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O Jornalismo pleno – aquela atividade que desvenda o que, o quem, o quando, o como, o aonde e o porquê dos fatos e dá às respostas a forma e o sentido de notícia – vive tempos sombrios no Brasil. Sofre a pressão da espantosa e desregrada facilidade do “Ctrl C – Ctrl V” inventada pela internet, e que transformou espaços na rede em “veículos de informação” sem cobrar dos que os fazem a formação jornalística devida, permitindo que seus titulares se apresentem indevidamente como “imprensa”. Jornalismo e jornalistas propriamente ditos resistem como podem a essa invasão incontrolável do seu espaço, tentando preservar os seus padrões técnicos e éticos. E, não bastassem as distorções permitidas pela tecnologia sem controle, enfrentam o primarismo de uma vertente de poder que não tolera a liberdade de informação. Nesse universo cinzento, que flerta com o obscurantismo, no entanto, estão levantadas barricadas de resistência, luzes que clareiam os rumos dos que não abrem mão de fazer Jornalismo pleno.
No Maranhão, entre os que enfrentam bravamente essa nova realidade, o Jornalista Pergentino Holanda, o PH, é expressão máxima desse Jornalismo superior e resistente. Ele alcança e comemora neste sábado, 07 de Dezembro de 2019, a espetacular marca dos 50 anos de atividade, festejando o Jubileu de Ouro de um Jornalismo integral, ininterrupto e irretocável, praticado momento a momento, sem hiatos temporais nem interrupções de conveniência, numa página diária de O Estado do Maranhão, na qual convivem, em plena harmonia, o cronista social, o agitador cultural, o repórter político, o observador econômico, o promotor de eventos e, em patamar especial, por estar muito acima da média, o cronista de costumes, que trafega com maestria no largo e rico universo que vai do comportamento ao registro histórico.
Ao longo desses impressionantes 18.250 dias – sem contar as seis horas a mais de cada ano -, PH documentou, com precisão informativa e elegância narrativa, o cotidiano do Maranhão, com enfoque especial em São Luís, que elegeu como musa – uma paixão assumida e sem limites. Relatou, com olhar arguto, o dia-a-dia das famílias que fizeram história; eternizou, com raro e refinado senso estético e bom gosto, a beleza e o papel de mulheres especiais; documentou, com visão jornalística consciente, os movimentos e os episódios dramáticos e decisivos protagonizados por seus líderes políticos; registrou, com grandeza e a precisão de quem sabe exatamente o que diz, a intensa agenda cultural do período – em todos os seus vieses –, e deu forma, ele próprio, a eventos festivos inesquecíveis.
Cidadão do mundo, traçou nas suas crônicas roteiros pouco conhecidos de cidades como Paris, Roma, Barcelona, Lisboa e Rio de Janeiro, que conhece como nativo. Os registros desse Jornalismo magistral estão na coluna diária e nas páginas de suplementos dominicais como o Sete Dias e o PH Revista, exemplos maiores da sua consciência da necessidade de atualização e renovação, mas sem perder a essência nem a qualidade do fazer jornalístico.
Em PH convivem o Jornalista excepcional e o escritor refinado. O Jornalista é profissional exemplar, inquieto, eternamente insatisfeito, que cumpre com senso de compromisso e indiscutível eficiência, de domingo a domingo, todos os ritos da labuta diária, que começa bem cedo e só termina noite avançada, depois que o repórter curioso e obstinado, o redator inteligente e preciso e o editor cuidadoso e exigente concluem suas tarefas. O escritor é o poeta festejado de outros tempos e o cronista que aos fins de semana contempla seus leitores com textos cuja qualidade narrativa alinhavada por uma prosa refinada ultrapassa claramente a fronteira do Jornalismo e invade a fundo o campo sagrado da literatura. As crônicas do PH, principalmente as que enfocam a São Luís do século passado – da Rua Grande, do Largo do Carmo, do Hotel Serra Negra, da esquina do BEM, do bar do Hotel Central – dão àquela cidade os movimentos, as cores e trazem até o cheiro de volta às lembranças de quem a viveu. O certo é que seus escritos proporcionam um mergulho comovente nas lembranças de um passado recente.
PH tem todos os direitos e argumentos para comemorar seu Jubileu de Ouro de Jornalismo. Os que dividem com ele a honra de praticar o Jornalismo pleno o saúdam como referência, torcendo para que continue brindando os seus leitores com o que há de melhor em matéria de informação, em todos os campos que o Jornalismo alcança.
PONTO & CONTRAPONTO
Emendas contra o câncer: uma operação bem-sucedida unindo Legislativo e Executivo
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A liberação, pelo Governo do Estado, de R$ 4,2 milhões de emendas parlamentares em ajuda financeira ao Hospital Aldenora Bello foi o desfecho de uma das mais bem-sucedidas articulações envolvendo o Palácio dos Leões e o Palácio Manoel Beckman realizada em tempos recentes. Começou com discursos feitos, há cerca de três meses, pelos deputados Yglésio Moises (PDT) e Hélio Soares (PL) chamando atenção, em tom alarmante, para a crise financeira da Fundação Jorge Dino, que de tão grave já tinha como consequência a suspensão de alguns serviços gratuitos em tratamento de câncer, como a falta de medicamentos contra a dor, por exemplo, no Hospital Aldenora Bello, principal referência do Maranhão e uma das mais importantes da região no tratamento de câncer.
A grita dos deputados, que se multiplicaram na tribuna tratando do assunto, envolveu o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), que assumiu o comando de uma ampla e cuidadosa articulação para a viabilização de uma proposta que respaldou: convencer cada um dos 42 deputados a destinar R$ 100 mil de suas emendas, totalizando R$ 4,2 milhões, para o Hospital, quantia suficiente para aliviar a crise financeira, garantindo a solução de pendências mais urgentes e assegurar a retomada dos serviços essenciais no tratamento do câncer, que estavam suspensos por falta de condições financeiras. Ao mesmo tempo, convencer o governador Flávio Dino a liberar os recursos. Foi uma operação em três frentes. E deu certo.
Na quinta-feira, a tramitação do processo foi concluída e, conforme o acerto inicial, o governador Flávio Dino (PCdoB) liberou os recursos, em ato que, ao lado do presidente Othelino Neto, reuniu no Palácio dos Leões, deputados, secretários e dirigentes da Fundação Jorge Dino.
Grupos governistas medem forças na disputa em São José de Ribamar
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Uma peleja discreta, mas dura, estaria sendo travada nos bastidores do Governo do Estado. De um lado, o secretário de Projetos Especiais, Luís Fernando Silva, estaria trabalhando no sentido de obter o apoio do PCdoB à candidatura do prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB), à reeleição. De outro, um grupo que teria a simpatia do presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, estaria atuando a favor de uma aliança do partido com o Patriotas em torno da candidatura do ex-deputado Jota Pinto. Esses movimentos estariam acontecendo sem o aval do governador Flávio Dino, que ainda não teria se manifestado a respeito de quem pretende apoiar no terceiro maior colégio eleitoral do Maranhão na atualidade.
São Luís, 07 de Dezembro de 2019.
Simples e pura hipocrisia, como sempre. Mesmo partido com 2 candidatos com chances de ganhar – na ausência de concorrentes . E o governador que é do PCdoB, desconhece a manobra!