia e se posicione em relação ao caso. Motivado pela proximidade do Dia Internacional da Mulher (8 de Março), o  discurso da parlamentar pedetista começou com uma vibrante defesa da Mulher cidadã e mãe e da igualdade de gênero em todos os aspectos da vida em sociedade, e foi  demolidor em relação ao caso envolvendo o deputado Cabo Campos.

Para ela, a acusação “fere de morte a dignidade de um parlamentar”. Lembrou que as mulheres com assento na Assembleia Legislativa representam a maioria do eleitorado maranhense, que não pode ser desrespeitado por omissões.  No seu entendimento, “não há perdão” para uma violência dessa natureza contra uma mulher, esposa e mãe de família. E com o apoio declarado das deputadas Graça Paz (PSL), Ana do Gás (PCdoB), Francisca Primo (PCdoB), Andrea Murad (MDB) e Nina Melo (MDB), Valéria Macedo informou que a Procuradoria da Mulher protocolou na Mesa Diretora o pedido de afastamento cautelar do deputado Cabo Campos por 60 dias, para que ele seja investigado e, se for o caso, ter seu mandato cassado a pedido da Comissão de Ética.

Ela justificou a iniciativa da Procuradoria da Mulher:

“Acredito que os elementos que já temos justificam o afastamento do parlamentar no prazo de 60 dias. Eu acredito que esses elementos de prova e entendimento de mérito da ação penal, nós aqui da Assembleia teremos todas as condições de julgar no devido processo legal disciplinar, no qual será julgado se deve ou não perder o mandato o Deputado Cabo Campos. De modo que eu acho que esta Casa poderá, sim, afastar o Deputado por 60 dias, até que seja concluída a investigação criminal. Essa agressão do deputado, denunciada pela sua esposa, pelo Boletim de Ocorrência é falta de decoro parlamentar. A Comissão de Ética tem realmente que se manifestar a respeito. Nós devemos provocar e vamos provocar, sim. Porque qualquer autoridade, qualquer homem nesse estado do Maranhão, do mais simples ao que tem o maior, o mais alto cargo nesse estado que cometa qualquer tipo de violência contra a mulher, deputado, tem que ser punido com rigores da lei. E tem que ser realmente feita a justiça, porque nenhuma mulher merece ser espancada,  violentada, desrespeitada. Isso dói em nós, tem que doer em todas nós, porque nós representamos todas as mulheres maranhenses”.

O discurso da deputada Valéria Macêdo causou forte impacto no plenário da Assembleia Legislativa, tornando mais complicada ainda a situação do deputado o Cabo Campos, que, provavelmente alertado sobre o pronunciamento que seria feito pela procuradora da Mulher, não compareceu à sessão. Entre os deputados, cresce uma clara tendência no sentido de que o parlamentar seja unido com a cassação.

São Luís, 06 de Março de 2018.