Doze políticos maranhenses que tiveram atuação diferenciada em 2023

Iracema Vale, André Fufuca, Eliziane Gama,
Juscelino Filho, Ana Paula Lobato, Rubens Jr.,
Duarte Jr., Roberto Costa, Eduardo Braide,
Sebastião Madeira, Hilton Gonçalo e Paulo Victor: atuações diferenciadas

2023 foi um ano político especialmente importante para o Maranhão. Ao longo das suas 54 semanas, políticos maranhenses se destacaram no seu terreiro e no cenário nacional como poucas vezes aconteceu. Uma mulher chegou à presidência do Poder Legislativo, um senador foi ministro de Estado e será ministro do Supremo Tribunal Federal, e deputados federais viraram ministros de Estado. Além disso, a bancada maranhense no Senado terá duas mulheres a partir de fevereiro. A Coluna avaliou com cuidado e isenção a trajetória dos políticos mais destacados durante os 363 dias deste ano e identificou em 12 deles atuações diferenciadas, com repercussão acima da média. Quase todos detentores de mandatos nas três esferas, esses nomes tiveram participação importante, às vezes decisiva, na consolidação da vida política, partidária e institucional. Mais importante: continuam nas suas posições e levando à frente a ação. Isso não quer dizer que os demais políticos não atuaram, eles atuaram, sim, cada um a seu modo. Os destaques são os seguintes:

Iracema Vale (PSB) – Deputada estadual mais votada da História política do Maranhão – nenhum outro candidato, homem ou mulher, conseguiu esse feito -, Iracema Vale quebrou todos os paradigmas e tabus que marcam a política maranhense. Foi a primeira mulher a eleger-se presidente da Assembleia Legislativa – a eleição se deu sem concorrente e por aclamação. E exerce um mandato produtivo como legisladora. E foi a segunda mulher a assumir o Governo do Estado, o que aconteceu em maio, quando o governador Carlos Brandão (PSB) e o vice-governador Felipe Camarão (PT) estiveram fora do estado. Fechou o ano como vice-presidente estadual do PSB, o que lhe dá estatura de líder consolidada e com horizonte largo pela frente.

André Fufuca – Um dos políticos com maior espaço no Congresso Nacional, o deputado federal André Fufuca saiu da liderança do PP na Câmara Federal para assumir o Ministério do Esporte, com o desafio de suceder a consagrada jogadora de vôlei Ana Mozer. Com uma trajetória rica nos dois mandatos anteriores, tendo sido vice-presidente e presidente da Câmara Federal e presidente nacional do seu partido, o parlamentar chegou à pasta do Esporte em meio a uma certa descrença, mas logo tomou algumas decisões que vêm alterando a visão dos observadores e críticos. Fecha o ano como seu nome lembrado para o senado por ninguém menos que a deputada Iracema Vale.

Eliziane Gama (PSD) – A senadora maranhense foi, de longe, o nome mais destacado da bancada maranhense no Senado, e um dos destaques na bancada feminina na Casa. Legisladora produtiva, com dezenas de matérias, propostas e relatorias bem-sucedidas, a senadora maranhense cresceu durante a CPI da Pandemia, quando fez questionamentos duros e necessários aos envolvidos, e se agigantou na CPMI dos Atos Golpistas, da qual participou no sensível e desafiador posto de relatora, ganhando projeção nacional. Eliziane Gama fechou 2023 em alta, como vice-líder do Governo no Congresso Nacional. O ano pode ter marcado uma mudança radical na sua carreira.

Juscelino Filho (União Brasil) – O deputado federal iniciou seu terceiro mandato escolhido para representar o seu partido, o União Brasil, no Governo Lula da Silva como ministro das Comunicações, uma pasta altamente técnica, sem muito apelo político, mas de importância fundamental para o País. Tudo foi bem nos primeiros meses, quando a trajetória ministerial do jovem parlamentar começou a ser bombardeada por denúncias de malversação de recursos milionários de emendas por ele destinada à Vitorino Freire, município que é sua principal base eleitoral e governado pela Irmã, Luanna Rezende. Mais recentemente, declarou guerra ao tio, o ex-deputado estadual Stênio Rezende, por causa da sucessão no município. Muitos apostaram alto na sua queda, mas Juscelino Filho fecha o ano no cargo e, ao que parece, sem maiores riscos.

Ana Paula Lobato (PSB) – Quando se elegeu 1º suplente na chapa do senador Flávio Dino (PSB), Ana Paula Lobato certamente viveu a perspectiva de que cedo ou tarde teria a chance de ser senadora por algum tempo. Mas essa perspectiva sofreu uma guinada radical no dia 1º de janeiro, quando o senador eleito Flávio Dino se tornou ministro da Justiça e Segurança Pública. E não deu outra: no dia 3 de fevereiro, depois de haver assumido, Flávio Dino se licenciou do mandato, dando vez longa à suplente Ana Paula Lobato. Mas o que estava previsto para possíveis quatro anos sofreu outra guinada quando o presidente Lula da Silva (PT) o indicou e o Senado o aprovou para o Supremo Tribunal Federal. Naquele momento, Ana Paula Lobato ganhou mais sete anos como senadora, um caso inédito na História do Maranhão e da República.

Rubens Jr. (PT) – O deputado federal no terceiro mandato, Rubens Jr. exerceu integralmente o mister parlamentar. Como legislador teve leis aprovadas com larga repercussão e foi o relator de uma proposta de reforma eleitoral, que passou na Câmara, mas não vingou porque o Senado criou os obstáculos. Mas isso não diminuiu o seu papel, porque o bloqueio do projeto de reforma foi político e não de mérito. Um dos vice-líderes do Governo na Câmara Federal, Rubens Jr. foi incansável nos embates em plenário e nas comissões, onde jogou toda a sua experiência parlamentar e legislativa. Teve papel importante também nas audiências do ministro Flávio Dino na Câmara federal, saindo forte em sua defesa sempre que as forças bolsonaristas armavam ataques. Fecha o ano bem visto no Planalto.

Duarte Jr. (PSB) – Fez do primeiro ano do seu primeiro mandato federal um aproveitamento inteligente. Ligou-se a grupos ativos e progressistas, como a frente educacional liderada pela deputada paulista Tabata Amaral (PDT), participou intensamente das Comissões técnicas da Câmara Federal, foi uma das vozes em defesa do Governo Lula da Silva, e foi duro na defesa do ministro Flávio Dino nas audiências na Casa. Bem avaliado pelo desempenho político e parlamentar, fecha o ano lançado pela cúpula nacional do seu partido pré-candidato a prefeito de São Luís em 2024, com o aval do governador Carlos Brandão e como o segundo colocado nas pesquisas.

Roberto Costa (MDB) – No exercício pleno do terceiro mandato parlamentar, o deputado Roberto Costa tem se destacado trabalhando em três frentes. A primeira delas, claro, é a sua atuação parlamentar e legislativa, com uma expressiva produção de projetos de lei, pareceres e indicações, o que o tornam um deputado atuante. A outra frente é a parlamentar, e nesse campo ele tem se mostrado uma raposa com faro apurado e atuação eficiente, a começar pelo fato de haver se tornado o mais ativo articulador da Assembleia Legislativa começando pelas mudanças que se deram dentro do MDB, do qual é vice-presidente regional e um dos responsáveis pelas decisões mais audaciosas do partido. Somadas, suas ações políticas e parlamentares fizeram com que ele se tornasse líder disparado nas pesquisas sobre corrida à Prefeitura de Bacabal.

Eduardo Braide (PSD) – O prefeito de São Luís fecha o penúltimo ano do mandato nas rajadas iniciais do tufão em que se transformará a corrida à sucessão, à qual ele próprio é candidato como postulante à reeleição. Por fazer uma política diferenciada – ele não interfere na Câmara nem aceita que a Câmara interfira na sua gestão -, o prefeito tem forte apoio popular, segundo as pesquisas. Os mesmos levantamentos dizem que ele faz uma gestão correta, o que o coloca, até aqui, como líder da corrida ao Palácio de la Ravardière.

Sebastião Madeira – O secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado fecha o ano como um exemplo de político que driblou a adversidade e retomou o seu espaço. Ex-prefeito de Imperatriz e com uma temporada à frente da Gasmar, ele se tornou um dos articuladores políticos do recém empossado governador Carlos Brandão (PSB), integrantes do chamado “Núcleo de Ferro” de auxiliares-conselheiros do governador. E encontrou espaço para resgatar o que sobrou do PSDB no Maranhão e transformá-lo no partido promissor. E à sua maneira, deve ter um peso diferenciado na corrida sucessória em Imperatriz.    

Hilton Gonçalo (PMN) – Prefeito reeleito de Santa Rita, Hilton Gonçalo fecha 2023 exibindo uma musculatura política difícil de ignorar. A um ano de encerrar o quarto mandato, ele tem aprovação superior a 80% e ninguém duvida de que ele fará o sucessor. Sua gestão em Santa Rita é considera acima da média, o que faz com ele projete o seu futuro político mirando o Governo do Estado. Isso ficou clara há alguns dias, quando ele, ao inaugurar uma obra, declarou-se disposto a colocar o seu nome para disputar o Palácio dos Leões, abrindo assim a corrida sucessória de 2026.  

Paulo Victor (PSDB) –  Vereador-presidente da Câmara Municipal de São Luís, Paulo Victor (PSDB) chegou ao final de 2023 como o mais ativo e controverso político produzido em São Luís. Elegeu-se presidente em 2021, mas só assumiu a presidência em 2023, obtendo logo a reeleição. Se declarou enfaticamente oposição ao prefeito Eduardo Braide e se lançou candidato a prefeito de São Luís, fazendo uma pré-campanha meteórica, tendo decidido a abandonar a ideia há um mês e meio. Como oposição, tem sido um implacável adversário do prefeito Eduardo Braide, contra quem tem feitos duros discursos. Colocou a Câmara Municipal no centro do debate político.

São Luís, 29 de Dezembro de 2023.

Em Tempo: O autor comunica aos leitores da Coluna que, por conta de um desastre com o seu telefone, perdeu todos os seus contatos da agenda do celular e do whatzap, que o deixou inteiramente desconectado do mundo das pessoas. Encontra-se envidando todos os esforços para restabelecer a rede de contatos e retomar a distribuição por aquela rede. No momento, pode-se ler Repórter Tempo buscando-a diretamente no endereço reportertempo.com.br, no Instagran e no facebook.

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