Brandão e Weverton correm para chegar politicamente fortalecidos em janeiro

 

Carlos Brandão e Weverton Rocha buscam o apoio dos partidos da base governista para a reunião de janeiro

As próximas semanas serão decisivas para o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que ganhou o apoio declarado do governador Flávio Dino (PSB) para ser o candidato da aliança governista à sucessão dele, e para o senador Weverton Rocha (PDT), que sem o apoio do governador avisou que manterá sua pré-candidatura. Cada um tem agora o desafio de consolidar sua posição e de convencer os partidos da base aliada de que tem o melhor projeto para vencer a eleição administrar o legado. Não será tarefa fácil, a começar pelo fato de que o que tiver o melhor desempenho político até meados de janeiro, quando deverá correr a nova e decisiva reunião, para a escolha definitiva do candidato governista. O clima não tencionado da reunião de segunda-feira foi fundamental para que a indicação do vice-governador Carlos Brandão não levasse a uma ruptura, como previam alguns. Ambos sabem que qualquer erro poderá significar o arquivamento do projeto de ser governador.

Com data marcada (02 de abril) para ser governador efetivo, quando terá o comando absoluto da máquina pública estadual, onde existem mais de três mil cargos comissionados cuja ocupação depende exclusivamente da vontade do chefe do Poder Executivo, bem como a chave do cofre estadual e um amplo canal de comunicação com a classe política e com a sociedade organizada, como entidades sindicais e empresariais, por exemplo. É com esse cacife político que Carlos Brandão se movimentará nas próximas semanas, com o objetivo de ampliar ao máximo a base de apoio à sua pré-candidatura. Terá como suporte o ex-governador José Reinaldo, e o ex-prefeito de São José de Ribamar Luís Fernando Silva (PSDB) e o ex-prefeito de Tuntum, Cleomar Tema (PSB).

O senador Weverton Rocha, não se deixou abalar pelo fato de não ter sido o escolhido pelo governador, até porque não foi apanhado de surpresa.  Antes mesmo da reunião, ele já vinha sinalizando que, independentemente da posição do governador, ele seguiria em frente com seu projeto, e é exatamente o que está fazendo: não alterou sua agenda e manteve a programação para os atos do “Maranhão mais feliz”. A ordem no seu quadrado é fazer de conta que a reunião não aconteceu e que a definição para valer ocorrerá em janeiro de 22. Com o suporte da Famem, cujo presidente, Erlânio Xavier (PDT) é o coordenador das suas campanhas, o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) e da senadora Eliziane Gama (Cidadania), Weverton Rocha parece determinado a manter sua candidatura, independentemente do que vier a ocorrer em janeiro. Ou seja, turbinado pelo mandato senatorial, o líder pedetista pretende disputar o Governo, sejam quais forem os adversários e os obstáculos que certamente serão erguidos.

O dado que vem chamando a atenção dos observadores é o fato de que, mesmo posicionados para o confronto eleitoral, Carlos Brandão e Weverton Rocha estão mantendo um surpreendente e elogiável nível de convivência, não sendo registrado até aqui qualquer palavra ou gesto de agressão de um em relação ao outro. E deverão manter esse clima civilizado, pois esse item terá peso máximo na balança da avaliação. Essa paz só tem sido quebrada pela de partidários de ambos, que aqui e ali avançam o limite do bom senso e disparam petardos venenosos na direção do pré-candidato adversário. Essas agressões eventuais, porém, não foram ainda suficientes para estabelecer um quadro de crise e de confronto aberto entre os Carlos Brandão e Weverton Rocha.

Finalmente, o ponto central dessa disputa: o governador Flávio Dino. Ele tem feito um esforço gigantesco pela unidade do grupo, alimentando uma relação de normalidade com os dois pré-candidatos. A escolha de Carlos Brandão está plenamente justificada, e nela não inclui tratar Weverton Rocha como adversário.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Com Bolsonaro no PL, Maranhãozinho pode apoiar candidatura de Rocha

Josimar de Maranhãozinho pode ceder vaga de candidato do PL para Roberto Rocha

A filiação, ontem, do presidente Jair Bolsonaro ao PL, pode ter definido o quadro de candidatos ao Governo do Maranhão. Isso porque o presidente do partido no Maranhão, Josimar de Maranhãozinho, tem agora dois caminhos: consolidar sua candidatura ao Palácio dos Leões ou costurar um acordo e ceder a vaga ao senador Roberto Rocha, que de acordo com fonte a ele ligado, “provavelmente” ingressará no partido. Josimar de Maranhãozinho já sabe que no Palácio do Planalto a simpatia maior é pela candidatura do senador Roberto Rocha, a quem o presidente prefere para fazer dobradinha no estado. Se a preferência do presidente Jair Bolsonaro por Roberto Rocha de confirmar, Josimar de Maranhãozinho vai ter de se decidir entre se candidatar à governador ou a senador, ou ainda renovar seu mandato de deputado federal. Por mais que Josimar de Maranhãozinho exiba força com dois deputados federais, cinco deputados estaduais prefeitos, dezenas de prefeitos e uma grande penca de vereadores, seu desempenho nas pesquisas tem sido modesto nas pesquisas, praticamente afogado numa enorme rejeição. Daí ser óbvio que, caso Roberto Rocha ingresse no PL e resolva ser candidato a governador, como está previsto em nove entre dez rodas de conversa, Josimar de Maranhãozinho terá de se curvar ao poder da cúpula do seu partido e ceder a vaga ao senador.

 

Sem sentido a suposta “irritação” de Lula com escolha de Brandão

Flávio Dino e Lula da Silva: suposta “irritação” do líder petista não faria nenhum sentido

Ninguém levou muito a sério a informação segundo a qual o ex-presidente Lula da Silva teria ficado “irritado” ao tomar conhecimento de que o governador Flávio Dino anunciou seu apoio à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão, quando ele, Lula da Silva, esperava que o escolhido fosse Weverton Rocha.

Por maior que seja o seu prestígio político e eleitoral no Maranhão, o líder petista jamais se imiscuiria numa decisão do governador Flávio Dino, que nada lhe deve, e na relação que os dois mantém, o credor é o governador. Alguns exemplos: jogou todo o peso do seu prestígio para confrontar os adversários da presidente Dilma Rousseff; fez o mesmo contra a condenação e a prisão do ex-presidente, e foi aliado de primeira hora; e foi um dos principais aliados do candidato petista Fernando Haddad em 2018.

Já de Lula da Silva para Flávio Dino o pacote de bondades é quase zero.

São Luís, 01 de Dezembro de 2021.

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