Aliança com Maranhãozinho dá fôlego a Weverton e o deixa com um pé no arraial bolsonarista

 

Weverton Rocha faz aliança com Josimar de Maranhãozinho

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que comanda o PL no Maranhão e controla o Patriotas e o Avante, o que o torna figura de proa do bolsonarismo em território maranhense, arquivou o seu projeto de candidatura ao Governo do Estado, para se tornar integrante da base partidária da pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Palácio dos Leões. Divulgada por aliados do senador em diversos canais de comunicação, a guinada de Josimar de Maranhãozinho, se efetivada, criará algumas situações novas no cenário político estadual. A mais surpreendente delas é a ampliação da aliança, já admitida, do senador Weverton Rocha com o braço bolsonarista no Maranhão, primeiro com o declarado apoio do PDT à pré-candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição, e agora com o acerto com Josimar de Maranhãozinho, cujas condições ainda não estão muito claras, mas pode envolver a vaga de candidato a vice-governador. O acerto reforça o projeto de poder de Weverton Rocha e dá a Josimar de Maranhãozinho algum fôlego em meio ao forte desgaste que vem amargando por causa das denúncias de corrupção que o alcançaram.

Correm duas versões para a mudança de Josimar de Maranhãozinho. A primeira é que ele teria jogado a toalha pressionado pelas denúncias de corrupção que chegaram ao Conselho de Ética da Câmara Federal, que pode recomendar a perda do seu mandato, e pelos minguados percentuais de intenção de voto à sua pré-candidatura ao Governo revelados nas pesquisas sobre a corrida eleitoral. A segunda versão dá conta de que o acerto entre os chefes maiores do PDT e do PL teria sido articulado por graúdos nacionais do bolsonarismo com chefes do PDT depois que o PT e o PSB fecharam aliança no Maranhão, colocando o ex-presidente Lula da Silva no palanque do governador Carlos Brandão (PSB), candidato à reeleição, e do ex-governador Flávio Dino (PSB, pré-candidato ao Senado. O tempo dirá qual delas é a verdadeira, podendo também ser a soma das duas.

Por mais que Josimar de Maranhãozinho esteja desgastado, não há dúvida de que ele tem algum peso no jogo eleitoral. Além de controlar o PL, que é o atual partido do presidente da República, o parlamentar controla também uma minibancada de deputados federais (formada por Júnior Lourenço (PL), Pastor Gildenemyr (PL) e Júnior Marreca (Patriotas), uma bancada de cinco deputados estaduais (Detinha, Hélio Soares, Vinícius Louro e Pará Figueiredo), grande parte dos 40 prefeitos que seu partido elegeu em 2020 e um expressivo número de vereadores. Um cacife político de peso, que lhe dá poder de fogo para reforçar qualquer pré-candidatura. Nos bastidores da corrida ao Palácio dos Leões, há quem diga que o poder de fogo de Josimar de Maranhãozinho já não é tão forte.

No meio político poucos duvidam de que, pelo menos à primeira vista, a aliança com Josimar de Maranhãozinho reforça política e eleitoralmente a pré-candidatura do senador Weverton Rocha. Há, porém, vozes que avaliam que é preciso um tempo para que se desenhe o desfecho desse movimento do pré-candidato do PDT. Isso porque a aliança poderá sugerir o alinhamento da pré-candidatura do senador pedetista à do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, o que pode resultar e ganhos eleitorais expressivos ou criar ambiente para um verdadeiro desastre político, com grave repercussão nas urnas. Vale lembrar que numa propaganda recente, o senador pedetista disse que não lhe interessa saber quem será o presidente, pois ele, se eleito, baterá às portas do Palácio do Planalto para “defender os interesses do Maranhão”.

Antes de vir à tona algum desdobramento, o prenunciado acerto entre o senador Weverton Rocha e o deputado Josimar de Maranhão, com todos os porém e controvérsias que guarda, demonstra que o pré-candidato pedetista repõe pelo menos parte do que já perdeu em matéria de alianças, podendo significar um sinal de alerta para o QG da pré-campanha do governador Carlos Brandão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino defende encerramento da ´colaboração` dos militares ao processo eleitoral

Flávio Dino defende saída de militares de processo eleitoral

Excelente oportunidade para o TSE considerar encerrada a ´colaboração`. Afinal, o Poder Judiciário não se mete em estratégias militares, por obediência à repartição de competências constitucionais”.

Com a manifestação, o ex-governador Flávio Dino (PSB), pré-candidato ao Senado, expressou, ontem, em suas redes sociais, o que milhões de brasileiros, patriotas de verdade, pensam a respeito da incômoda e descabida intromissão das Forças Armadas no processo eleitoral. Mais do que o fato de o Poder Judiciário não se meter em estratégias militares, e na mesma medida em que não faz nenhum sentido Exército, Marinha e Aeronáutica dar palpite sobre o sistema de sistema de votação, o que parece   óbvio é a confirmação do que o presidente Jair Bolsonaro (PL) está por trás dessas iniciativas militares em relação à Justiça Eleitoral. Ele usa generais forçando a barra para criar uma nuvem de instabilidade sobre o processo eleitoral, do qual corre o sério risco de sair fragorosamente derrotado. Vale lembrar que há tempos que Flávio Dino, com a autoridade de quem já foi juiz federal, vem alertando para os movimentos do presidente com o propósito de minar a estabilidade política e criar as condições para um golpe por meio do qual as Forças Armadas rasguem mais uma vez uma Constituição democrática para instalar um regime de exceção, tendo um capitão encostado no papel de ditador. Manifestações como a do ex-governador Flávio Dino se multiplicam aos milhares país a fora, fortalecendo a consciência contra qualquer ofensa ao regime democrático sob o qual vive o Brasil.

 

Grupo do PDT se reúne para montar campanha de Ciro no Maranhão

Ciro Gomes terá campanha coordenada no Maranhão

Um grupo de “militantes de raiz” do PDT, entre eles Aziz Santos, Renato Dionísio e Miguel Pinheiro, se reuniu ontem, na sede do partido, para definir o roteiro e a programação da pré-campanha de Ciro Gomes, pré-candidato do partido a presidente da República, no Maranhão. O primeiro rascunho da programação sugere a instalação do Comitê Pró-Ciro e a realização de atividades de divulgação das propostas de Ciro Gomes em 12 regiões maranhenses, como também buscar espaço nas mídias de massa (TV, rádio e jornal), além do uso de redes sociais. Os presentes firmaram um compromisso de se dedicarem intensamente à campanha do pré-candidato do PDT ao Palácio do Planalto, tendo como passo inicial levar o nome e a mensagem de Ciro Gomes às grandes cidades do Maranhão. A aposta no pedetista se dá pelo argumento de que ele é o único pré-candidato presidencial que tem proposta clara de modelo econômico e de governança.

Chamou a atenção o fato de que no release divulgado após a reunião não há qualquer menção à pré-candidatura do presidente do PDT, senador Weverton Rocha, ao Governo do Estado, nem uma só palavra relacionando o projeto dele à campanha de Ciro Gomes. A matéria deixou no ar a impressão de que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

São Luís, 10 de Maio de 2022.

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