
sobre o cenário político do Maranhão para as eleições de 26
“Boa conversa com o presidente Lula. Falamos da causa comum de cuidar das pessoas. Também do cenário político do Maranhão, e do andamento das grandes obras e projetos que temos realizado juntos, a exemplo da Avenida Metropolitana, da Nova Litorânea, de investimentos em saneamento e de muitas obras pelo PAC”.
Foi o que disse o governador Carlos Brandão (sem partido), após a conversa com presidente Lula da Silva, ontem à tarde, no Palácio do Planalto. A pauta incluiu temas administrativos, como a boa avaliação da relação institucional entre o Governo do Estado e o Governo da União, mas o item principal foi mesmo o cenário político estadual. Antes de divulgar a informação, às 15h44 o governador respondera, em tom ao mesmo tempo otimista e contido, a uma indagação da Coluna feita via zap às 15h42, com a mesma afirmação: “Muito boa a conversa”.
Na reposta lacônica a Repórter Tempo e, em seguida, no post feito por volta das 17h, o governador Carlos Brandão passou a impressão de que saiu do encontro animado, evidenciando que houve um entendimento entre ele e o presidente em relação ao cenário político estadual, porém sem fornecer qualquer informação adicional sobre o teor da conversa. A Coluna formulou mais duas perguntas, ambas sobre o tema político, mas o governador preferiu não responder, dando a entender que o processo para a definição do cenário sucessório estadual no âmbito governista ainda está em andamento.
À medida que a noite foi avançando, fontes próximas do governador Carlos Brandão repetiram a sua declaração à Coluna, afirmando que o encontro, ocorrido no Palácio do Planalto, “foi muito bom”. A essas manifestações se seguiram uma intensa onda de especulação, mas nada de concreto veio à tona além da frase contundente do governador Carlos Brandão afirmando ter sido a conversa “muito boa”.
Realizada a portas fechadas, sem testemunhas – assessores do presidente e do governador ficaram fora do gabinete presidencial -, Lula da Silva e Carlos Brandão conversaram por cerca de 50 minutos. Ao final da conversa, o governador deixou o Palácio do Planalto sem dar declarações. Pela desenvoltura que demonstrou, o governador Carlos Brandão causou nos seus assessores a impressão de que o chefe do Executivo maranhense estava satisfeito. A um auxiliar que lhe mandou uma mensagem lhe dizendo que “curiosidade mata”, Carlos Brandão devolveu em tom de brincadeira: “Então você vai morrer”.
O estado de ânimo do governador Carlos Brandão classificando de “muito boa” a conversa com o presidente Lula da Silva é indicativa de que não houve o que ele próprio temia: uma indisposição com o presidente por causa do rompimento dele com o chamado grupo dinista. O que provavelmente aconteceu é que a conversa foi um primeiro passo para um entendimento muito mais amplo. Pode ter havido a abertura de possibilidade no sentido da recomposição, como também pode ter sido colocada a impossibilidade de reatamento, tendo o presidente admitido o que já havia dito que não queria: a existência de dois palanques para ele no Maranhão.
Quem conhece o governador Carlos Brandão mais de perto diz que, antes da conversa, ele estaria disposto a um grande acordo, admitindo ser candidato ao Senado, desde que o vice-governador Felipe Camarão não viesse a ser governador e candidato à reeleição. Essa possibilidade está minada por uma posição clara do vice-governador, que tem afirmado, categoricamente, que o ideal seria uma chapa com ele disputando o Governo e Carlos Brandão concorrendo a uma cadeira no Senado, uma fórmula para muitos infalível. O governador Carlos Brandão tem dito e repetido, em conversas com lideranças, que não aceita qualquer acordo que inclua entregar o Governo ao vice-governador, que por sua vez firmou a posição de que será candidato de qualquer maneira.
Se houve ou não um acordo, ou, pelo menos, uma proposta de acordo, isso só os dois governantes sabem. Mas é certo também que o governador Carlos Brandão chegou ao Palácio do Planalto com o desenho claro de um cenário político do Maranhão, e saiu de lá com um rascunho para ser desenhado. O governador sabe o que presidente quer e o presidente sabe o que o governador pretende.
PONTO & CONTRAPONTO
Pode estar enganado quem afirma que Eduardo Braide está fora da corrida aos Leões
O meio político se assanhou com uma declaração do prefeito Eduardo Braide (PSD) dizendo que São Luís “terá os melhores quatro anos da sua vida”. Muitos interpretaram a declaração como um recado de que vai permanecer no cargo, ficando de fora da corrida ao Palácio dos Leões, na qual continua favorito, segundo todas as pesquisas mais recentes.
Quem interpretou o dito como um recado do prefeito avisando que não será candidato a governador, preferindo continuar no comando da Capital até dezembro de 2028, pode estar cometendo um erro de interpretação.
Eduardo Braide sabe o que diz e o que faz. Quando ele declara que São Luís terá os melhores quatro anos da sua vida até aqui, ele não se refere à sua gestão. Se ele sair, o comando será passado à vice-prefeita Esmênia Miranda (PSD), num processo natural de sucessão por conta da corrida às urnas.
Em nenhuma das suas declarações o prefeito de São Luís fez qualquer referência à corrida ao Palácio dos Leões, preferindo manter silêncio e aumentar a expectativa dos pré-candidatos assumidos. Eduardo Braide tem demonstrado cuidadosa indiferença em relação ao assunto, sem, porém, descuidar da máquina de comunicação que comanda e que cuida da promoção da gestão municipal.
Isso não significa dizer que o prefeito de São Luís esteja fora da corrida sucessória estadual. Eduardo Braide está focado na sua agenda administrativa exatamente porque é fundamental intensificar a sua gestão e realizar o que for possível até abril do ano que vem. Ele quer ter mais o que mostrar ao eleitorado.
Portanto, o fato de ele dizer agora que São Luís terá os quatro anos mais importantes da sua história, pode significar que, se chegar ao Palácio dos Leões, vai investir o que for possível na Capital.
Aos 90 anos, João Alberto se prepara para mais uma corrida eleitoral
O ex-senador João Alberto (MDB), atual vereador de Bacabal, está se preparando para mais uma corrida eleitoral. Ele vão jogar toda a sua rica experiência nessa seara para dar suporte para que o filho, João Marcelo, que já foi deputado federal, chegue à Assembleia Legislativa.
Com o lastro de dezenas de campanhas – só não foi bem sucedido em três -, ele começa a se movimentar no sentido de mobilizar suas muitas amizades políticos feitas ao longo do tempo nas mais diversas regiões do estado.
Aos 90, mas com disposição de setentão bem cuidado e de quem dedica a maior parte do seu dia às conversas políticas, o ex-vereador, ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-governador, ex-senador da República, o agora vereador bacabalense está organizando um roteiro de visita às bases que lhe deram os mandatos que exerceu.
Quem o conhece não duvida de que a condição de nonagenário não o impede de ganhar a estrada em busca de votos para o seu candidato a deputado estadual.
São Luís, 01 de Novembro de 2025.

