Com autoridade política, Flávio Dino age para conter crise causada pela greve dos caminhoneiros e diz que Governo Temer é fraco

 

Flávio Dino reúne seus auxiliares para discutir e definir medidas contra os efeitos da greve dos caminhoneiros
Flávio Dino reunido sexta-feira  seus auxiliares para discutir definir medidas contra as efeitos danosos  da greve dos caminhoneiros no Maranhão, a começar por São Luís

“Um dos (fatores causadores da crise dos caminhoneiros) mais relevantes é termos um Governo Federal ilegítimo, sem autoridade, submisso a interesses estrangeiros na gestão da Petrobras. Jogaram o país no caos e a democracia em risco”. O comentário foi feito pelo governador Flávio Dino (PCdoB) ao se posicionar contra a tentativa do Palácio do Planalto de convencer os governadores a abrirem mão do ICMS cobrado sobre os combustíveis para resolver uma crise que o Governo do presidente Michel Temer não está conseguindo resolver. Numa ação política consciente, o chefe do Executivo estadual foi um dos articuladores da reação de um grupo de governadores da região Nordeste que se posicionaram em carta aberta recusando a proposta de mexer no ICMS e acusam o Palácio do Planalto de tentar dividir com os estados a responsabilidade por uma crise que ele criou sozinho.

Flávio Dino poderia cruzar os braços e deixar a crise e suas consequências sob a responsabilidade total de Brasília. Mas agiu com correção política e responsabilidade institucional e fez a sua parte, ajudando a evitar desdobramentos traumáticos. Em meio à crise aguda que apanhou os brasileiros de surpresa e demonstrou com clareza a fragilidade do presidente Michel Temer e sua equipe, o governador do Maranhão assumiu o comando da situação no estado, formou o seu “gabinete de crise” e tomou uma série de providências  para poupar os maranhenses de problemas mais graves. Por sua determinação direta, a Polícia Militar garantiu que já na manhã de sábado caminhões-tanque começassem a abastecer os postos de combustíveis de São Luís, evitando assim o caos do desabastecimento total, garantindo primeiro o transporte de massa e também o funcionamento das linhas de Ferry Boat Também acionou os órgãos de fiscalização e controle do Governo para monitorar preços e levar às barras da Justiça empresários aproveitadores.

Com exceção do governador João Alberto, que enfrentou hostilidade aberta e sistemática do Governo Collor de Mello em 1990, não há na história republicana registro de um governador do Maranhão que tenha se posicionado com tanta coragem e protagonismo como Oposição ao Governo de Brasília como Flávio Dino. A contrário dos seus antecessores, que via de regra se desdobraram para cair e permanecer nas graças do Palácio do Planalto, Flávio Dino tem mantido sua posição reafirmando que Michel Temer é um presidente ilegítimo, por ser, na sua definição, “fruto de um golpe”.

O governador do Maranhão tem clara a medida do seu poder de fogo quando se mantém de pé na contramão de Brasília. Além da autoridade política e da coerência ideológica, Flávio Dino tem no seu arsenal um Governo equilibrado do no campo fiscal, que não gasta mais do que tem e controla suas contas com mão de ferro, atuando rigorosamente dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal. Esse equilíbrio fiscal lhe permite pagar – cerca de R$ 200 milhões por mês – o funcionalismo em dia, bancar os programas que instituiu e fazer investimentos com financiamentos só possíveis porque o Governo é adimplente. Tal situação lhe deu prestígio nacional como o maior cumpridor de promessas de campanha entre os atuais governadores. Foi esse equilíbrio que lhe permitiu fixar a terceira menor alíquota de ICMS sobre combustíveis em todo o País, só perdendo para Santa Catarina e São Paulo, o que garante que o Maranhão – a começar por São Luís – seja o estado onde o preço dos combustíveis nas bombas seja o menor em todo o território nacional.

Dentro do seu direito democrático, a Oposição ao seu Governo o ataca com a dureza possível. Mas não consegue encontrar um discurso que vá além de tentar contrariar o óbvio. Causa estranheza, por exemplo, que o suplente de senador Lobão Filho (MDB), um empresário peso pesado e muito bem informado sobre questões tributárias, declare que o governador Flávio Dino foi o que mais aumentou ICMS sobre combustíveis, quando a verdade é rigorosamente o contrário. Somadas ao seu prestígio de bom gestor e de político de posições firmes, essas investidas só contribuem para aumentar seu cacife e embalar sua corrida à reeleição.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Está chegando a hora de Eduardo Braide bater martelo sobre se será ou não candidato ao Governo

Eduardo Braide: hora de decisão
Eduardo Braide: hora de decidir para onde vai

Com a decisão a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) de entrar mesmo na corrida sucessória, o deputado Eduardo Braide (PMN) entra numa posição em que terá de definir em pouco tempo se será ou não candidato a governador. Político inteligente e hábil, Eduardo Braide sabe que a candidatura de Roseana Sarney é um obstáculo enorme ao seu projeto de candidatura. Isso porque, de acordo com todas as pesquisas recentes, ela caminha para ser o adversário natural do governador Flávio Dino, restando-lhe apenas o papel de “contribuir” para levar a decisão para remoto segundo turno. Tem plena consciência de como essa participação pode ser interpretada, independente do desfecho. De uns dias para cá, Eduardo Braide parece ter reduzido a velocidade na corrida para ser candidato a governador, parecendo que está lendo o cenário e as possibilidades com mais cuidado e refletindo seriamente em disputar uma cadeira na Câmara Federal ou a renovação do seu mandato na Assembleia Legislativa, para ajustar com tempo seu projeto de disputar a Prefeitura de São Luís em 2020.

 

Atos de Waldir Maranhão colocam dúvida as candidaturas de José Reinado e Alexandre Almeida ao Senado

Waldir Maranhão parece decidido a insistir na candidatura ao Senado
Waldir Maranhão parece decidido a insistir na candidatura ao Senado

Alguma coisa não está funcionando bem dentro do ninho dos tucanos maranhenses no que diz respeito à caminhada do deputado federal Waldir Maranhão em direção às urnas. Explica-se: mesmo já tendo o PSDB estadual, com o aval da cúpula do tucanato nacional, batido martelo quanto às candidaturas do deputado federal José Reinaldo Tavares e do deputado estadual Alexandre Almeida ao Senado, Waldir Maranhão, que desembarcou à ultima hora no ninho dos tucanos como candidato à reeleição, está percorrendo o estado se anunciando como pré—candidato a senador. Ou seja, se o partido o admite como pré-candidato a senador é porque a candidatura de José Reinaldo Tavares ou ad e Alexandre Almeida está correndo risco, ou Waldir Maranhão está querendo partir para o confronto interno e fomentar uma crise dentro do partido. Até onde se sabe, Waldir Maranhão não foi convidado para se converter ao tucanismo, entrou no partido à última hora, depois de uma conversa em que ouviu de Roberto Rocha e Sebastião Madeira que seu ingresso só seria possível se ele fosse candidato à reeleição ou a deputado estadual. Ele topou. Agora está mudando o seu discurso os seus planos. A expectativa agora é para o desfecho dessa equação mal armada.

São Luís, 27 de Maio de 2018.

 

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