PT reelege dirigentes com a participação de menos de 5% dos seus filiados no Processo de Eleição Direta

 

Honorato Fernandes (São Luís) e Augusto Lobato (Maranhão) são reeleitos e votarão pela reeleição de Gleisi Hoffmann para presidente nacional do PT, em novembro

Os números, ainda oficiosos, do Processo de Eleição Direta (PED) do PT – exibido como um dos trunfos do partido para mostrar que, ao contrário dos demais, pratica a democracia dentro de casa – indicam que a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), comandada pelo ex-presidente Lula da Silva, venceu a disputa no Maranhão, com a renovação do mandado de Augusto Lobato como presidente do Diretório Estadual, a ser confirmada em outubro, e a do vereador Honorato Fernandes como presidente do Diretório do partido em São Luís. Por outro lado, vitórias e   derrotas à parte, as correntes que se digladiam dentro do PT deveriam estancar imediatamente essa guerra intestina para cuidar do que realmente interessa numa agremiação partidária: a massa eleitoral que dá sustentação à legenda. Um dado dessa eleição interna é suficiente para uma tomada de posição do partido: apenas 1.600 dos 38 mil, ou seja, menos de 5%, dos filiados cadastrados nos livros de registro do PT foram às urnas no último Domingo para escolher a nova direção partidária.

Diante do fato de que nada menos que 36 mil petistas filiados ao PT não deram bola para o PED, uma indagação ganha forma naturalmente: os dirigentes petistas reeleitos e os delegados que sairão desse processo para escolher a direção nacional estarão respaldados para falar em nome do partido? E na esteira dessa indagação surge outra: as lideranças petistas do Maranhão trabalharam efetivamente para estimular os 38 mil filiados a participar de um processo de escolha dos seus dirigentes num momento em que o partido vive uma traumática fase de transição? Se se esforçaram mesmo, terão de rever o conceito de esforço. Se não se esforçaram, terão de responder pelo fracasso retumbante da convocação. E se esse cenário não for revisto, os líderes do PT terão de declarar que o braço do partido no Maranhão não mais existe.

Fortemente alcançado pelo tsunami que o atingiu o partido no plano nacional – mensalão, Lava-Jato, impeachment e prisões -, o PT maranhense vem definhando a cada eleição, estando resumido hoje a um deputado federal, Zé Carlos Araújo, um deputado estadual, Zé Inácio, meia dúzia de prefeitos e um grupo não muito expressivo de vereadores – entre eles Honorato Fernandes, o único petista entre os 31 membros da Câmara Municipal de São Luís. Mergulhado em contradições, entre elas a aliança de mais de uma década com o Grupo Sarney, via MDB, o PT perdeu personalidades políticas emblemáticas, como ex-deputado federal e hoje prefeito de Paço do Lumiar Domingos Dutra, um dos seus fundadores e que se converteu à versão comunista do PCdoB, e o deputado federal Bira do Pindaré, militante de proa que por falta de espaço migrou para o PSB. Dos líderes efetivos que restaram, o mais eficiente e com os pés no chão tem sido o deputado Zé Inácio, que se movimenta com os pés na realidade e tem se credenciado como porta-voz do partido.

Depois desse PED revelador do seu poder de fogo no Maranhão, o PT terá de repensar suas teses e refazer sua trajetória, uma vez que, continuando como está, dificilmente sairá da corrida eleitoral do ano que vem com algum resultado. Terá de sobreviver e se renovar num cenário em que PCdoB, PDT e PSB, movidos por doses equilibradas de realismo e pragmatismo, estão ampliando seus espaços, no comando do Estado e de grandes municípios, e demonstrando vigor para ir bem mais longe. Essa realidade nua e crua terá de ser cuidadosamente avaliada quando Honorato Fernandes for confirmado no comando do partido na Capital, depois de derrotar a Kléber Gomes, e Augusto Lobato receber a confirmação da sua reeleição como comandante do partido no Maranhão.

O PT fará um grande bem para si e para a democracia se transformar o fracasso retumbante do PED no Maranhão num amplo processo de autocrítica e refazer a sua caminhada. Tem potencial de sobra para isso.

Em Tempo: Os números usados no comentário foram passados à Coluna por uma fonte acreditada do PT, com a ressalva de que não são oficiais nem definitivos. Mas também com a observação de que os números finais não serão muito diferentes destes.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto lidera ParlaNordeste contra PEC paralela à Reforma da Previdência no Senado

Othelino Neto (primeiro à direita) liderou os presidentes de Assembleias nordestinas na audiência no Senado sobre Reforma da Previdência, que se recusaram a apoiar

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), que preside o ParlaNordeste, um colegiado que reúne os presidentes do Poder Legislativo de nove estados nordestinos, manifestou ontem, em Brasília, posição contrária aos termos da proposta de Reforma da Previdência já aprovada na Câmara Federal e que agora tramita no Senado, já com parecer favorável do relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Por seu intermédio, os presidentes de Assembleias também se recusaram a avalizar, com as suas assinaturas, a proposta de PEC paralela, que muda o projeto em alguns pontos e inclui estados e municípios no pacote previdenciário.

Ao dirigir-se ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ao relator Tasso Jereissati e à presidente da CCJ do Senado, Simone Tebet (MDB-MT), o presidente Othelino Neto foi taxativo: “Nós, representantes do Nordeste, fizemos algumas ressalvas e não assinamos o ofício em apoio à PEC paralela, pois entendemos que esse é um tema muito sensível e mantemos nossas ponderações sobre alguns pontos que consideramos prejudiciais à população mais necessitada do Brasil e, em particular, a do Nordeste”.

Como presidente do ParlaNordeste, o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão deu o recado definitivo: “Nosso desejo, respeitando a prerrogativa do Congresso Nacional de decidir e legislar sobre a Previdência, é fazer com que entendam nossas posições e que, ao final, quando o Congresso deliberar de forma definitiva, que reconsidere alguns aspectos aprovados na Câmara, que nós consideramos que retira o caráter solidário da Previdência Pública do Brasil”.

Suas palavras foram avalizadas pelos seus colegas nordestinos que participaram da audiência no Senado, como o senador Weverton Rocha (PDT) e o deputado Adelmo Soares (PCdoB).

 

Roberto Costa alerta para a violência contra a mulher e quer sociedade mobilizada

Roberto Costa: brado de indignação com o aumento da violência contra a mulher

“Isso é inaceitável. Não podemos aceitar que a cada quatro minutos uma mulher seja violentada no Brasil”. O alerta, feito em tom de indignação, partiu do deputado Roberto Costa (MDB), ao comentar, ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa, números do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, segundo os quais a violência contra a mulher vem aumentando no Brasil e, por via de consequência, no Maranhão. O deputado emedebista classificou de “alarmantes” as informações trazidas à tona pelo Anuário, e defendeu que essa situação seja combatida com rigor e com urgência. Para ele, é absurdo mulheres sejam violentadas por meio de agressões físicas, psicológicas e sexuais. “Não podemos aceitar que esses covardes hajam como se a mulher fosse um objeto pessoal, contra o qual pode-se fazer o que querem. Precisamos valorizar mais as mulheres e lutar para que esses números caiam ou até mesmo desapareçam definitivamente das estatísticas brasileiras”, disse Roberto Costa, propondo concretamente que um dos caminhos para combater a violência é a adoção de políticas públicas com investimentos em favor de toda a rede em defesa e de apoio à mulher. O parlamentar emedebista, que tem feito do seu mandato uma cruzada em defesa das camadas sociais menos privilegiadas, concluiu seu discurso com uma convocação: “A nossa defesa pelos direitos das mulheres deve ser constante. Não podemos permitir que esses números subam ainda mais. Até porque, quando uma mulher é agredida, toda a sociedade é afrontada e agredida também”.

São Luís, 12 de Setembro de 2019.

 

Um comentário sobre “PT reelege dirigentes com a participação de menos de 5% dos seus filiados no Processo de Eleição Direta

  1. A educação petista foi a pior em toda a história brasileira! Não é algo pessoal, de família ou de familiares. É estrutural. Do PAR-TI-DO. Durante o governo petista foi criado a baranguice do sertanejo universitário. Adorado por petistas.

    O PT é barango. O PT divulgou, estimulou, difundiu e inventou o sertanejo-universitário. O PT, junto com o petismo (religião), “”””educou”””” as crianças (hoje adultas) com sertanejo universitário. Eis aí o estilo barango, brega e cafona de ser do PT. O PT é Kitsch. O PT é Ersatz. O PT é totalmente pobre de arte e cultura.

    O PT criou o sertanejo universitário.

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