Nova pesquisa sobre corrida presidencial pode influenciar a disputa pelo Governo do Maranhão

 

Lula da Silva, Jair Bolsonaro e Sérgio Moro podem influenciar as candidaturas de Weverton Rocha e Carlos Brandão aos Leões e a posição política de  Eduardo Braide

Saiu ontem a primeira pesquisa do ano sobre a corrida presidencial. Os números do levantamento Genial/Quaest são acachapantes, e se forem mantidos pelo menos de maneira aproximada, terão forte influência no cenário político e eleitoral do Maranhão. O resultado encontrado foi o seguinte: o ex-presidente Lula da Silva (PT) com 45% das intenções de voto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 23%, o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) com 9%, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) com 5%, o governador de São Paulo João Doria (PSDB) com 3%, e a senadora mato-grossense Simone Tebet (MDB) com 1%. A pesquisa também encontrou 52% de indecisos. Os percentuais movimentam diretamente as peças do tabuleiro onde se desenrolam os movimentos dos pré-candidatos ao Palácio dos Leões e no gabinete principal da Prefeitura de São Luís.

A posição consolidada do ex-presidente Lula da Silva o mantém como o presidenciável mais forte e com maior poder de influência na corrida sucessória estadual. O seu apoio está sendo aspirado pelos dois principais candidatos a governador até aqui, o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB, mas com forte tendência para migrar para o PSB). Nessa queda-de-braço pelo apoio do líder petista, Carlos Brandão tem nítida vantagem sobre, principalmente se migrar para o PSB, como está sendo previsto nos bastidores. E a explicação é simples: o grande avalista da pré-candidatura do vice-governador é o governador Flávio Dino (PSB). E a inclinação do PT para apoiar Carlos Brandão foi a declaração do novo presidente do partido, Francimar Melo, avisando que a agremiação petista vai continuar alinhada a Flávio Dino.

Weverton Rocha também está nesse jogo pelo apoio de Lula da Silva. Além do argumento de que, como o PSB, o PDT também é aliado histórico do PT, o líder pedetista dá mais força à sua posição diante do fato de que o presidenciável do seu partido, Ciro Gomes, tende mesmo a ser apenas um figurante nessa disputa. Isso fica claro na pesquisa Genial/Quaest, que o mostra ultrapassado por Sérgio Moro, que alcançou a terceira colocação, com tendência de crescimento, tornando-se uma ameaça real para Jair Bolsonaro. Com a desidratação de Ciro Gomes, o PDT tentará uma aliança nacional com o PT, incluindo no pacote o apoio do partido ao candidato pedetista ao Palácio dos Leões. É cedo para desenhar esse cenário, mas não há dúvida de que ele é factível.

O terceiro ponto de influência do panorama da corrida presidencial mostrado pela pesquisa é a posição alcançada por Sérgio Moro, agora na terceira colocação e ganhando a condição de fantasma do presidente Jair Bolsonaro. O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos) é o maior e mais influente líder do Podemos no Maranhão, e que, por causa das indefinições no quadro de pré-candidato ao Palácio do Planalto, vem se mantendo distante do debate partidário e eleitoral. A pesquisa divulgada ontem mostrou que o ex-ministro da Justiça e ex-chefe da Lava Jato é um pré-candidato com potencial de crescimento, que pode atropelar Jair Bolsonaro e se tornar o adversário de Lula da Silva num eventual 2º turno. Se esse cenário se confirmar, Eduardo Braide terá de sair da sua zona de conforto e partir para a guerra pelo voto em favor do candidato do seu partido.

É claro que, como acontece em relação à corrida ao Palácio dos Leões, ainda é muito cedo para se ter essas posições como definidas e irreversíveis. Mas não há dúvida de que a estabilidade de Lula da Silva na liderança, a permanência de Jair Bolsonaro e a ascensão de Sérgio Moro, deixando Ciro Gomes para trás, pode ser uma tendência que tornará a corrida presidencial muito acirrada, com reflexo na disputa estadual.

Em Tempo: De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a pesquisa Genial/Quaest ouviu 2 mil pessoas presencialmente entre os dias 6 e 9 de janeiro e está registrada na Justiça Eleitoral.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lahesio agenda renúncia à prefeitura em Fevereiro para brigar pelos Leões

Lahesio Bonfim deve renunciar em fevereiro para se candidatar aos Leões

Prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PTB), caminha para contar as favas no que diz respeito à sua participação na corrida ao Palácio dos Leões. Ele teria confirmado que vai mesmo renunciar ao cargo de prefeito em fevereiro, tendo cumprido apenas 14 dos 48 meses do novo mandato, para disputar o Governo do Estado. Nas suas conversas, Lahesio Bonfim, que tem hoje entre cinco e seis pontos percentuais de intenções de voto, tem dito e repetido que sua candidatura é irreversível. E usa para isso um argumento desconcertante: se não conseguir a eleição, o fato de percorrer o estado e conhecer pessoas por si só já valerá a pena. O prefeito de São Pedro dos Crentes teria recebido da direção nacional do PTB a notícia de que seu projeto entrou na lista das prioridades do partido, o que significa a garantia de que será mesmo o candidato do PTB.

 

Ministério Público vai agir contra prefeitos que teimarem em realizar Carnaval

Eduardo Nicolau

É um absurdo que ainda tenha prefeito querendo realizar Carnaval. A avaliação, feita de forma enfática, é do procurador geral de Justiça, Eduardo Nicolau, para quem o Ministério Público não tem outro caminho senão acionar os dirigentes municipais decididos a instalar o reinado de Momo nos seus municípios, mesmo diante da disparada dos casos de Covid-19 no Maranhão causada pela variante Ômicron. Para o procurador geral, o Ministério Público do Estado (MPE) não pode nem ficará indiferente a situações como essa. Primeiro, agirá no sentido de orientar os prefeitos para que desistam dos festejos carnavalescos, como estão fazendo os grandes municípios, como São Luís, por exemplo. Se a “missão civilizatória” não funcionar, o passo seguinte será levar os recalcitrantes para um acerto de contas com a Justiça. Certo de que está defendo a lei e protegendo a população, o procurad0r geral Eduardo Nicolau deixa claro que o MPE não está nem ficará de braços cruzados se a população estiver sob riscos.

São Luís, 13 de Janeiro de 2022.

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