Com filiações, PSB caminha para ser o partido mais forte do Maranhão na corrida às urnas

 

Adelmo Soares e Antônio Pereira entram hoje no PSB e devem ser acompanhado por Rubens Pereira jr.

Ao receber hoje em seus quadros os deputados estaduais Adelmo Soares, que deixa o PCdoB, e Antônio Pereira, que sai do DEM, para se juntar aos deputados Duarte Jr., Marco Aurélio e Edson Araújo, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), liderado pelo governador Flávio Dino, passa ter a segunda bancada na Assembleia Legislativa, com cinco cadeiras, podendo se tornar a maior até o final de março, quando termina a “janela partidária”. A força política e eleitoral da legenda socialista será turbinada ainda mais com a iminente entrada do vice-governador Carlos Brandão, que deixará o PSDB, e do deputado federal Rubens Jr., que deixou o PCdoB, o que lhe dará ganhando o posto de maior e mais robusto partido do Maranhão, à medida que tem ainda o deputado federal Bira do Pindaré, seu presidente regional. Com essa mudança de estatura, o PSB caminha para as urnas com uma chapa majoritária politicamente poderosa, liderada por Carlos Brandão como governador em busca da reeleição, tendo Flávio Dino candidato ao Senado, e chapas proporcionais (Câmara Federal e Assembleia Legislativa) com grande potencial eleitoral.

As mudanças colocam o PSB na liderança do processo político estadual, tomando o lugar que vinha sendo ocupado pelo PCdoB desde as eleições de 2014, quando a agremiação comunista surpreendeu o mundo ao conquistar o primeiro Governo estadual desde a sua fundação, há um século. Naquele pleito, o “Partidão” realizou ainda a proeza de desbancar do poder o poderoso MDB, que dera as cartas na política do Maranhão durante quase três décadas. Com essa nova estatura, a legenda socialista se credencia para ser o novo partido hegemônico nos próximos tempos, bastando para isso vencer as eleições para o Governo e para o Senado.

Nesse momento, o PSB rivaliza com o PDT, de centro-esquerda liderada pelo senador Weverton Rocha, pré-candidato ao Governo, condição que coloca o partido na posição de principal concorrente. O diferencial está no fato de que o PSB estará no comando do Governo do Estado, com o então governador Carlos Brandão em busca da reeleição, o que lhe dá uma vantagem política excepcional, reforçada com a força política do seu principal líder, Flávio Dino, apontado em todas as pesquisas como franco favorito na corrida senatorial. Por conta dessa guinada, que se consolida com as filiações de hoje, a tendência do PSB é ganhar mais poder nas urnas com candidatos fortes à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal.

Diante da situação que ganha forma, adversários da aliança governista tentam colocar em dúvida a força política e eleitoral do PSB com o argumento de que o partido não tem base nos municípios, à medida que elegeu apenas seis prefeitos em 2020, quando o PDT elegeu 42, o PL 40, o Republicanos 25 e o PCdoB 22, por exemplo. O argumento parece consistente, mas em matéria de política sua validade é muito frágil. Os prefeitos do PCdoB e metade dos do Republicanos apoiarão Carlos Brandão, o que deve acontecer também com os de outros partidos. O equilíbrio entre PSB e PDT só se dará na Assembleia legislativa, com o diferencial de que a legenda pedetista terá o presidente da Casa, o deputado Othelino neto, que deixará o PCdoB para ingressar no PDT.

O fato concreto neste momento é que o PSB ganha a oposto de legenda mais influente do Maranhão, e com a vantagem excepcional de ter o controle da máquina pública estadual e liderar a maioria governista na Legislativa e atuar com dois deputados na Câmara Federal. Caberá ao governador Carlos Brandão liderar esse processo, sucedendo a Flávio Dino, que a partir de abril se dedicará mais à prepararão do partido para as eleições, às quais concorrerá com adversários sedentos de poder.

 

PONTO E CONTRAPONTO

 

Braide entra de cabeça na briga pelo controle da Câmara Municipal

Eduardo Braide no fogo cruzado entre Gutemberg Araújo e Paulo Victor

Com o mapa das tendências nas mãos, que indicam a liderança do vereador Paulo Victor (PCdoB) na disputa pela presidência da Câmara de São Luís, o prefeito Eduardo Braide (Podemos) decidiu arregaçar as mangas com a determinação de fortalecer o seu candidato, vereador Gutemberg Araújo (PSC). Ele não pensou duas vezes em isolar o então líder do Governo, vareador Marcial Arruda (Podemos), que decidiu apoiar a candidatura de Paulo Victor, abrindo uma brecha gigantesca e politicamente perigosa na base governista. O isolamento se deu com a destituição do posto de líder, que foi entregue ao vereador Raimundo Penha (PDT). Agora correm duas indagações nos bastidores do Palácio Pedro Neiva de Santana: O novo líder reverterá a tendência? Qual o próximo passo do prefeito para fortalecer seu candidato? Quem conhece os meandros da política municipal sabe que prefeitos erraram mais do que acertaram ao se envolverem diretamente nas eleições para a presidência da Câmara Municipal de São Luís. Ninguém duvida do poder que o Palácio de la Ravardière exerce sobre os vereadores. O problema é que o vizinho Palácio dos Leões tem interesse na disputa e apoia o adversário favorito.

 

Dino e Brandão estão sintonizados na troca de comando

Flávio Dino e Carlos brandão: sintonia fina desde o início do primeiro Governo

O governador Flávio Dino dá um exemplo de habilidade e de desprendimento político no processo de transferência do poder para o seu substituto, o vice-governador Carlos Brandão, que pretende se reeleger em outubro. Os dois conversam diariamente, todas as decisões relevantes são compartilhadas, com o futuro governador sendo informado detalhadamente sobre a situação do Governo, especialmente no que diz respeito às finanças públicas, num raro processo de sintonia. Esse entendimento permitirá a Carlos Brandão assumir o comando do Estado sem o risco de sobressaltos.

 

Em Tempo: A Coluna se curva em homenagem a todas as mulheres do mundo, em especial as ucranianas, atingidas pelos horrores de uma guerra insana.

São Luís, 08 de Março de 2022.

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