Dino prevê vitória de Lula sobre Bolsonaro e avalia que qualquer governador seria melhor que o atual presidente

 

Flávio Dino aposta que Lula da Silva vencerá Jair Bolsonaro nas urnas nas eleições do ano que vem

A corrida presidencial ruma para uma disputa de segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula da Silva (PT), e nesse cenário, o líder petista vencerá o presidente, inclusive no Maranhão, com vantagem bem larga. É o que prevê o governador Flávio Dino (PSB), sugerindo aos apostadores que invistam nessa disputa, que no final é o que vai prevalecer como desfecho da corrida ao Palácio do Planalto. O governador não subestima o poder de fogo do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos), mas avalia que ele disputará o terceiro lugar com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). E manifestando sua aspiração pessoal, defende a mobilização das forças progressistas e democráticas em torno do ex-presidente Lula da Silva, que terá seu apoio em qualquer circunstância. Porém, alerta que não se deve achar que o presidente Jair Bolsonaro esteja liquidado. E lembra que, além de ter uma fatia do eleitorado que lhe é fiel, o presidente vem dando seguidas demonstrações de que usará a máquina federal à exaustão para obter a reeleição.

O governador Flávio Dino desenhou esse cenário ao participar, ontem, de uma conversa sobre a situação econômica e política do Brasil no portal MvNews. Ele ponderou que ainda é cedo para se prever e cravar um desfecho para a sucessão presidencial, mas disse acreditar que os brasileiros, mesmo assediados com o “pacote de bondades” que o Palácio do Planalto está montando com os bilhões da folga orçamentária federal aberta pela desfiguração da PEC dos Precatórios, não renovarão o mandato do presidente Jair Bolsonaro. “Ele é muito ruim e despreparado”, definiu, sugerindo que qualquer um dos atuais governadores – “escolhido por sorteio” – governaria melhor que o atual presidente. Ao mesmo tempo, Flávio Dino reafirmou sua tese segundo a qual Lula da Silva é imprescindível, mas não suficiente, e que a tarefa de derrotar Jair Bolsonaro à frente da poderosa e bilionária máquina federal é de todos os líderes comprometidos com a democracia.

As manifestações do governador do Maranhão acontecem no momento em que as pré-candidaturas presidenciais começam a ser definidas, com tendência no sentido de que o quadro de candidatos seja o seguinte: Jair Bolsonaro, Lula da Silva, Ciro Gomes (PDT), Sérgio Moro, João Dória e, num plano mais remoto, o senador Rodrigo Pacheco (PSD) e o cientista político Felipe D`Ávila (Novo). Todas as avaliações remetem para a conclusão de que com esse quadro de aspirantes, a corrida sucessória à presidência da República reforçará, sem qualquer sombra de dúvida, a já desenhada polarização Lula/Bolsonaro. Esse cenário só correrá riscos se Sérgio Moro ou João Dória conseguir construir as condições políticas para encarnar a chamada “terceira via”, reunindo segmentos da direita tradicional e antifascista, de centro-direita, de centro e de centro-esquerda.

Adversário inconciliável tanto de Lula da Silva quanto de Jair Bolsonaro, pelas razões já amplamente conhecidas, Sérgio Moro está saindo na frente de João Dória na busca de alianças que lhe assegurem a liderança desses segmentos no Nordeste, decidido a dividir por três o eleitorado já amplamente posicionado com o líder petista e, em escala bem menor, mas expressiva, com o presidente da República. Ontem, por exemplo, o ex-chefe da Lava Jato passou por Recife, base do PSB e do PT, onde foi vaiado e aplaudido por onde passou. A incursão nordestina de Sérgio Moro inclui, em princípio, visitas a Salvador, onde o PT e o União Brasil dominam, e a Fortaleza, onde Ciro Gomes é forte, o que pode resultar numa forte rejeição e em alguns nacos de apoio. Não há informação de que João Doria esteja a caminho da região, pelo menos por enquanto.

No cenário do Maranhão, a situação é claramente favorável a Lula da Silva, que tem mais de o dobro de intenções de votos do segundo colocado nas pesquisas, exatamente o presidente Jair Bolsonaro, seguido de Ciro Gomes e Sérgio Moro e João Doria. No Maranhão, Lula da Silva tem palanques de sobra, podendo usar, se quiser, o do senador Weverton Rocha, candidato a governador pelo PDT, mas que tem a preferência de Ciro Gomes, ou o do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), que está costurando aliança com o PT, mas que terá de abrir espaço para o tucano João Doria, caso ele confirme sua candidatura. Jair Bolsonaro só deve contar com o palanque do PL, puxado pelo candidato a governador, que pode ser o senador Roberto Rocha, se vier a ingressar no partido, ou o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que já comanda a agremiação e já se declarou pré-candidato. Sérgio Moro só deverá contar com o apoio do prefeito de São Luís, Eduardo Braide, que comanda o Podemos no Maranhão, sem sinal, até aqui, de que o partido venha ter candidato a governador.

Em resumo: o prognóstico que o governador Flávio Dino faz da corrida presidencial no País se aplica rigorosamente ao cenário maranhense, onde até aqui Lula da Silva é amplamente favorito.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Forças partidárias fazem de Timon um dos centros políticos mais ativos do Maranhão

Chico Leitoa e Luciano Leitoa apoiam Weverton Rocha, contra Socorro Waquim, Rafael Leitoa, Cdnte. Schnneyder e Alexandre Almeida, que apoiam Carlos Brandão

Um dos cinco maiores municípios do Maranhão e de grande importância estratégica, Timon é hoje um dos mais ativos centros de ação política do Maranhão. Ali, vários grupos atuam de maneira bem intensa, com posições bem definidas e líderes claramente identificados, que tornam o município alvo de observação permanente dos comandos partidários. Um grande contingente de eleitores segue a liderança da família Leitoa, capitaneada pelo ex-prefeito e ex-deputado estadual Chico Leitoa, um dos cardeais do PDT maranhense. Um dos braços desse grupo tem como chefe o ex-prefeito e ex-deputado federal Luciano Leitoa, que comanda o PSB local, que tem a prefeita Dinair Veloso. Na oposição a esse grupo estão o deputado estadual Rafael Leitoa, do PDT, mas rompido com a família. A oposição tradicional é liderada pela deputada estadual e ex-prefeita Socorro Waquim (MDB) e agora fortalecida pelo coronel Comandante Schnneyder (Republicanos), que surgiu na política timonense como um furacão nas eleições municipais, perdeu força na campanha, mas abriu uma frente oposicionista. E pelo ex-deputado Alexandre Almeida, que lidera o PSDB local.

Ali, a família Leitoa está mobilizando o PDT e o PSB – contrariando a orientação do comando socialista – em torno do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha. No contrapeso, o dissidente pedetista Rafael Leitoa e as forças lideradas por Socorro Waquim, Comandante Schnneyder e o ex-deputado Alexandre Almeida estão sendo convocadas para apoiar a candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Essa movimentação deve tornar Timon um dos centros com maior atividade em campanha ao longo dos próximos 11 meses, tornando o resultado ali rigorosamente imprevisível.

Assembleia apresenta planejamento estratégico para a próxima década

Entre o diretor geral Valney Pereira  e a diretora de Planejamento Rafaela Lago, o presidente Othelino Neto destaca a importância do Planejamento Estratégico

Em meio aos rescaldos de uma gigantesca crise social e econômica vivida pelo País, com graves reflexos na vida pública, a ponto de colocar em xeque instituições vitais para a democracia, a Assembleia Legislativa anunciou ontem as linhas gerais de um Planejamento Estratégico, que será a base do seu funcionamento operacional nos próximos anos, de modo a garantir aos deputados as condições para que cumpram seus compromissos básicos, que são legislar e fiscalizar. Elaborado por um colegiado de representantes de todos os setores que formam o Poder Legislativo, o Planejamento Estratégico foi apresentado ontem ao presidente Othelino Neto (PCdoB), pelo diretor-geral Valney Pereira, em reunião com o corpo dirigente da instituição.

Apontado como uma ação de vanguarda da atual gestão do Poder Legislativo, uma vez que foi concebido para impulsionar o seu funcionamento ao longo da próxima década (2021/2031), o Planejamento Estratégico é um conjunto de ações de curto e médio prazo, com metas e prazos definidos, por meio das quais a máquina administrativa cumprirá, cm a eficiência possível, sua atividade essencial, que é dar o suporte necessário ao funcionamento e às tomadas de decisões dos 42 deputados estaduais. Isso quer dizer o aprimoramento dos mais simples aos mais complexos instrumentos sob a responsabilidade dos servidores de todos os níveis da instituição, como observou a jornalista Silvia Tereza, diretora-adjunta de Comunicação.

Na apresentação, o diretor-geral Valney Pereira destacou que o planejamento é o início de tudo, pois é no seu desenvolvimento que são definidos os objetivos, as ações e os meios para a execução de metas a longo prazo. “Nós percebemos a necessidade de definir um planejamento estratégico de nível macro e a longo prazo para o bom desempenho das nossas funções. Foi uma decisão acertada do presidente Othelino Neto, que vai garantir maior eficiência à gestão atual e às futuras”, assinalou.

O presidente Othelino Neto, que acompanhou todas as fases da elaboração, observou que planejar é importante tanto para a boa execução das atividades finalísticas da Assembleia, que são legislar e fiscalizar, quanto para a gestão interna da Casa e dos seus servidores. Na ocasião, o chefe do Legislativo maranhense cumprimentou todos os envolvidos na elaboração do trabalho.

– Todos os setores foram ouvidos e houve o estímulo à participação dos servidores, que puderam dar suas opiniões e sugestões sobre os principais pontos positivos e, também, sobre aquilo que precisava ser melhorado. Foi um processo bem participativo, que nos permitiu ter um diagnóstico preciso do funcionamento da Assembleia e dos desafios para que possamos atingir nossas metas -, enfatizou o presidente, destacando o trabalho feito por Rafaela Lago, diretora de Planejamento.

São Luís, 07 de Dezembro de 2021.

 

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