Flávio Dino tem cacife político forte, faz um Governo de excelência e está credenciado para encarar as urnas em 2022

 

Flávio Dino: bom cacife político e credibilidade como gestor

Em meio ao rescaldo das eleições municipais, das preocupações aumentadas com o recrudescimento da “segunda onda” da epidemia do novo coronavírus no Brasil, e a intensa e eufórica agitação planetária causada pela chegada da primeira vacina científica e formalmente aprovada, o governador Flávio Dino (PCdoB) consolida sua posição de governante pleno, tanto no movediço campo da política, quanto na complicada e desafiadora seara da gestão pública. Nas últimas semanas, ele atuou com firmeza e equilíbrio nas duas frentes. No campo político, agiu com precisão para ajustar a base política e partidária do seu Governo, anunciando que algumas alianças precisam ser revistas devido a fissuras causadas pela movimentação de alguns aliados, que resolveram antecipar a corrida eleitoral de 2022. No âmbito da gestão, atuou fortemente na busca de soluções para reforçar combate ao novo coronavírus, focando agora em providências para garantir que vacinas cheguem ao Maranhão o mais rapidamente possível, manifestando-se criticamente sobre os descaminhos do Governo Federal em relação ao problema.

No campo político, feitas as contas sobre o que foi decidido pelas urnas, Flávio Dino viu seu partido, o PCdoB, encolher, perdendo o controle de cidades como Barra do Corda e Raposa. Ao mesmo tempo, comemorou o forte crescimento de partidos aliados, como o PDT, o Republicanos e o PL, anotando também que partidos adversários, a começar pelo PSDB comandado pelo senador Roberto Rocha, quase desapareceram do mapa político maranhense. No caso de São Luís, uma avaliação mais cuidadosa mostrará que o governador não perdeu o que não tinha e que o grande derrotado foi o senador Weverton Rocha, que viu seu partido encolher ao perder o comando do maior e mais importante município maranhense. Se não saiu fortalecido das urnas em Novembro,  Flávio Dino não sofreu a derrota que alguns observadores tentam lhe imputar. O resultado das eleições traduziu com exatidão o momento de todo governante em segundo mandato, quando tradicionalmente as lideranças mais atuantes sacam seus projetos majoritários e causam tremores nas alianças partidárias.

As brechas abertas na sua base política são consequências de uma guerra antecipada pela sua sucessão, travada frontalmente pelo senador Weverton Rocha (PDT), pré-candidato assumido ao Palácio dos Leões, e pelo vice-governador Carlos Brandão (Republicanos), igualmente decidido a candidatar-se a governador. Essa guerra fez alguns estragos, como, por exemplo,  a eleição de um adversário – Eduardo Braide (Podemos) – na Capital e a reeleição do prefeito Assis Ramos (DEM) em Imperatriz. A julgar pelos números, se a aliança governista tivesse funcionado como devia, o resultado em São Luís poderia no mínimo ter sido mais apertado e o de Imperatriz teria certamente sido favorável ao candidato governista. Os desvios de aliados foram ostensivos, levando o governador a avisar que as cartas serão novamente colocadas à mesa, para que os ajustes sejam feitos na aliança. Ao mesmo tempo, Flávio Dino permanece articulando a formação de uma frente ampla, que reúna a esquerda e partidos de centro contra o projeto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de renovar o mandato. E no que diz respeito a ele próprio, o governador trabalha com duas possibilidades: concorrer ao Senado – que a razão aponta como o melhor caminho – ou embarcar na corrida sucessória presidencial como cabeça de chapa ou candidato a vice. Ele admite até cumprir o mandato até o final e voltar a dar aulas no Curso de Direito da UFMA.

No complicado campo da gestão, Flávio Dino faz um Governo diferenciado, abrindo mão das obras faraônicas para investir na área social. Seus programas na área de Educação – Escolas de Tempo Integral, Escola Digna e Iemas – no Desenvolvimento Social – são mais de 50 restaurantes populares -,  na Segurança Pública – com o aumento expressivo do contingente policial e no sistema operacional – estão produzindo resultados altamente positivos. Além disso tudo, entra para a História a forma racional e eficiente como o seu Governo combateu a pandemia: investimentos em estruturas hospitalares convencionais e de campanha, compra de respiradores, testagem em massa, enfim, todas as providências sugeridas pela organização Mundial da Saúde, de modo que hoje, enquanto a maioria esmagadora dos estados registra os efeitos da “segunda onda”, o Maranhão se mantém entre a estabilidade e a queda do número de mortos.  Tudo isso tem sido possível graças a uma política fiscal rigorosa, com as finanças fortemente controladas, muito planejamento, alguns empréstimos e um combate férreo à corrupção.

Dono de um grande cacife político e reconhecido como governante vitorioso, Flávio Dino está credenciado a reforçar a base política do seu Governo, fazer os ajustes necessários e conduzir a aliança partidária às urnas em 2022 com um projeto eleitoral coerente, e participar, ele próprio, da corrida às urnas por um mandato majoritário.

PONTO & CONTRAPONTO

Acordo de Braide com PDT garante eleição de Osmar Filho para presidência da nova Câmara Municipal

Eduardo Braide cumprimenta Osmar Filho em visita à Câmara no meio da semana

Todos os movimentos registrados até agora indicam que  um grande acordo começou a ser alinhavado nas primeiras horas do dia 16 de Novembro, quando a apuração dos votos definiu a composição da Câmara Municipal e mandou Eduardo Braide (Podemos) e Duarte Jr. (Republicanos) para o turno decisivo da disputa para a prefeitura de São Luís. Naquela madrugada o comando do PDT bateu martelo e orientou seus vereadores reeleitos, liderado pelo vereador-presidente Osmar Filho, a declarar apoio ao candidato do Podemos. A decisão incluiu também a candidatura do atual presidente para novo mandato em nova legislatura. Feito diretamente com o ainda candidato Eduardo Braide: com o aval do comando estadual, o PDT municipal o apoiaria no 2º turno, tendo como contrapartida o seu aval à candidatura de Osmar Filho. Na noite de 29 de Novembro, quando as urnas confirmaram o favoritismo de Eduardo Braide, o presidente Osmar Filho cobrou o acerto e obteve como resposta o aval do agora prefeito eleito Eduardo Braide à sua candidatura a presidente na nova legislatura.

Em condições de reunir uma bancada aliada com pelo menos 18 dos 31 vereadores, o que lhe daria condições políticas para fazer o presidente da Câmara Municipal, atropelando o PDT, Eduardo Braide poderia tranquilamente fincar pé e tentar impor um nome da sua confiança. Preferiu, no entanto, jogar o jogo político das raposas, compor com o PDT e outras peças soltas e apoiar a candidatura de Osmar Filho e a do vereador Gutemberg Araújo (PSD), aliado de primeira hora, como vice. Com isso, tirou das suas costas o peso de controlar diretamente a Câmara Municipal, preferindo contar com maioria sempre que necessitar dela para decisões. E agora que a reeleição do presidente do legislativo na mesma legislatura foi mandada para o espaço pelo Supremo Tribunal Federal, Eduardo Braide vai se preparar para assumir as rédeas da situação em Janeiro de 2023, quando os vereadores terão de eleger nova Mesa Diretora. E com o diferencial de que aquela eleição se dará semanas depois que o Governo do Estado já tiver novo comando.

 

Eleição em São José de Ribamar depende ainda de decisão judicial

Eudes Sampaio aposta na anulação dos votos de Júlio Matos, que venceu a eleição

Engana-se quem pensa que a disputa pela Prefeitura de São José de Ribamar terminou com a anunciada vitória do ex-prefeito Júlio Matos (PL). Há uma verdadeira guerra judicial em andamento, com o prefeito Eudes Sampaio (PTB), que não venceu nas urnas, mas tenta garantir o novo mandato com a alegação de que o eleito é ficha-suja. Júlio Matos teve sua candidatura impugnada, mas obteve liminar para concorrer, correndo, portanto, o risco de ter seus votos anulados, o que levaria Eudes Sampaio a ser o mais votado, portanto, reeleito.

Eudes Sampaio conta com o apoio do ex-prefeito e padrinho político Luís Fernando Silva, hoje integrante da equipe do governador Flávio Dino, e também com a cúpula do PTB, que o apoia na empreitada. Já Júlio Matos tem o apoio do deputado Josimar de Maranhãozinho, que teve de sair de cena depois que a Polícia Federal encontrou milhões de reais em espécie em endereços seus, na Operação Descalabro, que apura desvios de recursos de emendas parlamentares destinadas à Saúde.

A Justiça Eleitoral ainda vai se pronunciar sobre os recursos, podendo decidir a favor do prefeito eleito ou do atual prefeito.

São Luís, 13 de Dezembro de 2020.

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