Força de concorrentes e ataques de Wellington do Curso podem comprometer liderança de Eduardo Braide

Eduardo Braide: candidatura em momento crucial

Com o cenário da disputa pela Prefeitura de São Luís praticamente definido, as atenções se voltam para os movimentos por meio dos quais o candidato do Podemos, Eduardo Braide, pretende consolidar a sua liderança nas preferências do eleitorado, evitar a desidratação da sua base e administrar, com eficácia, os problemas que ameaçam a estabilidade do seu projeto, como a reação barulhenta do deputado Wellington do Curso à decisão do comando do PSDB de tirá-lo da disputa. Eduardo Braide se encontra num momento crucial da sua corrida ao Palácio de la Ravardière, a começar pelo fato de que, agora com suas situações políticas e partidárias resolvidas, seus principais oponentes – Duarte Júnior (Republicanos/PL/Avante/Patriotas), Neto Evangelista (DEM/PDT/PSL/MDB) e Rubens Júnior (PCdoB/Cidadania/PMB/DC e PT) -, estão se turbinando para melhorar seus desempenhos na corrida às urnas. Visto por todos os demais como o candidato a ser batido, Eduardo Braide encontra-se sob pressão e precisará de muita consistência para manter a liderança.

O candidato do Podemos sabe que, mesmo lhe sendo ainda muito favorável, o cenário de agora já não lhe permite liquidar a fatura em um só turno. Sabe também que, na hipótese de decisão em dois turnos, os dois candidatos entrarão com um jogo zerado. Se for um deles, como prevê a quase totalidade dos observadores, Eduardo Braide terá no embate final um adversário política e partidariamente poderoso, que provavelmente contará com nada menos que os fluídos dos Palácios de la Ravardière e dos Leões, soma de forças, portanto, para ninguém botar defeito. A seu favor, o candidato do Podemos terá pouco mais do que o mesmo suporte do primeiro turno, como o apoio do PSDB, por exemplo, hoje motivo de um zoadento protesto do deputado Wellington do Curso.

Além dos apoios políticos e partidários, o candidato do Podemos tem a seu favor nada menos que 150 mil votos que recebeu na Capital, de um total de 189 mil que amealhou em 2018, e que fizeram dele o segundo mais votado para a Câmara Federal, só perdendo para Josimar de Maranhãozinho. Salvo alguns aliados – como o senador Roberto Rocha (PSDB) e os deputados federais Aluísio Mendes (PSC) e Edilázio Júnior (PSD) -, Eduardo Braide não lidera um grupo expressivo e só conta com o próprio taco, o que o torna um concorrente ao mesmo tempo forte e imprevisível, que pode reverter a tendência de queda e liquidar a eleição em turno único, chegar ao segundo turno exaurido, ou ser alcançado pelo improvável, que seria não chegar ao turno final. Daí as suas cautelas, a estratégia de se preservar e de evitar bolas divididas.

Político racional, que decide seus passos com frieza lógica, calculando cuidadosamente o alcance e o objetivo dos seus movimentos, não se deixando dominar pela emoção, Eduardo Braide tem clareza suficiente para saber que a eleição não está decidida. Todas as avaliações feitas até agora indicam que ele será um dos que desembarcarão no segundo turno. Ao mesmo tempo, os dois meses e meio que faltam para a corrida às urnas é tempo suficiente para mudar qualquer cenário de corrida eleitoral, o que exigirá dele um desempenho excepcional para confirmar essa tendência no dia 15 de Novembro, quando os mais de 600 mil eleitores da Capital irão às urnas. Isso porque, como acontece em qualquer disputa com mais de dois candidatos, o favorito sempre vira alvo preferencial.

O imbróglio causado pelo arquivamento compulsório, pela cúpula do PSDB, da candidatura de Wellington do Curso, de modo a levar o partido a aliar-se ao Podemos e apoiar sua candidatura, se transformou numa incômoda fonte de desgaste para Eduardo Braide, que o obrigou a se manifestar publicamente sobre o assunto, se defendendo da acusação e dando explicações que, em princípio, teriam de ser dadas pelo presidente do PSDB, senador Roberto Rocha. Decidido a não sair no prejuízo, Wellington do Curso se mantém no ataque, acusando-o de traição. Tudo que o candidato do Podemos não precisa nesse momento.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Carlos Madeira não lamenta falta de aliança e reafirma que está “mais firme do que nunca”

Carlos Madeira: candidatura firme

O candidato do Solidariedade à Prefeitura de São Luís, Carlos Madeira, não se deixou abater pelo fato de que seu partido não conseguiu um aliado para se coligar, obrigando-o a liderar chapa “puro sangue”. Ele minimizou o fato dizendo que a grande aliança “é com o povo”. E declarando que o seu projeto político-eleitoral está “mais firme do que nunca”, e que sua motivação aumenta a cada dia, o candidato do SD acha que vai sair do bloco dos menos posicionados nas preferências do eleitorado. Carlos Madeira acredita piamente que as próximas pesquisas informarão que ele está avançando, otimismo que não é compartilhado por aliados e simpatizantes da sua candidatura. Há, por outro lado, largo entendimento de que, mesmo sendo um estreante tardio na seara política e eleitoral, ele está preparado para o embate direto com seus oponentes e tem um discurso consistente, até porque é o único candidato que já tem um plano de governo detalhado.

 

Candidatos buscam “bênção” no Palácio Episcopal de São Luís

Palácio Episcopal: no roteiro doscandidatos 

Boa parte dos candidatos à Prefeitura de São Luís já bateu às portas do Palácio Episcopal para pedir as bênçãos do arcebispo Dom José Belizário. Muitos dirigentes e sacerdotes simpatizam com a esquerda moderada, tendo apoiado a corrente cristã do petismo, liderada durante muito tempo por Helena Heluy, e por grupos cristãos socialistas, que foram liderados por Juarez Medeiros e Conceição Andrade – os três se elegeram deputados estaduais com essa base de apoio. Agora, a corrente mais influente no universo católico de São Luís é liderada pela deputada Helena Duailibe e seu marido, o vereador Afonso Manoel Ferreira, ambos do Solidariedade, e que religiosamente militam na linha de frente do Movimento Carismático.

São Luís, 03 de Setembro de 2020.

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