Arquivos mensais: junho 2023

PSB, PCdoB e PT vão iniciar conversas sobre candidatura à Prefeitura de São Luís

Duarte Jr., Carlos Lula, Paulo Victor, Márcio Jerry, Felipe Camarão e Zé Inácio são os nomes da base governista lembrados para enfrentar o prefeito Eduardo Braide na corrida às urnas

Depois das festas juninas, os partidos da aliança governista – PSB, PCdoB e PT – vão iniciar efetivamente conversas internas visando definir suas posições em relação à disputa pela Prefeitura de São Luís. Dentro desse grupo, que tem como líderes o governador Carlos Brandão e o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), ambos do PSD, ganha corpo a observação de que, embora esteja bem avaliado, tenha o controle da máquina e tenha aparecido como líder nas duas primeiras pesquisas confiáveis sobre a sucessão na Capital, o prefeito Eduardo Braide (PSD) é um candidato fortíssimo, mas não imbatível. Essa avaliação é feita no âmbito dos arraiais socialista, comunista e petista, onde há vozes defendendo a união de todos em torno de um candidato do grupo, como também atuam os que admitem que esse grupo pode lançar mais de um candidato, e que todos se reúnam na hipótese de um dos escolhidos chegar ao 2º turno. Essas conversas não serão definitivas, mas servirão para lastrear as decisões que serão tomadas pela cúpula governista no ano que vem.

O PSB é, de longe, o partido da base governista, mais cacifado para lançar candidato. E conta com o mais forte entre os nomes lembrados, o deputado federal Duarte Jr., candidato do Republicanos em 2020, apoiado ostensivamente pelo então vice-governador Carlos Brandão, e que disputou o segundo turno com o então deputado federal Eduardo Braide em 2020, que venceu com 55,53% dos votos, contra 44,47% do concorrente governista. Duarte Jr. já ganhou o aval da cúpula nacional do PSB e apareceu nas primeiras pesquisas como o principal adversário de Eduardo Braide para 2924, e tem dito, reiteradamente, que não abre mão da candidatura. A cúpula do partido o tem como um trunfo, mas ainda a não se manifestou sobre o assunto. O PSB tem também o deputado estadual Carlos Lula, um quadro respeitado e que se coloca à disposição do partido para encarar a disputa em São Luís.

PCdoB, que perdeu muito peso político e eleitoral depois que o então governador Flávio Dino, em 2022, migrou com um grande grupo para o PSB, vem senso sacudido pela surpreendente e ostensiva ação política do vereador Paulo Victor, presidente da Câmara Municipal, colocando os vereadores no epicentro da política municipal e se posicionando como pré-candidato à Prefeitura. Comandado pelo deputado federal Márcio Jerry, ele também nome lembrado para a disputa, o PCdoB não está incorporando plenamente esse projeto, embora nas suas fileiras existam apoiadores da ação do presidente da Câmara. Paulo Victor sabe o PCdoB não é a máquina partidária que precisa, e por isso não descarta a possibilidade de mudar de partido. Ainda é cedo para se prever um desfecho dentro do PCdoB, que pode, no fim das contas, não lançar candidato e apoiar um nome do grupo.

Partido que tem por método, cultura e tradição debater exaustivamente as suas decisões, principalmente as relacionadas com candidatura majoritárias, o PT vai decidir se lança candidato próprio em São Luís ou apoia uma candidatura do grupo. Na verdade, o PT só tem um nome com estatura para entrar na disputa pelo comando político e administrativo da Capital: o vice-governador Felipe Camarão. Mas ele está muito envolvido com o projeto educacional do Governo Brandão e se preparando para assumir o Governo em abriu de 2026, para disputar a reeleição em outubro. Trata-se um projeto denso, maior, que envolve o futuro da aliança governista, e que por isso não dá para ser interrompido por uma desgastante disputa pela Prefeitura de São Luís. Outros nomes do PT – como o deputado estadual Zé Inácio e o atual superintendente regional do Incra, Zé Carlos Nunes, mas é pouco provável, que o partido lance um deles.

As conversas no âmbito de cada partido certamente versarão sobre esses nomes, avaliando possibilidade de cada um como candidato solo ou liderando uma aliança. Todos sabem que o adversário é páreo duro, movido pelo favoritismo e embalado pela tradição de que desde a redemocratização, com exceção de João Castelo (PSDB), que tentou a reeleição e perdeu para Edivaldo Jr. (PTC) em 2012, todos os prefeitos que tentaram a reeleição se deram bem.

PONTO & CONTRAPONTO

População de São Luís encolhe 7% e milhão é ameaçado

Pelos números do IBGE, a população de São Luís encolheu nos últimos anos

O IBGE anunciou ontem que, de acordo com o que foi levantado pelo Censo de 2022, São Luís tem 1.037.775 habitantes, nada menos que 70.420 almas a menos que a estimativa feita pelo mesmo IBGE em 2020, que encontrou uma população 1.108.195. Por esses números, o status de São Luís como metrópole com mais de 1 milhão de habitantes está ameaçado.

Pelos percentuais estatísticos do IBGE, a Capital do Maranhão perdeu expressivos cerca de 7% da sua população nos últimos tempos, o que absolutamente não condiz com a dinâmica social da Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade.

Os indicadores mais recentes sugeriram que a população da cidade estaria crescendo, e não encolhendo, como deixa claro o resultado do Censo do IBGE, se comparado com a estimativa feita por próprio instituto, em 2020.

Divergências sobre a população de São Luís não são de agora. Mas a confusão tomou proporções políticas em agosto de 2007, quando o IBGE divulgou os resultados do Censo realizado naquele ano, informando que São Luís não havia alcançado ainda o seu almejado milhão de habitantes. A população era de 998 mil habitantes.

A “batida na trave” agitou acidade e suas lideranças. O então prefeito o Tadeu Palácio protestou, pois afinal, se a marca tivesse sido alcançada, São Luís teria suas receitas constitucionais reajustadas em nada menos que R$ 20 milhões. E a Câmara Municipal teria aumentado o número de vereadores de 21ára 33.   Houve um clima de perplexidade.

Tudo se acalmou no ano seguinte, quando veio o esperado milhão.

Câmara confirma vetos e libera aumento de 8,2% para servidores

Plenário da Câmara Municipal confirmou os
vetos do prefeito por 17 votos a 2

O funcionalismo municipal vai, finalmente, colocar a mão nos 8,2% de aumento nos seus salários. É que ontem a Câmara Municipal decidiu manter os vetos aplicados pelo prefeito Eduardo Braide ao projeto de lei que propunha o reforço salarial.

Com os vetos aplicados pelo prefeito a emendas que estabeleciam aumento salarial diferenciado para várias categorias, alterando o projeto original, que fixava apenas o aumento geral para todas as categorias. E como era esperado, o prefeito Eduardo Braide vetou as emendas e o projeto teve de voltar à Câmara, retardando a concessão do aumento.

Ontem, por 17 votos a 2, os vereadores confirmaram os vetos, devolvendo o formato original da lei do aumento. Nos bastidores, correu que negociações paralelas teriam obtido do prefeito a promessa de conceder, em breve, os aumentos revistos nas emendas vetadas.

São Luís, 29 de junho de 2023.

Tentando reeleição ou não, prefeitos serão decisivos nos cinco maiores municípios

Eduardo Braide, Júlio Matos e Dinair Veloso vão para a guerra da reeleição, enquanto
Assis Ramos e Fábio Gentil, já reeleitos, vão participar politicamente das suas sucessões

É distinta a situação dos prefeitos de São Luís, Imperatriz, São José de Ribamar, Timon e Caxias, os cinco maiores e mais importantes municípios do Maranhão, em relação às eleições municipais do ano que vem. Eduardo Braide (PSD), de São Luís, Assis Ramos (Republicanos), de Imperatriz, Júlio Matos (Podemos), de São José de Ribamar, Dinair Veloso (PDT), de Timon, e Fábio Gentil (Republicanos), de Caxias, representam 2,2 milhões de maranhenses, ou seja, mais de um terço da população estadual, e cerca de 1,1 milhão de eleitores, menos de um quarto do eleitorado do Maranhão. Seja como candidatos à reeleição ou em fim de segundo mandato, eles estarão no epicentro da disputa, portanto com peso político e eleitoral suficiente para influenciar no resultado das urnas nos seus municípios. Os que são candidatos à reeleição já aparecem como favoritos, enquanto os que estão em fim de mandato tentam eleger seus sucessores.

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide é um dos que estão na briga pela reeleição. Ele não tem situação político-partidária confortável, mas aparece em duas pesquisas confiáveis como líder na corrida sucessória. Isso significa que Eduardo Braide só precisa se cacifar partidariamente para consolidar sua posição eleitoral. Tem como adversário mais visível o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que com ele disputou o segundo turno em 2020. Nas rodas de conversa e nos nichos de especulação, o prefeito de São Luís é apontado como quem reúne as condições para renovar o mandato. Vai depender do seu desempenho político e eleitoral nos próximos meses e das alianças que conseguir articular nesse período.

O prefeito de Imperatriz, Assis Ramos, é um dos que estão em fim de mandato, dispensado, portanto, da briga pelo voto. Eleito em 2016 com pouco mais de 30% dos votos, ele conseguiu a proeza de se reeleger em 2020 com pouco mais de 25% dos votos, sendo um dos prefeitos menos representativo de todo o Maranhão. Mesmo com a popularidade em baixa, Assis Ramos conseguiu eleger sua mulher, Janaína Ramos (Republicanos), deputada estadual, e se prepara para ter participação decisiva na eleição do seu sucessor. Até o momento o prefeito de Imperatriz ainda não anunciou enfaticamente quem será o seu candidato. Ali, o deputado Rildo Amaral (PP) é franco favorito, numa lista que inclui também o deputado federal Josivaldo JP (PSD).

Júlio Matos vai tentar a reeleição em São José de Ribamar numa situação que alguns enxergam como complicada. Eleito em 2020 filiado ao PL, portanto com o apoio ostensivo do deputado federal Josimar de Maranhãzinho, o prefeito disputará filiado ao Podemos, o que representa ser apoiado pelo deputado federal Fábio Macedo, que comanda o partido no estado. É uma situação em que, ao tentar a reeleição, o prefeito de São José de Ribamar enfrentará adversários poderosos, como o grupo ligado ao ex-prefeito Luís Fernando Silva, os irmãos Cutrim (PDT) e outros grupos, entre eles o liderado pelo ex-deputado Jota Pinto. Tudo isso mais o ex-aliado Josimar de Maranhãozinho.

Dinair Veloso (PDT) se prepara para o desafio da reeleição em Timon, mais uma vez com o apoio dos ex-prefeitos Chico e Luciano Leitoa, ambos do PDT. Deve encontrar pela frente o Comandante Schnneyder (MDB), a quem venceu em 2020 por 40,23% contra 39,79%. O cenário poderá ser fortemente alterado se vier a ser confirmada a candidatura do deputado estadual Rafael Leitoa (PSB), líder do Governo na Assembleia Legislativa e que deve ser apoiado pelo Palácio dos Leões. A situação da prefeita Dinair Veloso não é confortável também pelo fato de que seus apoiadores, os Leitoa, perderam muito poder político e eleitoral com o desfecho das eleições de 2022.

O prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos) caminha para fechar seu segundo mandato politicamente forte e com a possibilidade real de emplacar seu sucessor, que deve ser o arquiteto Gentil Neto (Republicanos), que integra sua equipe de secretários. Reeleito em 2020 com 84% dos votos, a maior votação proporcional entre os 217 prefeitos eleitos no estado, Fábio Gentil pode alcançar a impensável proeza de costurar um grande acordo com o Grupo Coutinho, seu arquirrival, que pode indicar o vice numa chapa de consenso. Esse projeto é fortemente incentivado pelo governador Carlos Brandão (PSB).

É esse o cenário de agora e as suas perspectivas nos cinco maiores colégios eleitorais do Maranhão.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão lança na Assembleia Legislativa o Orçamento Participativo 2023

Carlos Brandão e Iracema Vale na mesa dos trabalhos.
Júnior Cascaria, Roberto Costa, Vinícius Neto,
Carlos Brandão, Lília Raquel, Iracema Vale, Wellington
do Curso, Ruben Pereira e o auditório lotado
de representantes comunitários para a audiência

O Governo do Estado abriu ontem a série de 32 audiências públicas para a definir as obras que serão bancadas pelo Orçamento Participativo para 2023. A primeira audiência foi realizada na Assembleia Legislativa, sob o comando do governador Carlos Brandão (PSB), com o apoio da presidente do Poder Legislativo, Iracema Vale (PSB), para definir as propostas de obras para a Região Metropolitana da Ilha de Upaon Aço, que representa os municípios de São Luís, São José de Ribamar, paço do Lumiar e Raposa. As demais audiências serão realizadas no período de 4 de julho a 1º de agosto em Barreirinhas, Balsas, São João dos Patos, Barra do Corda, Araioses, São Raimundo das Mangabeiras, Colinas, Presidente Dutra, Dom Pedro, Codó, Lago da Pedra, Timon, Pedreiras, Bacabal, Urbano Santos, Bequimão, Caxias, Zé Doca, Carutapera, Açailândia, São Bento, Santa Inês, Governador Nunes Freire, Estreito, Viana, Arari, Itapecuru-Mirim, Grajaú, Cururupu, Rosário e Imperatriz.

O Orçamento Participativo 2023 é coordenado pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) e pela Seplan. A população se reúne em grupos temáticos e apresenta sugestões que são debatidas ao longo do evento. São cinco eixos que norteiam os debates: economia próspera e inclusiva, educação, identidade e cultura transformadoras e estruturantes, meio ambiente valorizado e resiliente, governança efetiva, conectada e inovadora, e sociedade saudável, segura e justa. Estes eixos se relacionam com o primeiro plano de longo prazo do Governo do Estado, o Maranhão 2050.

Cada audiência pública elegerá dez propostas para aquela regional. As sugestões serão disponibilizadas na plataforma participa.ma.gov.br para votação popular. Ao todo, serão reunidas 320 propostas, sendo eleitas uma de cada região para inclusão e execução pelo Governo do Estado. As propostas eleitas integrarão o Plano Plurianual 2024/2027 e constarão na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024.

O governador Carlos Brandão declarou: “Eu vou seguir rigorosamente o resultado do Orçamento Participativo, porque toda vez que a gente toma as decisões ouvindo a população a gente acerta, e acerta com precisão, na mosca, eu não tenho dúvida. O nosso caminho é este!”

Anfitriã do ato, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, disse o seguinte: “Essa é a Casa do Povo e, afinal, é o orçamento que vai direcionar todas as ações do Governo do Estado. Essa é uma ferramenta muito importante para a população maranhense e aqui é o lugar certo para se iniciar o orçamento participativo do Estado. Somos gratos em poder sediar o primeiro encontro dos 32 que serão realizados em todas as regiões do Maranhão para ouvir a população. Nós queremos o Maranhão avançando cada vez mais, por isso somos parceiros nas ações que venham para beneficiar a população”.

Compuseram a mesa dos trabalhos o governador Carlos Brandão, a presidente Iracema Vale, o secretário Vinícius Neto (Seplan), a secretária Lília Raquel (Sedihpop), José Casrlos Nunes Jr. (Incra), Danilo Guajajara (Povos Indígenas), Aldenir Gomes (MST), Dilson Bessa (Fórum da Pessoa com Deficiência), Rosana Lima (Fórum LGBTQIA+), Glécio Silva (Conselho Estadual da Pessoa Idosa) e Maria Auxiliadora Teixeira (Comunidades Quilombolas).

Indignado, Duarte Jr. enquadra coronel por mentir na CPMI

Duarte Jr. jogou pesado contra as mentiras do coronel
Jean Lawand na CMPI sobre articulação para golpe

O deputado federal Duarte Jr. (PSB) deu uma demonstração de coragem e espírito público ontem, na CPMI dos Atos Golpistas. Ele foi duro com o coronel Jean Lawand Júnior, que mentiu afrontosamente no seu depoimento ao negar que participou de articulação para um golpe de Estado, cometendo o crime de falso testemunho. Os diálogos entre ele e o tenente-coronel Mauro Cid, que foi o assessor mais próximo do presidente Jair Bolsonaro (PL), não deixam qualquer dúvida de que ele foi parte ativa da trama, mas diante dos deputados e senadores se comportou como um militar sem brio, sem estatura moral, porque tentou de todas as maneiras tirar o corpo fora.

Diante da postura antiética do coronel Jean Lawand, o deputado Duarte Jr. reagiu duro:  

– As mensagens enviadas pelo coronel, via WhatsApp, que tratavam de um possível golpe no país, foram distorcidas por ele mesmo durante a oitiva. Se o intuito fosse acalmar os ânimos, as mensagens não precisariam ser tratadas de forma segura, visto que o depoente sugeriu o uso de outro telefone para conversar com o tenente-coronel Mauro Cid, sob suspeita de que estava grampeado – disse deputado, que é advogado.

E diante da decisão do coronel de permanecer em silêncio em relação a uma indagação sua, Duarte Jr insistiu: “O senhor está aqui tendo oportunidade de nos mostrar quem são os tubarões, quem atentou contra a democracia. O seu silêncio é covarde. O senhor está aqui deixando que elas estejam presas porque o senhor está protegendo os tubarões. O que de fato aconteceu? Por qual razão estava decepcionado no dia 21?

O coronel Jean Lawand continuou calado, levando o deputado Duarte Jr a declarar:

– O senhor vai ficar calado? É um direito que o senhor tem. Lembrem-se que inocentes podem estar respondendo por tubarões. Não esperava isso de um coronel, o senhor envergonha a farda que utiliza. Esperava coragem de um coronel.

Após a reunião, o deputado anunciou que acionará o coronel Jean Lawand na Justiça por falso testemunho.

São Luís, 28 de Junho de 2023.

TV Senado: Weverton mostra Maranhão pobre, mas que pode mudar com ações como o “Primeiro Emprego”

Weverton Rocha mantém discurso de oposição,
mas evita ataque direto a Carlos Brandão

O Maranhão é um estado potencialmente rico, mas com 58% dos seus mais de 7,5 milhões de habitantes, sendo que 20% em condições de pobreza extrema, ou seja, com pouco mais de R$ 5,00 por dia, e onde a maior parte dos prefeitos passa todo o mês esperando o dinheiro do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), porque seus municípios nada geram em matéria de receita. Pior do que isso: sufocado por uma guerra política entre o “bem” e o “mau”, o “certo” e o “errado”, o estado não encontrou o caminho do desenvolvimento. Foi esse o Maranhão que o senador Weverton Rocha (PDT) desenhou ontem durante uma entrevista de 30 minutos no programa “Assunto de Estado” na TV Senado, na qual teve o cuidado de não apontar responsáveis pelo cenário que apresentou.

Pelo tom do seu discurso, ele deixou claro que está situado em oposição ao governador Carlos Brandão (PSB), mas com o cuidado de não criticar diretamente seu Governo nem alvejar diretamente o chefe do Executivo, como fez na semana passada no portal imirante.com. Deu a impressão de que com a entrevista à TV Senado, está colocando em prática uma estratégia para ganhar espaço no cenário estadual, principalmente em São Luís, onde iniciou sua militância e tem como base principal, mas cuja população não mais o reconhece como líder, segundo pesquisa recente do instituto EPO.

O senador Weverton Rocha falou à TV Senado como se ainda estivesse num dos programas eleitorais da sua campanha ao Governo do Estado em 2022. Ele repetiu frases como “Hoje o nosso desafio do Maranhão é fazer com que essa riqueza que ele tem possa virar para o seu próprio povo”, e disse que seu mandato no Senado tem servido para que ele conheça melhor as potencialidades do Maranhão, “desde a base logística do Porto do Itaqui, você tem a Base de Alcântara, você tem a condição de falar com o Norte e o Nordeste ao mesmo tempo…” Mas não apresentou nenhum plano ou projeto de desenvolvimento para os setores produtivos, nenhuma palavra sobre o potencial agrícola, nada sobre investimentos em indústria, nada sobre o potencial da pecuária e da pesca, por exemplo, que é muito grande nas águas que banham a extensa costa maranhenses.

Aparentemente sem se dar conta de que quem não estava se dando conta de que estava repetindo o discurso de campanha, ele aceitou uma provocação do apresentador e repetiu, pela enésima vez, três caminhos para desenvolver o estado: explorar o turismo – sem apontar como -, ressuscitar o “Primeiro Emprego” – programa dos Governos de Roseana Sarney (MDB) – e implantar o programa “Segunda Chance”, destinado a reinserir mulheres desempregadas, em especial mães solteiras, no mercado de trabalho. E destacou sua atuação senatorial no campo da saúde, enfatizando o Hospital do Amor, na verdade um centro de diagnóstico de câncer, o projeto hospitalar que está implantado em Pinheiro, e os recursos que canaliza para a Fundação Jorge Dino, que mantém o Hospital Aldenora Bello, hoje referência regional no tratamento oncológico.

Em outras áreas, o senador destacou dois resultados da sua atuação legislativa. O primeiro foi o projeto de lei que proíbe concessionária de fornecimento de energia elétrica de cortar o fornecimento a consumidor inadimplente em fins de semana e véspera de feriado. O outro reforçar a Defensoria Pública. E fez uma revelação: destinou mais de R$ 8 milhões em emendas para a para de segurança pública do Maranhão, sendo parte desses recursos para comprar armamentos e outra para uma ação pioneira: a introdução de seis viaturas policiais blindadas, “para combater o crime no Maranhão”.

A partir da forma como a entrevista foi conduzida, o espaço ocupado na TV Senado só reforçou a impressão de que o senador Weverton Rocha está “em campanha” para voltar ao epicentro do cenário político estadual, de onde se ausentou desde o pronunciamento das urnas em outubro do ano passado.

PONTO & CONTRAPONTO

CCJ dá nova dinâmica às segundas-feiras no Legislativo

Carlos Lula comandou a reunião de ontem da CCJ com Yglésio Moises, Wellington do Curso, Glaubert Cutrim e Fernando Braide

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) – a mais importante da Assembleia Legislativa, porque detém a prerrogativa de avaliar a constitucionalidade dos projetos sobre os quais os deputados se manifestarão em Plenário – emitiu ontem parecer favorável à Medida Provisória nº 412/2023, que dispõe sobre a reformulação do Regimento Interno do Conselho Penitenciário do Maranhão e ao projeto de lei 361/2023, do Poder Executivo, que trata da Política  Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica do Maranhão.

Tem sido assim desde que a atual CCJ foi devidamente instalada nessa legislatura, sob a presidência do deputado Carlos Lula (PSB), movimentando as segundas-feiras do parlamento estadual. Nas legislaturas anteriores, a Assembleia Legislativa realizava sessões nas tardes de segunda-feira. Eram reuniões frias, sem tratar de nada importante.

Na Legislatura em curso não há sessões às segundas-feiras, mas o presidente da CCJ, deputado Carlos Lula, de acordo com a presidente Iracema Vale (PSB), decidiu transformar o primeiro dia útil da semana como uma data produtiva com o funcionamento pleno da CCJ. E assim tem sido, com o detalhe de que os deputados sempre garantem quórum para o seu funcionamento.

Na reunião de ontem, a CCJ reuniu os deputados Glalbert Cutrim (PDT), Yglésio Moysés (PSB), Fernando Braide (PSD) e Wellington do Curso (PSD).

Câmara marca para quinta-feira sessão que pode derrubar vetos a mudanças na lei do aumento

Paulo Victor concedeu vistas a Chico Carvalho sobre
vetos de Eduardo Braide a serem analisados

Atendendo a um pedido de vista do vereador Carvalho (Solidariedade), o presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor (PCdoB), adiou para quinta-feira (28) a sessão extraordinária em que os vereadores decidirão sobre os vetos do o prefeito Eduardo Braide (PSD) às emendas que alteraram o projeto de lei que institui o aumento salarial de 8,2% para os servidores do município.

Com o argumento segundo o qual a Câmara Municipal não pode alterar projeto de lei aumentando despesa, prefeito Eduardo Braide que assegura reajuste da ordem de 8,2% nos vencimentos dos 12 mil servidores da administração pública da capital maranhense. As emendas ao projeto alteram valores fixados para servidores comissionados, prestadores de serviços, agentes comunitários e agentes de endemias, além dos conselheiros tutelares.

Além do argumento do aumento de despesa, o prefeito alegou que as emendas, se acatadas, geraria um impacto de R$ 79 milhões na folha, ultrapassando o limite de gasto com pessoal permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Ontem, o prefeito anunciou o pagamento dos servidores municipais sem o aumento de R$ 8,2% pelo segundo mês consecutivo, alegando que a inclusão do percentual depende agora da Câmara Municipal.   

Nos bastidores do Palácio Pedro Neiva de Santana é grande e expectativa em relação ao placar da sessão de quinta-feira. Para derrubar os vetos, são necessários 16 dos 31 votos da Câmara Municipal. No âmbito da Prefeitura, corre a informação de que se os vetos forem derrubados, o prefeito irá à Justiça.

São Luís, 27 de Junho de 2023.

Em meio ao jogo de pressão por cargos federais, ministro diz a Sarney que DNIT fica com MDB

Flávia Alves (Ibama), Zé Carlos Araújo (Incra), Clóvis Paz
(Codevasf) e ainda há dúvida sobre o DNIT,
que o ministro dos Transportes prometeu ao MDB

Na visita que fez ao ex-presidente José Sarney (MDB) durante sua visita a São Luís, na última quinta-feira (22), o ministro dos Transportes, Renan Filho, assegurou-lhe que o braço do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) no Maranhão será entregue a um representante do MDB – que também é o seu partido. A informação do ministro ao ex-presidente, feita na presença do governador Carlos Brandão (PSB), que o acompanhou na visita, e confirmada por outras fontes presentes, coloca um ponto final na disputa travada entre o MDB e o PSB pela representação do DNIT no estado. E se não houve alguma mudança de plano por parte do ministro Renan Filho ou mesmo do presidente Lula da Silva (PT), a quem cabe apalavra final, o DNIT/MA será comandado pelo ex-deputado federal João Marcelo Souza (MDB), que assim leva a melhor na medição de força com o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Clayton Noleto (PSB). Ambos são suplentes de deputado federal.

Como uma batida de martelo, a informação do ministro Renan Filho ao ex-presidente José Sarney pode ser vista como o desfecho de um intenso jogo de pressão sobre o ministério. No caso do DNIT, esse jogo é bem mais intenso, uma vez que o órgão tem orçamento bilionário e responde pela construção, administração e manutenção das rodovias federais, área que leva político a verdadeiras quedas de braço. Vale lembrar que nos últimos anos o DNIT esteve sob s influênc9ia do senador Roberto Rocha (PTB), com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho também dando seus “pitacos no pedaço”.

É verdade que os cargos federais mais disputados já foram preenchidos, mas ainda há muitas vagas secundárias em aberto. Dos mais importantes, a Codevasf, o Incra, o Ibama e os Correios já têm novos dirigentes DPU, nomeados pelo presidente Lula da Silva em meio à forte pressão de congressistas por cargos.

Um dos primeiros disputados, o de diretor regional da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), foi entregue a Clóvis Luís Paz Oliveira, por indicação do senador Weverton Rocha (PDT), que agiu mais rápido em Brasília e garantiu o que os políticos chamam de filet mignon entre os braços da máquina pública federal nos estados, uma vez que tem orçamento bilionário e trem um elenco de atividades que vai da construção de pontes à implantação de sistemas de abastecimento de água em pequenas comunidades. Já a estrutura dos Correios no Maranhão encontra-se sob a influência do deputado federal (União Brasil) e atual ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que nomeou para o comando Rorício Vasconcelos, homem da sua inteira confiança.

Depois de muita pressão, o PT indicou e o Palácio do Planalto decidiu emplacar o ex-deputado federal Zé Carlos Araújo no comando regional do Incra. Ele foi lembrado para o comando estadual da Caixa Econômica, da qual é funcionário de carreira, tendo sido um dos seus dirigentes no Maranhão antes de entrar para a política, elegendo-se deputado federal pelo PT. Outros pretenderam o cargo, mas ninguém contestou sua nomeação e ele próprio manifestou entusiasmo com o desafio que é administrar problemas fundiários no Maranhão.

A nomeação mais recente aconteceu na semana passada: indicada pelo irmão, deputado estadual licenciado e atual secretário do Governo do Maranhão em Brasília, o Palácio do Planalto deu sinal verde para a nomeação da advogada Flávia Alves, suplente de deputado federal pelo PCdoB. Avalizada pelo partido, a nomeação teve o aval do PT e do PSB.

Continuam sem comando efetivo a Superintendência Federal de Agricultura e Pesca, a Diretoria de Patrimônio da União (DPU), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que aguardam o desfecho do jogo de pressões partidárias para voltarem a ter funcionamento normal.

PONTO & CONTRAPONTO

Edivaldo Jr. tem peso para mudar o curso da disputa pela prefeitura de São Luís

Edivaldo Jr. e Camila Holanda têm peso
para alterar o curso da corrida na Capital

O ex-prefeito Edivaldo Jr. (sem partido), que vinha mantendo-se sob o manto da discrição, foi arremessado para o epicentro do tabuleiro político de São Luís. Quem lhe tirou do conforto foram os números da pesquisa EPO (ex-Escutec), que o apontaram em terceiro lugar entre os pré-candidatos, com mais de 14 pontos percentuais de intenção de votos. Ele ganhou mais visibilidade depois que outra pesquisa, esta do instituto Econométrica, simplesmente não o incluiu na relação de candidatos mostrada aos eleitores entrevistados, causando um forte debate. Diante do seu silêncio obstinado, o ex-prefeito de São Luís tem sido objeto de uma série de especulações.

A primeira é a de que ele será candidato à sucessão do prefeito Eduardo Braide (PSD), entrando na disputa envolvendo também o deputado federal Duarte Jr. (PSB), que apareceu na pesquisa como segundo colocado.

A segunda possibilidade especulada seria o ex-prefeito entrar na briga de maneira radical, fazendo um acordo para ser candidato a vice do prefeito Eduardo Braide, o que para muitos tornaria essa chapa imbatível. Em caso de vitória, o prefeito Eduardo Braide governaria dois anos e sairia em 2026 para disputar o Governo do Estado ou um mandato na Câmara Federal. O vice Edivaldo Jr. assumiria com o direito de tentar a reeleição em 2028.

E a terceira especulação seria Edivaldo Jr. disputar uma cadeira na Câmara Municipal e a mulher dele, a ex-primeira-dama Camila Holanda, sair candidata a vice do prefeito Eduardo Braide. Essa proposta também faz sentido porque Camila Holanda foi parceira exemplar do marido prefeito, tornando marcante uma imagem sua, grávida, pedindo votos para ele sob sol escaldante da Avenida Litorânea na campanha da reeleição em 2016.

Edivaldo Jr. dispõe, assim, de cacife para voltar ao poder, ainda que em segundo plano.

Assembleia homenageou militantes por ações de combate à fome

A Mesa da sessão em homenagem ao “Ação e Cidadania”, militantes pelo Fome Zero, e Zé Inácio com Helena Heluy, uma voz firme contra a fome

Um dos momentos mais expressivos da Assembleia Legislativa nos últimos dias foi a sessão especial para registrar os 30 anos do movimento “Ação da Cidadania”, criado pelo sociólogo Herbet Souza, o Betinho, que se notabilizou pelo programa “Fome Zero”, que até hoje mobiliza o País. A sessão foi proposta pelo deputado Zé Inácio (PT) e homenageou um grupo de militantes sociais, a maioria ligados à luta contra a fome e a miséria no Maranhão.

O que se viu na sessão, presidida pelo deputado Francisco Nagib (PSB), foi um grupo de pessoas simples, a maioria quase anônima, distante dos holofotes, mas cada uma carregando muita dignidade no combate à fome nos bolsões de pobreza no Maranhão. Entre elas, a coordenadora-geral do ‘Ação da Cidadania’ no Maranhão Shirley Bruzaca, a voluntária em ações de combate à fome Nazaré Pinto, a ex-deputada estadual Helena Heluy (PT), dona de um histórico denso nessas lutas sociais, e a médica e ex-deputada Helena Duailibe, primeira titular da recém criada Secretária Estadual de Política para as Comunidades, entre outros militantes, foram homenageadas.

O deputado Zé Inácio, autor da proposição, justificou a iniciativa avaliando que celebrar os 30 anos da ação é reconhecer todo um esforço de pessoas e entidades que sempre se colocaram de maneira voluntária a defender a vida. E acrescentou: “Há exatos 30 anos, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, criou o maior movimento social de combate à fome do Brasil. Até hoje, a Ação da Cidadania se empenha em livrar o Brasil da miséria. Betinho mobilizou toda a sociedade para enfrentar um problema urgente: a fome. A campanha e o lema jamais foram esquecidos: ‘Quem tem fome, tem pressa’. E levar comida a quem não tinha era o grande objetivo da ação”.

Valeu.

São Luís, 25 de Junho de 2023.

Weverton usa discurso de oposição contra Brandão ao dizer que o Maranhão “está parado”

Entrevistado por Carla Lima, Weverton Rocha faz discurso de oposição a Carlos Brandão

Os deputados pedetistas estão circunstancialmente liberados para apoiar o governador Carlos Brandão (PSB) na Assembleia Legislativa, mas o PDT e ele próprio não apoiam o Governo do Estado. Foi o que disse ontem, com todas as letras e sem pedir reserva, o senador Weverton Rocha, presidente do PDT no Maranhão, assumindo de vez a condição de oposição ao Governo Brandão, em entrevista à jornalista Carla Lima, do portal imirante.com. Um dos vice-líderes do Governo no Senado, ele disse que, separando-se as ações federais anunciadas para o Maranhão, “o estado está parado”. No que respeita à corrida à prefeitura de São Luís, ele anunciou que o PDT manterá a fórmula: se aparecer um nome orgânico, o partido o lançará; se não, apoiará um candidato, e se isso não for possível, investirá na eleição de vereadores. Nesse sentido, declarou: “O PDT não vai trabalhar com nenhum tido de veto”. Isso quer dizer que poderá apoiar de novo o prefeito Eduardo Braide (PSD).

O senador Weverton Rocha disparou contra o governador Carlos Brandão depois de longo período de silêncio sobre sua relação com o governador e om Governo e, coincidência ou não, no momento em que vieram a público duas informações políticas que o contradizem. A primeira: em duas pesquisas divulgadas nesta semana (EPO e Econométrica), o governador Carlos Brandão aparece com avaliação positiva superior a 50%. E numa delas, que quis saber quem pé a maior liderança de São Luís, o ministro Flávio Dino lidera com 15% e Carlos Brandão aparece em segundo com 10% segundo lugar, enquanto ele, Weverton Rocha, aparece entre os últimos com apenas 0,5%. Os números mostraram que a derrota que sofreu na disputa com Carlos Brandão pelo Governo do Estado, minaram severamente seu lastro político na Capital.

Ao atacar o governador Carlos Brandão, o senador Weverton Rocha demonstra que não assimilou ainda totalmente o desastre que fora a sua campanha para o Governo do Estado em 2022, na qual ele arrancou como favorito, mas foi demolido e terminou na terceira colocação, com a humilhação de haver sido ultrapassado por pelo candidato do PSC, Lahesio Bonfim, o controverso ex-prefeito de São Pedro dos Crentes. E o fato de não ter sido apontado como uma das lideranças de São Luís foi uma pancada no seu prestígio político, já que ele milita na Capital desde o movimento estudantil, tendo sido também um dos fundadores da influente militância pedetista, que perdeu muita força sob a sua liderança.

Na entrevista ao portal imirante.com, o senador Weverton Rocha exibiu uma performance de quem está forte no plano nacional. Além de vice-líder do Governo, aprovou leis, foi relator de matérias importantes e tem trabalhado na articulação, sendo também é apontado como a iminência parda no Ministério da Previdência, cujo ministro é o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, sobre quem tem ascensão. Como vice-líder do Governo, Weverton Rocha tem desempenhado papel no jogo que se dá nos bastidores. Nesse jogo, não perde a oportunidade de mostrar que tem canal direto com o presidente Lula da Silva (PT).

É nesse contexto que está trabalhando intensamente para viabilizar recursos para municípios, visando a corrida eleitoral do ano que vem, da qual pretende sair politicamente cacifado para a grande disputa eleitoral de 2026. Até aqui, Weverton Rocha parece só ter uma dúvida. Não sabe se pleiteará a reeleição para o Senado ou se tentará de novo a cadeira principal do Palácio dos Leões. Se a sua opção for pela reeleição, encontrará pela frente o governador Carlos Brandão e a senadora Eliziane Gama (PSD). Se a opção for pelo Palácio dos Leões, seu adversário o vice-governador Felipe Camarão (PT), que na condição de governador, buscará a reeleição em 2026.

O discurso oposicionista que usou ontem no portal imirante.com pode ser um sintoma do caminho que pretende seguir.

PONTO & CONTRAPONTO

Assembleia homenageia IHGM e empossa dois novos sócios

Acima: Iracema Vale entre Júlio Mendonça, Sálvio
Dino, Flávio Dino, Carlos Lula, Rodrigo Lago Lago
e Francisco Nagib. Embaixo: Aline Nascimento
e Sálvio Dino e a Mesa da sessão solene

Foi um evento especial a sessão extraordinária na qual, por iniciativa da presidente Iracema Vale (PSB), a Assembleia Legislativa homenageou o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), em que o advogado Sálvio Dino e a bibliotecária Aline Nascimento foram empossados como sócios da entidade e receberam a Medalha do Mérito Legislativo “Maria Aragão”, concedida a quem contribui para o desenvolvimento cultural do Maranhão.

Sálvio Dino e Aline Nascimento passaram a ocupar as cadeiras de nº 11, cujo patrono é Sebastião Gomes da Silva Belfort, e de nº 43, que tem como patrono Tasso Fragoso.

A sessão foi concorrida, tendo atraídos personalidades como o ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino, que prestigiou a posse do irmão, e o vice-governador Felipe Camarão – que também é sócio do IHGM

Iracema Vale mostrou-se alinhada ao sentido cultural de uma entidade dessa natureza e destacou a[o ânimo elevado da Assembleia Legislativa em homenagear não só o IHGM pelo seu importante trabalho no Maranhão, mas também personalidades como Sálvio Dino e Aline Nascimento, que muito contribuem para o estado.

– Estudar e preservar a nossa memória, nossas artes, os aspectos geográficos e nossas maiores tradições são apenas alguns dos muitos serviços relevantes prestados ao povo do Maranhão pelo IHGM, assim como o doutor Sálvio e a doutora Aline, que tanto nos orgulham pelo trabalho em prol do nosso estado – declarou a chefe do parlamento estadual.

Provocado sobre o evento, o ministro Flávio Dino, parabenizou a Assembleia Legislativa pela iniciativa, e declarou: “Cuidar da história, do território, dos estudos acadêmicos que o Instituto Histórico e Geográfico representa é uma forma de abraçar todo o povo do Maranhão”.

Paulo Victor pode ser o candidato do PCdoB e mantém pressão sobre Braide

Paulo Victor pode ser
o nome do PCdoB

O presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (PCdoB), começa a ser assimilado pelo PCdoB como uma possibilidade de o partido participar efetivamente da disputa pela sucessão do prefeito Eduardo Braide (PSD). A declaração do presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry, admitindo o lançamento de dois candidatos da base governista foi vista como uma sinalização de que o vereador Paulo Victor poderá de fato vir a ser o candidato do PCdoB.

Hoje um quadro importante do PCdoB, o vereador Paulo Victor estava inseguro quanto ao posicionamento do comando do seu partido em relação à sua provável candidatura. Tanto que abriu negociações com várias legendas, a começar pelo PP, que já vinha tendo como certa sua transferência para suas fileiras.

Enquanto essa definição não vem, presidente da Câmara Municipal de São Luís reforça sua condição de oposicionista e mantém a artilharia contra o prefeito Eduardo Braide. Ontem, numa entrevista a uma emissora de rádio, ele criticou duramente a política de transportes de massa da atual gestão de São Luís, afirmando que a situação só se encontra porque o prefeito “nunca andou de ônibus”

São Luís, 24 de Junho de 2023.

Econométrica também mostra liderança de Braide, mas deixa Edivaldo Jr. de fora

Eduardo Braide lidera também na pesquisa Econométrica,
seguido de Duarte Jr. e Neto Evangelista

Os números são um pouco diferentes, mas seguem a mesma sequência e a mesma distribuição da pesquisa uma pesquisa concorrente, com alguns pontos percentuais a mais. Foi o que trouxe, ontem, a pesquisa do instituto Econométrica, que prospectou os primeiros passos da corrida à Prefeitura de São Luís, confirmando a liderança do prefeito Eduardo Braide (PSD), com 34,3% das intenções de voto, seguido do deputado federal Duarte Jr. (PSB) com 23,3%, do deputado estadual Neto Evangelista (UB) com 14,4%, do deputado estadual Wellington do Curso (PSC) com 5%, do deputado estadual Carlos Lula (PSB) com 4,3%, do vereador Paulo Victor (PCdoB) com 4,3% e do deputado estadual Yglésio Moises (PSB) com 3,1%. O levantamento encontrou 6,9% que não votariam em nenhum deles e 4,2% de indecisos. A Econométrica surpreendeu ao não incluir o ex-prefeito Edivaldo Jr., (sem partido) na pesquisa, que ouviu 874 eleitores nos d ias 16 e 17 de junho e tem margem de erro de 3,3 pontos percentuais para mais ou para menos.

A regra recomenda que não se deve comparar pesquisas de opinião sobre tendências eleitorais, mas como as duas investigações foram realizadas basicamente no mesmo período e envolveram os mesmos nomes, além do fato de terem sido as primeiras relacionadas com a eleição para a Prefeitura de São Luís, os números apresentados pelo Econométrica são coerentes. E confirmam os percentuais levantados pelo instituto EPO, que surgiu com a equipe e o know-how do antigo Escutec.

Nenhuma novidade quanto à liderança do prefeito Eduardo Braide que, ao contrário do que vendem seus adversários, faz um governo bem avaliado pela opinião pública. Ele mostra que sabe o que estava fazendo quando resiste calado a uma série de provocações, evitando, com seu silêncio, desgastes que certamente sofreria se tivesse partido para o pugilato verbal. O prefeito é sensato, tem os pés no chão, sabe enfrentar situações adversas e parece decidido a não polemizar sobre qualquer assunto relacionado com a sua administração. Isso não quer dizer que ele deixe o circo pegar foco escondendo-se numa postura de indiferença ao que é falado a respeito da sua administração. Ao contrário, sabe o que está acontecendo e, à sua maneira, se movimenta contra as investidas.

O seu adversário mais próximo, o deputado federal Duarte Jr., tem cacife eleitoral importante, mas enfrenta sérios problemas dentro do próprio partido e da aliança partidária à qual pertence. O problema maior: é acusado, dentro e fora do seu partido, de não ser agregador. Isso quer dizer que, mesmo com o bom cacife mostrado nas duas pesquisas, nas quais aparece em 2º lugar, enfrenta dificuldades para mobilizar PSB, PT e PCdoB, partidos que representam o governador Carlos Brandão, o ministro Flávio Dino e o vice-governador Felipe Camarão, em torno do seu projeto de candidatura. Um sintoma dessa situação foi a declaração do deputado federal Márcio Jerry, presidente estadual do PCdoB, prevendo que a base governista pode lançar até dois candidatos à Prefeitura de São Luís.

Terceiro colocado no quadro sem o ex-prefeito Edivaldo Jr., o deputado Neto Evangelista precisa de uma aliança partidária forte para dar consistência ao seu projeto de candidatura. Em 2020, ele foi o candidato da coligação do seu partido com o PDT, apoiado ostensivamente pelo senador Weverton Rocha, que não rendeu os frutos esperados, mas também não o deixou a ver navios. Tanto que amargou derrota, mas saiu do processo eleitoral inteiro e turbinado para renovar seu mandato de deputado estadual.

Os outros quatro nomes situados na pesquisa Econométrica estão divididos em dos grupos. O primeiro é formado pelos deputados estaduais Wellington do Curso e Yglésio Moyses, que já são nomes carimbados nas corridas à Prefeitura. E o segundo reúne o deputado Carlos Lula e o vereador Paulo Victor, que na avaliação de todos são detentores de condições para crescer e entrar efetivamente na disputa.

O que é visível é a tendência no sentido de que o próximo prefeito de São Luís sairá dessa lista, sendo o prefeito Eduardo Braide o candidato mais forte entre eles. Pelo menos até aqui.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão e Renan Filho firmam pacote de investimentos na malha rodoviária do Maranhão

Entre Juscelino Filho e Iracema Vale, Carlos Brandão e Renan Filho exibem o termo de
federalização da MA-006, um dos itens do pacote de R$ 750 milhões para estradas

Da França, onde intensifica a recolocação do Brasil no cenário internacional, o presidente Lula da Silva (PT) concretiza mais uma promessa feita aos maranhenses durante a campanha eleitoral. Em sem nome, o ministro dos Transportes, Renan Filho, firmou ontem com o governador Carlos Brandão (PSB), em São Luís, um pacote de investimentos rodoviários no valor de R$ 750 milhões. As obras programadas são a conclusão da MA-006 – que liga Balsas a Tasso Fragoso -, que foi federalizada e passa a integrar a BR-330; a duplicação da BR-135 no trecho que vai de Outeiro (Santa Rita) e Miranda do Norte; a restauração do trecho entre Miranda do Norte e Caxuxa, e a intensificação das obras na BR-226 no trecho que vai ligar Timon a Teresina (PI).

Há muito tempo o Maranhão não recebia tamanha atenção de Brasília em relação a investimentos em infraestrutura rodoviária. A federalização da MA-006, uma das mais importantes rodovias maranhenses, que liga o norte e o sul do estado, foi objeto de inúmeras tentativas infrutíferas, agora formalmente viabilizadas e com recursos para conclui-la, o que dará uma nova dinâmica na movimentação rodoviária maranhense.

Outra obra de importância capital para o Maranhão é a duplicação da BR-135 entre o povoado Outeiro e a sede de Miranda do Norte. Esse trecho completa a duplicação que começa no Tirirical, em São Luís, e segue até Santa Rita. A duplicação até Miranda do Norte aliviará a pressão do tráfego na BR-135, a única ligação rodoviária de São Luís com o resto do mundo, hoje quase sufocada pelos milhares de caminhões que transportam soja das mais diferentes regiões do estado para o complexo portuário do Itaqui, o que a todo momento gera situações de colapso na tensa e perigosa mistura de caminhões graneleiros, cargueiros, ônibus, vans e automóveis.

No ato realizado no Palácio Henrique de La Rocque, o ministro Renan Filho destacou: “O presidente Lula falou que não quer nenhuma obra paralisada. Ele disse para recuperarmos o tempo perdido nos últimos seis anos, em que o Brasil foi transformado em uma das economias que menos investiu nos seus próprios recursos quando comparado com outras economias relevantes”. E foi mais longe ao se comprometer em trabalhar duro para que o Ministério dos transportes invista entre R$ 4 e R$ 5 bilhões em obras rodoviárias no Maranhão.

 Em resposta, o governador Carlos Brandão se declarou feliz com o momento por que passam as relações do maranhão com o Governo Federal, reforçada pela orientação do presidente Lula da Silva no sentido de que os ministérios atendam as demandas do Governo do Estado: “Eu fico muito feliz com esse novo momento que estamos vivendo, é um marco histórico, com a retomada e o início de novas obras. Algumas dessas obras são esperadas há mais de 40 anos, como a BR-226, iniciada com o presidente Sarney e que vai ser concluída agora, com o presidente Lula”.

As parcerias firmadas pelo Governo do Estado com o Ministério dos Transportes levaram um grande número de deputados estaduais e federais ao Palácio Henrique de La Rocque. Eles conhecem o estado inteiro, sabem dos problemas e carências e manifestaram entusiasmo com o pacote rodoviário. Ao lado do governador e do ministro, a presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), se manifestou sobre as ações acertadas: “Essas ações em prol do desenvolvimento da nossa infraestrutura viária são esperadas há mais de três décadas. O governador Brandão já lutou muito para que essas obras acontecessem e isso mostra, além do seu compromisso com o nosso Estado, a parceria e o diálogo que o Governo Federal está tendo com o Maranhão”.

Ministro das Comunicações acompanha visitas de colegas ao Maranhão

Juscelino Filho marcou presença na visita dos ministros Simone Tebet (Planejamento) e Márcio Macêdo (secretário geral da Presidência da República) ao governador Carlos Brandão

Chamou a atenção, ontem, na oportuna e produtiva visita de trabalho do ministro dos Transportes, Renan Filho, ao Maranhão, a presença do ministro das Comunicações, Juscelino Filho.

Compreensível e até saudável que um ministro maranhense prestigie a passagem de um colega que venha ao seu estado trazer benefícios à população, como foi o caso de Renan Filho (MDB), que trouxe um pacote de R$ 750 milhões para rodovias. Mas passa a ser curioso o fato de o ministro Juscelino Filho se fazer presente em boa parte das visitas ministeriais ao Maranhão.

Ele deixa no ar a impressão de que tem uma agenda frouxa, quando se sabe que o Ministério das Comunicações trata de assuntos complexos – como telefonia e internet, por exemplo -, o que produz a suposição de que sua agenda de trabalho é repleta de compromissos em Brasília e fora de lá.

Na sua fala, o governador Carlos Brandão comemorou o fato de que nos últimos 15 dias pelo menos uma dezena de ministros visitaram o Maranhão trazendo benefícios. Numa verificação rápida, constata-se que em pelo menos quatro dessas visitas o ministro das Comunicações estava presente. Ou seja, cinco dias de folga no trabalho, já que todas as visitas se deram em dias úteis e em horário de expediente.

Curioso, não?

São Luís, 23 de Junho de 2023.

CNJ recomenda ao TJMA que invista na Justiça de base e aumente a produtividade

O Palácio da Justiça mantém a imponência, mas já não
comporta o colégio de desembargadores do TJ

Causou forte repercussão dentro e fora do Palácio da Justiça “Clóvis Bevilácqua” a manifestação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomendando que o Poder Judiciário faça investimentos o mais breve possível na Justiça de 1ª entrância, uma vez que no Maranhão ainda existem comarcas sem juízes, enquanto o Tribunal de Justiça aumenta para 37 o número de desembargadores. A recomendação, feita em tom de cobrança, foi uma resposta do CNJ à ação por meio da qual o advogado Aldenor Rebouças Júnior questiona a legalidade da Lei Complementar nº 4/2022, que criou as sete vagas no colégio de desembargadores. O CNJ reconheceu a legalidade da Lei Complementar, mas fez duras críticas ao Judiciário maranhense pelo fato de ainda haver mais de dezena de comarcas sem magistrados e sem estrutura para funcionar a contento.

Nas recomendações do CNJ, a conselheira Salise Sanchotenes cobra que o Judiciário maranhense melhore, além da estrutura, a sua produtividade. Antes, o comando do TJ havia contestado a informação sobre baixa produtividade, afirmando que esse item alcançou 90%. A conselheira rebateu afirmando que, de acordo com o Departamento de Pesquisa Judiciais do Conselho, o Índice de Produtividade Comparada da Justiça do Maranhão é de 67,59%. Esse índice, segundo Salise Sanchotenes, não alcança o que o CNJ define como “intervalo de confiança”.

Proposta pelo Poder Judiciário, aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Carlos Brandão (PSB), a Lei Complementar nº 2/2022 criou sete novas vagas de desembargador, estabelecendo que elas seriam assim preenchidas: três para juízes de carreira, uma para advogado pelo Quinto Constitucional da OAB, outras duas para juízes e uma para promotor ou procurador de Justiça pelo Quinto Constitucional do Ministério Público. O questionamento feito pelo advogado Aldenor Rebouças Júnior, que pediu a suspensão do preenchimento das vagas, mas não foi atendido pelo CNJ, que, embora avaliando que as novas vagas de desembargador estariam em descompasso com os investimentos na base do sistema judiciário maranhense, que são as comarcas, reconheceu a legalidade da lei. Ou seja, o advogado não alcançou o objetivo de invalidar as sete novas vagas, mas arrancou as recomendações do Conselho ao Judiciário maranhense.

Esse petardo do CNJ chega no momento em que o Tribunal de Justiça está às voltas com o conturbado processo de preenchimento da vaga de desembargador pelo Quinto Constitucional da OAB, iniciado com uma escandalosa fraude eleitoral na primeira tentativa de escolher os 24 aspirantes. O TJ reagiu colocando freio e regras no processo de avaliação dos seis nomes que lhe chegaram, dos quais três serão escolhidos e encaminhados ao governador do Estado, que elegerá o 34º integrante do colégio de desembargadores do Judiciário maranhense. Para o CNJ, além dos novos desembargadores, o TJMA tem a abrir concurso para juiz de Direito, garantindo assim que o Maranhão saia da injustificada posição de estado onde ainda existem comarcas sem magistrados.

Por mais que a manifestação do CNJ seja consistente, não há como negar que o Poder Judiciário do Maranhão ingressou nesta década com gestões decididas a expor suas deficiências e virar o jogo. Nos últimos três anos, o TJMA teve de encarar, por exemplo, a escandalosa construção do Fórum de Imperatriz, um elefante branco perdulário, onde há fortes sinais de desvios, bomba armada por antecessores e que que caiu na mesa do correto e respeitado desembargador Lourival Serejo, então presidente do Tribunal de Justiça. Agora, sob comando modernizador do presidente O Paulo Velten, que se impôs o desafio de construir uma nova sede – ou pelo menos deixa-la com pilares fincados -, já que o Palácio da Justiça “Clóvis Bevilácqua” não mais comporta, nem com novos puxadinhos, a mais alta Corte de Justiça do Maranhão.

Apesar do desconforto que causou, a manifestação do CNJ não tirou o Judiciário maranhense do eixo.

PONTO & CONTRAPONTO

Zanin recebeu os votos dos três senadores maranhenses

Eliziane Gama, Ana Paula Lobato e Weverton
Rocha: votos em Cristiano Zanin para o STF

Deu a lógica e a coerência política: os três senadores do Maranhão – Eliziane Gama (PSD), Ana Paula Lobato (PSB) e Weverton Rocha (PDT) – confidenciaram a interlocutores que estão entre os 58 senadores que votaram no advogado Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF), ratificando a indicação do presidente Lula da Silva (PT).

A senadora Eliziane Gama, que se tornou próxima de Lula da Silva durante a campanha eleitoral, já havia emitido sinais de que apoiaria a indicação do advogado que desmontou a Lava Jato. E confirmou ontem a intenção dando-lhe o seu voto.

A senadora Ana Paula Lobato seguiu a linha do seu partido e a do titular do mandato, senador licenciado e atual ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino (PSB). Não manifestou qualquer dúvida quando ao voto que deu no advogado do presidente Lula da Silva.

O senador Weverton Rocha não pensou duas vezes em sacramentar a aprovação de Cristiano Zanin como futuro ministro do da Suprema Corte. Nem precisaria lembrar de que por trás desse voto está a relação pessoal com o presidente Lula da Silva e a presença do PDT no Governo com Carlos Lupi no comando do Ministério da Previdência.

Favoritismo de Rildo Amaral em Imperatriz deixa animado o líder do PP no Maranhão

Rildo Amaral deixa André Fufuca otimista

A pesquisa Quallity que mediu a fase as intenções do eleitorado de Imperatriz em relação aos nomes colocados para disputar a sucessão do prefeito Assis Ramos (UD), tendo apontado o deputado estadual Rildo Amaral na liderança, repercutiu fortemente no gabinete da Câmara Federal onde trabalha o deputado federal André Fufuca (PP).

Presidente do PP no Maranhão, André Fufuca tem todas as razões para festejar, ainda que discretamente, a possibilidade concreta de Rildo Amaral colocar o PP no comando do segundo maior colégio eleitoral do estado.

Se Rildo Amaral for eleito para comandar Imperatriz, ganham o partido e o seu presidente regional. O partido será turbinado com a importância de Imperatriz. Já André Fufuca, que tem projetos mais ousados para a frente, reforçará muito o seu cacife como líder partidário.

E não será surpresa se André Fufuca reforçar o poder de fogo do PP atraindo para seus quadros o vereador-presidente Paulo Victor, atualmente no PCdoB, mas que não esconde que trabalha com a hipótese de sair candidato a prefeito der São Luís pelo PP.

São Luís, 22 de Junho de 2023.

Imperatriz: Rildo Amaral sai na frente com vantagem larga sobre nove pré-candidatos

Rildo Amaral lidera com boa vantagem sobre Josivaldo JP,
Marco Aurélio, Mariana Carvalho e mais seis aspirantes

A 15 meses da corrida às urnas, o cenário da disputa para a Prefeitura de Imperatriz, o segundo e mais importante município do Maranhão, parece estar sendo desenhado com grande antecedência, e de maneira irreversível. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Quallity, o deputado estadual Rildo Amaral (PP) avança embalado por 29,15% das intenções de voto, seguido do deputado federal Josivaldo JP (PSD) com 15,59%, do ex-deputado estadual Marco Aurélio (PSB) com 13,56%, de Mariana Carvalho (Republicanos) com 8.47%, deixando muito distante um segundo pelotão, comandado por Clayton Noleto (PSB) com 2,7%, Ricardo Seidel (2,03%), Nilson Takashi (1,86%), João Lira (1,86%), Fábio Hernandes (0,85%) e João Antônio (0,51%). O levantamento encontrou 16,44% de indecisos e 8,64% que pretendem votar nulo ou em branco.

Por não contar ainda com 250 mil eleitores – são ainda 183 mil -, Imperatriz não escolhe prefeito em dois turnos, caso nenhum dos candidatos alcance 50% dos votos mais um. Ali, ainda leva a melhor o mais votado, independentemente de qual seja a sua votação. O atual prefeito, Assis Ramos, na época filiado ao MDB, foi reeleito em 2020 com apenas 27% dos votos, contra pouco mais de 25% do então deputado estadual Marco Aurélio, candidato do PCdoB. O prefeito renovou o mandato, mas com o peso de uma rejeição de mais de 70% dos votos válidos, que foram distribuídos entre os demais candidatos, entre eles os ex-prefeitos Sebastião Madeira (PSDB) e Ildon Marques (PP), ambos com menos de 20% cada.

Os números da pesquisa Quallity, cujo levantamento foi feito no início de junho, sugerem que a vantagem do deputado Rildo Amaral é consistente. Isso não significa dizer que ele deva considerar que a fatura já esteja liquidada. Afinal, o seu concorrente mais próximo, o deputado Josivaldo JP, surpreendeu a muitos que apostaram contra sua reeleição em 2022, podendo ainda ganhar fôlego embalado pelos 15,59%. O mesmo pode acontecer com Mariana Carvalho, que começa sua caminhada com vistosos 8,47% de intenções de voto, e com potencial para crescer ao longo da pré-campanha e da campanha propriamente dita.

A corrida pela sucessão do prefeito Assis Ramos conta com alguns dados interessantes. O primeiro deles é que o terceiro colocado, Marco Aurélio (PSB), não deu ainda qualquer indicativo de que esteja, de fato, interessado em se candidatar. Nos bastidores, há quem diga que ele pode vir a ser candidato a vice de Rildo Amaral, formando uma chapa eleitoral e politicamente forte, ou voltar às origens tentando uma vaga na Câmara Municipal. E se não vier a disputar votos, apoiará a candidatura de Rildo Amaral, retribuindo o apoio ostensivo que dele recebeu em 2020.

Outro dado que conta no cenário político de Imperatriz é a ausência entre os postulantes, depois de muitos anos, de dois líderes importantes do município, ambos adversários figadais: os ex-prefeitos Sebastião Madeira e Ildon Marques, que participaram da última eleição e devem atuar apoiando candidatos distintos. A tendência do ex-prefeito Sebastião Madeira, hoje atuando no cenário estadual como chefe da poderosa Casa Civil do Governo do Estado, é apoiar a candidaturas de Rildo Amaral. Já em relação a Ildon Marques, o que se sabe é que teria feito opção por cuidar dos seus inúmeros negócios, cujo carro-chefe é a cadeia de lojas Lilliane.

Mesmo considerando que a pesquisa do Instituto Quallity é fotografia deste momento, o que torna precipitada qualquer conclusão com base nos números de agora. Ao mesmo tempo, avaliando-se o potencial dos pré-candidatos, pode-se afirmar que nenhum tem a consistência política e eleitoral de Rildo Amaral, um professor que conhece a cidade como poucos, foi vereador por vários mandatos e está no segundo mandato de deputado estadual com atuação focada na antiga Vila do Frei.

Os próximos tempos poderão confirmar ou redesenhar o cenário rascunhado pela pesquisa Quallity.

PONTO & CONTRAPONTO

Eliziane enfrenta a falange bolsonarista e manda deputado se calar

Observada por Silvinei Vasques, Eliziane Gama manda deputado se calar

Relatora da CPMI dos Atos Golpistas, a senadora Eliziane Gama (PSD) não se intimidou com a falange parlamentar bolsonarista que foi à sessão da Comissão com o propósito de tumultuar o ambiente e aliviar a barra do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vaques, que está enrolado até o pescoço na trama golpista armada perla turma do ex-presidente da República.

Eliziane Gama mostrou firmeza contra a algazarra comandada por um deputado bolsonarista não integrante da Comissão quando ela colocou o ex-chefe da PRF contra a parede ao indagar-lhe sobre uma condenação por ele sofrida por causa de uma agressão que cometera contra um frentista que se negou a lavar seu carro. Como um lance orquestrado, o deputado bolsonarista – um sujeito grotesco, descontrolado, que esconde a calvice com uma peruca horrenda – iniciou o tumulto dando gritos histéricos para impedir que a senadora prosseguisse na inquirição a Silvinei Vasques.

A senadora maranhense reagiu:

“Não vou aceitar que parlamentar nenhum aqui tente cercear a minha voz. Deputado, Vossa Excelência nem é integrante dessa Comissão. Então simplesmente se cale. Se cale! Porque neste momento quem está falando aqui é a relatora da Comissão. E eu não vou aceitar que nem você me interrompa. Vá gritar em outro lugar, aqui não! Vá gritar em outro lugar, aqui não! Respeite essa comissão. Cale sua boca! Respeite essa Comissão. Cale sua boca! Não vou aceitar isso aqui”.

E avisou que vai ser assim.

Repórter Tempo bateu a marca dos 2.500 posts

Chegamos a 2.500 posts. Uma viagem longa desde a primeira edição, no dia 25 de fevereiro de 2015, até aqui. Não foi uma caminhada jornalística fácil, mas foi profissionalmente franca, honesta e também prazerosa.

Sempre focada na cena política do Maranhão, com incursões eventuais na literatura – principalmente de informação – e na música maranhenses, a Coluna alcançou nestes oito anos um contingente razoável de leitores – alguns lhe juram fidelidade -, e serviu de referência em alguns momentos.

Repórter Tempo não nasceu para brigar por cliques nem para disputar espaço na movimentada blogosfera maranhense. O objetivo da Coluna, que vale como um princípio cultivado por seu autor, é comentar os fatos políticos que o Jornalismo registra diariamente, sem a pretensão de dar a palavra final sobre qualquer assunto abordado.

E vai continuar firme nessa linha, dizendo sim ao fato jornalístico de ponta, bem apurado, e rejeitando o uso abusivo do CtrlC-CtrlV, que é a contramão do Jornalismo saudável.

São Luís, 21 de Junho de 2023.

Pesquisa: Dino, Brandão, “Família Sarney” e Braide são as maiores lideranças de São Luís

A relação dos líderes apontados por até 1% dos entrevistados na pesquisa do Instituto EPO

Poucas vezes uma pesquisa de opinião para desenhar o cenário político de São Luís foi tão completa e oportuna como a primeira realizada pelo instituto EPO – Estratégia Pesquisa de Opinião (ex-Escutec). Além de medir o poder de fogo dos pré-candidatos à Prefeitura de São Luís, apontando a liderança do prefeito Eduardo Braide (PSD); de avaliar o desempenho do presidente Lula da Silva (PT), que nada de braçada com 63%, seguido pelo governador Carlos Brandão (PSB) com 57% e do prefeito Eduardo Braide com 53%, a investigação do instituto EPO foi mais longe e perguntou, de modo espontâneo, quem é o maior líder político de São Luís. Os 1010 ludovicenses entrevistados citaram 34 nomes, entre eles o senador licenciado Flávio Dino (PSB), ministro da Justiça e Segurança Pública, apontado por 15% com o maior líder político da Capital. Na segunda posição, com 10,1%, apareceu o governador Carlos Brandão, seguido de uma entidade política chamada “Família Sarney” na terceira colocação com 9,8%, e na quarta posição está o prefeito Eduardo Braide com 7,4% das citações.

A liderança do ministro Flávio Dino nesse item se encaixa perfeitamente na realidade. Ele é de São Luís, nasceu e cresceu na Rua de Santana, estudou no Colégio Maristas, graduou-se em Direito na UFMA, onde também iniciou sua carreira política militando no Movimento Estudantil, vivendo a infância, a adolescência e parte da idade adulta como um ludovicense da gema. Flávio Dino dedicou muitas ações do seu Governo à cidade, hoje uma metrópole que abriga nada menos que 1,3 milhão de maranhenses e migrantes de todo o País. O eleitorado ludovicense lhe deu votações robustas quando se convenceu de que Flávio Dino seria muito mais que uma promessa. Suas eleições – uma de deputado federal, duas eleições de governador e a de senador – foram turbinadas pelo eleitorado da Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade.

Ao apontarem o governador Carlos Brandão como o maior líder da maior cidade do Maranhão, 10,1% enxergaram nele um governante identificado com a identidade ludovicense, mesmo tendo ele nascido em Colinas. Carlos Brandão tem fortalecido sua relação com São Luís num processo que passa pelo aspecto político e pelas reentrâncias culturais. Pela maneira como ele atua, passa a impressão de que existe uma sintonia com a cidade. E aprova disso é que na eleição de 2022, Carlos Brandão foi de longe o mais votado entre os candidatos a governador.

O prefeito Eduardo Brande saiu-se bem em todos os dados da pesquisa EPO. Apareceu como líder na corrida à Prefeitura, teve sua gestão avaliada positivamente por 53% dos entrevistados, não tendo surpreendido, portanto, a posição destacada que ocupa na indicação da maior liderança da cidade, com 7,4%. Eduardo Braide é ludovicense de nascimento e de história, iniciou sua vida profissionais e política na Capital, onde foi o mais votado nos dois mandatos de deputado estadual e no mandato de deputado federal, elegendo-se prefeito com seu próprio prestígio depois de uma tentativa infrutífera em 2016.

A Coluna considerou os citados que receberam até 1% de indicação como maior líder de São Luís. E nessa relação, alguns casos chamam a atenção. O primeiro deles é a ex-governadora e atual deputada federal Roseana Sarney (MDB), com 3,4%, mesmo com uma obra expressiva na cidade, seguida do deputado federal Duarte Jr. (PSB) com 2,5%, que aparece em segundo na corrida ao Palácio de la Ravardière com 18,6%, e do ex-prefeito Edivaldo Holanda (sem partido), também em boa situação na disputa para prefeito (14,7%), mas só é reconhecido como a maior liderança da cidade por apenas 2,4% dos entrevistados. Na sequência, aparecem o deputado estadual Neto Evangelista (União) com 1,9%, mas que tem 8,2% das intenções de voto entre os candidatos à Prefeitura, seguido do deputado estadual Wellington do Curso (PSD), que tem 1,5% nesse quesito e 5,3% como pré-candidato a prefeito.

O dado que mais chama a atenção nesse item da pesquisa EPO é a posição do senador Weverton Rocha (PDT), que foi citado com apenas 1% dos entrevistados, mesmo percentual dado à presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB). Impressiona o fato de o senador Weverton Rocha ter sua base eleitoral em São Luís, presidir o PDT, liderar a ativa militância pedetista, ter sido recentemente candidato a governador, mas ser tão pouco considerado numa avaliação como essa. Igualmente curiosa é a posição da senadora Eliziane Gama (PSD), com intensa militância política em São Luís, sendo apontada por apenas 0,5% dos ludovicense como a maior liderança da Capital.

Esses números certamente servirão de referencial para que carreiras e posturas sejam ajustadas no contexto político da Capital, onde o eleitor, com seu elevado nível de politização, costuma dizer o que o pensa numa pesquisa e nas urnas.

PONTO & CONTRAPONTO

Levantamento mostrou Brandão como governante bem avaliado

Carlos Brandão apontado na pesquisa
como um bom governante

A pesquisa EPO, que foi realizada pelo instituto com seus próprios recursos, portanto sem contratantes, repercutiu fortemente no Palácio dos Leões.

Para começar mostrou que quatro nomes da base governista – Duarte Jr., Neto Evangelista, Carlos Lula e Paulo Victor estão na briga pelo Palácio de la Ravardière. O primeiro já disputando a liderança, o segundo com potencial intermediário, e os dois últimos cristãos novos nessa seara, mas atuações políticas que podem fazer a diferença ao longo dos próximos meses.

Além disso, a pesquisa mostrou que o Carlos Brandão vem sendo visto pela maioria dos exigentes eleitores ludovicenses como um bom governante, bem situado entre o presidente Lula da Silva e o prefeito Eduardo Braide.

Mais do que isso, o governador é apontado como a segunda maior liderança política da Capital, um feito surpreendente quando é lembrado que o eleitorado da Capital sempre manteve fortes reservas em relação aos ocupantes do Palácio dos Leões.

O ambiente e de discreta comemoração.

Wellington do Curso tem todos os motivos para comemorar posição na corrida à Prefeitura

Wellington do Curso

De todos os pré-candidatos candidatos à prefeitura de São Luís identificados na pesquisa EPO, o mais surpreendente é o deputado estadual Wellington do Curso (PSD), que veio à tona com nada menos que 5,8% das intenções de voto. Mesmo levando em conta tratar-se da primeira pesquisa, observado o fato de o calendário eleitoral para 2024 ainda estar longe de ser iniciado e que suas chances são mínimas se comparadas às do prefeito Eduardo Braide (29,5%), do deputado federal Duarte Jr. (18,6%) e do ex-prefeito Edivaldo Jr. (14,7%), o percentual de intenções de voto obtidos por Wellington do Curso é muito expressivo. Para começar, o autoriza a permanecer no rol dos pré-candidatos à Prefeitura de São Luís, numa situação de empate técnico com o deputado estadual Neto Evangelista (8,2%). Ave solitária, que só conta com sua própria força de vontade, com a tribuna da Assembleia Legislativa, que ocupa todos os dias, e com uma estratégia quase frenética de se manter vivo em redes sociais, Wellington do Curso recebeu o percentual como um prêmio.

São Luís, 20 de Junho de 2023.

Pesquisa: Braide lidera, tem Duarte Jr. em segundo e Edivaldo em terceiro, mas cenário é instável

Não foi exatamente a melhor notícia a chegar ao Palácio de la Ravardière, mas também não foi uma tragédia irreversível a informação dos 29,6% de preferência obtidos pelo prefeito Eduardo Braide (PSD) na primeira pesquisa do instituto EPO – Estratégia Pesquisas de Opinião (ex-Escutec) para identificar posições nos primeiros movimentos da corrida à Prefeitura de São Luís agendada para 2024.

Atrás dele aparecem o deputado federal Duarte Jr. (PSB) com 18,8%, o ex-prefeito Edivaldo Jr. (sem partido) com 14,7%, o deputado estadual Neto Evangelista (União) com 8,2%, o deputado estadual Wellington do Curso (PSD), o deputado estadual Yglésio Moisés (PSB) com 2,7%, o deputado estadual Carlos Lula (PSB) com 2,5% e o vereador Paulo Victor (PCdoB) com 2,5%. Nenhum deles e não sabe totalizaram 15,8%. Eduardo Braide também lidera a pesquisa espontânea com 19,1%, seguido de Duarte Jr. (9,8%), Edivaldo Jr. (8,6%), Neto Evangelista (3,9%), Wellington do Curso (2,1%), Yglésio Moises (1,1%), Paulo Victor (0,9%), Carlos Lula (0,5%), entre outros, e com 48,5% manifestando indefinição.

Além das preferências por nomes que poderão entrar efetivamente na disputa, o EPO investigou a posição do eleitorado em relação ao desempenho administrativo do prefeito Eduardo Braide, tendo encontrado dois percentuais significativos: 53% disseram que aprovam a gestão e 40% que não aprovam, e com uma margem de apenas 7% que não souberam ou não quiseram avaliar. Quando se faz qualquer associação dessas posições com as preferências para a corrida sucessória, o prefeito Eduardo Braide leva vantagem expressiva. O prefeito de São Luís é um ente político solitário, que no momento só conta mesmo com seu prestígio pessoal e com os resultados da sua gestão até aqui. Isso levando em conta o fato de que a pesquisa foi feita em meio aos confrontos dele com a Câmara Municipal e à repercussão do rumoroso caso envolvendo o titular da SMTT, Diego Pereira, em polêmica liberação de veículos apreendidos, por exemplo.

Os números encontrados pela pesquisa EPO produzem, de cara, uma conclusão óbvia: a sucessão da Prefeitura de São Luís será o resultado de uma guerra política de larga escala, envolvendo as principais forças políticas do Maranhão, a começar pelo governador Carlos Brandão (PSB) e pelo ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, os três senadores e parte da bancada federal. Se a eleição fosse agora, seria resolvida num segundo turno, já que a soma dos percentuais dos adversários do prefeito Eduardo Braide totalizaria 54,5%. O segundo round repetiria 2020 entre Eduardo Braide e Duarte Jr., mas com a observação de que o prefeito concorrerá no cargo, e devendo ser levado em conta que, por causa da margem de erro (3.1%, para mais ou para menos), o ex-prefeito Edivaldo Jr. também teria condições de ser o adversário do prefeito no turno decisivo.

O desenho dessa disputa ainda comporta muitos traços, sendo um deles bem expressivo: o vereador-presidente Paulo Victor (PCdoB) aparece com 2,5% das intenções de voto, mas com o diferencial de que tem sido o mais ativo e contundente adversário do prefeito Eduardo Braide, tendo colocado a Câmara Municipal, que vinha sempre em segundo plano, no epicentro da política ludovicense. Nomes como Neto Evangelista e Carlos Lula podem ganhar espaço, tornando o cenário da disputa bem mais movimentado.

Por sua vez, embalado pela aprovação de 53%, o prefeito Eduardo Braide guarda um consistente potencial de crescimento: tem o controle da máquina municipal, não enfrenta escândalo de corrupção e tem margem política para fazer acordos produtivos, como o que está sendo alinhavado pelo presidente municipal, deputado federal Cléber Verde, que já declarou que o MDB ludovicense vai apoia-lo.   

Em Tempo: Primeiro levantamento feito pelo EPO, a pesquisa foi realizada no período de 17 a 17 de junho, ouviu 1.020 eleitores, tem margem de erro de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menor, e intervalo de confiança de 95%.

PONTO & CONTRAPONTO

Quebrando recordes e barreiras, Iracema Vale ganha força política no Maranhão

Iracema Vale no arraial junino da Assembleia Legislativa: reeleição como presidente e força política

Com a reeleição antecipada e unânime da deputada Iracema Vale (PSB) para a presidência da Assembleia Legislativa, o governador Carlos Brandão (PSB) consolidou de vez o projeto político que norteará ele e seu grupo até as eleições gerais de 2026.

Com seu status reforçado, a presidente Iracema Vale comandará com mais segurança a base governista no parlamento estadual, fortalecendo ainda mais a interlocução dos deputados estaduais com o Palácio dos Leões. Essa intermediação já é eficiente, mas precisa de reforço nos próximos meses, por conta das tensões que costumam contaminar o meio político em períodos eleitorais.

Vale lembrar que a partir de abril de 2026, quando o governador Carlos Brandão sair para disputar uma cadeira no Senado, passando o comando do Governo para o vice-governador Felipe Camarão, que deve se candidatar à reeleição, a deputada Iracema Vale ascenderá à condição de vice-governadora do Maranhão.

Tudo isso no embalo de uma série de patamares vencidos, como a primeira mulher a se eleger deputada estadual ultrapassando a barreira dos 100 mil votos, e a primeira mulher a ser eleita e reeleita presidente da Assembleia Legislativa, e com um dado diferenciado: as duas eleições se deram por aclamação, sem disputa, porque não apareceu concorrente.

Eliziane usa ataques de redes bolsonaristas para se reforçar na CPMI dos Atos Golpistas

Eliziane Gama na CPMI dos Atos Golpistas: buscar mandantes, financiadores e organizadores do golpe

A senadora Eliziana Gama (PSD) passou o fim de semana se preparando para os embates que estão previstos para o início efetivo da CPMI dos Atos Golpista, da qual ela é relatora.

Por conta das suas posições e da determinação que ela vem exibindo no exercício do delicado e decisivo posto parlamentar, a senadora maranhense vem sendo alvo de redes sociais bolsonaristas, que a atacam de maneira agressiva e baixa.

Forjada no embate político duro, a senadora Eliziane Gama vem dando seguidas demonstrações de que usa cada agressão que sofre para se fortalecer. E reforça a todo momento o deu objetivo de chegar aos mandates, financiadores e planejadores da tentativa de golpe ocorrida no dia 8 de Janeiro na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Mais do que isso: tem assegurado que fará um relatório denso, consistente e politicamente neutro, porque a ideia é descobrir culpados e manda-los para a cadeia.

São Luís, 19 de Junho de 2023.