Castelo estuda deixar o PSDB e disputar a Prefeitura

 

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João Castelo está mergulhado em reflexões

O deputado federal João Castelo (PSDB) está mergulhado num dilema: entrar ou não entrar na corrida para a Prefeitura de São Luís. Uma fonte segura revelou à Coluna que o ex-prefeito estaria pensando seriamente em colocar seu nome entre os pré-candidatos, mas estaria também enfrentando problemas dentro do seu próprio partido. E mais, Castelo estaria conversando com alguns comandos partidários e avaliando a possibilidade de vir a deixar o PSDB, onde não estaria mais à vontade e em rota de confronto com o presidente estadual do tucanato, o vice-governador Carlos Brandão, com quem estaria praticamente rompido.

A insatisfação de João Castelo com o PSDB vem de longe, e de algumas semanas para cá o ex-governador tem demonstrado interesse em deixar a agremiação. Ele se acha desprestigiado e acredita que não há mais espaço para que continue no partido. Teria conversado com alguns dos tucanos de alto coturno em Brasília, mas tais conversas não teriam produzido o resultado que ele esperava. Uma das conversas foi com presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, mas o líder mineiro tentou colocar panos quentes no cenário do PDSB do Maranhão, o que não satisfez o ex-governador.

Há cerca de dois meses, quando o ex-prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva, ingressou no PSDB, João Castelo deu várias demonstrações de que estava animado. De acordo com a fonte, ele imaginou que a candidatura de Silva na cidade do Padroeiro poderia injetar gás numa eventual candidatura do PSDB em São Luís, podendo ser ele o nome do partido para enfrentar nas urnas o prefeito Edivaldo Jr. (PTC), que o derrotou em 2012, e a deputada federal Eliziane Gama, por ele derrotada na mesma corrida para a Prefeitura de São Luís.

A equação imaginada pelo ex-prefeito não ganhou substância, pois ao contrário do que esperava, o PSDB não abriu caminho para que ele articulasse sua candidatura. Na direção inversa, abriu caminho para fazer alianças na Capital, aproximando-se da deputada Eliziane Gama – tanto que numa reunião recente a deputada do PPS e o ex-prefeito de São José de Ribamar alinhavaram uma agenda que poderá levar os dois partidos a se juntarem em 2016, com os tucanos apoiando a popular-socialista, podendo até indicar o candidato a vice na sua chapa.

O ex-prefeito João Castelo assiste a tudo de longe, sem interferir, mas também dando mostras de que não é a exclusão o caminho que traçou para sua carreira. Castelo sabe que não tem mais a força política eleitoral de outros tempos, mas sabe também que ainda não é carta fora do baralho. Na avaliação de aliados seus, se ele entrar numa disputa em São Luís dificilmente levará a melhor, mas poderá desequilibrar o páreo, podendo contribuir para desfecho que não interessa a nenhum dos candidatos.

Ciente de que a ciranda partidária vai rodar com mais intensidade nos próximos meses, e se quiser mesmo disputar a Prefeitura, João Castelo tem até o final de setembro para mudar de partido. Se permanecer no PSDB, terá se conformado com a situação e poderá vir a público declarar apoio à candidatura de Eliziane Gama, como praticamente já fez o ex-prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva, com o aval do presidente Carlos Brandão.  Se embarcar em outra legenda, terá chegado à conclusão de que ainda tem gás para entrar numa disputa em que os dois principais nomes até aqui têm idade para serem seus netos. Ou, quem sabe, numa aliança com o prefeito Edivaldo Jr.?

 

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

 

Herbert Fontenele, um lutador

fontec11A Coluna registra com pesar a morte do radialista Herbert Fontenele, sem dúvida a mais importante voz da crônica esportiva do Maranhão em mais de meio século. Partiu aos 73 anos, abatido por um câncer na próstata contra o qual lutou com valentia durante seis anos. Deixa uma legião de fãs, admiradores e críticos, mas dificilmente terá deixado um inimigo, porque o seu temperamento, que parecia agressivo no comentarista, era de grande afabilidade no trato com as pessoas.

Fontenele foi daqueles profissionais caracterizados pela capacidade de ser diferente, de enxergar um grau a mais, enxergar o que muitos não conseguiam, enfim, um jornalista com senso crítico apurado e com o destemor que o movia a dizer o que pensava, doesse em quem doesse. Foi também embalado pela controvérsia, pois o seu temperamento e seu talento vez por outra o colocavam na contramão da maioria. Era nesses momentos que ele crescia como defensor de pontos de vista e enfrentava as opiniões mais divergentes, na maioria das vezes sem abrir mão das suas convicções; sabia também vestir as sandálias da humildade.

Para muitos, Fontenele foi um cronista esportivo completo, com talento e competência suficientes para não dever nada a qualquer outro grande nome do seu ramo. E conseguia ser o cronista que não fazia maiores concessões a jogador limitado nem a time desarticulado. Criticava duramente atuações sofríveis e pouco profissionais e muitas vezes quebrava os padrões do equilíbrio para se tornar um crítico agressivo e muitas vezes chegou a usar palavrões para rotular situações que o desagradavam. Foi também duro com cartolas incompetentes, que se valiam do futebol para atender a conveniências e interesses. Foi ainda protagonista de situações polêmicas, mas sempre deu volta por cima.

Herbert Fontenele Filho deixa um legado de profissionalismo inteligente, ousado e  corajoso ao qual o futebol do Maranhão, em especial o Sampaio Correa, sua paixão, muito deve. Fez a sua parte, e com muita competência. Deixa também uma história exemplar de luta contra o câncer, ao qual não se dobrou.

São Luís, 16 de Junho de 2015.

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