Expectativa: como vem o pré-candidato Weverton Rocha após a pausa da Semana Santa?

 

Weverton Rocha: decisões difíceis pela frente

Não se trata de uma espera tensa, mas há no meio político um clima de expectativa em relação aos próximos passos do senador Weverton Rocha (PDT) na condição de pré-candidato ao Palácio dos Leões. Ele se afastou do cenário da disputa, refugiou-se com a família em algum lugar aprazível do interior do Maranhão, aproveitando para descansar, colocar as ideias em ordem e planejar seus próximos movimentos. Nos bastidores, as especulações correm soltas, e vão desde a afirmação de que o senador pedetista retomará a pré-campanha com força total, até o zumzum inconsistente de que ele estaria preparando terreno para reavaliar o seu projeto de candidatura. Na avaliação de um político que o conhece bem, Weverton Rocha dificilmente se retirará da corrida aos Leões, sendo quase certo que ele retomará a campanha com a mesma intensidade, ainda que embalado por uma base política muito reduzida por conta das perdas que sofreu nas últimas semanas, como o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), e a senadora Eliziane Gama (Cidadania), que declararam apoio à pré-candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição.

Para quem começou a pré-campanha com o suporte de um grupo político expressivo, o pré-candidato do PDT chegou às vésperas da Semana Santa enfrentando a diminuição, dia após dia, da sua base de apoio, principalmente prefeitos, vários do seu próprio partido, por conta da migração para a base do governador Carlos Brandão. Esse movimento, que aconteceu e continua acontecendo nas mais diferentes regiões do estado, fragilizou o seu projeto de candidatura, mas, ao que tudo indica, não foi até agora suficiente para ele acionar o botão de “volver!” do seu foguete, que como ele próprio tem dito, não dá marcha à ré. E pelo que foi visto até na semana passada, antes da pausa para descanso, a tendência é manter-se na disputa, “dê no que der”.

Depois de se dar conta de que o seu favoritismo foi minado e perdeu consistência, Weverton Rocha mandou um recado contundente ao meio político informando que sua pré-candidatura está de pé, não havendo, pelo menos neste momento, nenhuma possibilidade de rever o seu projeto de poder. Ao contrário, a disposição por ele exibida é a de intensificar a pré-campanha, retomando a maratona de atos políticos nos municípios. E mesmo em meio aos rumores que correm nos bastidores, o mais provável é que o senador reafirme sua pré-candidatura e volte com tudo à corrida às urnas. O problema é que, ao contrário do que aconteceu nos primeiros momentos, quando ele dominou a cena como favorito, com as pesquisas ap0ntando-o muito à frente dos demais concorrentes, ele agora tem pela frente um governador em busca da reeleição.

Weverton Rocha tem faro e experiência suficientes para saber que ainda está no jogo, mas sem o poder de fogo de alguns meses atrás, o que torna sua caminhada muito mais difícil. Sabe também que a eleição de um governador não é fruto de um projeto solitário, mas resultado de um movimento de grupo. A pausa da Semana Santa pode ter servido para planejar a montagem de uma nova base política por meio de novas alianças. Isso porque seu projeto de poder dificilmente se sustentará se ele partir para uma campanha solo de inspiração populista, já que o seu principal adversário, o governador Carlos Brandão, tem um grupo, uma chapa montada e um líder maior como referência, o ex-governador Flávio Dino (PSB), favorito na corrida à vaga de senador.

E não bastassem as dificuldades com o seu projeto de candidatura, o senador Weverton Rocha está também desafiado a demonstrar à cúpula nacional do PDT a sua liderança como chefe do partido no Maranhão, elegendo o maior número possível de deputados federais, que é o que de fato importa para as agremiações partidárias no atual formato político do Brasil.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino vê plebiscito na eleição presidencial, que pode ter uma terceira via

Flávio Dino vê eleição presidencial como plebiscito sobre o presidente Jair Bolsonaro

Do ex-governador e pré-candidato ao Senado Flávio Dino (PSB), em entrevista concedida ontem ao jornal Valor:

Plebiscito

“O povo sabe que uma reeleição é um plebiscito, se o presidente deve continuar ou não. A chave predominante da eleição não será PT e anti-PT, essa foi a chave em 2018. A chave predominante agora, quem está em julgamento, é o (presidente Jair) Bolsonaro. A pergunta que vai decidir a eleição é: Bolsonaro merece mais quatro anos ou não? Pode botar todo o dinheiro do orçamento secreto, ele vai perder a eleição. Agora vai ser um baile? Vai ser massacre? Acho que não, tem muita disputa”.

Terceira via

“Ainda temos uma margem de imprevisibilidade que joga contra o Bolsonaro que é a possível consolidação de uma alternativa de terceira via, ou mesmo o crescimento do Ciro (Gomes, do PDT). Qualquer coisa que se consolide fora do bolsonarismo atrapalha o crescimento dele. A terceira via só cresce disputando pelo campo da direita. O que drenou a energia vital do pensamento de centro-direita no Brasil não foi o Lula, não foi a esquerda, foi a extrema direita, foi o bolsonarismo. Ela [terceira via] tem que de fato combater o bolsonarismo na eleição de 2022, e para ter sobrevivência no futuro. Eu espero que eles tenham êxito, porque Bolsonaro perderá, mas nós precisamos que também o bolsonarismo volte para a sua casinha. (Precisamos) que o demônio volte para o inferno. Para isso, é preciso que haja mais exorcistas em ação”.

 

Othelino leva a Brandão apoio dos prefeitos de Vargem Grande, Santa Helena e Pedro do Rosário

Othelino Neto, Carlos Brandão e Carlinhos Barros: pacto político selado para eleição de outubro

O presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB) reforçou ontem a base da pré-candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição com a adesão de três prefeitos importantes: Carlinhos Barros (PCdoB), de Vargem Grande, Zezildo Almeida, de Santa Helena (PTB) e Toca Serra (PCdoB), de Pedro do Rosário. A adesão de Carlinhos Barros já era prevista, uma vez que desde o início ele se manteve no PCdoB, permanecendo leal à posição do presidente da Assembleia Legislativa numa aliança que se mantêm a várias eleições. É caso do prefeito de Santa Helena, Zezildo Almeida, que apoiará Carlos Brandão mesmo que seu partido venha a lançar o senador Roberto Rocha ao Governo do Estado. E Toca Serra é líder em Pedro do Rosário e na região. “É um momento politicamente importante, reforçando o nosso projeto de fazer com que o Maranhão continue se transformando para melhor”, disse o deputado no encontro com o governador Carlos Brandão.

São Luís, 19 de Abril de 2022.

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