Arquivos mensais: abril 2022

Expectativa: como vem o pré-candidato Weverton Rocha após a pausa da Semana Santa?

 

Weverton Rocha: decisões difíceis pela frente

Não se trata de uma espera tensa, mas há no meio político um clima de expectativa em relação aos próximos passos do senador Weverton Rocha (PDT) na condição de pré-candidato ao Palácio dos Leões. Ele se afastou do cenário da disputa, refugiou-se com a família em algum lugar aprazível do interior do Maranhão, aproveitando para descansar, colocar as ideias em ordem e planejar seus próximos movimentos. Nos bastidores, as especulações correm soltas, e vão desde a afirmação de que o senador pedetista retomará a pré-campanha com força total, até o zumzum inconsistente de que ele estaria preparando terreno para reavaliar o seu projeto de candidatura. Na avaliação de um político que o conhece bem, Weverton Rocha dificilmente se retirará da corrida aos Leões, sendo quase certo que ele retomará a campanha com a mesma intensidade, ainda que embalado por uma base política muito reduzida por conta das perdas que sofreu nas últimas semanas, como o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), e a senadora Eliziane Gama (Cidadania), que declararam apoio à pré-candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição.

Para quem começou a pré-campanha com o suporte de um grupo político expressivo, o pré-candidato do PDT chegou às vésperas da Semana Santa enfrentando a diminuição, dia após dia, da sua base de apoio, principalmente prefeitos, vários do seu próprio partido, por conta da migração para a base do governador Carlos Brandão. Esse movimento, que aconteceu e continua acontecendo nas mais diferentes regiões do estado, fragilizou o seu projeto de candidatura, mas, ao que tudo indica, não foi até agora suficiente para ele acionar o botão de “volver!” do seu foguete, que como ele próprio tem dito, não dá marcha à ré. E pelo que foi visto até na semana passada, antes da pausa para descanso, a tendência é manter-se na disputa, “dê no que der”.

Depois de se dar conta de que o seu favoritismo foi minado e perdeu consistência, Weverton Rocha mandou um recado contundente ao meio político informando que sua pré-candidatura está de pé, não havendo, pelo menos neste momento, nenhuma possibilidade de rever o seu projeto de poder. Ao contrário, a disposição por ele exibida é a de intensificar a pré-campanha, retomando a maratona de atos políticos nos municípios. E mesmo em meio aos rumores que correm nos bastidores, o mais provável é que o senador reafirme sua pré-candidatura e volte com tudo à corrida às urnas. O problema é que, ao contrário do que aconteceu nos primeiros momentos, quando ele dominou a cena como favorito, com as pesquisas ap0ntando-o muito à frente dos demais concorrentes, ele agora tem pela frente um governador em busca da reeleição.

Weverton Rocha tem faro e experiência suficientes para saber que ainda está no jogo, mas sem o poder de fogo de alguns meses atrás, o que torna sua caminhada muito mais difícil. Sabe também que a eleição de um governador não é fruto de um projeto solitário, mas resultado de um movimento de grupo. A pausa da Semana Santa pode ter servido para planejar a montagem de uma nova base política por meio de novas alianças. Isso porque seu projeto de poder dificilmente se sustentará se ele partir para uma campanha solo de inspiração populista, já que o seu principal adversário, o governador Carlos Brandão, tem um grupo, uma chapa montada e um líder maior como referência, o ex-governador Flávio Dino (PSB), favorito na corrida à vaga de senador.

E não bastassem as dificuldades com o seu projeto de candidatura, o senador Weverton Rocha está também desafiado a demonstrar à cúpula nacional do PDT a sua liderança como chefe do partido no Maranhão, elegendo o maior número possível de deputados federais, que é o que de fato importa para as agremiações partidárias no atual formato político do Brasil.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino vê plebiscito na eleição presidencial, que pode ter uma terceira via

Flávio Dino vê eleição presidencial como plebiscito sobre o presidente Jair Bolsonaro

Do ex-governador e pré-candidato ao Senado Flávio Dino (PSB), em entrevista concedida ontem ao jornal Valor:

Plebiscito

“O povo sabe que uma reeleição é um plebiscito, se o presidente deve continuar ou não. A chave predominante da eleição não será PT e anti-PT, essa foi a chave em 2018. A chave predominante agora, quem está em julgamento, é o (presidente Jair) Bolsonaro. A pergunta que vai decidir a eleição é: Bolsonaro merece mais quatro anos ou não? Pode botar todo o dinheiro do orçamento secreto, ele vai perder a eleição. Agora vai ser um baile? Vai ser massacre? Acho que não, tem muita disputa”.

Terceira via

“Ainda temos uma margem de imprevisibilidade que joga contra o Bolsonaro que é a possível consolidação de uma alternativa de terceira via, ou mesmo o crescimento do Ciro (Gomes, do PDT). Qualquer coisa que se consolide fora do bolsonarismo atrapalha o crescimento dele. A terceira via só cresce disputando pelo campo da direita. O que drenou a energia vital do pensamento de centro-direita no Brasil não foi o Lula, não foi a esquerda, foi a extrema direita, foi o bolsonarismo. Ela [terceira via] tem que de fato combater o bolsonarismo na eleição de 2022, e para ter sobrevivência no futuro. Eu espero que eles tenham êxito, porque Bolsonaro perderá, mas nós precisamos que também o bolsonarismo volte para a sua casinha. (Precisamos) que o demônio volte para o inferno. Para isso, é preciso que haja mais exorcistas em ação”.

 

Othelino leva a Brandão apoio dos prefeitos de Vargem Grande, Santa Helena e Pedro do Rosário

Othelino Neto, Carlos Brandão e Carlinhos Barros: pacto político selado para eleição de outubro

O presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB) reforçou ontem a base da pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição com a adesão de três prefeitos importantes: Carlinhos Barros (PCdoB), de Vargem Grande, Zezildo Almeida, de Santa Helena (PTB) e Toca Serra (PCdoB), de Pedro do Rosário. A adesão de Carlinhos Barros já era prevista, uma vez que desde o início ele se manteve no PCdoB, permanecendo leal à posição do presidente da Assembleia Legislativa numa aliança que se mantêm a várias eleições. É caso do prefeito de Santa Helena, Zezildo Almeida, que apoiará Carlos Brandão mesmo que seu partido venha a lançar o senador Roberto Rocha ao Governo do Estado. E Toca Serra é líder em Pedro do Rosário e na região. “É um momento politicamente importante, reforçando o nosso projeto de fazer com que o Maranhão continue se transformando para melhor”, disse o deputado no encontro com o governador Carlos Brandão.

São Luís, 19 de Abril de 2022.

Bloco articulado por Dino viabiliza apoio a Lula e consolida aliança em torno de Brandão

 

Flávio Dino articula apoio a Lula da Silva e fortalece Carlos Brandão na corrida eleitoral no Maranhão

O ex-governador Flávio Dino reuniu as principais lideranças da chamada esquerda democrática (PSB, PCdoB e PT) para formar uma espécie de frente de apoio à candidatura do ex-presidente Lula da Silva no Maranhão. A iniciativa, colocada em prática na quarta-feira da semana que passou, foi o primeiro grande passo dado na política do estado em relação à corrida presidencial no território maranhense, dando a esse grupo uma vantagem destacada em relação aos outros grupos e partidos que têm pré-candidatos ao Palácio do planalto no Maranhão. A frente tem dois objetivos básicos: consolidar o favoritismo da chapa Lula da Silva/Geraldo Alckmin no estado e fazer com que os três partidos marchem em direção às urnas alinhados em torno das pré-candidaturas do governador Carlos Brandão à reeleição e do ex-governador Flávio Dino à vaga em disputa no Senado, além da participação efetiva de pré-candidatos à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa.

A criação desse bloco partidário da esquerda moderada dá aos seus candidatos majoritários e proporcionais a garantia de que suas campanhas não serão movimentos aventureiros. Ao contrário, serão movimentos políticos e partidários com respaldo no estado, dando à chapa Lula/Alckmin caminho livre para circular e pedir votos no Maranhão. E com a vantagem de que essa movimentação será feita no embalo das candidaturas ao Leões e à Câmara Alta, e com o respaldo das chapas de candidatos às Assembleia Legislativa e à Câmara Federal. As ações do bloco de esquerda devem mobilizar já a partir de agora os pré-candidatos majoritários e proporcionais e devem alcançar todas as regiões do Maranhão.

Os movimentos do bloco de esquerda é o resultado de mais uma política articulada pelo ex-governador Flávio Dino, que assim consolida sua liderança no campo governista. Isso porque com essa ação, o ex-governador mexe com as pedras do tabuleiro sucessório no estado e no país e cria uma base de coordenação da campanha do grupo que lidera. Além disso, deixa o governador Carlos Brandão com mais tempo para governar e prosseguir nas articulações para fortalecer o seu projeto de candidatura, que é o único com chapas definidas no campo majoritário em processo de definição no campo proporcional. E mais, leva o grupo que lidera a se distanciar dos demais pré-candidatos a governador, que ainda não definiram chapas e estão batendo cabeça em relação aos seus próprios projetos de candidaturas e também em relação à corrida presidencial.

Nesse contexto, o senador Weverton Rocha (PDT) tem feito uma pré-campanha sem definir seu vice, ora ameaçando lançar candidato ao Senado e, mais grave, sem declarar apoio a Ciro Gomes, pré-candidato do seu partido à presidência da República. Os pré-candidatos Lahesio Bonfim, Josimar de Maranhãozinho (PL) e Roberto Rocha (PTB), todos diretamente associados ao presidente Jair Bolsonaro (PL), vivem ainda o drama da indefinição quanto aos seus próprios rumos. É o caso também de Edivaldo Holanda Jr., cujo partido, o PSD, ainda não definiu se lançará ou não candidato a presidente. Nenhum, portanto, está suficientemente definido e organizado para uma ação parecida com a que será protagonizada pelo bloco partidário liderado pelo ex-governador Flávio Dino.

O bloco articulado pelo ex-governador Flávio Dino consolida de vez a aliança PT, PSB e PCdoB no Maranhão, assegurando em definitivo o apoio da chapa Lula/Alckmin à chapa Brandão/Camarão, frutos de uma bem torneada aliança do PSB com o PT e avalizada pelo PCdoB e demais partidos remanescentes da frente de 2014, quando reuniu 16 partidos na base de apoio do seu Governo. É o resultado das intensas e cuidadosas articulações comandadas nos últimos dois anos por Flávio Dino, que assim reafirma sua posição de mais destacada liderança política do Maranhão na atualidade, dentro ou fora do poder.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Suspeita de desvio em emendas tem efeito danoso nos planos do Roberto Rocha

Roberto Rocha: má notícia em momento  de definição

Nada poderia ter sido pior para o senador Roberto Rocha (PTB) a informação, divulgada em reportagem do jornal Folha de S. Paulo, segundo a qual o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, atendendo a pedido do Ministério Público Federal, autorizou a inclusão do seu nome nas investigações de falcatruas com dinheiro de emendas parlamentares enviadas a três municípios maranhenses. Essa bomba explode no exato momento em que o senador, após resolver sua pendência partidária, busca caminhos para resolver se será candidato a governador ou a senador. Não foi uma suspeita qualquer. O MPF justificou o pedido de investigação baseado em documento no qual o nome do senador aparece relacionado com valores do que seriam vantagens a ele supostamente destinadas a ele. Roberto Rocha reagiu afirmando nada ter a ver com a suposta falcatrua. Sua reação enfática dizendo-se inocente foi o começo de um problema que poderá lhe dar muitas dores de cabeça, ainda que não venha a impedi-lo de disputar o cargo majoritário ainda por ser definido.

 

Deputados reforçam cacife com seus partidos no tabuleiro sucessório

Márcio Jerry, Edilázio Jr. André Fufuca e Aluísio Mendes: em alta

Cinco deputados federais chefes de partidos no Maranhão estão jogando com habilidade no cenário sucessório estadual. Márcio Jerry topou continuar comandando o PCdoB na luta que a legenda trava pela sobrevivência, o que lhe dá poder de fogo para fortalecer sua candidatura à reeleição. Presidente estadual do PSD, Edilázio Jr. vem comandando a pré-campanha de Edivaldo Jr. ao Governo e, com isso, fortalecendo o seu próprio cacife eleitoral. André Fufuca, que controla o PP no estado, ganhou estatura como um dos avalistas da pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição fora do triângulo da esquerda moderada. E Aluísio Mendes ganhou projeção no tabuleiro sucessório coimo o principal avalista da pré-candidatura de Lahesio Bonfim ao Governo do Estado.

São Luís, 18 de Abril de 2022.

Othelino Neto migrou de Weverton para Brandão jogando aberto, como um político maduro

 

Carlos Brandão e Othelino Neto fazem gesto de unir forças, com a presença da senadora Eliziane Gama, que por acaso encontrava-se no Palácio dos Leões.

 

A fase de definição dos grupos políticos formados em torno dos pré-candidatos ao Palácio dos Leões revelou algumas personalidades que surpreenderam pela capacidade de se movimentar em cenário complicado, construindo pontes sem destruir as já construídas na relação com outros grupos. São políticos pautados pelo pragmatismo e pela capacidade de mudar de maneira inteligente, jogando abertamente, não dando margem para que seus movimentos sejam interpretados como escorregões éticos ou atos de oportunismo barato. Uma dessas personalidade é o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB). Na terça-feira, Othelino Neto esteve no Palácio dos Leões, onde conversou com o governador Carlos Brandão (PSB) sobre as bases do relacionamento do novo Governo com a Assembleia Legislativa, devendo também ter conversado sobre os rumos da pré-campanha.

Othelino Neto foi o principal avalista do projeto de poder do senador Weverton Rocha (PDT), numa relação que se tornou estreita já nas eleições municipais de 2020. Atuou na contramão do seu partido, o PCdoB, mas com o cuidado de não criar qualquer embaraço político que estremecesse sua relação com o partido, com o governador Flávio Dino (PSB) ou com o próprio Carlos Brandão. Manteve sua aliança com Weverton Rocha desde que o senador anunciou sua pré-candidatura ao Governo do Estado já no início de 2021, no primeiro movimento organizado pelo governador Flávio Dino para escolher o candidato à sua sucessão na eleição de 2022. Naquele momento, Weverton Rocha e Carlos Brandão anunciaram suas pré-candidaturas, abrindo o tenso sucessório.

Othelino Neto se manteve ao lado de Weverton Rocha e integrou o núcleo do projeto de candidatura do chefe pedetista em todas as fases do processo, incluindo a reunião de 30 de novembro daquele ano, quando o governador Flávio Dino sugeriu o vice-governador Carlos Brandão para a avaliação pelo grupo, causando reação negativa do presidente e pré-candidato do PDT. Permaneceu no núcleo de sustentação da pré-candidatura até no início de março, decidido inclusive a migrar para o PDT na “janela” partidária de março, quando o martelo da maioria do grupo foi batido em favor de Carlos Brandão. Weverton Rocha não aceitou a escolha e decidiu manter sua pré-candidatura, deixando de lado os acordos em vigência ano após ano.

A política, principalmente quando o que está em jogo é uma disputa eleitoral de grande dimensão, a abre caminho para redefinições. Diante do aumento crescente da base política de Carlos Brandão e do encolhimento do suporte político mobilizado pelo senador Weverton Rocha, o presidente da Assembleia Legislativa fez uma leitura pragmática do cenário e decidiu que o melhor caminho para ele seria ficar no PCdoB e apoiar o seu pré-candidato a governador, no caso Carlos Brandão, compreendendo, portanto, que o racha poderia ser danoso para o grupo. Antes de formalizar sua posição, tentou, sem êxito, convencer o senador Weverton Rocha a reavaliar o seu projeto de candidatura. Se reincorporou ao seu núcleo político e partidário, e com seu cacife reforçado indicando a sua mulher, Ana Paula Lobato, vice-prefeitas de Pinheiro, para a vaga de candidato a primeiro suplente de senador na chapa encabeçada pelo ex-governador Flávio Dino.

Othelino Neto jogou como um político maduro e com os pés fincados no chão. Deve ser reeleito deputado estadual e, muito provavelmente, vendo Ana Paula Lobato sair das urnas como suplente de senador.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Bira acredita que se Weverton sair, Brandão pode vencer no primeiro turno

Bira do Pindaré: se Weverton Rocha sair, Carlos Brandão vence no primeiro turno

O PSB e seus aliados farão um grande esforço para que o governador Carlos Brandão seja reeleito já no primeiro turno, e se houver segundo turno é provável que o governador dispute com um candidato do campo bolsonarista. A possibilidade de reeleição em turno único aumentará se o senador Weverton Rocha vier a abrir mão do seu projeto e apoie o governador.

Esse leque de possibilidades foi rascunhado ontem pelo deputado federal Bira do Pindaré, presidente regional do PSB, em entrevista à rádio Mirante AM. Para ele, o ideal é reunir o grupo e isso significa dizer que o senador Weverton Rocha é a parte solta da aliança articulada pelo governador Flávio Dino e que definiu Carlos Brandão como candidato à sua sucessão.

Bira do Pindaré preferiu não fazer previsões a respeito do futuro da pré-candidatura do senador pedetista, mas disse acreditar que o governador Carlos Brandão caminha para a reeleição.

 

Imperatriz: Weverton lidera, mas Brandão vem ganhando força

Weverton Rocha lidera em Imperatriz, mas Carlos Brandão ganha aliados fortes

Após ler a última edição, que tratou da medição de força entre o governador Carlos Brandão e o senador Weverton Rocha em Timon e em Caxias, um leitor fiel da Coluna fez a seguinte indagação: “E em Imperatriz?!”

A resposta é simples. Ali, depois de um longo domínio de preferência pelo senador Weverton Rocha, que é filho da terra, a roda começou a girar e Carlos Brandão já começa a dar sinais de que pode virar o jogo. Os deputados estaduais Marco Aurélio (PSB) e Rildo Amaral (Solidariedade), o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), o ex-prefeito Sebastião Madeira – que finalmente chegou ao poder estadual no poderoso e influente cargo de chefe da Casa Civil – o ex-prefeito Ildon Marques se movimentam, cada um ao seu modo, candidatura de Carlos Brandão. Com Weverton Rocha está agora o prefeito Assis Ramos (União Brasil), cujo prestígio está em baixa. Uma pesquisa feita agora certamente apontará Weverton Rocha na liderança, mas pr0vavelmente mostrará também Carlos Brandão em ascensão.

São Luís, 16 de Abril de 2022.

Timon e Caxias: colégios onde Weverton e Brandão medem forças e dão as cartas

 

Carlos Brandão leva a melhor em Caxias e Weverton Rocha ainda vai bem em Timon na corrida ao voto

Terceiro e quinto maiores municípios e colégios eleitorais do Maranhão, Timon (168 mil habitantes e 107 mil eleitores) e Caxias (167 mil habitantes e 101 mil eleitores) travam uma guerra política cujos desdobramentos podem produzir reflexos importantes sobre a corrida eleitoral, especialmente no que diz respeito à disputa para o Governo do Estado. Em Timon, o grupo Leitoa tem o maior espaço político, a começar pelo fato de que controla a máquina municipal por meio da prefeita Dinair Veloso (PDT), e está alinhado à pré-candidatura do senador pedetista Weverton Rocha, com outras correntes apoiando a pré-candidatura do governador Carlos Brandão (PSB). Em Caxias, o grupo mais forte hoje é comandado pelo prefeito Fábio Gentil (Republicanos), alinhado de primeira hora de Carlos Brandão, que também tem o aval do grupo Coutinho, hoje representado pela deputada estadual Cleide Coutinho, que pertencia ao PDT, mas decidiu mudar para o PSB, para apoiar o governador à reeleição e o ex-governador Flávio Dino (PSB) para o Senado.

O caso de Timon é curioso. Durante mais de duas décadas, a política timonense foi ditada pelo hoje ex-prefeito e ex-deputado Chico Leitoa, um dos remanescentes do PDT criado por Jackson Lago, tendo o filho dele, o ex-deputado estadual, ex-deputado federal e ex-prefeito Luciano Leitoa, controlado o PSB, um caso raro em que num só município uma só família controla dois partidos importantes. Os Leitoa não se conformaram de perder o controle estadual do PSB, que passou a ser presidido pelo deputado federal Bira do Pindaré e se transformou numa força com o ingresso do governador Flávio Dino e do seu sucessor e candidato à reeleição Carlos Brandão. Os Leitoa queriam o PSB na base da pré-candidatura de Weverton Rocha, mas erraram no cálculo e perderam completamente seus vínculos com o partido.

Timon hoje abriga o seguinte cenário: todos os aliados de Chico Leitoa que estavam no PSB migraram para o PDT e estão fechados com a pré-candidatura de Weverton Rocha. Por outro lado, todas as correntes adversárias dos Leitoa, a liderada pelo coronel Schnneyder, que disputou a Prefeitura pelo Republicanos e ficou em segundo lugar; o deputado estadual Rafael Leitoa, dissidente do grupo Leitoa e que trocou o PDT pelo PSB, e mais ainda o ex-deputado estadual Alexandre Almeida, que deve apoiar Carlos Brandão. No momento, pesquisas indicam que o grupo Leitoa leva vantagem e dá maioria para Weverton Rocha, mas sinalizam também que essa vantagem está encolhendo com clara tendência de crescimento de Carlos Brandão em Timon.

Em Caxias aconteceu o inverso. Ali, o prefeito Fábio Gentil, reeleito com mais de 75% dos votos, o que faz dele a liderança política mais forte da Princesa do Sertão, está na linha de frente dos apoiadores da candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição. Ao mesmo tempo, a deputada estadual Cleide Coutinho, que pertencia ao PDT, deixou ontem o partido para se filiar ao PSB a fim de apoiar a candidatura do governador Carlos Brandão à sua reeleição. Na nota que divulgou para comunicar a mudança de partido e seus motivos, a deputada Cleide Coutinho disse o seguinte: “Agradeço ao PDT pelo acolhimento e respeito com que sempre me trataram, mas por coerência decidi me filiar ao PSB para ajudar ainda mais meus amigos Carlos Brandão e Flávio Dino, meus candidatos na próxima eleição”.

Em Caxias, portanto, as duas forças dominantes estão com o governador Carlos Brandão, sem força expressiva apoiando Weverton Rocha. A mudança anunciada pela deputada Cleide Coutinho consolidou a preferência dela e do seu grupo pela pré-candidatura do governador Carlos Brandão, aliás, posição revelada há meses, desde que ela anunciou sua decisão de não mais disputar eleições.

Nas contas de um ás da política estadual, no cenário de hoje, somadas as forças dos dois municípios, o saldo geral é favorável ao governador Carlos Brandão, mas sem o prognóstico de que Weverton Rocha esteja fora do páreo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Números divergem sobre a posição de prefeitos na corrida sucessória

Dinair Veloso e  Fábio Gentil

São divergentes as informações que estão correndo a respeito do posicionamento de prefeitos em relação aos candidatos ao Governo do Estado. Os números diferem, mas todos afirmam que no momento o governador Carlos Brandão já conseguiu o maior número de líderes municipais na sua base de apoio. Calcula-se que entre 110 e 120 prefeitos já são aliados declarados do governador na sua corrida à reeleição. O senador Weverton Rocha estaria com pelo menos 50 prefeitos apoiadores, ficando os demais divididos entre Josimar de Maranhãozinho (PL) e Lahesio Bonfim (PSC), e sobrando muito poucos para o senador Roberto Rocha, caso ele resolva disputar o Palácio dos Leões. Entre os apoiadores de Carlos Brandão, unânime que esse número de prefeitos vai aumentar. Por outro lado, não se percebe esse estado de ânimo entre os apoiadores do pré-candidato do PDT.

 

Anúncio com Detinha sinaliza definição de Josimar de Maranhãozinho

Josimar de Maranhãozinho praticamente lança Detinha à Câmara Federal pelo PL

O anúncio partidário do PL, ontem, na TV, tendo a deputada estadual Detinha como estrela, reclamando da baixa participação das mulheres na vida política do País, e concitando o universo feminino a se filiar a partidos e se candidatar à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal, pode ter funcionado também como recado sobre o futuro do deputado Josimar de Maranhãozinho. A peça de propaganda partidária sugere claramente que, como havia especulado o próprio chefão do PL: Detinha será candidata à Câmara Federal, restando a ele, Josimar de Maranhãozinho, quatro caminhos. O primeiro será tentar uma vaga na Assembleia Legislativa, projeto admitido por ele próprio. O segundo: disputar o Governo do Estado, projeto que já parece distante do parlamentar. Terceiro: ser candidato a senador, o que parece não ser do seu interesse, e ser candidato a vice-governador. Seu caminho mais provável é o que leva à Assembleia Legislativa.

São Luís, 14 de Abril de 2022.

Sem surpresa: PT mantém a “tradição” e racha em relação à disputa para o Palácio dos Leões

 

Carlos Brandão tem o apoio das cúpulas estadual e nacional e da maioria da militância; Weverton Rocha tem o apoio do braço petista de São Luís

Curiosa a importância que observadores estão dando à divisão do PT em relação à disputa para o Governo do Estado. Todos, a começar pelos leões que guardam, impávidos, o palácio-sede do Governo do Maranhão, sabem que o partido comandado por Lula da Silva, fundado no início dos anos 80, jamais participou unido de uma eleição em território maranhense. Daí não causar qualquer estranheza o fato de uma banda da representação do partido em São Luís se insurgir contra a aliança da agremiação com o PSB em torno da pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição, tendo como candidato a vice o petista Felipe Camarão, preferindo somar forças com o PDT em torno da pré-candidatura do senador Weverton Rocha. Vale anotar que a manifestação não é de agora, uma vez que, meses depois das eleições municipais, nas quais se aliou ao PCdoB em torno da pré-candidatura do deputado federal Rubens Jr., tendo o presidente do PT da Capital, vereador Honorato Fernandes, como candidato a vice, que não vingou, a banda petista ludovicense se alinhou ao projeto de candidatura do presidente pedetista ao Governo do Estado.

O PT sempre foi rachado no Maranhão, tendo a banda lulista, de esquerda moderada, representando a esmagadora maioria do partido, e uma banda que reúne segmentos mais à esquerda, e que milita basicamente em São Luís. Foram raríssimas as vezes em que as duas bandas atuaram harmonicamente, porque na maioria dos casos, mediram forças e travaram duros e zoadentos confrontos no arraial petista.

Para citar apenas os casos relacionados às disputas pelo Governo do Maranhão já neste século, o PT maranhenses viveu refregas internas históricas. O primeiro capítulo se deu pouco depois da virada do milênio, em 2000, quando a governadora Roseana Sarney (PMDB), vitimada por uma armação gestada dentro do ninho dos tucanos, desistiu da corrida à presidência da República, se candidatou ao Senado e declarou apoio à candidatura presidencial de Lula da Silva contra o tucano José Serra. Em 2006, Lula da Silva, já presidente, apoiou a candidatura de Roseana Sarney contra Jackson Lago (PDT), fazendo com que boa parte do PT se rebelasse e poiasse a candidatura do líder pedetista. Acordo que se repetiu em 2010, com o PT novamente apoiando Roseana Sarney desta vez contra Jackson Lago e Flávio Dino (PCdoB), agora tendo como candidato a vice o petista Washington Oliveira, hoje ministro do Tribunal de Contas do Estado.

A aliança do PT com os Sarney se manteve até 2014, quando os petistas, agora sob o comando da presidente Dilma Rousseff, eleita em 2010, de novo se dividiram, com a maioria apoiando a candidatura de Flávio Dino contra Lobão Filho (PMDB), tendo o candidato do PCdoB vencido a eleição no primeiro turno.  A união do PT se deu em 2016, motivada pela ação do governador Flávio Dino, que assumiu no estado e nacionalmente a defesa da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment, quando os Sarney se voltaram contra ela para garantir sua destituição e a ascensão do vice-presidente, o emedebista Michel Temer, o que aconteceu de fato. Na eleição de 2018, como não poderia deixar de ser, o PT se dividiu mais uma vez, mas sem muita zoada.

Esses rachas consecutivos tiveram consequências, entre elas a saída de dois nomes de peso do partido, o ex-deputado federal e ex-prefeito de São José de Ribamar, Domingos Dutra, que migrou para o PCdoB por não aceitar a relação do PT com o grupo Sarney, e o deputado federal Bira do Pindaré, que deixou o PT pelo mesmo motivo e hoje preside o braço estadual do PSB.

A situação de agora é rigorosamente a mesma, com o PT dividido entre duas candidaturas, com a banda menor apoiando o senador Weverton Rocha, esnobando a decisão do comando nacional, e a banda maior, chancelada pela cúpula partidária, apoiando a pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição. E, como sempre, sem qualquer possibilidade de acordo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lançamento de Bivar embaraça o União Brasil no Maranhão

Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes: lançamento de Luciano Bivar complica partido no estado

O lançamento da pré-candidatura presidencial do deputado federal Luciano Bivar criou uma confusão no braço maranhense do União Brasil, que está dividido por duas correntes, uma comandada pelo deputado federal Juscelino Filho, que apoia a pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), e outra tendo como líder o deputado federal Pedro Lucas Fernandes e que está alinhada à pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição. Fundador do extinto PSL e ex-bolsonarista, de quem só se afastou depois que o presidente e sua turma tentaram dar um golpe e se apoderado partido, que tinha um rico fundo partidário. No Maranhão, agora, vêm as indagações: Agora com candidato a presidente, o braço maranhense do União Brasil, controlado pelo deputado federal Juscelino Filho, vai continuar apoiando o senador Weverton Rocha, cujo partido tem candidato a presidente da República, Ciro Gomes (PDT)? E como fica agora a relação do deputado federal Pedro Lucas Fernandes em relação à candidatura do governador Carlos Brandão. É um caso complicado a ser resolvido.

 

Braide vai à Justiça e suspende greve de professores

Eduardo Braide: argumentos fortes contra a greve

O prefeito Eduardo Braide (sem partido) conseguiu travar o movimento grevista dos professores da rede municipal de ensino. Foi à Justiça pedir a suspensão da greve anunciada, colocando no pedido justificativas convincentes: reforma de escolas, progressões funcionais já efetivadas na categoria e projeto de nivelamento do salário básico ao piso nacional já enviado à Câmara Municipal, entre outras vantagens. Além disso, o titular do Palácio de la Ravardière lembra que não deixou de negociar com os professores, mantendo diálogo permanente com a categoria. A Justiça entendeu que os argumentos do prefeito de São Luís são mais consistentes do que os motivos alegados pelos professores para cruzar os braços e os mandou continuar trabalhando, já que os salários estão sendo pagos em dia.

São Luís, 13 de Abril de 2022.

Pré-candidatos aos Leões tentam agora consolidar seus projetos para as convenções de agosto

 

Acompanhado de Larissa Brandão, Carlos Brandão na inauguração de um restaurante popular em Matões, Weverton Rocha em pré-campanha intensa no interior, e Edivaldo Jr. em ato político em Bom Jesus das Selvas, na região sul

Passado o agito das definições partidárias, com a acomodação dos que ainda dependiam de uma legenda para encabeçar, a corrida dos pré-candidatos à governador às urnas entra agora numa fase mais longa, que desaguará nas convenções de gosto, daqui a três meses, portanto. Até agora, o favoritismo está dividido entre o governador Carlos Brandão (PSB) e senador Weverton Rocha (PDT), que medem força pela liderança na preferência do eleitorado no patamar dos 20% de intenções de voto, segundo as pesquisas mais recentes. No plano intermediário, o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Jr. (PSD), e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC), medem força, mas sem saber ainda se o senador Roberto Rocha (PTB) entrará ou não na briga. O time da poeira é liderado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), seguido pelo suplente de deputado federal Simplício Araújo (Solidariedade), pelo o professor Hertz Dias (PSTU) e pelo servidor público Enilton Rodrigues (PSOL), mas não dá sinais de reação.

Agora, quando se esperava que os pré-candidatos tirassem um pouco o pé do acelerador, está acontecendo exatamente o contrário com os três melhor situados nas pesquisas – Carlos Brandão, Weverton Rocha e Edivaldo Jr.. Eles decidiram intensificar, cada um ao seu modo, suas pré-campanhas no interior do estado, cumprindo programações cheias, aproveitando o momento para consolidar e dinamizar suas posições.

O governador Carlos Brandão incursionou pelo Leste maranhense no fim da semana, visitou Colinas, sua terra natal, onde, em meio a fortes manifestações de entusiasmo, tomou conhecimento de um protesto de professores da rede municipal contra a prefeita colinense Valmira Miranda (PL), sua aliada. O ponto alto da sua agenda foi o aniversário de Parnarama, onde recebeu a reafirmação de apoio do prefeito Raimundo Silveira (PROS), tendo passado também por Matões, apesar de o prefeito Ferdinando Coutinho (União Brasil) haver declarado apoio à pré-candidatura de Weverton Rocha. Já o pré-candidato do PDT foi também ao Vale do Itapecuru, comanda do uma grande manifestação em Codó e outra em Matões do Norte, reafirmando nos seus discursos que sua candidatura é irreversível. E Edivaldo Jr. percorreu municípios da região Sul, tendo realizado uma grande concentração em Bom Jesus das Selvas, onde recebeu o apoio da ex-prefeita Cristiane Damião (PSD) e do grupo dela. Edivaldo Jr., Carlos Brandão e Weverton Rocha cumprirão roteiros intensos nas diversas regiões pelos próximos três meses.

Depois de Edivaldo Jr., que no momento é o que tem futuro mais promissor entre os pré-candidatos do grupo intermediário, Lahesio Bonfim é o nome que mais se movimenta no grupo intermediário. Ele tenta articular uma base de apoio e já fala em compor sua chapa escolhendo o candidato a vice, admitindo uma dobradinha com o PTB se o senador Roberto Rocha se candidatar à reeleição. O agora senador petebista se mexe fortemente nos bastidores em busca de uma base política e partidária mínima que lhe dê condições de decidir entre ser candidato à reeleição, o que o levará a um confronto direto com o ex-governador Flávio Dino (PSB), ou ao Governo do Estado, para enfrentar Carlos Brandão, Weverton Rocha, Edivaldo Jr. e Lahesio Bonfim por uma vaga num eventual segundo turno.

Nesse contexto, surpreende o silêncio do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que há dias não reafirma sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões, deixando no ar a impressão de que está refazendo seus planos. Por outro lado, Simplício Araújo se mantém ativo nas redes sociais, reafirmando diariamente seu projeto de candidatura, mas sem fazer movimentos que indiquem ser ele irreversível; ao contrário, a manutenção do discurso sugere com clareza que Simplício Araújo como pré-candidato a governador está se mostrando um bom candidato a deputado federal. Hertz Dias e Enilton Rodrigues permanecem sem fazer qualquer movimento externo.

As próximas semanas, portanto, serão de movimentação intensa, podem do o eleitorado e a classe política serem surpreendidos por mudanças importantes nesse cenário.

 

PONTO & CONTRAPONTO

MDB maranhense tem cenários diversos sobre sucessão presidencial

Lula da Silva e José Sarney repetiram ontem esses encontro, em Brasília, mas sem a presença de Roseana Sarney

O braço maranhense do MDB caminha para enfrentar três possíveis cenários: um sem candidato a presidente da República nem governador do Maranhão, outro com candidato emanado da chamada terceira via, que poderá ser inclusive a senadora emedebista Simone Tebet, e o terceiro apoiando o ex-presidente Lula da Silva (PT).

O primeiro cenário está descartado, já que, mesmo não lançando um candidato do partido, o MDB fará aliança que o colocarão numa posição de proa uma candidatura forte, como a do líder petista. Nesse caso, o seu alinhamento com a aliança liderada pelo governador Carlos Brandão será integral.

No segundo cenário, os emedebistas maranhenses não terão maiores dificuldades de apoiar um candidato da terceira via, mas terá de separar bem as coisas em relação ao governador Carlos Brandão, que poderá manter a aliança com o partido no plano local e divergindo no plano nacional.

E terceiro será o cenário mais provável, que é, mesmo tendo o partido um candidato da terceira via, o MDB do Maranhão marchará apoiando o ex-presidente Lula da Silva., alinhado com as forças do governo Carlos Brandão.

Os movimentos do ex-presidente José Sarney sugerem que ele quer o MDB maranhense alinhado ao ex-presidente Lula da Silva.

 

Clayton Noleto se consolida como nome forte para a Câmara Federal

Clayton Noleto

Junto com os deputados federais Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Jr. (PSB), o ex-secretário de Infraestrutura, Clayton Noleto. É um dos homens fortes do grupo mais próximo ao ex-governador Flávio Dino para disputar cadeira na Câmara Federal. Ele foi figura-chave no Governo Flávio Dino no comando da pasta durante mais de sete anos, tentou ser candidato a prefeito de Imperatriz em 2016 e 2020, mas acatou pedido do governador para permanecer à frente da pasta. Ao longo desses anos, construiu, calma e firmemente, as bases da sua candidatura à Câmara Federal. Um exemplo desse processo é o apoio que vem recebendo do ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, que abriu de ser candidato para apoiá-lo, decisão que tomou antes de ser convidado pelo governador Carlos Brandão para assumir a Casa Civil. E o resultado se desincompatibilizou como um dos nomes incluídos em todas as listas de prováveis eleitos para a Câmara Federal.

São Luís, 12 de Abril de 2022.

Pré-candidatos ao Governo começam a definir suas relações com pré-candidatos a presidente

 

Carlos brandão vai com Lula da Silva, Weverton Rocha ainda não declarou apoio a Ciro Gomes, Lahesio, Josimar de Maranhãozinho e Roberto Rocha vão com Jair Bolsonaro; Hertz Dias apoia Vera Lúcia; Simplício Araújo deve apoiar Lula da Silva; Edivaldo Jr. aguarda decisão do PSD e Enilton Roxdrigues não tem candidato a presidente

Ao mesmo tempo em que vão montando e ajustando suas bases e suas chapas, os pré-candidatos ao Governo do Estado já definem seus candidatos a presidente da República. A participações dos pré-candidatos presidenciais nas chapas estaduais variam muito de importância. Enquanto Lula da Silva (PT) tem peso elevado no cacife político e eleitoral do governador e candidato à reeleição Carlos Brandão (PSB), Ciro Gomes (PDT) parece ainda não existir para o pré-candidato do PDT ao Governo estadual, senador Weverton Rocha, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição, pode acabar ganhando três palanques no Maranhão, por meio das pré-candidaturas do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSC), do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e do senador Roberto Rocha (PTB). Além desses, só o pré-candidato do PSTU, Hertz Dias, conta com a candidata presidencial do partido, Vera Lúcia. Edivaldo Holanda Jr. (PSD) ainda não tem parceiro presidencial, mas seu partido certamente se aliará a um nome, e Simplício Araújo (Solidariedade), deve apoiar o pré-candidato petista. Enilton Rodrigues (PSOL) é o único pré-candidato a governador cujo partido não tem candidato a presidente.

Além de já ter composto sua chapa, o governador Carlos Brandão poderá entrar na pré-campanha presidencial tão logo PT e PSB formalizem a chapa Lula da Silva/Geraldo Alckmin. O acordo agora só depende do ex-presidente e do PT, uma vez que o PSB fez a parte dele na sexta-feira (8) ao indicar o ex-governador de São Paulo para ser o seu companheiro de chapa. No momento em que Lula da Silva for confirmado pré-candidato do PT, a aliança será ratificada, abrindo caminho para que o governador Carlos Brandão possa inclui-la no seu discurso de campanha. O fato é que a chapa Lula/Alckmin atuará no Maranhão no palanque do governador Carlos Brandão. Se mantiver sua candidatura, Simplício Araújo seguirá a orientação do seu partido, o Solidariedade, de apoiar a chapa Lula/Alckmin.

Ainda que o seu partido, o PDT, tenha pré-candidato definido ao Palácio do Planalto, o ex-governador cearense e ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes, o pré-candidato do partido ao Governo do Maranhão, senador Weverton Rocha, ainda não bateu martelo sobre apoia-lo ou não. Weverton Rocha apostou alto numa aliança com o PT e o ex-presidente Lula da Silva, mas a aposta foi perdida, de um lado pela confirmação da pré-candidatura de Ciro Gomes pelo PDT, e de outro pela aliança PT/PSB. Complica ainda mais a situação o agora agressivo discurso antiLula adotado por Ciro Gomes, que para muitos analistas, favorece o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

No jogo dos apoios estaduais, o presidente Jair Bolsonaro poderá ter três palanques, caso os três pré-candidatos bolsonaristas não cheguem a um acordo, o que parece cada vez mais distante. Lahesio Bonfim vinha ensaiando independência em relação ao presidente Jair Bolsonaro, mas o seu ingresso no PSC, comandado no Maranhão pelo deputado federal bolsonarista Aloísio Mendes, vice-líder do Governo na Câmara Federal, o que faz dele um dos “homens de confiança” do presidente da República no Congresso Nacional. Lahesio Bonfim ganhou a sigla, mas com a contrapartida de incluir o projeto de reeleição do presidente no seu discurso de campanha. Por sua vez, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho montará palanque para Jair Bolsonaro no Maranhão mesmo que venha retirar sua pré-candidatura a governador para se candidatar à Assembleia Legislativa e investir na pré-candidatura da deputada estadual  Detinha (PL), sua esposa, à Câmara Federal.  E, finalmente, o senador Roberto Rocha, que ainda não decidiu se disputará a eleição para governador ou para senador.  Mas, independentemente do que vier a disputar, a condição dele de presidente estadual do PTB o obriga a montar palanque para o presidente no Maranhão. Vale destacar que os três pré-candidatos bolsonaristas juntos formam uma força eleitoral considerável.

O circuito dos “com candidato presidencial” se fecha com Hertz Dias, pré-candidato do PSTU ao Governo do Estado, que terá também a tarefa de abrir espaço para a candidata do partido à presidência da República, a militante social Vera Lúcia, que entra no páreo pela segunda vez.

Já os “sem candidato presidencial” se resumem a dois. O primeiro é Edivaldo Holanda Jr., cujo partido, o PSD, ainda não decidiu se lançará um nome ao Palácio do Planalto ou participará de uma composição indicando o candidato a vice. Essa definição virá nos próximos dois meses, e vai depender muito da articulação que está sendo feita para o lançamento de uma chapa na chamada “terceira via”. Por enquanto, Edivaldo Jr. faz pré-campanha sem incluir a corrida presidencial no seu discurso. O outro caso é Enilton Rodrigues, pré-candidato do PSOL, partido que decidiu não lançar candidato a presidente, mas com indicativos de que poderá apoiar a chapa Lula/Alckmin num eventual segundo turno.

Por enquanto, é esse o cenário para a montagem dos palanques presidenciais no Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton tropeça ao retirar assinatura de requerimento pedindo CPI na Educação

Weverton Rocha 

Independentemente das razões que o fizeram mudar de ideia, a decisão do senador Weverton Rocha (PDT) de retirar sua assinatura da CPI para apurar falcatruas cometidas por pastores no Ministério da Educação foi uma pancada na sua imagem de jovem político de centro-esquerda, de oposição e pré-candidato ao Governo do Maranhão com um discurso de paladino de causas populares. Tivesse se contido e não assinasse o requerimento, ninguém poderia cobrá-lo ou acusá-lo de omissão, mesmo se tratando de um caso escandaloso, que chocou até mesmo bolsonaristas não radicais. Mas, retirar a assinatura atendendo a pedido do líder do Governo no Senado, senador Carlos Viana (PL-MG), que fez a operação de contra-ataque sob a orientação da Casa Civil, colocou o senador maranhense numa incômoda berlinda. Que motivos o levaram a atender ao pedido do líder governistas e retirar a assinatura? Difícil responder e ser convincente.

 

Dino volta à UFMA para dar aulas e “recarregar as baterias”

Flávio Dino retorna hoje à sala de aula no |Curdo de Direito da UFMA

O ex-governador Flávio Dino (PSB), pré-candidato ao Senado, volta hoje à sala de aula do Curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão, onde ministrará a disciplina Direito Penal, assumindo também Direitos Humanos, que ministrará depois da Semana Santa. Assim como ingressou na magistratura, Flávio Dino se tornou professor da UFMA por concurso público em 1994, tendo iniciado sua carreira com a disciplina Direito Constitucional, tendo sido ainda, um pouco mais tarde, responsável por Direito Ambiental. Além do seu fascínio pelo magistério, especialmente pelo Curso de Direito, Flávio Dino nutre uma paixão especial pela UFMA, onde se graduou bacharel em Direito e, ao longo do curso, mergulhou fundo nos estudos e no exercício da política como militante de proa do movimento estudantil. Retornar à sala de aula será também recarregar as baterias para o próximo embate, que é chegar ao Senado.

São Luís, 11 de Abril de 2022.

Weverton continua na luta, mas seu projeto, que já foi forte, agora fragiliza aliados que não mudaram

 

Projeto de Weverton Rocha: Othelino Neto voltou forte ao seio do grupo de origem; Neto Evangelista seguiu em frente e enfrenta dificuldades para se reeleger deputado estadual

É verdade que a corrida ao Palácio dos Leões está apenas começando, agora numa fase em que as forças estão bem mais definidas, e que ainda tem muita estrada pela frente, não há como ignorar o fato de que o projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), que começou sua marcha causando a impressão de ser um rolo compressor sem obstáculo, perdeu gás suficiente para que seu futuro seja colocado em dúvida. E como acontece com frequência na seara política, processos como esse costumam fazer vítimas dentro do próprio grupo de apoiadores, sendo que uma anteveem o abismo, mudam de rumo e se salvam, enquanto outras não conseguem e marcham para um provável desastre. No grupo articulado pelo senador pedetista, dois casos exemplares: o deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa, e o deputado estadual Neto Evangelista, que migrou do DEM para o PDT.

Político jovem e inteligente, o deputado Othelino Neto surpreendeu quando se afastou do projeto apoiado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) com a candidatura do deputado Duarte Jr. (Republicanos) à Prefeitura de São Luís em 2020, apostando no projeto do senador Weverton Rocha de eleger o deputado estadual Neto Evangelista (DEM). O candidato não deslanchou, mas o grupo se manteve contra o candidato do Palácio dos Leões e apoiou o deputado federal Eduardo Braide (Podemos), que venceu a eleição, favorito que foi desde o início. No passo seguinte, Othelino Neto se tornou um dos esteios da pré-candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo do Estado, posição que manteve até perceber que o projeto não se sustentaria.

Num jogo aberto, Othelino Neto suspendeu sua migração do PCdoB para o PDT e, manifestando respeito e desejando sucesso ao senador, declarou apoio ao governador Carlos Brandão, seguindo a linha do seu partido. E foi além ao emplacar sua esposa, Ana Paula Lobato, vice-prefeita de Pinheiro, pré-candidata a suplente de senador na chapa do ex-governador Flávio Dino (PSB), vaga sonhada por muitos políticos de peso. Em resumo: como um político maduro e racional, o presidente da Assembleia Legislativa usou a lógica e o pragmatismo político, e fez a escolha mais adequada no contexto político desenhado até aqui.

O deputado Neto Evangelista fez o contrário. Vitimado pela polarização Eduardo Braide/Duarte Jr. na corrida à Prefeitura de São Luís, e já tendo sofrido uma derrota como candidato a vice-prefeito na chapa do prefeito João Castelo em 2012, o parlamentar embarcou de cabeça no projeto de candidatura, inicialmente acreditando que teria cacife suficiente para disputar uma cadeira na Câmara Federal. Cria de João Evangelista, um político hábil, que driblou todos os obstáculos e chegou ao comando do Poder Legislativo estadual num momento de transição na política maranhense, Neto Evangelista não fez a leitura correta dos fatos e se manteve no projeto do senador Weverton Rocha: trocou o União Brasil pelo PDT, tentou, sem sucesso, articular suporte para disputar uma Câmara Federal, desistiu do projeto e agora cuida de se rearticular para tentar o quarto mandato consecutivo de deputado estadual. Só que num momento em que a briga por votos para o parlamento maranhense já está acirrada.

Alguns dirão que a comparação é injusta, uma vez que Othelino neto é o presidente da Assembleia legislativa, portanto com maior margem de manobra numa articulação dessa natureza, enquanto Neto Evangelista é apenas um deputado estadual. Não é bem assim. Se Othelino Neto tivesse permanecido como avalista do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha, corria o risco de amargar forte desgaste político, ainda que se reelegesse. Se Neto Evangelista tivesse permanecido leal ao Governo que lhe deu o comando da Secretaria de Desenvolvimento Social durante três anos, o que lhe assegurou a reeleição em 2018 com 49 mil votos, sua situação política e eleitoral certamente seria outra.

A virada na senadora Eliziane Gama (Cidadania), orientada pelo instinto de sobrevivência – ela tem um mandato a ser renovado em 2026 -, referenda essa avaliação.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão surpreende interlocutores pelo conhecimento sobre assuntos do Governo

Carlos Brandão deu alinha de ação administrativa na posse da equipe de Governo

Errou feio quem esperava que ao assumir o Governo Carlos Brandão (PSB) deitaria na fama e aguardaria o resultado da eleição. Ao contrário, ele turbinou seus movimentos, fazendo verdadeiro malabarismo para conciliar a rotina de trabalho administrativo, com as audiências palacianas e os compromissos políticos de pré-campanha. Desde a posse, os itens diários da sua agenda aumentaram de tal maneira consomem nada menos que 14 horas por dia. No despacho com secretários, o governador Carlos Brandão é minucioso nos detalhes, fazendo questão de se informar sobre todos os aspectos do projeto ou da proposta apresentada. Tem surpreendido alguns interlocutores pelo grau de conhecimento que detém sobre os assuntos do Governo. Muitos agora se dão conta de que ele nada teve de decorativo nos sete anos e três meses como vice-governador.

 

PSOL pode abrir a guarda e apoiar Brandão num eventual segundo turno

Enilton Rodrigues visitou Flávio Dino acompanhando o presidente nacional do PSOL

Não será surpresa se o PSOL somar forças com o governador Carlos Brandão num eventual segundo turno na disputa pelo Palácio dos Leões no caso de o seu candidato, Enilton Rodrigues, não passar da primeira volta. Uma eventual aproximação está sendo trabalhada pelo ex-governador Flávio Dino (PSB), que tem mantido contatos frequentes sob as lideranças do partido no Maranhão e no plano nacional. O braço maranhense do PSOL fez oposição sistemática ao Governo do PCdoB, mas o então governador Flávio Dino manteve as portas abertas ao partido durantes os seus sete anos de gestão. O sinal mais evidente dessa possibilidade foi a visita que o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, acompanhado do pré-candidato do partido a governador Enilton Rodrigues, fez ao ex-governador Flávio Dino, na sede do PSB, em São Luís. Vale lembrar que o PSOL está em processo de federação com a Rede, que quer apoiar o senador Weverton Rocha (PDT). Essa diferença abre caminho para uma relação forte do PSOL com o PSB.

São Luís, 09 de Abril de 2022.

Pela unidade: Eliziane declara apoio a Brandão e apela a Weverton para que desista

 

Eliziane Gama declarou apoio a Carlos Brandão e pediu a Weverton Rocha que faça o mesmo; ele não aceitou

A senadora Eliziane Gama (Cidadania) fez ontem o que até as pedras de cantaria da Praia Grande já sussurravam: desembarcou do foguete do senador Weverton Rocha (PDT) e embarcou na locomotiva do governador Carlos Brandão (PSB) rumo as eleições de outubro. E fez a manobra dentro dos padrões éticos das decisões políticas decentes, jogando abertamente, sem usar subterfúgios, e assumindo os riscos que todo movimento ou gesto dessa natureza costuma produzir. Refletiu, examinou o cenário de agora e as possibilidades do futuro, tomou a decisão e a comunicou imediatamente ao pré-candidato do PDT e ao eleitorado em postagens nas suas redes sociais. Na justificativa, um argumento irrefutável: mudou de rumo em nome da unidade, apelando para que o senador Weverton Rocha arquive o seu projeto de candidatura e fortaleça a unidade do grupo em torno do projeto de reeleição do governador Carlos Brandão e da candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao Senado. O senador não aceitou.

Esperado por muitos e visto como impossível por alguns, o movimento da senadora Eliziane Gama foi um ato de pragmatismo político, ao qual se juntam fina argúcia e apurado instinto de sobrevivência dos quais são dotados os políticos mais bem-sucedidos. Uma das primeiras lideranças da aliança comandada por Flávio Dino a declarar apoio à pré-candidatura de Weverton Rocha, a senadora manteve sua posição e o seu discurso de sustentação até quando começou a se dar conta de que o pré-candidato pedetista dificilmente teria combustível suficiente para manter o seu foguete no ar.

Nos bastidores, corre que, nas últimas duas semanas, Eliziane Gama conversou diversas vezes com Weverton Rocha, tentando fazê-lo mudar de ideia e arquivar sua pré-candidatura, evitando assim o racha no grupo criado e mantido às duras penas por Flávio Dino nos últimos sete anos. Encontrou no colega senador um pré-candidato obstinado e determinado a seguir em frente, mesmo que praticamente sozinho. A exemplo do que fez anteriormente o deputado Othelino Neto (PCdoB), que tentou demovê-lo diante do rápido esvaziamento do grupo de apoio criado ainda no ano passado, Eliziane Gama usou fortes argumentos, sem, no entanto, dissuadir o colega senador quanto ao projeto de candidatura.

Ontem, ela postou nas suas redes sociais: “Respeito a decisão do colega Weverton em continuar com sua candidatura, mas vou pela unidade, reafirmando nosso apoio ao amigo Flávio Dino para o Senado e, para governador, apoiaremos Carlos Brandão em nome do desenvolvimento do Maranhão implantado pelo governador Flávio Dino. Finalizo deixando, mais uma vez, meu apelo ao colega Weverton Rocha para que fique conosco em nome da unidade e do progresso do Maranhão, nesse grande projeto comandado por nosso líder Flávio Dino”. O senador Weverton Rocha respondeu em seguida: “Respeito a decisão da amiga Eliziane. Mas preciso lembra-la que apoiar um governador que acaba de nomear cinco membros da oligarquia Sarney como secretários contraria o que sempre defendemos e somos. Por aqui, luta que segue. Te espero de braços abertos no segundo turno, Eliziane”.

Ainda que informalmente, Eliziane Gama reforçou a aliança partidária de apoio a Carlos Brandão com o PSDB e com o Cidadania, juntados numa federação, sendo o primeiro controlado por Inácio Melo, marido e operador político, e o segundo presidido pelo irmão, Eliel Gama, apoiador de Carlos Brandão desde o primeiro momento. A família Gama rachou, tendo Eliel Gama impedido que a senadora levasse o Cidadania para a órbita do projeto de candidatura do chefe pedetista. A reviravolta de Eliziane Gama reconcilia também a banda política da família.

Com o engajamento da senadora Eliziane Gama, o governador Carlos Brandão consolida de vez o seu projeto de reeleição e o ex-governador Flávio Dino vê mais próxima a reunificação total da grande aliança que esculpiu em 2014.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Resposta de Weverton a Eliziane indica que ele quer confrontar Brandão

Se por um lado foi bem-sucedida no que diz respeito a elas própria, a mudança da senadora Eliziane Gama não funcionou em relação ao senador Weverton Rocha. Na sua resposta ao seu apelo, ao mesmo tempo em que até tentou ser gentil para com ela o senador pedetista respondeu de maneira áspera em relação ao governador Carlos Brandão, deixando no ar a impressão de que quer o confronto. Essa disposição ficou clara quando, em tom de censura, lembrou a Eliziane Gama que o governador nomeou para sua equipe “cinco membros da oligarquia Sarney, contraria tudo o que defendemos e somos”. Com a resposta, dá a entender que não está nem aí para o ideal de grupo e que não leva em conta os esforços políticos do ex-governador Flávio Dino. Com essa reação, o senador Weverton Rocha reforça a ideia de que sua pré-candidatura é, de fato, um projeto impessoal, que não leva em conta a noção de grupo.  E se estiver apostando num embate direto com o governador Carlos Brandão, deve ser aconselhado a recolher as armas, uma vez que o pré-candidato do PSB já sinalizou que não se deixará dominar por provocações. Ao contrário, parece disposto a seguir acenando para que o senador traga o foguete de volta ao solo em segurança e embarque na locomotiva.

 

Maranhãozinho quer repetir campeonato de votos com Detinha

Josimar de Maranhãozinho e Detinha querem ser de novo campeões de voto 

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) está determinado a fazer com que sua esposa, a deputada estadual Detinha (PL) saia das urnas de outubro como a campeã de votos para a Câmara Federal e dele próprio de novo campeão de votos para a Assembleia Legislativa, caso reveja sua pré-candidatura do Governo do Estado. O presidente estadual do PL sabe o que diz quando fala em grandes votações em eleições proporcionais. Em 2014, saiu das urnas como campeão de votos para a Assembleia Legislativa, com pouco mais de 90 mil votos. Em 2018, foi o mais votado para a Câmara Federal e, como se isso não bastasse, sua esposa, Detinha, foi a mais votada para a Assembleia Legislativa. Se não mantiver sua pré-candidatura a governador, irá para as urnas com esses dois desafios.

São Luís, 08 de Abril de 2022.