Edivaldo Jr. e Eduardo Braide devem fazer campanhas propositivas, mas podem também travar um embate duro

 

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Edivaldo Jr. afagando eleitores em caminhada por bairro de SL; Eduardo Braide em caminhada apoiado pelo deputado Ricardo Rios (SD)

Os candidatos Edivaldo Jr. (PDT) e Eduardo Braide (PMN) já estão nas ruas, atuando para aumentar o volume das suas campanhas e atrair o máximo do eleitorado flutuante – de aproximadamente 300 mil votos, se levado em conta os votos dos demais candidatos, a abstenção e votos brancos e nulos -, que será necessário para fechar a disputa e apontar o ocupante do gabinete principal do Palácio de la Ravardière a partir de 1º de janeiro de 2017.  O embate do 2º turno deve ir muito além do que se costuma ver nesse tipo de eleição. Isso porque, agora sim, o poder municipal está sendo disputado por dois representantes da nova geração de políticos maranhenses, iniciando, em definitivo, um novo ciclo no cenário político da Capital do Maranhão. São dois advogados de formação, ambos com menos de 40 anos, já iniciados na vida pública pela voz das urnas, portanto devidamente credenciados para encarar o eleitor e pedir-lhe o voto sem o risco de ter como resposta nada além de um “sim” um “não”. A campanha alcançará amplitude máxima na terça-feira (11), quando chegará à TV, com tempos iguais, e chegará à plenitude no debate do dia 28, na TV Mirante.

Os dois candidatos a prefeito de São Luís têm cacifes e instrumentos completamente diferentes, e isso se reflete obviamente nos seus discursos. Para começar, Edivaldo Jr. parece disposto a atrair os candidatos que ficaram no 1º turno – Wellington do Curso (PP), Eliziane Gama (PPS), Fábio Câmara (PMDB), Rose Sales (PMB) e Zéluiz Lago (PPL), já que Valdeny Barros (PSOL) e Cláudia Durans (PSTU) já se manifestaram recomendando o voto nulo -, sinalizando que, se reeleito, pode manter a linha de governo participativo, composto com representantes partidários. Eduardo Braide, por seu turno, não descarta apoio de ninguém – já recebeu o de Rose Sales, mas foi iniciativa dela -, mas deixa claro que não fará qualquer acordo que envolva o fatiamento da máquina administrativa, sinalizando que pretende, se eleito, fazer um governo seu, sob seu comando e sem fazer qualquer tipo de concessão a qualquer aliado de última hora. Edivaldo Jr. admite o reforço político e partidário da sua já musculosa candidatura – tem o apoio formal de 13 partidos -, ciente de que pertence a um grupo, este liderado pelo governador Flávio Dino, com quem se dá muito bem. Eduardo Braide concebeu o projeto de chegar à Prefeitura solitariamente, sem nenhum grupo ou figurão político a lhe guiar, acompanhado apenas do seu vice, seus candidatos a vereador e simpatizantes, situação que o autoriza a dispensar alianças agora, mas com a consciência de que se eleito terá que negociar para montar uma base na Câmara Municipal.

No plano da disputa propriamente dita, Edivaldo Jr. joga primeiramente com os resultados da sua administração, apresentando o que conseguiu realizar em meio “à maior crise na a História do Brasil”, ressaltando a parceria com o governador Flávio Dino, que tem destacado essa relação, assinalando a lisura da sua gestão, a sua correção política e integridade pessoal, coerência religiosa e harmonia familiar. Eduardo Braide entrou e continua na disputa com argumentos igualmente fortes, a começar afirmação de que não tem “padrinho” nem grupo embalando sua candidatura, sobre a sua produtiva atuação em dois mandatos de deputado estadual, sua eficiência como presidente da Caema, sua postura política até agora sem mancha, sua visão administrativa, sua vida pessoal, religiosa e familiar marcadas também por integridade e coerência.

Em que pesem todos esses pressupostos que embalam as duas candidaturas, não há, porém, nenhuma garantia de que essa etapa da campanha seja marcada por um embate civilizado e restrito ao campo das ideias. Já no “the day after” à votação do 1º turno, aliados e adversários de ambos deflagraram nas redes sociais uma guerra frenética de informações duvidosas e maldosas com o objetivo de desestabilizar as candidaturas. Aliados de Edivaldo Jr. começaram a veicular supostas manchas na trajetória de Eduardo Braide, destinadas a inibir, ou até mesmo inviabilizar sua campanha. O mesmo têm feito partidários de Eduardo Braide, com o mesmo objetivo.

Os dois candidatos a prefeito de São Luís garantem que são limpos, que mas sabem que aqui e ali terão de usar seus preciosos tempos rebater agressões. Mas não devem esquecer, em nenhum momentos dos próximos 20 dias, que tanto quanto candidatos íntegros, São Luís precisa é de gestores com ideias, vontade política e determinação franciscana para enfrentar os seus problemas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Wellington do Curso deve ficar neutro no 2º turno
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Wellington do Curso pode ficar neutro no 2º turno em São Luís

O deputado Wellington do Curso (PP) ainda não escolheu quem apoiará no 2º turno da corrida para a Prefeitura de São Luís. Do alto dos seus 103 mil votos, que o levaram ao 3º melhor desempenho entre os nove candidatos que disputaram o Palácio de la Ravardière, o parlamentar pepista, ao que tudo indica, não fará opção entre o prefeito Edivaldo Jr. e Eduardo Braide, preferindo subir no muro da neutralidade na fase final da disputa. A verdade é que um posicionamento agora de nada valeria, pois não lhe renderia qualquer ganho político. Primeiro porque sabe que os votos que recebeu representaram uma fatia flutuante do eleitorado, sem dono, sem cabresto, e que nesse pleito buscou um projeto diferente, inusitado, mas que não vingou; e isso significa que o agora ex-candidato Wellington do Curso não tem qualquer poder para conduzir esses eleitores para um ou outro candidato. Depois, ficou claro que além da frustração de ter acreditado que iria para a segunda volta, Wellington do Curso saiu da disputa magoado com Edivaldo Jr. e com Eduardo Braide,  atribuiu aos dois o jogo pesado das denúncias que o tiraram da vice-liderança e o mandaram para casa. Nos dois discursos que fez na Assembleia Legislativa avaliando a campanha e o seu desempenho, o deputado do PP externou claramente sua mágoa com os dois candidatos, mesmo sem fazer acusações diretas e específicas a um e a outro. Em conversa informal com jornalista, previu que se posicionaria na quarta-feira (5), mas não fez nem falou mais no assunto. É verdade que em política muitos gestos costumam surpreender, mas uma avaliação superficial do caso conclui naturalmente que passou da hora de o ex-candidato do PP se posicionar. E se vier a fazê-lo, poderá se colocar numa situação política delicada.  Se decidir marchar com Edivaldo Jr., será mais um numa plêiade que começa com o governador Flávio Dino, passa pelo super-secretário Márcio Jerry, e por aí vai. Se optar por apoiar Eduardo Braide, terá de fazê-lo da maneira mais espontânea possível, sem qualquer interesse de se envolver com o projeto de governo a ser referendado ou não nas urnas. Portanto, se tiver faro político, seu caminho mais sensato é permanecer onde está, curtindo a possibilidade de atrair a massa eleitoral em 2018.

Roberto Rocha faz movimento que surpreendem seus críticos
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Rocha com Assis Ramos, com Domingos Dutra e com Dr, Erick no seu gabinete em seu gabitete senatorial em Brasília

Pode perder feio quem aposta que, por não ter emplacado aliados em prefeituras importantes como Imperatriz – onde apoiou a candidatura do ex-prefeito Ildon Marques (PSB) – e Balsas – onde seu candidato, o ex-prefeito Chico Coelho (PR), perdeu -, o senador Roberto Rocha (PSB) foi levado ao estaleiro dos derrotados. Ao contrário, o senador tem feito movimentos rápidos e certeiros, por meio dos quais vem demonstrando que está, sim, dentro do jogo, e pelo visto com muita desenvoltura e pontes para construir. Menos de uma semana depois das eleições, Rocha recebeu em Brasília ninguém menos que o delegado Assis Ramos, eleito prefeito de Imperatriz pelo PMDB; o médico Dr. Erick, eleito prefeito de Balsas pelo PDT; e o ex-deputado federal Domingos Dutra, eleito prefeito de Paço do Lumiar pelo PCdoB. Com esses movimentos, Roberto Rocha produz mais evidências de que é um político pragmático, que faz política com o cérebro e não com o fígado, que não vê obstáculos construir vias de entendimento nos mais diversos segmentos da política estadual, e que o que conta, na verdade, é ignorar a pancadaria que sofre e seguir em frente. E pelo que é possível observar, o que aconteceu até agora é apenas um  mero ensaio do que está por vir.

 

São Luís, 08 de Outubro de 2016.

 

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