Ter ou não ter candidato a prefeito é o dilema que alimenta a crise no PSDB

 

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Brandão não quer candidato próprio, Castelo qiuer e Madeira não tem sucessor.

Como uma espécie de reflexo local da crise de identidade que agita as entranhas da sua versão nacional, o PSDB do Maranhão encontra-se mergulhado numa crise profunda, que se evidencia nos primeiros movimentos com vistas às eleições municipais de 2016, notadamente em São Luís e em Imperatriz. Em relação à Capital, as duas principais correntes do partido estão medindo forças, uma defendendo candidatura própria a prefeito e outra propondo que o partido abra mão da candidatura e se alinhe no apoio a um candidato ligado ao Governo do Estado. E no caso de Imperatriz, o PSDB não terá candidato próprio – pelo menos até aqui –, o que o obrigará a apoiar um candidato de outro partido.

Na corrida ao Palácio de la Ravardière, a corrente que defende candidatura própria é liderada pelo deputado federal João Castelo, ele próprio ex-prefeito e nome tucano mais bem situado na corrida, aparecendo na segunda colocação em todos os cenários, conforme pesquisas recentes. Já o vice-governador Carlos Brandão, que preside o partido no Maranhão, não quer candidatura própria, preferindo incluir os tucanos nas fileiras de apoio a um candidato do agrado do Palácio dos Leões. As duas correntes estão em guerra declarada dentro do partido.

O grupo liderado pelo deputado federal João Castelo segue à risca a orientação dada pelo presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), durante o congresso em que a agremiação o reelegeu para o cargo e definiu uma série de diretrizes, entre elas a relacionada com as eleições municipais. Aécio Neves foi claro e direto: a cúpula do PSDB decidiu que o partido terá candidato próprio a prefeito em todas as capitais e grandes centros urbanos do país. A orientação caiu como um reforço e tanto nas pretensões do ex-prefeito João Castelo, discretamente avalizada pelo deputado estadual Neto Evangelista, tucano da mais nova geração.

O projeto de candidatura própria, no entanto, enfrenta uma muralha de resistência na posição do vice-governador Carlos Brandão. Muito afinado com o governador Flávio Dino (PCdoB), Brandão avalia o seu caminho natural, e consequentemente o do PSDB por ele presidido, que é seguir identificado e alinhado ao projeto político do governador e apoiar um candidato inteiramente identificado com a linha de ação do seu governo. Mesmo tendo dito que não tem candidato, 10 entre 10 governistas estão certos de que no gabinete principal do Palácio dos Leões a torcida é pela reeleição do prefeito Edivaldo Jr. (PTC). Ciente dessa tendência, João Castelo tem reagido com firmeza e, assim, entrado em choque com Carlos Brandão, que também joga pesado e argumenta que a orientação de Aécio Neves admite exceções.

Inclinado a apresentar-se como candidato tucano para disputar a Prefeitura contra Edivaldo Jr. e a deputada federal Eliziane Gama (PPS), Castelo briga pela vaga. Ao mesmo tempo, ciente de que dificilmente conseguirá a vaga de candidato diante da posição do presidente Carlos Brandão, mas certo de que sua posição nas preferências do eleitorado de São Luís não depende necessariamente de partido, Castelo se movimenta discretamente em busca de um partido no qual tenha o controle e garanta sua candidatura a prefeito de São Luís. Sabe que no PSDB ele dificilmente terá sinal verde para se candidatar. Sua posição é a mesma do deputado Neto Evangelista, que ocupa cargo de secretário na equipe do governador Flávio Dino.

No caso de Imperatriz, não há exatamente uma crise. Ali, o partido sofre por não ter nos seus quadros um nome de peso que possa ser apresentado como sucessor do prefeito Sebastião Madeira. Tucano de primeira linha e com projetos ambiciosos, Madeira vive a curiosa situação do líder que não conseguiu preparar um sucessor e terá de se valer de terceiros para não ficar de fora da corrida eleitoral.

Assim, o partido segue em cima de crise em São Luís, que dificilmente será resolvida, já que as duas correntes mantêm inalteradas as suas posições, e em Imperatriz, onde não tem candidato próprio.

 

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Para todos

fábio bragaO deputado Fábio Braga fez ontem um animado agradecimento pela inauguração do MA-020, rodovia de 79 quilômetros que liga Coroatá a Vargem Grande e integra uma grande região do leste maranhense. Mas, ao contrário do que fizeram outros deputados, Braga ampliou o leque de governadores que deram força à obra. O primeiro citado foi, claro, o governador Flávio Dino, que concluiu e inaugurou. Mas por justiça e elegância, Fábio Braga lembrou que o projeto da MA-020 foi definido pelo governador José Reinaldo Tavares, a obra foi licitada pelo governador Jackson Lago e iniciada pela governadora Roseana Sarney. “Não poderia deixar de fazer esses registros, porque nós, de Vargem Grande, sabemos reconhecer os que trabalham por nós, e por isso não confundimos ´frei Damião com freio de caminhão`”, destacou.

 

 

São Luís, 09 de Julho de 2015.

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