Arquivos mensais: dezembro 2021

Dino prevê vitória de Lula sobre Bolsonaro e avalia que qualquer governador seria melhor que o atual presidente

 

Flávio Dino aposta que Lula da Silva vencerá Jair Bolsonaro nas urnas nas eleições do ano que vem

A corrida presidencial ruma para uma disputa de segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula da Silva (PT), e nesse cenário, o líder petista vencerá o presidente, inclusive no Maranhão, com vantagem bem larga. É o que prevê o governador Flávio Dino (PSB), sugerindo aos apostadores que invistam nessa disputa, que no final é o que vai prevalecer como desfecho da corrida ao Palácio do Planalto. O governador não subestima o poder de fogo do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos), mas avalia que ele disputará o terceiro lugar com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). E manifestando sua aspiração pessoal, defende a mobilização das forças progressistas e democráticas em torno do ex-presidente Lula da Silva, que terá seu apoio em qualquer circunstância. Porém, alerta que não se deve achar que o presidente Jair Bolsonaro esteja liquidado. E lembra que, além de ter uma fatia do eleitorado que lhe é fiel, o presidente vem dando seguidas demonstrações de que usará a máquina federal à exaustão para obter a reeleição.

O governador Flávio Dino desenhou esse cenário ao participar, ontem, de uma conversa sobre a situação econômica e política do Brasil no portal MvNews. Ele ponderou que ainda é cedo para se prever e cravar um desfecho para a sucessão presidencial, mas disse acreditar que os brasileiros, mesmo assediados com o “pacote de bondades” que o Palácio do Planalto está montando com os bilhões da folga orçamentária federal aberta pela desfiguração da PEC dos Precatórios, não renovarão o mandato do presidente Jair Bolsonaro. “Ele é muito ruim e despreparado”, definiu, sugerindo que qualquer um dos atuais governadores – “escolhido por sorteio” – governaria melhor que o atual presidente. Ao mesmo tempo, Flávio Dino reafirmou sua tese segundo a qual Lula da Silva é imprescindível, mas não suficiente, e que a tarefa de derrotar Jair Bolsonaro à frente da poderosa e bilionária máquina federal é de todos os líderes comprometidos com a democracia.

As manifestações do governador do Maranhão acontecem no momento em que as pré-candidaturas presidenciais começam a ser definidas, com tendência no sentido de que o quadro de candidatos seja o seguinte: Jair Bolsonaro, Lula da Silva, Ciro Gomes (PDT), Sérgio Moro, João Dória e, num plano mais remoto, o senador Rodrigo Pacheco (PSD) e o cientista político Felipe D`Ávila (Novo). Todas as avaliações remetem para a conclusão de que com esse quadro de aspirantes, a corrida sucessória à presidência da República reforçará, sem qualquer sombra de dúvida, a já desenhada polarização Lula/Bolsonaro. Esse cenário só correrá riscos se Sérgio Moro ou João Dória conseguir construir as condições políticas para encarnar a chamada “terceira via”, reunindo segmentos da direita tradicional e antifascista, de centro-direita, de centro e de centro-esquerda.

Adversário inconciliável tanto de Lula da Silva quanto de Jair Bolsonaro, pelas razões já amplamente conhecidas, Sérgio Moro está saindo na frente de João Dória na busca de alianças que lhe assegurem a liderança desses segmentos no Nordeste, decidido a dividir por três o eleitorado já amplamente posicionado com o líder petista e, em escala bem menor, mas expressiva, com o presidente da República. Ontem, por exemplo, o ex-chefe da Lava Jato passou por Recife, base do PSB e do PT, onde foi vaiado e aplaudido por onde passou. A incursão nordestina de Sérgio Moro inclui, em princípio, visitas a Salvador, onde o PT e o União Brasil dominam, e a Fortaleza, onde Ciro Gomes é forte, o que pode resultar numa forte rejeição e em alguns nacos de apoio. Não há informação de que João Doria esteja a caminho da região, pelo menos por enquanto.

No cenário do Maranhão, a situação é claramente favorável a Lula da Silva, que tem mais de o dobro de intenções de votos do segundo colocado nas pesquisas, exatamente o presidente Jair Bolsonaro, seguido de Ciro Gomes e Sérgio Moro e João Doria. No Maranhão, Lula da Silva tem palanques de sobra, podendo usar, se quiser, o do senador Weverton Rocha, candidato a governador pelo PDT, mas que tem a preferência de Ciro Gomes, ou o do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que está costurando aliança com o PT, mas que terá de abrir espaço para o tucano João Doria, caso ele confirme sua candidatura. Jair Bolsonaro só deve contar com o palanque do PL, puxado pelo candidato a governador, que pode ser o senador Roberto Rocha, se vier a ingressar no partido, ou o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que já comanda a agremiação e já se declarou pré-candidato. Sérgio Moro só deverá contar com o apoio do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que comanda o Podemos no Maranhão, sem sinal, até aqui, de que o partido venha ter candidato a governador.

Em resumo: o prognóstico que o governador Flávio Dino faz da corrida presidencial no País se aplica rigorosamente ao cenário maranhense, onde até aqui Lula da Silva é amplamente favorito.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Forças partidárias fazem de Timon um dos centros políticos mais ativos do Maranhão

Chico Leitoa e Luciano Leitoa apoiam Weverton Rocha, contra Socorro Waquim, Rafael Leitoa, Cdnte. Schnneyder e Alexandre Almeida, que apoiam Carlos Brandão

Um dos cinco maiores municípios do Maranhão e de grande importância estratégica, Timon é hoje um dos mais ativos centros de ação política do Maranhão. Ali, vários grupos atuam de maneira bem intensa, com posições bem definidas e líderes claramente identificados, que tornam o município alvo de observação permanente dos comandos partidários. Um grande contingente de eleitores segue a liderança da família Leitoa, capitaneada pelo ex-prefeito e ex-deputado estadual Chico Leitoa, um dos cardeais do PDT maranhense. Um dos braços desse grupo tem como chefe o ex-prefeito e ex-deputado federal Luciano Leitoa, que comanda o PSB local, que tem a prefeita Dinair Veloso. Na oposição a esse grupo estão o deputado estadual Rafael Leitoa, do PDT, mas rompido com a família. A oposição tradicional é liderada pela deputada estadual e ex-prefeita Socorro Waquim (MDB) e agora fortalecida pelo coronel Comandante Schnneyder (Republicanos), que surgiu na política timonense como um furacão nas eleições municipais, perdeu força na campanha, mas abriu uma frente oposicionista. E pelo ex-deputado Alexandre Almeida, que lidera o PSDB local.

Ali, a família Leitoa está mobilizando o PDT e o PSB – contrariando a orientação do comando socialista – em torno do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha. No contrapeso, o dissidente pedetista Rafael Leitoa e as forças lideradas por Socorro Waquim, Comandante Schnneyder e o ex-deputado Alexandre Almeida estão sendo convocadas para apoiar a candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Essa movimentação deve tornar Timon um dos centros com maior atividade em campanha ao longo dos próximos 11 meses, tornando o resultado ali rigorosamente imprevisível.

Assembleia apresenta planejamento estratégico para a próxima década

Entre o diretor geral Valney Pereira  e a diretora de Planejamento Rafaela Lago, o presidente Othelino Neto destaca a importância do Planejamento Estratégico

Em meio aos rescaldos de uma gigantesca crise social e econômica vivida pelo País, com graves reflexos na vida pública, a ponto de colocar em xeque instituições vitais para a democracia, a Assembleia Legislativa anunciou ontem as linhas gerais de um Planejamento Estratégico, que será a base do seu funcionamento operacional nos próximos anos, de modo a garantir aos deputados as condições para que cumpram seus compromissos básicos, que são legislar e fiscalizar. Elaborado por um colegiado de representantes de todos os setores que formam o Poder Legislativo, o Planejamento Estratégico foi apresentado ontem ao presidente Othelino Neto (PCdoB), pelo diretor-geral Valney Pereira, em reunião com o corpo dirigente da instituição.

Apontado como uma ação de vanguarda da atual gestão do Poder Legislativo, uma vez que foi concebido para impulsionar o seu funcionamento ao longo da próxima década (2021/2031), o Planejamento Estratégico é um conjunto de ações de curto e médio prazo, com metas e prazos definidos, por meio das quais a máquina administrativa cumprirá, cm a eficiência possível, sua atividade essencial, que é dar o suporte necessário ao funcionamento e às tomadas de decisões dos 42 deputados estaduais. Isso quer dizer o aprimoramento dos mais simples aos mais complexos instrumentos sob a responsabilidade dos servidores de todos os níveis da instituição, como observou a jornalista Silvia Tereza, diretora-adjunta de Comunicação.

Na apresentação, o diretor-geral Valney Pereira destacou que o planejamento é o início de tudo, pois é no seu desenvolvimento que são definidos os objetivos, as ações e os meios para a execução de metas a longo prazo. “Nós percebemos a necessidade de definir um planejamento estratégico de nível macro e a longo prazo para o bom desempenho das nossas funções. Foi uma decisão acertada do presidente Othelino Neto, que vai garantir maior eficiência à gestão atual e às futuras”, assinalou.

O presidente Othelino Neto, que acompanhou todas as fases da elaboração, observou que planejar é importante tanto para a boa execução das atividades finalísticas da Assembleia, que são legislar e fiscalizar, quanto para a gestão interna da Casa e dos seus servidores. Na ocasião, o chefe do Legislativo maranhense cumprimentou todos os envolvidos na elaboração do trabalho.

– Todos os setores foram ouvidos e houve o estímulo à participação dos servidores, que puderam dar suas opiniões e sugestões sobre os principais pontos positivos e, também, sobre aquilo que precisava ser melhorado. Foi um processo bem participativo, que nos permitiu ter um diagnóstico preciso do funcionamento da Assembleia e dos desafios para que possamos atingir nossas metas -, enfatizou o presidente, destacando o trabalho feito por Rafaela Lago, diretora de Planejamento.

São Luís, 07 de Dezembro de 2021.

 

Lula mantém vantagem larga sobre Bolsonaro nas intenções de voto dos maranhenses

 

Pesquisa Escutec: Lula da Silva tem mais que o dobro das intenções de voto de Jair Bolsonaro no Maranhão

A mais recente pesquisa Escutec confirmou uma realidade política e eleitoral que dificilmente mudará nos próximos 11 meses: o ex-presidente Lula da Silva (PT) reúne as condições para vencer de braçadas o presidente Jair Bolsonaro (PL) no Maranhão. O petista, que ainda vive o “drama shakespeariano” de “ser ou não” candidato, embora o Brasil inteiro não tenha nenhuma dúvida de que ele o será, aparece com robustos 57% na preferência do eleitorado. Já o atual presidente, seu principal oponente, uma vez que também não gera dúvidas quanto às suas intenções de voto, o equivalente a menos da metade do potencial do ex-presidente, o que indica tendência clara a um resultado desastroso para o atual mandatário.

De acordo com os números do Escutec, os demais pré-candidatos – Ciro Gomes (PDT) com 7%, Sérgio Moro (Podemos) com 6%, e Eduardo Leite (PSDB), João Dória (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Rodrigo Pacheco (PSD) com 1% cada – nem de longe ameaçam as bases da polarização Lula/Bolsonaro no Maranhão. Apenas 2% responderam que não votariam e nenhum dos candidatos e 3% não quiseram ou não souberam responder, o que indica uma taxa de definição muito elevada. A pesquisa Escutec foi feita no período de 23 a 27 de Novembro, entrevistou dois mil eleitores, tem intervalo de confiança de 90% e margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Não bastasse o percentual raquítico de intenções de voto, o presidente Jair Bolsonaro é trucidado no item “rejeição”, com nada menos que 60% dos entrevistados dizendo que não querem sua reeleição e, ao contrário, querem vê-lo pelas costas, o que praticamente elimina a possibilidade de uma reação. Alguns bolsonaristas centrados, mas não roxos, veem como possível o presidente melhorar sua performance na esteira do Auxílio Brasil, o pacote de reforço ao Bolsa Família, o revolucionário programa de transferência de renda criado por Lula da Silva no segundo ano do primeiro mandato presidencial. É difícil virar o jogo por esse caminho, já que mais de 80% dos beneficiários do Bolsa Família no Maranhão tem claro que Lula da Silva é o “pai” do programa, “e ninguém tasca”.

No jogo político propriamente dito, Lula da Silva leva uma vantagem oceânica sobre Jair Bolsonaro no Maranhão. Conta com o governador Flávio Dino e com os maiores partidos da base governista no Maranhão, e ainda com ampla fatia do que restou do grupo Sarney, o que lhe dá uma vantagem acentuada, e certamente irreversível, no campo político maranhense. Além do mais, muito mais que o próprio PT, Lula da Silva é um mito entranhado nas faixas mais populares do eleitorado, o que torna muito difícil, senão impossível ainda nesta geração, o surgimento de um adversário capaz de ameaçar para valer sua posição de liderança em território maranhense, principalmente nas grandes cidades.

Jair Bolsonaro, por seu turno, não foi bem aceito pelo eleitorado, a começar pelo fato de que se apresentou com o inimigo assumido e agressivo de Lula da Silva que uma levou a uma derrota acachapante no Maranhão em 2018, isso contra Fernando Haddad, um ilustre desconhecido do eleitorado maranhense. No Maranhão, o presidente conta com o senador Roberto Rocha, que, como ele, deve se filiar ao PL, e com o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, chefe absoluto do seu partido no estado, mas que hoje representa o lado cinzento, fumacento e sombrio da política maranhense, principalmente no que diz respeito à corrupção. Depois das bombásticas revelações feitas pela revista “Crusoé”, dificilmente Josimar de Maranhãozinho sustentará seu projeto de disputar o Governo do Estado, tarefa que deverá ser cumprida pelo senador Roberto Rocha, que ainda mantém silêncio sobre seu futuro.

O cenário encontrado pelo Escutec para a corrida presidencial do Maranhão representa a realidade mais fiel, devendo ser mantida com muito poucas variações, independentemente de como o quadro de candidatos presidenciais seja montado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Josimar de Maranhãozinho vive situação dramática e pode perder força política

Capa da revista “Crusoé” mostra Josimar de Maranhãozinho e seus milhões cuja origem a Polícia federal garante ser a corrupção

A reportagem da revista “Crusoé”, revelada em primeira mão aos maranhenses pelo blog do jornalista John Cutrim, tem o poder de “tiro de misericórdia” no projeto do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, o controvertido chefe maior do PL no Maranhão, de ser candidato ao Governo do Estado, mesmo tendo agora o presidente Jair Bolsonaro como seu mais novo colega de partido. O esquema de desvio de dinheiro público por meio de emendas parlamentares, tendo prefeituras e empresas fantasmas como braços operacionais da criminosa lavagem dos recursos, e as imagens mostrando o parlamentar conferindo e passando adiante milhares e milhares de reais em espécie, chocaram a sociedade e alarmaram expressiva fatia do meio político.

Com semblante abatido e nem de longe parecendo aquele político dono de si, capaz de desafiar e atropelar adversários, Josimar de Maranhãozinho tentou se defender. Num vídeo gravado no curral de uma fazenda, sem mostrar um único boi, nem qualquer outro animal, o deputado disse que ali trabalha nos seus fins de semana para “organizar a minha vida empresarial”. E em frente, sem exibir qualquer traço de convicção, declarou que a dinheirama viva é fruto da sua atividade empresarial e que as ações da Polícia Federal, autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal, são ataques de adversários.

O deputado prestaria um bom serviço a ele próprio à classe e à sociedade em geral se abrisse o jogo e falasse a verdade, doesse em quem doesse, sobre a sua fortuna, como ganha realmente tanto dinheiro, e onde pretende mesmo chegar com ao distribuí-lo de maneira tão generosa aos seus aliados político. Quem são esses adversários tão implacáveis, que o perseguem tanto e não o deixam em paz?  E prove, por A mais B que suas empresas são genuínas, que pelo menos parte do valor das emendas que destina a municípios com prefeitos aliados não é desviada nem é devolvida a ele em dinheiro vivo. Por fim, esclareça todas as suspeitas e incertezas sobre sua ação política, sem deixar margem para dúvidas. Do contrário, corre o sério risco de definhar politicamente.

 

PP continua na base governista, mas pode mudar de posição

André Fufuca

Com a definição do PL, que virou de vez bolsonarista, a grande incógnita do cenário político maranhense é o deputado federal André Fufuca, que tem o controle absoluto do Progressistas (PP) no Maranhão e está instalado no comando nacional do partido como presidente interino, enquanto o presidente titular, senador piauiense Ciro Nogueira, estiver à frente da Casa Civil do Governo Bolsonaro. Ninguém duvida que o PP fechará com o presidente Jair Bolsonaro no plano nacional, mas mantém seus espaços de independência para fechar alianças da sua conveniência nos estados. É o caso do Maranhão, onde André Fufuca, apesar de manter certa distância do centro das decisões, mantém boa relação com o governador Flávio Dino, devendo apoiá-lo para o Senado, e estando no momento alinhado à pré-candidatura do senador Weverton Rocha para o Palácio dos Leões, mas nesse caso com a ressalva de que pode mudar de posição. Essa mudança poderá acontecer se o PP emplacar o vice de Jair Bolsonaro, situação que obrigará André Fufuca a dar uma guinada radical para a oposição no estado.

São Luís, 05 de Dezembro 2021.

Partidos de peso enfrentam dificuldades e crises no animado cenário político do Maranhão

 

Lahesio Bonfim disputa com Mical Damasceno; Pedro Lucas Ferrnandes e Juscelino Filho vivem indefinição, Josimar de Maranhãozinho e Roberto Rocha terão de negociar e Eliziane Gama e Eliel Gama vivem guerra doméstica

À medida que vão se aproximando o momento das grandes definições para as eleições gerais marcadas para daqui a exatos 11 meses, vários partidos, em especial os que hoje fazem parte do núcleo básico do que se conhece por Centrão, por causa das suas relações no Congresso Nacional, enfrentam dificuldades para se acertar no Maranhão, além de legendas de foras desse grupo. Quatro casos – PTB, PL, PP e União Brasil, formado pela fusão de DEM e PSL e o Cidadania – são exemplares. Essas agremiações enfrentam sérias dificuldades, que vão desde problemas de identidade até disputa pelo comando quando o normal seria estarem se movimentando em busca de fortalecimento por meio de novas filiações de peso ou pela via de alianças promissoras.

O caso mais emblemático é o PTB, que já foi um partido de centro-esquerda, mas que hoje ocupa o espaço mais agressivo do bolsonarismo. Usurpado do controle dos Fernandes, que vinham mantendo o que ainda restava da identidade trabalhista, o PTB do Maranhão foi parar nas mãos da deputada estadual Mical Damasceno, que vem transformando a legenda fundada por Getúlio Vargas num braço político da ala mais radical da comunidade evangélica. O PTB ganhou o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim, pré-candidato a governador, que vem pontuando entre cinco e oito pontos percentuais nas pesquisas. Ele, ou alguém por ele autorizado, anunciou, há duas semanas, que havia assumido a presidência do PTB maranhense. A deputada Mical Damasceno reagiu, colocou a cúpula nacional do partido contra a parede e obteve a confirmação de que é ela, e não Lahesio Bonfim, quem dá as cartas no partido. Lahesio Bonfim depende do comando partidário para confirmar sua candidatura. Corre o risco de ficar pelo caminho.

A situação do PL vem gerando expectativa. Comandado no estado de maneira absolutista pelo deputado Josimar de Maranhãozinho, o PL foi transformado em partido do presidente Jair Bolsonaro, e isso pode significar alterações no seu formato e na sua atuação. A chave do futuro do PL é a provável filiação do senador Roberto Rocha, que, também muito provavelmente, será candidato a governador em dobradinha com Jair Bolsonaro. Josimar de Maranhãozinho tem dito e repetido que será candidato a governador “de qualquer maneira”, o que poderá configurar um problemão se Roberto Rocha entrar no partido decidido a disputar Palácio dos Leões. Tudo poderá ser resolvido na conversa, já que o senador e o deputado se declaram amigos e efeitos ao diálogo. O problema é que, a julgar pelas suas trajetórias, Josimar de Maranhãozinho e Roberto Rocha dificilmente permanecerão num partido na condição de Número 2. Se acontecer, a filiação do senador Roberto Rocha dirá como ficará o PL, hoje uma força partidária de peso no estado.

União Brasil, é esse o nome dado ao partido que resultou (?) do casamento do DEM, comandado no Maranhão pelo deputado federal Juscelino Filho, com o PSL, cujo chefe maranhense é o deputado federal Pedro Lucas Fernandes. Por conta do cipoal burocrático porque passa uma fusão partidária no Brasil, os braços maranhenses do DEM e do PSL encontram-se numa espécie de “banho maria”, com cada líder tentando manter seu pedaço, mas correndo o risco de sofrer perdas. Isso sem contar o baita problema que terá de ser resolvido quando o novo partido ganhar forma: quem o comandará no Maranhão? Ambos sabem que a ascensão de um poderá ser vista como desprestígio para o outro. Corre que os dois parlamentares, vistos por muitos – inclusive por esta Coluna – como destaques da sua geração e que chegar ao topo da política estadual, estariam negociando dividir o poder com um ocupando a presidência do partido no estado e outro ocupando cargo de destaque no comando nacional do partido. Vale aguardar.

O Cidadania – a identidade mais recente do velho partido Partido Comunista Brasileiro, que depois se transformou em Partido Popular Socialista e finalmente foi rebatizado como Cidadania – enfrenta uma crise familiar. É que a senadora Eliziane Gama, a sua grande estrela, decidiu apoiar a pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado, não levando em conta as relações do partido com o governador Flávio Dino (PSB). O seu irmão, Eliel Gama, que preside formalmente o partido no Maranhão, decidiu, com o apoio da maioria da Comissão Executiva Estadual, que o Cidadania será parte da base de apoio da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão. Do alto da sua estatura senatorial e da condição de vice-presidente nacional, bateu pé e decidiu que o Cidadania vai é com Weverton Rocha. Acontece, porém, que nas questões estaduais a palavra final é a da Executiva estadual, comandada por Eliel Gama. E se não encontrarem a via do acordo, Eliziane Gama só terá um caminho, que é o mais desgastante e antipático: convencer o comando nacional a intervir no braço maranhense do partido e impor sua vontade na marra.

São encrencas de difíceis soluções, mas que sempre aparecem quando os contendores resolvem sentar para conversar. Em políticas, a conversa faz milagre.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Partidos mais fortes e organizados também enfrentam problemas

Luciano Leitoa, Marco Aurélio, Rafael Leitoa e Fábio Gentil: dissidência forte dentro dos seus partidos

A corrida às urnas vem criando problemas também para os partidos mais poderosos e organizados no Maranhão.

O PSB hoje comandado pelo governador Flávio Dino enfrenta uma incômoda dissensão em Timon, um dos seus berços mais fortes. Ali, o ex-prefeito Luciano Leitoa, ainda inconformado com a perda do controle da legenda socialista, a que presidiu por mais de uma década, apoia a pré-candidatura do senador Weverton Rocha, numa dobradinha com seu pai, o ex-prefeito Chico Leitoa, que comanda o PDT. Não há sinais de conciliação.

O PCdoB, por sua vez, está sendo submetido a um duro teste de sobrevivência desde que o governador Flávio Dino, o seu maior quadro no País, migrou para o PSB, levando junto vários quadros importantes, como o deputado estadual Marco Aurélio, por exemplo. O presidente da legenda, deputado federal Márcio Jerry,

O PDT, comandado pelo senador Weverton Rocha, está salpicado de pequenos focos de dissidência, a exemplo do deputado estadual Rafael Leitoa, pedetista de raiz, mas que, por conta das diferenças da política de Timon, e por lealdade ao projeto comandado pelo governador Flávio Dino, decidiu não apoiar o senador Weverton Rocha e correr para as urnas alinhado ao projeto do vice-governador Carlos Brandão (PSDB).

Comandado pelo deputado federal Cléber Verde e alinhado ao senador Weverton Rocha, o Republicanos também enfrenta dissidências, como a de uma das suas principais estrelas, o prefeito de Caxias, Fábio Gentil, que contraria a orientação do coimando e apoia a pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão.

Em resumo: não há um só partido onde não corram problemas dessa ordem.

 

Conversa com Bial: Dino vê bolsonarismo como maior adversário e reafirma candidatura ao Senado

Flávio Dino: reafirmando  candidatura ao Senado

O governador Flávio Dino (PSB) foi um dos entrevistados do programa Conversa com Bial, da Reder Globo, no início dessa madrugada, juntamente com o deputado federal Marcelo Freixo (PSB), pré-candidato ao Governo do Rio de Janeiro.

Indagado se o Grupo Sarney seria o grande adversário a ser enfrentado, o governador respondeu que o adversário a ser enfrentado e derrotado é o bolsonarismo, a exemplo do que acontece em todo o País.

E sobre o seu futuro, Flávio Dino descartou entrar na disputa nacional como vice do ex-presidente Lula da Silva (PT) e reafirmou o seu projeto de disputar uma cadeira no Senado.

São Luís, 03 de Dezembro de 2021.

Pesquisa defasada mostra Roseana à frente, Weverton em 2º e elevado percentual de “Nenhum” e indecisos

 

Roseana Sarney à frente de Weverton Rocha, Edivaldo Jr., Roberto Rocha, Carlos Brandão, Josimar de Maranhãozinho,    Lahesio Bonfim, Felipe Camarão e Simplício Araújo na preferência do eleitorado

Nova pesquisa do instituto Escutec sobre a corrida ao Palácio dos Leões foi divulgada ontem e, mais uma vez, avaliando um cenário com todos os pré-candidatos, apontou Roseana Sarney (MDB) na frente com 27% das intenções de voto, seguida por Weverton Rocha (PDT) com 17%, Edivaldo Holanda Jr. (PDS) com 11%, Roberto Rocha com 10%, Carlos Brandão (PSDB) com 7%, Josimar de Maranhãozinho (PL) com 7%, Lahesio Bonfim (PTB) com 5%, Felipe Camarão (PT) com 3% e Simplício Araújo (SD) com 2%. Aqui, “Nenhum deles” e “Não sabe/Não respondeu” somam nada menos que 31%. Sem Roseana Sarney, no que pode ser o cenário mais provável, Weverton Rocha lidera com 23%, seguido de Roberto Rocha com 16%, Edivaldo Holanda Jr. 13% e Carlos Brandão com 12%. Também aqui, “Nenhum deles” e “Não b    sabe/Não respondeu” totalizam robustos 36%.

Seriamente comprometida pelo curioso fato de ter sido feita entre os dias 23 e 27 de Novembro, nada menos que dois dias antes da reunião do dia 29 em que o governador Flávio Dino (PSB) anunciaria seu apoio à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão, a pesquisa Escutec chegou a público gravemente atingida pela defasagem. Mesmo assim, trouxe informações que não podem ser ignoradas, sendo as mais importantes os baixos percentuais de intenção de voto dados aos nomes relacionados, e os elevados percentuais de “Nenhum deles” e de “Não sabe/Não respondeu”, cuja soma ultrapassa muito os percentuais dos mais votados nos dois cenários. Diante desses números, a conclusão é óbvia: a exatamente 11 meses da corrida às urnas, a disputa para o Governo do Estado está rigorosamente em aberto.

Não há dúvida de que o resultado da reunião do dia 29 impactou a movimentação política e pode ter alterado a posição do vice-governador Carlos Brandão, para cima ou para baixo, o que muito provavelmente será apontado por nova pesquisa. O ideal é que o próximo levantamento seja feito em duas semanas, quando os desdobramentos, favoráveis ou não, começarem a ganhar forma e consistência. Além disso, a inclusão da ex-governadora Roseana Sarney na relação dos pré-candidatos, mesmo tendo ela já dito e repetido que seu projeto é disputar uma cadeira na Câmara Federal, altera expressivamente o ânimo do eleitor e mina o poder de fogo dos que estão de fato na disputa. Para Weverton Rocha, um senador jovem, líder de um partido importante e em campanha aberta como pré-candidato a governador, não é politicamente saudável aparecer perdendo para uma ex-governadora derrotada nas urnas em 2018. O mesmo incômodo deve atingir o vice-governador Carlos Brandão.

Mas, a partir de agora, com a importante e, provavelmente, decisiva tomada de posição do governador Flávio Dino, a corrida à sua sucessão ganhará nova dinâmica. E poderá ser mais dinamizada ainda se o senador Roberto Rocha vier a se filiar mesmo ao PL e decidir ser candidato a governador ou a senador. Sua opção por disputar o Palácio dos Leões tirará do páreo o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, tornando o quadro de candidatos mais enxuto, o que exigirá maior poder de fogo dos que ficarem. E nesse contexto, o vice-governador Carlos Brandão é o único com potencial para aumentar o seu poder de fogo a partir de 2 de abril, quando se tornará governador de fato e assumirá a condição de candidato à reeleição. Abril, portanto, será o mês decisivo para a corrida à sucessão do governador Flávio Dino.

Até lá, será importante que as pesquisas, em vez de se anteciparem aos fatos, correndo o risco da defasagem – como é o caso dessa do Escutec -, sejam planejadas para buscar a fotografia do momento em relação ao processo político em andamento. Aí, sim, mostrarão a realidade.

Em Tempo: A pesquisa Escutec entrevistou dois mil eleitores, de 23 a 27 de Novembro, tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, e intervalo de confiança de 90%.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino mantém posição de favorito ao Senado

Flávio Dino tem larga vantagem sobre Roberto Rocha

Defasada na garimpagem das intenções do eleitorado na corrida ao Palácio dos Leões, a pesquisa do instituto Escutec encontrou o quadro previsível na disputa para o Senado. O levantamento produziu dois cenários.

No primeiro, o governador Flávio Dino lidera com 41%, bem à frente do senador Roberto Rocha, o segundo colocado com 26%. Nesse cenário, Edivaldo Holanda Jr. – incluído na pesquisa não se sabe o porquê -, aparece com 12% das intenções de voto, seguido do deputado Othelino Neto com 4%, e de Paulo Romão com 1%. No segundo cenário, num confronto direto com Roberto Rocha, Flávio Dino aparece com 45% contra 29% do senador.

Chama a atenção o fato de o senador Roberto Rocha, ainda sem partido e em silêncio total sobre será candidato à reeleição ou ao Governo, estar sendo colocado nas duas pesquisas. Especulações ora dizem que ele será candidato a governador, ora sopram disputará o Senado, e aqui e ali há quem diga que será candidato a deputado federal.

 

Comando estadual do Cidadania confirma apoio a Brandão e fragiliza Eliziane

Eliziane Gama tem posição fragilizada com racha no Cidadania no Maranhão

O Cidadania rachou de vez no Maranhão, com uma banda apoiando o vice-governador Carlos Brandão e outra declarando apoio firme ao senador Weverton Rocha.

O braço maranhense do partido já vinha sendo sacudido e teve o racha confirmado segunda-feira, quando o presidente estadual, Eliel Gama, declarou que a Executiva havia decidido seguir a posição do governador Flávio Dino e apoiar a pré-candidatura de Carlos Brandão. Tão logo tomou conhecimento da declaração, a senadora Eliziane Gama, que é irmã de Eliel Gama, divulgou nora reafirmando o apoio do Cidadania maranhense à pré-candidatura do senador Weverton Rocha, invocando inclusive a sua condição de vice-presidente nacional do partido. Eliel reagiu avisando que a posição pró-Brandão está mantida.

Na sua nota, a senadora Eliziane Gama tenta desautorizar o irmão, garantindo que o partido está com o líder pedetista no Maranhão. Sofre o desgaste de não conseguir encobrir o fato de que o partido está dividido, situação reveladora de que sua liderança está fragilizada.

São Luís, 02 de Dezembro de 2021.

Brandão e Weverton correm para chegar politicamente fortalecidos em janeiro

 

Carlos Brandão e Weverton Rocha buscam o apoio dos partidos da base governista para a reunião de janeiro

As próximas semanas serão decisivas para o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que ganhou o apoio declarado do governador Flávio Dino (PSB) para ser o candidato da aliança governista à sucessão dele, e para o senador Weverton Rocha (PDT), que sem o apoio do governador avisou que manterá sua pré-candidatura. Cada um tem agora o desafio de consolidar sua posição e de convencer os partidos da base aliada de que tem o melhor projeto para vencer a eleição administrar o legado. Não será tarefa fácil, a começar pelo fato de que o que tiver o melhor desempenho político até meados de janeiro, quando deverá correr a nova e decisiva reunião, para a escolha definitiva do candidato governista. O clima não tencionado da reunião de segunda-feira foi fundamental para que a indicação do vice-governador Carlos Brandão não levasse a uma ruptura, como previam alguns. Ambos sabem que qualquer erro poderá significar o arquivamento do projeto de ser governador.

Com data marcada (02 de abril) para ser governador efetivo, quando terá o comando absoluto da máquina pública estadual, onde existem mais de três mil cargos comissionados cuja ocupação depende exclusivamente da vontade do chefe do Poder Executivo, bem como a chave do cofre estadual e um amplo canal de comunicação com a classe política e com a sociedade organizada, como entidades sindicais e empresariais, por exemplo. É com esse cacife político que Carlos Brandão se movimentará nas próximas semanas, com o objetivo de ampliar ao máximo a base de apoio à sua pré-candidatura. Terá como suporte o ex-governador José Reinaldo, e o ex-prefeito de São José de Ribamar Luís Fernando Silva (PSDB) e o ex-prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB).

O senador Weverton Rocha, não se deixou abalar pelo fato de não ter sido o escolhido pelo governador, até porque não foi apanhado de surpresa.  Antes mesmo da reunião, ele já vinha sinalizando que, independentemente da posição do governador, ele seguiria em frente com seu projeto, e é exatamente o que está fazendo: não alterou sua agenda e manteve a programação para os atos do “Maranhão mais feliz”. A ordem no seu quadrado é fazer de conta que a reunião não aconteceu e que a definição para valer ocorrerá em janeiro de 22. Com o suporte da Famem, cujo presidente, Erlânio Xavier (PDT) é o coordenador das suas campanhas, o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) e da senadora Eliziane Gama (Cidadania), Weverton Rocha parece determinado a manter sua candidatura, independentemente do que vier a ocorrer em janeiro. Ou seja, turbinado pelo mandato senatorial, o líder pedetista pretende disputar o Governo, sejam quais forem os adversários e os obstáculos que certamente serão erguidos.

O dado que vem chamando a atenção dos observadores é o fato de que, mesmo posicionados para o confronto eleitoral, Carlos Brandão e Weverton Rocha estão mantendo um surpreendente e elogiável nível de convivência, não sendo registrado até aqui qualquer palavra ou gesto de agressão de um em relação ao outro. E deverão manter esse clima civilizado, pois esse item terá peso máximo na balança da avaliação. Essa paz só tem sido quebrada pela de partidários de ambos, que aqui e ali avançam o limite do bom senso e disparam petardos venenosos na direção do pré-candidato adversário. Essas agressões eventuais, porém, não foram ainda suficientes para estabelecer um quadro de crise e de confronto aberto entre os Carlos Brandão e Weverton Rocha.

Finalmente, o ponto central dessa disputa: o governador Flávio Dino. Ele tem feito um esforço gigantesco pela unidade do grupo, alimentando uma relação de normalidade com os dois pré-candidatos. A escolha de Carlos Brandão está plenamente justificada, e nela não inclui tratar Weverton Rocha como adversário.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Com Bolsonaro no PL, Maranhãozinho pode apoiar candidatura de Rocha

Josimar de Maranhãozinho pode ceder vaga de candidato do PL para Roberto Rocha

A filiação, ontem, do presidente Jair Bolsonaro ao PL, pode ter definido o quadro de candidatos ao Governo do Maranhão. Isso porque o presidente do partido no Maranhão, Josimar de Maranhãozinho, tem agora dois caminhos: consolidar sua candidatura ao Palácio dos Leões ou costurar um acordo e ceder a vaga ao senador Roberto Rocha, que de acordo com fonte a ele ligado, “provavelmente” ingressará no partido. Josimar de Maranhãozinho já sabe que no Palácio do Planalto a simpatia maior é pela candidatura do senador Roberto Rocha, a quem o presidente prefere para fazer dobradinha no estado. Se a preferência do presidente Jair Bolsonaro por Roberto Rocha de confirmar, Josimar de Maranhãozinho vai ter de se decidir entre se candidatar à governador ou a senador, ou ainda renovar seu mandato de deputado federal. Por mais que Josimar de Maranhãozinho exiba força com dois deputados federais, cinco deputados estaduais prefeitos, dezenas de prefeitos e uma grande penca de vereadores, seu desempenho nas pesquisas tem sido modesto nas pesquisas, praticamente afogado numa enorme rejeição. Daí ser óbvio que, caso Roberto Rocha ingresse no PL e resolva ser candidato a governador, como está previsto em nove entre dez rodas de conversa, Josimar de Maranhãozinho terá de se curvar ao poder da cúpula do seu partido e ceder a vaga ao senador.

 

Sem sentido a suposta “irritação” de Lula com escolha de Brandão

Flávio Dino e Lula da Silva: suposta “irritação” do líder petista não faria nenhum sentido

Ninguém levou muito a sério a informação segundo a qual o ex-presidente Lula da Silva teria ficado “irritado” ao tomar conhecimento de que o governador Flávio Dino anunciou seu apoio à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão, quando ele, Lula da Silva, esperava que o escolhido fosse Weverton Rocha.

Por maior que seja o seu prestígio político e eleitoral no Maranhão, o líder petista jamais se imiscuiria numa decisão do governador Flávio Dino, que nada lhe deve, e na relação que os dois mantém, o credor é o governador. Alguns exemplos: jogou todo o peso do seu prestígio para confrontar os adversários da presidente Dilma Rousseff; fez o mesmo contra a condenação e a prisão do ex-presidente, e foi aliado de primeira hora; e foi um dos principais aliados do candidato petista Fernando Haddad em 2018.

Já de Lula da Silva para Flávio Dino o pacote de bondades é quase zero.

São Luís, 01 de Dezembro de 2021.