Bolsonaro reúne multidões em Brasília, Rio e São Paulo, mas continua sem vez no Maranhão

 

Jair Bolsonaro não consegue maioria no Maranhão, apesar dos esforços dos seus apoiadores no estado, que ontem realizaram ato do 7 de Setembro sem muita força

Não há dúvida de que o presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo atropelando as regras e a ética, deu uma demonstração de força com as mobilizações que fomentou em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. A exibição de músculos políticos, porém, não significou uma engorda repentina na sua base eleitoral, ainda que alguns possam ter tido essa impressão. Além do mais, as manifestações de ontem representaram a última carta que o presidente tinha no seu colete à prova de balas. Isso significa dizer que, esgotados itens do “pacote de bondades” que ele negociou com a sua base no Congresso Nacional, mais a redução do preço dos combustíveis – essa conta vai chegar, leitor, pode se preparar -, o chamado Auxílio Brasil até dezembro e outros penduricalhos destinados a seduzir a grande massa de eleitores vão ficar sob pressão da campanha eleitoral nas próximas três semanas.

Esse alerta vale para os bolsonaristas maranhenses, que se esforçaram ontem para dar uma demonstração de força em São Luís, mas nem de longe conseguiram impressionar. É que pelo menos até aqui, a esmagadora maioria do eleitorado está “fechada” com o ex-presidente Lula da Silva (PT). Isso ficou demonstrado na noite da última sexta-feira, quando uma multidão se concentrou na Praça Maria Aragão para declarar seu apoio ao líder petista, manifestando também apoio à candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição e a do ex-governador Flávio Dino (PSB) para o Senado.

A campanha no Rádio e na TV tem confirmado com clareza solar o que a Coluna previra ainda antes das convenções partidárias: além de ter um nível elevado de rejeição pela maioria dos maranhenses, o presidente Jair Bolsonaro não conta com uma base de apoio sólida, liderada por políticos que o transformem em carro-chefe dos seus projetos eleitorais, como fazem petistas, socialistas, comunistas e aliados em relação a Lula da Silva. Os chefes do bolsonarismo no Maranhão atuam de maneira furta-cor, envergonhada, como quem não aposta um tostão furado no presidente-candidato. Não querem “queimar seus filmes” com o eleitorado de base, cuja maioria é anti-bolsonarista desde a eleição presidencial de 2018, quando ele foi impiedosamente surrado nas urnas pelo desconhecido petista Fernando Haddad.

Bolsonaristas de proa como o senador Roberto Rocha (PTB), que está em busca da reeleição, faz uma corrida às urnas à base do “eu sozinho”, sem incluir o presidente-candidato no seu projeto de campanha. É o caso do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, chefe maior do PL, partido do presidente no Maranhão, que parece não ter qualquer relação com o candidato presidencial, que não está presente no seu material de campanha nem do da sua mulher, a deputada estadual Detinha (PL), que concorre também à Câmara Federal. Conhecedor profundo dos humores do eleitorado maranhense, principalmente da imensa fatia nos médios e pequenos municípios, Josimar de Maranhãozinho tem fortes razões para se esquivar da campanha bolsonarista.

Na mesma linha seguem os deputados federais Aloísio Mendes (PSC), Juscelino Filho (União Brasil), Júnior Lourenço (PL), Marreca Filho (Patriotas), Cléber Verde (Republicanos), Gil Cutrim (Republicanos), que não apoiam o ex-presidente Lula da Silva, mas não entram de cabeça na campanha do “capitão” no Maranhão. Há exceções, claro, entre os deputados federais, como é o caso de Pastor Gildenemyr (PL) e Josivaldo JP (PSC), mas esses também usam doses de cautela nessa tarefa.

Nos grandes centros, a começar por São Luís, a campanha do presidente Jair Bolsonaro é feita por grupos de direita formados principalmente por profissionais liberais, uns com postura mais republicana, com discurso liberal, mas respeitando as regras do estado democrático e suas instituições, e outros, formados pela turma do agronegócio e diferentes segmentos, com discurso da quebra das regras institucionais, como a pregação de golpe. Foram basicamente representantes desses segmentos que saíram para as ruas ontem em São Luís. E certamente se deram conta, mais uma vez, de que, o Maranhão não é praia bolsonarista. Pelo menos até aqui.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Reabertura do Edifício BEM injeta ânimo na revitalização do Centro Histórico

Edifício João Castelo, antigo BEM, é reaberto abrigando a Semfaz de São Luís. Eduardo Braide fez a entrega do novo espaço aos servidores 

Em meio às comemorações do seu 410º aniversário, São Luís deu, na terça-feira (6), mais um passo importante nos esforços para a completa da revitalização do seu Centro Histórico: a inauguração, pelo prefeito Eduardo Braide (sem partido), das novas instalações da Secretaria Municipal de Fazenda, localizadas no Edifício João Castelo, o antigo Edifício BEM, que ocupa meia quadra importante no coração pulsante da Capital do Maranhão. Mais do que uma obra vital para dinamizar a máquina administrativa da Prefeitura Municipal, a inauguração marca também a reabertura de um dos edifícios mais emblemáticos de São Luís, fechado havia mais de uma década. O fato gera também um item de grande importância para o processo de revitalização da região central da cidade, reanimando parte destacada da área que liga o Centro Comercial à Praça Pedro II, à Beira-Mar, e à Praça Grande.

Outrora ponto de intensa movimentação, inclusive pela ligação com a antiga sede da Assembleias Legislativa, o agora Edifício João Castelo ganha nova vida, devendo voltar a ser um centro administrativo prestador de serviços à coletividade. A própria Secretaria de Fazenda é exemplo importante, à medida que no térreo funcionarão atendimento ao público, para a prestação de todos os serviços que dizem respeito à relação do contribuinte com o fisco municipal, como o pagamento de impostos e a emissão de certidões e alvarás.

Criticado por muitos que o viam como um corpo estranho e indesejável encravado no coração de uma cidade de arquitetura colonial portuguesa, como é o caso dos edifícios Caiçara (Rua Grande), Monumental (Rua do Sol) e João Goulart (Praça Pedro II), o agora hoje Edifício João Castelo se transformou, ao longo do tempo, numa espécie de “mimo” de São Luís. A começar pelo fato de que abrigou, por mais de três décadas, a sede do Banco do Estado do Maranhão (BEM), extinto na década de 1990 do século passado. Nas décadas de 1970/80/90, a calçada do BEM em frente à agência central, foi ponto de encontro de empresários, políticos. No aspecto arquitetônico propriamente dito, suas linhas modernas para a época ganharam força personalidade definitiva com o gigantesco painel em azulejo criado pelo artista plástico Antônio Almeida.  O imóvel está hoje incorporado à vida da cidade.

A reforma concluída agora foi iniciada na gestão do prefeito João Castelo (2008/2012), ganhou algum alento, na gestão de Edivaldo Holanda Jr. (2013/2020), mas logo emperrou. Agora, o prefeito Eduardo Braide conclui o projeto dando dois presentes ao contribuinte: um local decente para o sistema fazendário municipal, e com ele um avanço na revitalização do coração da cidade.

Um presente e tanto para uma cidade com 149.650 dias de história e muitos desafios pela frente, sendo um deles justificar sua existência como Patrimônio Cultural da Humanidade.

 

Candidatos a governador aguardam pesquisas com forte expectativa

Candidatos sob expectativa 

É forte a expectativa nomeio político em relação às pesquisas sobre sucessão estadual que estão no forno. Dois comitês estão especialmente atentos, o do governador Carlos Brandão, que espera seu nome na cabeça, e o do senador Weverton Rocha, que espera pelo alto nível, de intenções de voto para manter sua posição de segundo colocado no ranking geral da disputa. Em segundo plano “duelam” os candidatos Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim, que brigam pela terceira colocação e pela condição de ser a “ameaça” ao senador. É provável que uma dessas pesquisas seja divulgada nesta quinta-feira.

São Luís, 08 de Setembro de 2022.

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