Flávio Dino lança movimento para fortalecer o PCdoB e Roseana Sarney tentará juntar sobras do sarneysismo

 

Flávio Dino lança p Movimento 65 para fortalecer o PCdoB e o seu projeto político; Roseana Sarney tenta juntar o que sobrou do grupo que liderou

Ainda na fase de articulações para a definição de candidaturas a 217 vagas de prefeito e a 2.320 cadeiras de vereador, a mobilização político-partidária para as eleições de outubro no Maranhão ganhou um novo patamar. O governador Flávio Dino lançou o Movimento 65, iniciativa destinada a mostrar ao País que o PCdoB é um partido alinhado aos princípios do estado democrático, que sabe governar, não é o “bicho papão” que a direita conservadora tenta pintar, e por isso está aberto a filiação militantes e de interessados em disputar cargo eletivo no pleito deste ano. Num patamar bem mais discreto, mas com algum traço de simbolismo político, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) descartou a candidatura à Prefeitura de São Luís e anunciou que a partir de março vai percorrer o estado para apoiar candidatos a prefeito e a vereador do seu campo político-partidário. O governador Flávio Dino entra em campo como a principal referência nacional da ampla ação do PCdoB, já apontado como o nome do partido para disputar a Presidência da República em 2022, enquanto Roseana Sarney, derrotada no último pleito, tentará reagrupar o que sobrou do Grupo Sarney. Os dois movimentos devem dar o tom e o ritmo da corrida às urnas no Maranhão.

O Movimento 65 é o projeto político por meio do qual o PCdoB pretende alcançar pelo menos três objetivos centrais, sendo o primeiro deles reafirmar-se como partido que tem ideologia, doutrina e programa e que está perfeitamente inserido no vitral que colora o estado democrático de direito. O segundo é ampliar sua participação na vida política e administrativa do País com a eleição do maior número possível de prefeitos e vereadores em outubro. E o terceiro é o seguinte: cacifado pelas eleições municipais e embalado pelos bons resultados administrativos e tendo o Governo do Maranhão como principal exemplo, entrar para valer na corrida presidencial tendo o governador Flávio Dino candidato, de preferência liderando uma frente partidária. Em vídeo já circulando nas redes sociais, o governador maranhense explica que o Movimento 65 é “uma proposta política comprometida com a defesa do Brasil, com a democracia e com a liberdade. Queremos construir um espaço para discutir a boa política, bons rumos para o País”.

Flávio Dino sinaliza que jogará o peso do seu cacife político para aumentar nessas eleições o número de prefeitos do PCdoB – elegeu 46 em 2016 -, ampliando também a presença do partido nas câmaras municipais. Ao mesmo tempo, avisa que vai estimular as candidaturas dos 15 partidos que integram a frente que lidera, prometendo não interferir onde houver dois aliados em disputa. A expectativa dominante na seara governista é que Flávio Dino sairá fortalecido das eleições, lastreado com densidade política para levar em frente o projeto de enfrentar o presidente Jair Bolsonaro nas urnas em 2022. Nesse contexto, não há dúvida de que o PCdoB pode consolidar e até mesmo ampliar sua presença na política maranhense elegendo um número maior de prefeito e vereadores, no Maranhão e no País.

No campo oposicionista, a ex-governadora Roseana Sarney anuncia que vai se embrenhar nos municípios, a partir de março, para apoiar e incentivar candidatos a prefeito e a vereador aliados dela. Ela voltou à ativa quando foi lançada pré-candidata à Prefeitura de São Luís. Já decidiu não ser candidata na Capital, mas anunciou que volta ao cenário político para percorrer os municípios apoiando candidatos aliados. Fará, na verdade, um esforço político expressivo com o objetivo de reagrupar o que restou das forças sarneysistas trituradas nas urnas em 2014, 2016 e 2018, e assim preparar terreno para disputar o Governo do Estado ou a vaga do Senado em 2022, dependendo do rumo que vier a tomar o governador Flávio Dino. A ex-governadora sabe que não pode se dar ao luxo de entrar numa aventura, ciente de que qualquer escorregão agora pode funcionar como pá de cal sobre seu projeto e sobre o que restou do Grupo Sarney. Vale registrar que o sarneysismo sobrevive porque o MDB tenta um novo caminho sob o comando do deputado Roberto Costa, o PSD luta para se manter de pé com o deputado federal Edilázio Júnior, o PSC tenta seguir em frente tocado pelo deputado federal Aluísio Mendes, e, claro, o PV, que respira pela obstinação do deputado Adriano Sarney de mantê-lo vivo. Roseana Sarney sabe que juntar essas correntes é quase impossível.

Os desdobramentos desses dois movimentos moldarão as eleições municipais, que serão chave para a grande disputa de 2022 no estado e no País.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia retoma atividades sujeita às tensões pré-eleitorais

Othelinio Neto: comando firme da Assembleia Legislativa

Em meio aos primeiros e intensos movimentos voltados para as eleições municipais, a Assembleia Legislativa retoma suas atividades nesta segunda-feira (3). Sob o comando firme e eficiente do presidente Othelino Neto, o plenário do Palácio Manoel Beckman será o desaguadouro de boa parte das tensões a serem produzidas nos arraiais políticos municipais por conta da disputa eleitoral que se aproxima, primeiro porque todos os deputados estarão diretamente envolvidos nas disputas municipais, e depois porque alguns deles serão candidatos, parte em São Luís.

O presidente Othelino Neto – que como todo parlamentar também se envolverá na corrida eleitoral nas suas bases -, tem pela frente o desafio de manter a Casa funcionando plenamente, não permitindo que as tensões eleitorais se sobreponham à agenda legislativa, pelo menos durante o primeiro semestre. Não será tarefa fácil, mas a julgar pelo ritmo que impôs na Casa em 2018, no primeiro ano da sua gestão, conseguindo mantê-la em pleno funcionamento durante as eleições gerais, a expectativa é a de que o presidente manterá o controle e cumprirá rigorosamente o calendário de trabalho. Isso incluindo a realização de sessões, o funcionamento das comissões, votações, além de ações externas, como o projeto Assembleia em Ação, por exemplo.

O principal desafio a ser enfrentado pelo presidente Othelino Neto será o embate político entre deputados por conta das disputas municipais. Ninguém duvida de que ali se baterão os deputados Zé Gentil (PRB) e Adelmo Soares por causa da disputa em Caxias, Fernando Pessoa (SD) e Daniella Tema (DEM) por conta de Tuntum, Fernando Pessoa e Rigo Teles (PV) na briga pelo poder em Barra do Corda, Leonardo Sá (PL) e Thaíza Hortegal devido à luta em Pinheiro, e Neto Evangelista (DEM), Duarte Júnior (PCdoB), Adriano Sarney (PV) e Wellington do Curso (PSDB) na guerra pela Prefeitura de São Luís, para citar alguns casos mais evidentes.

O presidente Othelino Neto tem demonstrado segurança na interpretação de que as tensões políticas são naturais no parlamento. Sabe que elas eclodirão no plenário, mas está confiante de que os embates verbais podem até ser duros, mas serão mantidos dentro dos limites do decoro.

 

Evidência mostram que sem líder forte o Grupo Coutinho ameaça desmoronar

Indicação de Adelmo Soares; rompimento de Júnior Martins e ameaça de ter Ferdinando Coutinho de ameaçado de perder em Matões

Há duas semanas, a Coluna chamou atenção para a ameaça de desmonte que vinha rondando o Grupo Coutinho, duramente afetado com a perda do seu líder maior, o ex-prefeito e ex-deputado estadual Humberto Coutinho (PDT), que morreu em janeiro de 2018, quando cumpria o segundo mandato de presidente da Assembleia Legislativa. O desgaste e o desmoronamento da estrutura política criada por Humberto Coutinho e herdada pela deputada Cleide Coutinho (PDT) são evidentes e estão avançando mais rapidamente do que muitos observadores experientes e atentos previam. As evidências deputada Cleide Coutinho são várias. Uma delas: sem conseguir articular um nome dentro das forças do Grupo, e contrariando vários dos seus expoentes, a deputada Cleide Coutinho declarou apoio à candidatura do deputado Adelmo Soares (PCdoB) Prefeitura de Caxias. Diante da escolha, um dos principais aliados, o ex-vice-prefeito Júnior Martins, que era fidelíssimo a Humberto Coutinho, rompeu com o Grupo, anunciando que será candidato a prefeito de qualquer jeito. E para completar, a saída dos Pereira da base de apoio do prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho (PSB), compromete seriamente o seu projeto de eleição. Há quem avalie que o comando do Grupo tem condições de reverter essa derrocada, mas há também vozes que avaliam em contrário, prevendo que o legado de Humberto Coutinho será duramente atingido nas eleições deste ano em Caxias. É aguardar e conferir depois que as urnas falarem.

São Luís, 02 de Fevereiro de 2020.

 

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