Eliziane Gama se consolida como voz que rebate o discurso agressivo de Bolsonaro

 

Eliziane Gama: voz firme e considerada no rebate às agressões verbais do presidente Jair Bolsonaro

A maioria da bancada feminina no Senado da República faz Oposição ao Governo Central e suas integrantes disparam com frequência duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não só por desacertos da sua gestão, mas também, e principalmente, por sua postura e declarações que comprometem seriamente a dignidade do cargo. Uma das vozes mais firmes desse grupo multipartidário é a senadora maranhense Eliziane Gama, líder da bancada do Cidadania, que atua fortemente como contrapeso à base governista na Câmara Alta. Política de visão jornalística, apurada no exercício da profissão de radialista, a senadora maranhense vem se destacando pela sua competência como parlamentar, com farta produção legislativa, aprimorada por dois bem exercidos mandatos de deputada estadual e um de deputada federal; pela sua coerência partidária como militante da esquerda moderada, e, finalmente, pela posição firme no rebate às declarações indecentes feitas pelo presidente em situações que exigem deles a postura de magistrado maior da República. Para ela, Jair Bolsonaro recorre a um “discurso abjeto” quando se dá conta da sua ignorância ou quando não encontra resposta para situações que o incomodam.

Ontem, por exemplo, diante da inexplicável declaração do presidente Jair Bolsonaro, numa entrevista nos EUA, repetindo a “suspeita” de que teria havido fraude na eleição presidencial de 2018, para prejudicá-lo. A declaração, feita sem qualquer motivo plausível, e num contexto de preocupação com o avanço do corona vírus e a crise econômica global que se desenha, além, é claro, da crise política que dificulta as reformas no Congresso nacional, causou perplexidade. Como sempre tem feito em situações como essa, Eliziane Gama reagiu com dureza: “Deslegitimar as eleições presidenciais de 2018, fazendo uma acusação grave, sem apresentar provas e sem levar os ‘fraudadores’ à justiça em meio a uma crise econômica, fiscal e política global é de uma irresponsabilidade sem tamanho. Essa verborragia é um grave problema”.

Essa postura da senadora maranhense foi adotada tão logo ela assumiu o mandato e recebeu a tarefa de liderar a bandada do seu partido. Durante os primeiros meses, ela comentou, criticou e rebateu todas as declarações controvertidas do presidente da República. Jogou pesado em julho passado, quando numa reunião ministerial foi flagrado atacando o governador Flávio Dino (PCdoB) e dando uma ordem ao então o ministro da Casa Civil, Onix Lorenzzoni – “Desses governadores de Paraíba, o pior é o do Maranhão. Tem que dar nada para esse cara”. Sua reação:  “Xenofobia. Absurdo, a ainda mais vindo do presidente da República. Como maranhense, como mãe nascida e criada no MA e como parlamentar eleita pelo meu Estado, não aceitarei de forma alguma que nosso Estado seja prejudicado por ´estultice ideológica`. É hora de o presidente descer do palanque, parar de gerar crises em série e governar o país”.

A senadora Eliziane Gama bateu forte ao criticar o destempero verbal com o presidente Jair Bolsonaro atacou a ex-presidente do Chile e atual Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michele Bachelet, que se posicionou sobre a situação dos direitos humanos no Brasil. Sem meios para atingi-la diretamente, Jair Bolsonaro defendeu e elogiou a sanguinária ditadura militar comandada pelo general Augusto Pinochet no Chile, durante a qual o pai de Michele Bachelet, militante de esquerda, foi assassinado e ela, presa e torturada. Eliziane Gama rebateu o presidente avaliando que ele não tem preparo para comandar o País: “Além de criar mais uma crise diplomática desnecessária, as declarações desumanas do presidente em relação ao pai da ex-presidente chilena, Michelle Bachelet, são agressões a uma família. Atitude intolerável”.

Em meados de fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro, pressionado pela evolução da CPI das Fake News, onde foi revelado que a campanha dele pagou empresa para espalhar notícias falsas contra adversários nas redes sociais, aproveitou a declaração de um dos suspeitos de atuar nessa operação e atacou sem medida a jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo, afirmando, de maneira tosca e desmedida: “Ela queria um furo. Ela queria dar um furo [pausa, pessoas riem] a qualquer preço contra mim”. Eliziane Gama reagiu indignada: “Agrediu de forma frontal todas as mulheres brasileiras e demonstrou falta de compostura”.

Incapaz de pronunciar um palavrão, a senadora Eliziane Gama rebate o inacreditável discurso do presidente Jair Bolsonaro com um arsenal verbal duro, mas civilizado, e com a segurança de quem sabe o que está falando, reafirmando uma dignidade pessoal e uma coerência política incomuns num cenário onde na maioria das situações os interesses e as conveniências falam mais alto.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Neto Evangelista se movimenta para atrair o apoio do MDB

Neto Evangelista mira o MDB

O deputado Neto Evangelista encontra-se em pleno movimento em busca de aliados para fortalecer a aliança que seu partido, o DEM, deve firmar com o PDT para embalar sua candidatura à prefeitura de São Luís. Num cenário em que os partidos de expressão estão praticamente todos posicionados, ele tem acenado fortemente na direção do MDB, que não tem candidato definido, já que a ex-governadora Roseana Sarney vem emitindo sinais luminosos de que não tem interesse nessa disputa. Nos bastidores, corre que já teria havido conversas preliminares com o deputado Roberto Costa, mas este, pelo menos publicamente, vem mantendo o discurso de aposta na candidatura da ex-governadora, já que ela ainda não declarou formalmente se será ou não candidata. Político inteligente e hábil, Neto Evangelista certamente já se movimenta com a certeza de que Roseana Sarney não será candidata e que o MDB não tem outro nome de expressão para fazer frente a pré-candidatos de peso como Eduardo Braide (Podemos), Rubens Júnior (PCdoB) e ele próprio. Há quem diga que existe, de fato, a possibilidade de o MDB formar um tripé com o PDT e o DEM em torno de Neto Evangelista, apontado como dono de forte potencial de crescimento. A migração do prefeito de Bacabal, Edvan Brandão, aliado de Roberto Costa, para o PDT, sugere que a aliança em São Luís é possível.

 

Wellington do Curso virou o jogo e ganhou a vaga de candidato do PSDB

Wellington do Curso

Os movimentos recentes do deputado Wellington do Curso indicam que ele finalmente conseguiu mesmo o indispensável aval do senador Roberto Rocha para levar em frente sua pré-candidatura pelo PSDB à Prefeitura de São Luís. Roberto Rocha tinha, de fato, outro plano para o PSDB na corrida sucessória na Capital: uma aliança com o Podemos em torno da candidatura do deputado federal Eduardo Braide. O plano condicionava a aliança à indicação do vice pelo PSDB, o que não foi possível. Outro fator levado em conta foi mesmo a boa posição de Wellington do Curso nas pesquisas feitas até aqui nas quais ele apareceu sempre como um dos cinco melhores colocados na preferência do eleitorado. Agora, o desafio do pré-candidato tucano é mostrar que tem gás para crescer contando com a megaestrutura partidária dos tucanos.

São Luís, 11 de Março de 2020.

Um comentário sobre “Eliziane Gama se consolida como voz que rebate o discurso agressivo de Bolsonaro

  1. O deputado Neto Evangelista tem que se lembrar da postura do seu pai,João Evangelista, que tinha preocupação com os servidores estaduais e foi considerado juntamente com o Nabib Haickel os melhores políticos para o servidor público. A reabertura do PGCE por parte do governador Flávio Dino , que pretende ganhar as eleições municipais e comandar a prefeitura, precisará do seu empenho para que isso aconteça e seja colocado em pratica urgentemente. Tenho certeza que muitos servidores que estão passando fome,saberão reconhecer o seu feito e proeza.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *