Arquivos mensais: dezembro 2021
Oposição segue dividida e sem líder para a guerra eleitoral no Maranhão
A menos que haja uma improvável reviravolta e os grupos resolvam se juntar, a Oposição marchará para as urnas dividida em três frentes no que diz respeito à sucessão para o Governo do Estado. Faltando pouco mais de dez meses para as eleições, não há sinais de que o senador Roberto Rocha (saindo do PSDB), o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e o prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim tenham sequer aberto canais de comunicação para conversar a sério sobre o assunto. Em princípio, tudo indica que os três candidatos oposicionistas tentarão seguir seus próprios caminhos no 1º turno, para uma possível união de forças no 2º, caso a eleição não seja decidida em turno único. O problema é que, dos três pré-candidatos a governador assumidos, o mais destacado, senador Roberto Rocha, não parece interessado em decidir logo o seu rumo, e os outros dois, Josimar de Maranhãozinho e Lahesio Bonfim, enfrentam problemas graves, um no campo pessoal, e o outro na seara política.
Ainda no PSDB, mas aparentemente sem nenhuma condição de nele permanecer, já que o controle da legenda no Maranhão está com o vice-governador Carlos Brandão, o senador Roberto Rocha tende a ingressar no PSL, seguindo o presidente Jair Bolsonaro. Só que o PL é controlado com mão de ferro pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que é pré-candidato declarado ao Governo do Estado. Há que garanta que os dois estão conversando para ajustar os ponteiros no sentido de como o papel de cada um na corrida eleitoral. Qualquer que seja o entendimento entre os dois, se de fato houver, a Oposição eliminará um candidato a governador, já que ambos não poderão disputar o mesmo mandato, o que leva a crer que o caminho será a composição de uma chapa com um disputando o Governo e outro o Senado.
Sem revelar até agora se será candidato ao Governo ou tentará se reeleger para o Senado, o senador Roberto Rocha faz uma pré-campanha de natureza eminentemente técnica, defendendo uma mudança na estrutura fiscal e tributária do Brasil, reflexo da sua condição de relator da Reforma Tributária no Senado, que, por um pacote de motivos os mais diversos, não ata nem desata. Sua ação é o seminário “Descomplica!”, no qual defende mudanças fiscais e promete “menos impostos e mais empregos”, e que já realizou em Imperatriz, Balsas, Caxias e São Luís, reunindo empresários, curiosos e apoiadores. Além disso, alimenta seu espaço na política maranhense conversando com aliados e trocando farpas cortantes e ácidas eventuais com políticos governistas de proa, como o presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, e até mesmo com o governador Flávio Dino (PCdoB). É improvável que anuncie seu rumo ainda neste ano.
Seu iminente colega de partido e provável companheiro de chapa, Josimar de Maranhãozinho, vive um momento infernal, com a Polícia Federal no seu encalço por ordem da Justiça, investigando a suspeita de o parlamentar é o cabeça de um amplo e milionário esquema de corrupção por meio de desvio de dinheiro de emendas parlamentares. Josimar de Maranhãozinho nega enfaticamente envolvimento na falcatrua, mas imagens e conversas gravadas pela PF estão minando fortemente a sua imagem e a sua base políticas. O parlamentar tem dito e repetido que é vítima de perseguição e que sua pré-candidatura está mantida. Há quem avalie que seu futuro depende de um posicionamento de Roberto Rocha.
Se por um lado vem surpreendendo pelo desempenho nas pesquisas de opinião, tendo alcançado 8% de intenções de voto em uma delas, o prefeito Lahesio Bonfim não tem sido bem-sucedido no campo partidário. Ele deixou o PSL e apostou alto que sua filiação ao PTB lhe daria também o comando do partido no Maranhão, o que aumentaria expressivamente o seu cacife político. Tropeçou feio, porque chegou a se anunciar como presidente do partido, mas foi duramente desautorizado pelo comando nacional petebista, que confirmou a deputada estadual “terrivelmente evangélica” Mical Damasceno no comando da agremiação trabalhista no Maranhão. Rumores sugerem que sua candidatura corre riscos.
Vele, portanto, repetir que, a menos que haja uma reviravolta, a Oposição caminha para as urnas mergulhada em problemas.
PONTO & CONTRAPONTO
Folha de pessoal consumirá 51,8% do Orçamento do Maranhão para 2022
O Governo do Maranhão vai administrar um Orçamento de R$ 24,1 bilhões ao longo de 2022, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovadas ontem pela Assembleia Legislativa. A gestão desses recursos se dará em dois períodos, sendo os três primeiros meses sob o comando do governador Flávio Dino, e os nove meses restantes sob a responsabilidade do governador Carlos Brandão, que participou da elaboração. A bolada parece substancial e passa a ideia de que o Governo terá dinheiro de sobra para gastar. Ledo engado, pois um único dado mostra que o cenário financeiro do Governo para 2022 não será lá essas coisas: nada menos que 51,8%, ou seja, R$ 12,5 bilhões, estão amarrados para pagamento de pessoal, sobrando pouco mais de R$ 10 bilhões custeio, serviços essenciais (educação, saúde, infraestrutura, etc.) e o que sobrar para investimentos.
Foi um trabalho cuidadosamente montado pelo deputado Roberto Costa (MDB) na Comissão de Orçamento da Casa, e que mereceu elogios do presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB).
Imagem confirma racha no grupo de Luís Fernando em São José de Ribamar
Um registro fotográfico da festa de confraternização do senador Weverton Rocha com seus apoiadores em São Luís chamou a atenção de muitos observadores: a presença, aparentemente entusiasmada, do ex-prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio, na linha de frente do movimento do pré-candidato pedetista. A primeira conclusão óbvia: Eudes Sampaio, que é filiado ao PTB, se afastou do seu aliado, o também ex-prefeito Luís Fernando Silva, que lhe presenteou com um mandato quase inteiro no comando do quinto maior município maranhense. Eudes Sampaio não valorizou o presentão e o perdeu nas urnas, por inabilidade política ao não conseguir a reeleição disputando com o arqui-inimigo e também ex-prefeito Júlio Matos (PL), hoje um dos “homens de ouro” do deputado Josimar de Maranhãozinho. Como é sabido, Luís Fernando Silva é um dos destaques do time que está assessorando o vice-governador Carlos Brandão. A presença efusiva de Eudes Sampaio no time do senador Weverton Rocha confirma que a base do montada por Luís Fernando Silva em São José de Ribamar rachou de vez.
Brasília, 17 de Dezembro de 2021.
Mesmo com tensão elevada entre Brandão e Weverton, Dino aposta num acordo para unir grupo
Por mais duraque esteja sendo a disputa entre o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e o senador Weverton Rocha (PDT) pela vaga de candidato a governador da aliança partidária governista, e por mais agressivo que seja o tom dos apoiadores líder pedetista em relação a ele e ao seu Governo, o governador Flávio Dino (PSB) tem dito em entrevistas e a interlocutores que acredita ainda ser possível um entendimento que uma as duas correntes. E nas declarações, ele tem deixado claro que essa possibilidade não se esgotará no final de janeiro, independentemente do resultado da reunião em que será dada a martelada final sobre o futuro das duas candidaturas. O governador aposta que a redução da aceleração nesse período de final de ano será a oportunidade para que boas conversas sejam entabuladas no sentido de que as forças se desarmem e encontrem pontos de convergência que eliminem as diferenças e abram caminho para a unidade.
Ao mesmo tempo, o governador Flávio Dino sabe que ainda não é difícil colocar Carlos Brandão e Weverton Rocha numa mesa de negociação, mas sabe também que a temperatura entre os dois aumenta a cada dia, na mesma proporção, reduzindo assim o campo de entendimento. Com a experiência que detém, Flávio Dino está consciente dos limites da possibilidade de entendimento entre os dois pré-candidatos, estando preparado tanto para comandar um grupo unido quanto para administrar um confronto direto entre o ambos.
A chave para um entendimento é a desistência de um deles. E em qualquer conversa ainda possível os dois têm argumentos fortes para manter seus projetos de candidatura.
Carlos Brandão colocará na mesa sua história de secretário-chefe da Casa Civil do Governo José Reinaldo, e como homem mais próximo do governador, teve papel importante no trabalho político e eleitoral no movimento que resultou na eleição de Jackson Lago (PDT) contra Roseana Sarney em 2006. Juntará a isso dois mandatos de deputado federal eficiente, sete anos como vice-governador marcados pela lealdada e pela participação efetiva nas ações do Governo, o que lhe dá hoje a condição de assumir o comando do estado com segurança. E conta politicamente com o apoio do governador Flávio Dino e do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB), podendo contar também com o aval da ex-governadora Roseana Sarney (MDB). Além disso, será governador a partir de abril, com direito a se reeleger para um só mandato, oportunidade que dificilmente obterá no futuro. Ou seja, um roteiro quase cartesiano, sem atalhos e amparado pela lógica que move a política.
Weverton Rocha exibirá como cacife uma história de vivência política iniciada na adolescência como militante no movimento estudantil, por meio do qual chegou ao comando da Juventude do PDT com o aval de Jackson Lago, líder maior do partido. Dono de visão larga, saltou da militância partidária para a Câmara Federal, primeiro como suplente e depois como titular. Foi secretário de Esporte e Juventude no Governo Jacson Lago e, em seguida, ocupou espaço no comando nacional do PDT, que o levou a ser um dos principais assessores do presidente do partido, Carlos Lupi, no comando do Ministério do Trabalho. Presidente do PDT no Maranhão, elegeu-se senador em 2018. Decidiu não aguardar a disputa de 2026, decidindo entrar na briga pelo comando do Estado, abrindo mão de quatro anos de mandato senatorial.
Em resumo: Carlos Brandão argumenta, com base na sua trajetória, que essa é a sua vez. Por seu turno, Weverton Rocha avalia que esse é o momento de queimar seus cartuchos. Há quem veja a ruptura como fato consumado, mas há também quem enxergue espaço para um acordo que devolva a unidade são grupo. É esse ponto que o governador, com sua paciência, espera encontrar e viabilizar pela conversa política madura e franca.
PONTO & CONTRAPONTO
Roseana pode pode tropeçar em jogo sobre candidatura
Ainda que agora sem ser levada muito a sério, a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) continua jogando sobre sua participação nas eleições do ano que vem. Mais de um ano atrás, diante da primeira pesquisa apontando-a como líder nas intenções de voto, ela declarou-se inclinada a disputar o Governo do Estado. Logo depois, numa revelação feita por esta Coluna, ela anunciou seu projeto de disputar uma cadeira na Câmara Federal. De lá para cá, vem alterando essa posição, mesmo tendo várias vezes declarado o arquivamento do projeto governamental. Agora, dois dias depois do anúncio de que o instituto de pesquisa Escutec haver comunicado que não mais a incluirá nas pesquisas, ela volta a insinuar a possibilidade de disputar o Governo, mesmo sabendo quer, mais do que sua vontade, o que a impede de entrar na briga é a astronômica rejeição que as mesmas pesquisas mostram. A ex-governadora sabe que esse jogo pode prejudicar o seu desempenho como candidata a deputada federal com o objetivo de alcançar uma votação que abra caminho para a eleição de outros candidatos do MDB. Resta saber até quando ela vai continuar jogando.
PSB acertou elegendo Bira do Pindaré líder na Câmara Federal
Não surpreendeu a eleição do deputado Bira do Pindaré para líder da bancada do PSB na Câmara Federal, com mandato a ser iniciado em Fevereiro. A eleição pode ser vista por dois aspectos. O primeiro é a trajetória do parlamentar, um político de esquerda com bandeiras bem definidas, bem posicionado, bem articulado e bem visto pelo seu partido e pelos seus pares, reunindo, portanto, condições plenas para liderar a bancada socialista. O segundo é que provavelmente o PSB decidiu assumir posições mais duras em relação ao Governo, tendo no deputado Bira do Pindaré um quadro com posições firmes, de atuação coerente e com capacidade de articulação para posicionar corretamente a bancada nas grandes decisões da Câmara Federal.
São Luís, 16 de Dezembro de 2021.
Weverton e Brandão mostram força e se preparam para o confronto se não houver unidade
Os dois primeiros dias da semana foram de intensa movimentação política em torno da sucessão no Governo do Estado dentro da base governista. Na noite de segunda-feira, afirmando que sua candidatura é irreversível, o senador Weverton Rocha (PDT), pré-candidato a governador, reuniu centenas de apoiadores numa grande casa de festas de São Luís para uma comemoração que, na verdade, foi um ato de demonstração de força em reposta à reunião de duas semanas atrás (29/11), quando o governador Flávio Dino (PSB) declarou seu apoio à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB, a caminho do PSB) à sua sucessão. Ontem, Carlos Brandão, como que numa reação ao desafiador ato do pedetista, comemorou o apoio formal do PSB, ampliando assim a base partidária da sua pré-candidatura, reforçando a agenda que o levou a reunir 20 deputados estaduais que o apoiam. Em meio os dois movimentos, o governador Flávio Dino, em entrevista à revista “Fórum”, confirmou seu apoio a Carlos Brandão e reafirmou sua disposição de continuar conversando até o final de Janeiro em busca da unidade do grupo. “Agora é um jogo de paciência”, disse.
Weverton Rocha reuniu deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores, apoiadores e militantes do PDT que o apoiam, aos quais fez um discurso marcado pela reafirmação do seu projeto de candidatura. “O foguete não vai dar marcha à ré”, disse, pontuando também com cobranças, advertências e até ameaça sutil de rompimento com o governador Flávio Dino. Suas palavras externaram com clareza máxima sua contrariedade com a decisão do governador de optar por apoiar o projeto de candidatura do vice-governador. Tanto que em dado momento insinuou, de maneira cuidadosa, que o PDT poderá até rever sua decisão de apoiar a candidatura de Flávio Dino ao Senado: “Que o governador tenha muito discernimento para conduzir esse cenário e ter o apoio de todos aqui. Este grupo aqui está de acordo com ele, com o nome dele para senador. Esse é o momento de discernimento, tranquilidade e, acima de tudo, muita união e gratidão”.
Com o ato, Weverton Rocha avisou que está de pé, com sua base de apoiadores mobilizada e determinado a seguir em frente, de continuar conversando, mas deixando claro que se o governador Flávio Dino não revir sua posição e mantiver o apoio a Carlos Brandão, o seu caminho será partir para o confronto direto com o vice-governador.
No seu campo de ação, cada vez mais movimentado, o vice-governador Carlos Brandão viu seu cacife partidário aumentar com a declaração de apoio do PSB à sua pré-candidatura, feita pelo presidente do partido, deputado federal Bira do Pindaré. Até então, somente o governador havia declarado apoio ao vice; agora, o seu partido, que está se fortalecendo, entra oficialmente na base de apoio da pré-candidatura do vice-governador. Com a declaração do PSB, Carlos Brandão passa a contabilizar o apoio oficial de cinco partidos – os outros são PCdoB, Cidadania, PROS e PTC, que agora se chama Agir 36. Ele continua conversando com parlamentares e dirigentes municipais, líderes da sociedade civil e chefes partidários, tendo seus apoiadores, entre eles a maioria dos deputados estaduais, também reafirmado suas posições.
O cenário do momento é reflexo direto da posição tomada pelo governador Flávio Dino na reunião do final de Novembro, não há dúvida. Grande e decisiva parte da classe política estava aguardando essa definição para analisar o ambiente para também se posicionar. Aliados de Weverton Rocha fazem as contas e garantem que no momento ele tem o apoio declarado de 72 prefeitos, o equivalente a 30% dos 217 líderes maranhenses, em quanto aliados de Carlos Brandão garantem que ele já conta com mais de 50, número que, segundo afirmam, “aumenta todo dia”. Weverton Rocha é, por exemplo, apoiado pelo prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio (PP), enquanto Carlos Brandão conta com a prefeita de Paço do Luar, Paula da Pindoba (PCdoB).
É esse o jogo de agora, com os dois pré-candidatos da base governista montando seus “exércitos” de apoiadores para o possível confronto direto previsto pelo chefe pedetista, caso o poder conciliador do governador não seja suficiente para unir as duas forças.
PONTO & CONTRAPONTO
Dino reafirma que Maranhão paga o maior piso salarial para professor de todo o País
Com o reajuste médio de 9% concedido pelo governador Flávio Dino aos servidores do Estado, e que entrará em vigor as partir de Fevereiro do ano que vem, o Maranhão se distancia dos demais estados no que diz respeito aos salários pagos a professores da rede pública. Com o reajuste, um professor da rede pública maranhense com dedicação de 40 horas semanais receberá piso de R$ 6.867,68, enquanto o de R$ 20 horas receberá a metade, ou seja, R$ 3.433,84. Para se ter uma ideia do que isso significa, o piso a ser pago aos professores de 20 horas semanais no Maranhão é maior do que o piso nacional da categoria, que é de R$ 3.349,56. Não existe mais nenhum argumento que contradiga a afirmação de que o Maranhão é o estado que melhor paga professor em todo o País.
Othelino Neto anuncia abono de R$ 500 para servidores do Legislativo
Além do reajuste salarial de 9%, os servidores da Assembleia Legislativa terão um reforço financeiro para cobrir os gastos de fim de ano. Por decisão do presidente do Poder, deputado Othelino Neto (PCdoB), com o apoio da mesa Diretora, eles receberão um abono de R$ 500,00, na forma de auxílio-alimentação, que será repassado na folha do próximo mês. O abono foi sugerido pelo Sindicato dos Servidores da Assembleia do Maranhão. Ao anunciar a concessão do bônus, o presidente do Legislativo o justificou como como um reconhecimento ao trabalho eficiente e dedicado dos servidores daquele Poder. “É, também, uma maneira de colaborarmos com a superação das dificuldades impostas pela crise econômica e o aumento da inflação com a consequente perda do poder de compra que todos sofreram nesse período”, assinalou o parlamentar.
São Luís, 15 de Dezembro de 2021.
Camarão se movimenta para ocupar a cobiçada vaga de candidato a vice de Brandão
Tendo vencido a semana como uma mera opção, na repercussão do arquivamento de um projeto bem mais audacioso e arrojado – ser candidato ao Governo do Estado -, a possibilidade de o secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, vir a ser o nome do PT para a vaga de vice na chapa a ser liderada pelo vice-governador Carlos Brandão (PSDB) virou um dado a ser realmente levado em conta no tabuleiro da corrida sucessória. A turbinagem transformou a ideia ocupou espaço dentro e fora da aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino (PSB) e ganhou, se não a forma definitiva, os contornos de um projeto que reúne todas as condições de ser montado e vingar. E foi o próprio Felipe Camarão quem deu gás a essa impressão ao participar, sábado (11) de um evento organizado pela vereadora Concita Pinto (PCdoB), cujo marido, o ex-deputado estadual J. Pinto, anunciou sua desfiliação do PDT e deve migrar para um partido da base de apoio da candidatura do tucano Carlos Brandão.
Jovem e com um surpreendente lastro de bom gestor para sua idade, e que tem as mais de mil Escolas Dignas e os Iemas como resultados do trabalho que o tornou membro destacado da equipe do governador Flávio Dino, Felipe Camarão sempre deixou escapar, por formas diversas, sinais claro de que ingressaria na política partidária. À sua maneira, o próprio governador estimulou esses recados, que foram intensos nas articulações para a definição de candidaturas à Prefeitura de São Luís em 2020, situação que o levou a se filiar ao DEM, um dos símbolos da direita liberal, onde manteve presença discreta. Há alguns meses, no entanto, deu uma guinada partidária radical, migrando para o PT, o símbolo maior da esquerda democrática, com o objetivo inicial de disputar uma cadeira na Câmara Federal. Porém, na esteira desse movimento, se lançou, em Agosto, e com estridência, candidato a candidato a governador. O projeto sobreviveu 15 semanas, mas foi para o arquivo no dia 29 de Novembro, quando Flávio Dino anunciou seu apoio à pré-candidatura de Carlos Brandão.
Felipe Camarão não é um aventureiro. Ele chegou onde chegou porque conseguiu se tornar uma das principais referências da sua geração no serviço público do Maranhão. Ganhou importância como militante político no grupo liderado pelo governador Flávio Dino exatamente pela sua eficiência como gestor e sua movimentação na tarefa de dar suporte político ao Governo, o que nem todo secretário consegue. Seu ingresso na política partidária, portanto, foi um desdobramento natural dos resultados que alcançou em um Governo de sólida base política. Se sua pré-candidatura a governador foi uma estratégia para ser candidato a deputado federal ou a vice-governador, vale registrar que bem elaborada e que está produzindo os resultados projetados. O fato é que Felipe Camarão está no jogo político e se movimenta agora no centro do tabuleiro sucessório, tornando-se o primeiro nome a ser considerado efetivamente para ser candidato a vice-governador.
Com seus movimentos, Felipe Camarão conseguiu vários bons resultados, sendo principal deles a façanha de desembarcar no PT e em pouco tempo se tornar a mais viável opção do partido para representá-lo como número dois numa chapa com boas chances de vencer a eleição. E nesse caso, é bom lembrar, com um horizonte a perder de vista. Isso porque, vale ressaltar, se o vice-governador – que assumirá o Governo em abril – se reeleger, seu vice será o candidato natural à sucessão em 2026. Ou seja, o que em princípio parece ser apenas uma vaga de vice para cumprir as formalidades, é na verdade um enorme painel de possibilidades políticas, que pode alcançar a década de 2030, se a etapas forem cumpridas a contento. E a julgar pelo que vem mostrando, o secretário de Estado da Educação vem mostrando que conhece o roteiro e está disposto a encontrar o caminho das pedras.
Mas como ensinam os sábios da política, nada é fácil nesse jogo. Se está mesmo disposto a ser candidato a vice na chapa de Carlos Brandão, Felipe Camarão tem, de imediato, três desafios: ganhar a indicação do PT, obter o aval do governador Flávio Dino e seus aliados, e receber o “de acordo” do cabeça da chapa.
PONTO & CONTRAPONTO
Weverton perde aliados, mas deve montar estratégia para consolidar a base
O senador Weverton Rocha (PDT) deve se reunir com o comando da sua pré-campanha para definir estratégias que possam estancar os focos de erosão da base política da sua pré-candidatura. Perdas recentes, como o prefeito de Cantanhede, Zé Martinho “Kabão”, filiado ao PDT, e o prefeito de Coroatá, Luís Filho, do PT, que haviam lhe declarado apoio, mas mudaram de posição, têm lhe causado não só desgaste político, mas também eleitoral. Os dois casos foram perdas significativas. “Kabão” é eleitoralmente forte em Cantanhede, e Luís Filho tem força para influenciar boa parte do eleitorado coroataense. Há alguns dias, o prefeito de Peritoró, Josué Pinho (PP), que semanas antes havia declarado apoio à sua candidatura, recebeu Carlos Brandão em clima festivo, indicando uma mudança de rumo. Chama a atenção o fato de o coordenador da sua pré-campanha, principal assessor político e vice-presidente do PDT, Erlânio Xavier, que preside a influente Famem, não tenha encontrado argumentos para manter os dois prefeitos como aliados do senador. Outro caso emblemático é o do ex-vereador de São Luís e ex-deputado estadual Jota Pinto (PDT), um bom operador de campanhas eleitorais na Ilha, que no final da semana anunciou sua saída do PDT para ingressar na base de apoio de Carlos Brandão. Político atento, que conhece bem esses movimentos, o senador Weverton Rocha, que garante estar no jogo como “foguete sem marcha à ré”, certamente conceberá um plano de reação.
Vereadores da Capital querem disputar cadeiras na Assembleia Legislativa
Pelo menos uma dezena de vereadores de São Luís estaria se movimentando por uma cadeira na Assembleia Legislativa. O pré-candidato mais assumido da Casa é o presidente Osmar Filho (PDT), que integra a linha de frente do projeto de candidatura do senador pedetista Weverton Rocha, assim como os pedetistas Raimundo Penha e Nato Júnior, que muitos acreditam serão candidatos. Estariam também de olho em gabinete do Palácio Manoel Beckman nomes de peso, como Marcial Lima (Podemos), líder do prefeito Eduardo Braide (Podemos) na Câmara Municipal, que pode ter na chapa seu colega de partido Otávio Soeiro. Há quem diga que o experiente Chico Carvalho, hoje no comando do PROS, estaria propenso a tentar encerrar sua longa e movimentada carreira com um mandato estadual. Esses e outros projetos de candidatura entre vereadores da Capital só serão confirmados depois do Carnaval.
São Luís, 14 de Dezembro de 2021.
Ainda sem partido, Roberto Rocha se movimenta para decidir se disputará o Governo ou o Senado
O senador Roberto Rocha tem uma providência a tomar e uma escolha a fazer. Diretamente relacionadas com as eleições do ano que vem e, claro, com o seu futuro político, ambas estão em gestação. A providência: resolver a sua vida partidária, uma vez que continua membro do PSDB – o que lhe permitiu votar na prévia para a escolha do candidato tucano presidente, mesmo partidário declarado do presidente Jair Bolsonaro (PL) – ele está inclinado a ingressar no PL, que no Maranhão é comandado de maneira quase absolutista pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho. Já decidido a disputar um mandato majoritário, cuida agora escolher entre o Governo do Estado o Senado. No momento, conversa com vozes da Oposição, provavelmente procurando pontos de amarração para uma aliança que lhe dê suporte para enfrentar o (ou os) candidato governista. Mantém silêncio pétreo sobre o assunto.
Roberto Rocha é um político experiente, nascido em berço de articulações e amadurecido exercendo mandatos, todos obtidos com boas votações. Ao mesmo tempo, sempre surpreendeu pela imprevisibilidade em relação a filiação partidária, tendo no currículo uma considerável lista de partidos pelos quais passou, já tendo transitado num raio ideológico que começa na direita conservadora, no velho PDS, passando pelo centro (PMDB e PSDB), até alcançar a esquerda moderada como membro do PSB, de onde deu meia-volta, retornou ao centro (PSDB), podendo agora retroagir ainda mais se desembarcar no PL, símbolo da direita liberal e expressão máxima do Centrão. E deve fazê-lo como aliado linha de frente do presidente Jair Bolsonaro, voz-capitã da extrema-direita.
No que diz respeito ao mandato majoritário que pretende disputar, o senador Roberto Rocha só tem duas opções, que são as únicas disponíveis: ou encara a corrida ao Palácio dos Leões medindo força com o senador Weverton Rocha (PDT), o vice-governador Carlos Brandão – que na verdade disputará a reeleição como governador -, o ex-prefeito de João Luís Edivaldo Holanda Jr. e o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PTB). E se for para outro partido, a lista de concorrentes poderá incluir Josimar de Maranhãozinho, com quem provavelmente dividirá espaço no PL. Como se vê, se a escolha for concorrer ao gabinete principal do Palácio dos Leões – onde o seu pai, Luiz Rocha, deu as cartas durante quatro anos (1983/1987) -, enfrentará um time de candidatos fortes, com chances reduzidas de chegar lá.
E se a sua opção for por pelo Senado, será candidato à reeleição para a única vaga a ser colocada em disputa, e com o desafio de enfrentar ninguém menos que o governador Flávio Dino (PSB), um adversário muito – mas muito mesmo – difícil de ser batido.
Vale registrar que as hipóteses levantadas e os cenários rascunhados são frutos das observações do momento político que o Maranhão está vivendo, que exibe certo grau de previsibilidade. É oportuno também assinalar que tais observações são feitas a 40 semanas das eleições, um espaço de tempo considerável, ao longo do qual, em tese, muita coisa pode acontecer, dependendo do grau de estabilidade do desenho político. No caso maranhense, as posições governistas são bem mais fortes e estáveis do que as oposicionistas, com margem reduzida para reveses, tanto na disputa para o Governo do Estado quanto na corrida ao Senado da República. Outro registro cabível é o desempenho mediano do senador nas pesquisas publicadas até agora.
É nesse contexto que o senador Roberto Rocha terá de se situar e se movimentar na guerra pelo voto, e ainda por cima carregando o que até aqui tem a forma e o peso de um enorme fardo, a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição, marcada por forte e, ao que parece, irreversível rejeição.
PONTO & CONTRAPONTO
Camarão deixa a corrida aos Leões, mas sai com robusto cacife político
O secretário Felipe Camarão (Educação) decidiu arquivar seu efêmero, mas estridente e rumoroso, projeto de sair candidato do PT ao Governo do Estado. A decisão foi tomada depois que o governador Flávio Dino bateu martelo em apoio à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Com a movimentação, Felipe Camarão deu um show de argúcia política, conseguindo, em pouco tempo, criar uma situação que lhe abriu as portas para uma candidatura promissora à Câmara Federal, uma seara onde a disputa será renhida pelo poder de fogo político e eleitoral de parte dos pré-candidatos, a começar pelos atuais membros da bancada, alguns do quais são pesos pesados, e de interessados, como a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), por exemplo. Depois de surpreender ao migrar do DEM para o PT, onde foi recebido como uma estrela, Felipe Camarão surpreendeu o mundo ao se lançar candidato a candidato do PT ao Governo do Estado. Nos meses em que sustentou o projeto, ocupou todos os espaços, mexeu com os demais pré-candidatos e sacudiu o seu próprio partido, que chegou a considerar a confirmação do projeto de candidatura. A reunião do dia 29 de novembro, porém, tirou o trem neopetista dos trilhos e tornou inviável a rota pretendida. Felipe Camarão entrou forte nessa jogada e saiu mais forte ainda, tendo praticamente consolidado os espaços políticos para trabalhar sua candidatura a deputado federal, ganhando de quebra a estatura de um bom nome do PT para a vaga de candidato a vice-governador. Coincidência ou não, sua primeira manifestação como ex-candidato a candidato foi uma declaração de apoio ao vice-governador Carlos Brandão.
Othelino Neto aproveitou como raposa a boa provocação de Márcio Jerry
Se tirou o fim de semana para descansar – o que é improvável -, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), o fez em estado de graça e com a autoestima em alta. Motivo: ele foi a personagem política da semana, tendo ocupado todos os espaços do mapa político maranhense desde que o presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, sugeriu seu nome para candidato a vice na chapa liderada pelo vice-governador Carlos Brandão. Nada nesse jogo teria sido tão oportuno e estimulante ao presidente da Assembleia Legislativa nesse momento. E com muita habilidade, jogando como uma raposa tarimbada, ele transformou o fato em gás político e eleitoral. Para começar, respondeu com leveza à saudável provocação do igualmente hábil Márcio Jerry, recusando a sugestão sem dizer não nem fechar portas. Ao mesmo tempo, cuidou de reafirmar sua participação no projeto de candidatura do senador Weverton Rocha ao Governo do Estado, sinalizando claramente que ela é irreversível, aconteça o que acontecer. Mas, como sentenciam as velhas e sábias raposas, declaração política é feita para não valer muito tempo, principalmente em momentos de definição como agora. O diferencial é que, sem fazer estardalhaço, Othelino Neto usou com inteligência a provocação feita por Márcio Jerry, que também saiu por cima com a repercussão do gesto.
São Luís, 12 de Dezembro de 2021.
PT abre guerra doméstica pelo poder e atrai sombras ao seu projeto de poder
O comando nacional do PT decidiu fazer valer um acordo firmado na eleição da direção estadual do partido, que obriga o atual presidente, Augusto Lobato, a dividir o mandato de quatro anos com seu adversário na disputa, Francimar Melo, assegurando que o novo presidente assuma o comando do braço maranhense da agremiação no dia 1º de janeiro de 2022, ou seja, daqui a três semanas. A consumação dessa medida pode promover uma guinada radical na posição do PT em relação à corrida para o Governo do Estado. Isso porque, enquanto o atual presidente vem mantendo a declaração de apoio à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB, podendo migrar para o PSB), o seu sucessor está avisando, em alto e bom som, que vai abrir discussão sobre candidaturas ao Governo do Estado, usando o argumento segundo o qual o partido tem um pré-candidato, Felipe Camarão, cujo projeto não deve ser descartado. E tudo isso com o partido sendo a base do ex-presidente Lula da Silva, o pré-candidato mais bem situado nesta fase da corrida ao Palácio do Planalto.
A verdade é a seguinte: se já vinha fervendo internamente por conta das profundas divisões que o mantêm em constante ebulição, a súbita troca de comando, com a ascensão de uma corrente então afastada do poder, pode mergulhar o PT maranhense numa crise de desfecho imprevisível no que diz respeito à corrida sucessória. Primeiro porque o novo comando pode desfazer o compromisso assumido com o vice-governador Carlos Brandão, para reabrir o debate interno sobre candidatura, colocando o projeto de Felipe Camarão na abertura da sua lista de prioridades, podendo também criar um ambiente que possa favorecer o pré-candidato do PDT, senador Weverton Rocha.
O braço maranhense do PT, que tem seu núcleo básico formado por grupos das suas diversas correntes, não é um partido der fácil relacionamento. As correntes que lhe dão vida têm posições diferentes acerca da sucessão estadual, o que torna difícil, quase impossível mesmo, uma tomada de posição unanime e tranquila sobre quem apoiar para trabalhar no Palácio dos Leões. E o caldo pode ser ainda mais entornado se prevalecer o projeto do novo presidente de reabrir o debate interno sobre candidatura ao Governo do Estado, criando o risco de prejudicar a boa articulação da agremiação em relação ao apoio à candidatura presidencial do partido. A impressão que o partido passa é de que o ex-presidente Lula da Silva não precisa de partido para manter a condição de favorito, segundo as pesquisas.
Um dos problemas internos é que não há consenso sobre a contrapartida ao seu apoio, cujo pacote o inclui, entre outros nos itens, o precioso apoio de Lula da Silva ao candidato do partido escolhido ao Governo do Estado, e um bom tempo de rádio e TV na propaganda eleitoral, que tem o valor de ouro em pó no “mercado” eleitoreiro, e a participação da sua militância, que é reconhecidamente aguerrida. Daí a voz dominante do partido pregar a indicação do vice ao candidato que vier a ter o apoio do partido. E muito provavelmente é o que pretende o novo comando petista quando mantém de pé o projeto de candidatura do secretário Felipe Camarão. Isso porque, segundo corre nos bastidores, ele teria sinalizado estar aberto a conversar nesse sentido, deixando claro que que qualquer decisão tem de passar pelo governador Flávio Dino.
Os atuais líderes do PT, incluindo o vai assumir a presidência no primeiro dia do ano que vem, sabem que tudo o que o partido não precisa agora é de uma crise que amplie e aprofunde ainda mais as diferenças que desgastam sua saúde política. O seu projeto de levar Lula da Silva de volta ao poder é grande demais para ser arranhado por uma guerrinha doméstica.
PONTO & CONTRAPONTO
Investigações sobre Maranhãozinho pode levar a prefeitos por ele apoiados
As investigações que revelaram o grande esquema financeiro do deputado federal e chefe do PL maranhense Josimar de Maranhãozinho colocaram em estado de alerta vermelho os prefeitos eleitos com sua ajuda, entre eles Júlio Matos, de São José de Ribamar. Todas as evidências sugerem que Júlio Matos estava, é certo, em condições eleitorais de vencer o pleito, mas precisava de recursos para movimentar a máquina de apoio. Josimar de Maranhãozinho foi decisivo nesse suporte, bancando parte expressiva da campanha com a sua poderosa engrenagem financeira. Pelo que está sendo revelado, é quase certo que as investigações conduzirão aos beneficiários direto das injeções financeiras na campanha, o que coloca Júlio Matos na linha de frente desse time.
Parte dos prefeitos do Republicanos se move para apoiar Carlos Brandão
Não seria tranquilo de todo o clima nas entranhas do Republicanos, cujo presidente, deputado federal Cléber Verde, declarou apoio ao pré-candidato a governador Weverton Rocha (PDT). Boa parte dos 25 prefeitos do partido, porém, foi eleita com o apoio do vice-governador Carlos Brandão, então filiado ao partido, tendo migrado depois para o PSDB. Agora, uma parte desses está se movimentando no sentido de apoiar o vice-governador na corrida aos Leões, a exemplo do prefeito de Caxias, Fábio Gentil, que não esconde sua posição. Não há um movimento organizado nem se sabe exatamente quantos prefeitos eleitos pelo Republicanos estão nessa situação. Mas é sem dúvidas uma fatia expressiva. Tarimbado nesse jogo e avesso a crises, o presidente Cléber Verde cuida do assunto com a máxima discrição.
São Luís, 11 de Dezembro de 2021.
Weverton se movimenta para chegar ao final de janeiro com pré-candidatura turbinada
Os intensos movimentos feitos recentemente para fortalecer o projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) tiveram impacto forte no tabuleiro onde se movem as pedras para a sucessão do governador Flávio Dino (PSB), mas não causaram estrago maior na base do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). Em meio à repercussão da iniciativa do presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, de sugerir o nome do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto, que é do seu partido, para companheiro de chapa do vice-governador, o senador pedetista reafirmou seu projeto e avaliou que o grupo básico de apoio à sua pré-candidatura permanece unido. Sem se manifestar explicitamente sobre movimentos de Carlos Brandão, Weverton Rocha deixou claro, em momentos diversos, que sua pré-candidatura está de pé, com o mesmo apoio, e se tornou irreversível.
– Sou muito orgulhoso de contar com o apoio de uma senadora (Eliziane Gama [Cidadania]), presidentes de partidos (deputados federais Cléber Verde [Republicanos], Juscelino Filho [DEM] e André Fufuca [Progressista]) deputados federais, deputados estaduais e do presidente da Assembleia. E o mais importante, esse projeto tem a preferência do povo do Maranhão, que é quem decidirá o futuro do nosso estado – declarou o pré-candidato pedetista, num aviso claro de que está firme no jogo sucessório.
Além da base política e partidária, que avalia como densa e sólida, Weverton Rocha sustenta o argumento de que está no páreo motivado pelos números das pesquisas sobre a corrida sucessória divulgadas até aqui, nas quais ele só perde em intenções de voto para a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), e nos cenários em que ela não é incluída, o senador assume a liderança, com diferenças fora da margem de erro sobre os demais concorrentes: Carlos Brandão, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), Roberto Rocha (a caminho do PL), Lahesio Bonfim (PTB), Josimar de Maranhãozinho (PL), Felipe Camarão (PT) e Simplício Araújo (SD). Na média das pesquisas, o senador Weverton Rocha aparece com percentuais de intenção de voto superiores a 20%, ficando os três primeiros da relação disputando a segunda colocação. Vale lembrar os elevados percentuais “nenhum”, “não sabe” e “não respondeu”, o que indica que a disputa está em aberto.
Weverton Rocha aposta alto nas articulações e movimentos que fará nas próximas semanas, projetando chegar turbinado ao final de janeiro, quando os líderes do grupo governista sentarão para decidir sobre a amarração final da candidatura que os representará na corrida às urnas. Nesse sentido, ela trava uma guerra dura, difícil, de desfecho imprevisível, mas, reconheça-se, politicamente civilizada, sem ataques pessoais nem pugilato verbal com o vice Carlos Brandão, que também mantém a postura correta. O senador e seus aliados estão confiantes de que chegarão à hora da decisão com sua pré-candidatura consolidada, pronta para receber o apoio da maioria do grupo partidário. Não há, porém, dentro do grupo que o apoia, a convicção de que ele consiga reverter a tendência criada com o apoio declarado do governador Flávio Dino ao vice-governador, o que leva muitos deles a admitir o líder pedetista está se preparando para o embate direto com Carlos Brandão.
Parte do trabalho de fortalecimento do projeto eleitoral de Weverton Rocha está desafio de estancar focos de crise na sua base partidária, como, por exemplo, a tensão que vem dominando o Cidadania, cuja executiva estadual decidiu não seguir a senadora Eliziane Gama, que o apoio, para aliar-se a Carlos Brandão. Forjado no jogo pesado do movimento estudantil e nas duras batalhas da Juventude do PDT com o MDB Jovem nas ruas de São Luís, o senador sabe que tem um grande desafio pela frente, e tem mostrado que está disposto a encará-lo, confiante de que pode vencê-lo, mas ciente de que corre o risco de sofrer um duro golpe na sua bem-sucedida carreira política.
PONTO & CONTRAPONTO
Vice: Othelino Neto usa habilidade para recusar sugestão de Márcio Jerry
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto, usou toda a sua polidez política para recusar a sugestão feita pelo presidente do seu partido, o PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, para que ele seja companheiro de chapa do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) na corrida ao Governo do Estado. Sem se referir ao fato em si, o parlamentar usou suas redes sociais para reafirmar seu ao projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT).
Político já tarimbado, que começa a viver a maturidade nesse campo minado de sutilezas que podem alavancar e enterrar projetos de poder, Othelino Neto respondeu a Márcio Jerry sem fechar todas as portas. Ele sabe, com clareza solar, que o fato de pertencer aos quadros do PCdoB é um dado limitador dos seus movimentos. Mas sabe também que, tome a posição que tomar, não será hostilizado dentro da agremiação comunista. Mas também não parece interessado em alimentar a condição de peça destoante num partido cujas decisões são sempre unânimes. Daí a possibilidade de ele migrar para o PDT.
Os políticos de raiz costumam dizer que em política não é surpresa boi voar. Conhecedor profundo do assunto, o advogado Sálvio Dino, pai do governador Flávio Dino, costumava acrescentar que na política do Maranhão boi voa de asa quebrada. De agora até as convenções partidárias de julho, tendo como escala a abertura da janela partidária em março muita água no leito da corrida sucessória.
Sarney renova carteira da OAB e diz que sua maior causa foi redemocratizar o Brasil
“Eu tive um cliente [a população brasileira] que me deu uma causa, que foi redemocratizar o Brasil”, declarou ontem o ex-presidente José Sarney (MDB) no ato de renovação da sua carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na sede da instituição. A carteira, de nº 279, a segunda mais antiga do Maranhão, lhe foi entregue pelo atual presidente da OAB/MA, Thiago Diaz, na presença de conselheiros e advogados, entre eles o decano da advocacia maranhense, Valeriano Américo de Oliveira.
Não foi uma frase ilustrativa do momento, mas uma declaração com força histórica, exatamente por traduzir fielmente o papel de liderança que ele exerceu no processo de redemocratização. Quando assumiu no lugar do presidente eleito Tancredo Neves (PMDB), de quem era vice, Sarney encontrou o país mergulhado na mais absoluta incerteza quanto ao futuro. A democracia estava de volta, um governo civil, eleito indiretamente, mas dentro das regras vigentes, havia sido instalado; ao mesmo tempo, forças reacionárias, que queriam a manutenção da ditadura, se movimentavam tentando inflamar os quartéis, onde muitos não se conformavam com a perda do poder.
Político de centro-direita convicto, de formação liberal, José Sarney usou toda sua habilidade, paciência e tolerância na administração da crise que se desenhava, e aos poucos foi acalmando o ambiente e consolidando a transição, que consumou com a eliminação dos mecanismos de exceção, restaurando as liberdades civis, como a partidária, e a convocando a Assembleia Nacional Constituinte, tirando, por exemplo, o PCdoB da clandestinidade. Foi graças à sua visão política e ao seu traquejo que a Nova República foi consolidada com a promulgação da nova Constituição, devolvendo aos brasileiros o estado democrático de direito e iniciando um novo e decisivo momento na sua História, infelizmente hoje ameaçado por adoradores da ditadura hoje instalado no poder.
Em Tempo: Não é só a carteira da OAB atualizada que orgulha o ex-presidente José Sarney. Ele também faz questão de renovar periodicamente a sua carteira de Jornalista, que atualiza a cada biênio, ora por meio do Sindicato dos Jornalistas do Maranhão, ora por na Federação Nacional dos Jornalistas, em Brasília.
São Luís, 10 de Dezembro de 2021.
PCdoB sugere Othelino Neto como candidato a vice de Carlos Brandão
O PCdoB não ficou restrito ao apoio ao projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB, mas dizem que a caminho do PSB) ao Governo do Estado. Na sua reunião de segunda-feira (6), quando colocou as cartas na mesa interna para uma tomada de posição definitiva na corrida sucessória, o Partidão foi além ao sugerir a montagem de uma chapa tendo o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto, que pertence aos seus quadros, como candidato a vice-governador. A proposta, que mexeu com os bastidores partidários, foi formulada pelo presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry, ,ontem, em entrevista à TV Mirante nos seguintes termos: “Temos uma opinião que oferecemos aos demais partidos sugerindo o nome do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto como opção de candidato a vice-governador”. E amarrou com o seguinte argumento: “Colocamos nossa visão para o debate, para que possamos construir uma sólida unidade em torno da candidatura de Carlos Brandão”.
Não é uma proposta qualquer, pois engloba vários pontos em aberto no tabuleiro sucessório. Para começar, Othelino Neto pertence ao PCdoB, o que dá ao presidente Márcio Jerry autoridade e credibilidade para fazer a sugestão, de vez que, segundo ele próprio, a iniciativa conta com a unanimidade do comando partidário. Do ponto de vista político, não há como desconhecer o fato de que o deputado Othelino Neto ocupa hoje um espaço considerável no ambiente político maranhense, com poder de fogo para declarar apoio e se tornar o principal avalista do projeto de candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). Mas o fez tentando quebrar arestas e utilizando todas as janelas para conversar. Com o tamanho político que alcançou, Othelino Neto vem, há tempos, atuando como uma espécie de elo entre o pré-candidato pedetista e o governador Flávio Dino.
Antes da sugestão, a tendência do presidente da Assembleia Legislativa era manter seu apoio à candidatura de Weverton Rocha e se candidatar à reeleição ou, na hipótese de o governador Flávio Dino ser candidato a vice-presidente numa composição com Lula da Silva (PT), candidatar-se à vaga de senador. Houve também especulação o escalando para vice, mas isso não passou de disse-me-disse. Agora, com a declaração pública, o presidente do PCdoB coloca a posição de Othelino Neto num novo patamar, tirando-o da base de apoio da pré-candidatura do senador Weverton Rocha, exatamente para consolidar a pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão, mas sem dar ao gesto um caráter de ruptura com o líder pedetista.
A sugestão apresentada pelo presidente do PCdoB pode levar a três situações. Na primeira, o deputado Othelino Neto aceita e consolida a posição do PCdoB na chapa do vice-governador, num grande acordo envolvendo o projeto do senador Weverton Rocha. Na segunda, o presidente da Assembleia Legislativa atende ao chamamento do seu partido e se afasta da pré-candidatura de Weverton Rocha, o que é improvável dado o grau de envolvimento dele como projeto pedetista. E na terceira, ele recusa, pura e simplesmente sugestão.
Em todas essas situações, Othelino Neto certamente levará em conta o fato de que, caso Carlos Brandão vença a eleição, governará até abril de 2026, quando certamente de desincompatibilizará para disputar uma das vagas de senador ou uma cadeira de deputado federal. Esse roteiro dará ao seu vice oito meses como governador titular, e com o direito de tentar a reeleição, se assim decidir. Ou seja, a vaga de vice-governador na chapa de Carlos Brandão tem atrativos irresistíveis para um político jovem e em ascensão como o atual presidente da Assembleia Legislativa.
A atraente e sedutora sugestão feita pelo presidente do PCdoB valoriza expressivamente o cacife político do presidente da Assembleia Legislativa, mas também o coloca em situação delicada em relação ao pré-candidato do PDT. Uma equação que pode ser resolvida com boas rodadas de conversa em clima desarmado entre velhos aliados.
PONTO & CONTRAPONTO
Grupo montado por Josimar de Maranhãozinho começa a se desmontar
Por mais que tente passar à opinião pública de que nada está acontecendo além de “perseguições” feitas por adversários temerosos do crescimento da sua pré-candidatura, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) começa a encarar as rachaduras nos pilares do controversos e sob suspeita esquema político. O sinal mais evidente foi a decisão do deputado estadual Leonardo Sá de, diante da situação delicada do chefe, deixar o grupo e declarar apoio à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão, que assim emplaca 21 deputados estaduais. Leonardo Sá, que tem como base o eleitorado de Pinheiro, ouviu apelos de familiares e aliados para se afastar do PL e voltar à aliança que dá suporte ao governador Flávio Dino. Médico por formação, Leonardo Sá saiu com civilidade. E justificou a decisão em nota divulgada por sua assessoria, na qual elogia Josimar de Maranhãozinho e a deputada Detinha (PL), agradece o apoio recebido dos dois, e explica que seu afastamento é circunstancial, deixando inclusive uma brecha para eventual retorno. Nos bastidores partidários especula-se que pelo menos oito dos 40 prefeitos eleitos com o apoio de Josimar de Maranhãozinho já teriam declarado apoio a Carlos Brandão.
Polícia apura se abordagem agressiva à deputada Daniella Tema foi “armada”.
Aumentam as evidências de que a agressiva abordagem de uma patrulha da PM à deputada Daniella Tema (DEM), nas proximidades de Tuntum, na semana passada foi “armada”. A parlamentar e outros ocupantes do veículo que em que se encontravam tiveram de descer com as mãos na cabeça, mesmo depois de terem se identificado. O caso está sendo investigado pela Polícia Militar, que afastou o tenente que comandou a espantosa operação, e pela Polícia Civil, que busca vestígios de que se tratou de uma trama destinada a constrange a parlamentar, que é esposa do ex-prefeito do município, Cleomar Tema (PSB), um dos principais articuladores do projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão. O que ficou claro até agora é que, segundo apurou a Coluna, nada justifica o que aconteceu. O resultado das investigações será conhecido em breve. A deputada Daniella Tema faz questão que tudo seja trazido a público.
São Luís, 09 de Dezembro de 2021.
PCdoB fecha com Brandão e abre caminho para as definições partidárias no tabuleiro sucessório
O PCdoB foi o primeiro partido a manifestar apoio ao projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) à sucessão do governador Flávio Dino (PSB). A decisão foi tomada na noite de segunda-feira (6) e sacramentada ontem, quando o presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry, concluiu a rodada final de consultas internas, tendo obtido maioria folgada a favor do tucano. Como esperado, o Partidão segue, sem titubear, a posição do governador Flávio Dino, que na reunião de 29/11 comunicou aos líderes partidários presentes sua decisão de apoiar a pré-candidatura do vice-governador. Com o movimento, o PCdoB inicia a ciranda partidária em torno do projeto sucessório apoiado pelo governador, devendo o PSB ser o segundo partido a se associar ao vice-governador, que vem recebendo manifestações de apoio de diversos segmentos partidários, o que o coloca em condições de deslanchar sua caminhada em busca da reeleição como governador-titular. A decisão será comunicada oficialmente ao pré-candidato nas próximas horas.
A declaração de apoio do governador Flávio Dino turbinou fortemente o projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão. Em primeiro lugar, porque funcionou como um aval que fortalece a credibilidade que ele próprio construiu como um vice correto, que cumpriu rigorosamente as missões que lhes foram dadas pelo governador, ao mesmo tempo em que também funcionou como um colaborador acreditado nos dois períodos de governo. E depois, organizou um ambiente político no qual vem trabalhando para agregar forças diversas para compor a base do seu projeto de candidatura, não havendo registro de quem tenha em algum momento atuado para desagregar. E finalmente, nos dois períodos do atual Governo, acompanhou atentamente o funcionamento da máquina e o andamento dos projetos e programas em curso.
No campo político, Carlos Brandão sabe exatamente onde deve pisar, carregando na sua bolsa de experiências a chefia da Casa Civil do Governo José Reinaldo Tavares, tendo sido um dos articuladores do grande movimento que resultou na histórica eleição de Jackson Lago para o Governo do Estado em 2006, quando também foi eleito deputado federal, reeleito em 2010. Não foi sem uma razão política forte que ele foi escolhido por Flávio Dino como candidato a vice em 2014 e confirmado na chapa reeleita em 2018. Em todo esse período, ao seu modo discreto, mas eficiente, Carlos Brandão teceu uma ampla rede de relações, que alcança todas as regiões do estado e que hoje é a base do seu projeto de candidatura.
Carlos Brandão disputou a indicação com o senador Weverton Rocha (PDT), um político jovem e arrojado, que está em campanha aberta, disposto a levar em frente o seu projeto de candidatura. Concorreram também o secretário de Educação Felipe Camarão (PT), chegado recentemente à seara sucessória, e Simplício Araújo (SD), que há mais tempo vem tentando viabilizar o seu projeto de ser candidato ao Palácio dos Leões. Os três disserem que mantêm seus projetos, embora o único em condições de fazê-lo seja Weverton Rocha, que tem um partido forte, o PDT, formou uma base de apoio e municípios, e tem o suporte do mandato senatorial e parece determinado. O contrapeso determinante é que a partir de abril Carlos Brandão será o governador do Estado, o que faz uma oceânica diferença.
As estimativas feitas até aqui apontam que ele terá o apoio de pelo menos oito dos 13 partidos que firmam a base governista, podendo também contar o MDB, de acordo com o que se ouve nos bastidores. Há quem avalie que a escolha do vice será determinante para a consolidação do seu projeto, principalmente se o nome sair dos quadros do PT, como está sendo cogitado, principalmente a partir do fato de que boa parte do comando petista no Maranhão já se manifestou pela aliança em torno do vice-governador.
A decisão do PCdoB, portanto, além de confirmar a lógica, iniciou um processo que deve ser concluído em meados de Janeiro, quando os pré-candidatos e os partidos da base voltam a se reunir para avaliar o cenário.
PONTO & CONTRAPONTO
Assembleia apontada como instituição com elevada transparência
No momento em que o Congresso Nacional, em especial a Câmara Federal, toma decisão que são verdadeiros retrocessos e mergulha o País em perplexidade ao referendar e praticar, em associação com o Palácio do Planalto, sem limites o chamado “Orçamento secreto”, envolvendo bilhões e bilhões, e desfigurar a PEC dos Precatórios, aplicando um calote bilionário em milhares de brasileiros credores da União, a Assembleia Legislativa do Maranhão foi apontada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE/MA)como uma instituição com elevado grau de transparência, alcançando o Índice de Transparência A.
De acordo com o Núcleo de Fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA), em estudo realizado em setembro, o Poder Legislativo do Maranhão é ágil e correto na divulgação, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira em meios eletrônicos de fácil acesso público. Essa eficiência garantiu à instituição o “Índice de Transparência A”.
Para estabelecer o índice, o demonstrativo leva em conta o cumprimento de 13 itens observados no Portal da Transparência com informações exigidas por lei. São eles: receita, despesa, transferências voluntárias recebidas/realizadas, recursos humanos, diárias, licitações e contratos, relatórios fiscais, serviço de Informações ao cidadão, acessibilidade, informações prioritárias, informações institucionais, Poder Legislativo Estadual ou Municipal. Dentro desses critérios, o estudo objetivou verificar o cumprimento da legislação vigente e dos princípios constitucionais relativos à transparência e à publicidade dos atos. Conforme a avaliação, a Assembleia Legislativa do Maranhão cumpriu as exigências estabelecidas na maioria dos critérios.
Para o presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB) – que, vale registrar, é economista e auditor concursado e licenciado do TCE -, a avaliação feita pelo Núcleo de Fiscalização do TCE mostra que tem dado certo todo o trabalho desenvolvido pela Casa do Povo para atingir a excelência no quesito transparência. “O índice A atribuído à Assembleia só corrobora com aquilo que sempre primamos, que é a total transparência de nossas práticas e atos administrativos. No nosso Portal da Transparência, todas as informações estão dispostas de forma bem clara, como assim exigem as normas. Eu fico imensamente feliz por termos recebido essa avaliação tão positiva, o que significa que estamos no caminho certo”, disse o presidente.
Revelações da Crusoé e de O Globo ameaçam seriamente o futuro político de Maranhãozinho
As revelações da revista Crusoé, na semana passada e reforçadas por reportagem de O Globo, ontem estremeceram de fato as bases do esquema político do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), a ponto de ameaçar seriamente o seu futuro político. No meio político, a opinião corrente é a de que seu projeto de candidatura ao Governo do Estado foi para o espaço diante da revelação do que foi apurado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Muitos dos prefeitos que financiou com R$ 20 milhões “do próprio bolso” mais R$ 9 milhões “mandados pelo Valdemar” (Costa Neto, presidente nacional do PL), além de outras dezenas de milhões saídas sabe Deus de onde, estariam apreensivos, temendo que as investigações batam às suas portas, para que expliquem a origem da grana preta que bancou suas campanhas. Isso porque a explicação fajuta de que o dinheiro vivo “foi declarado ao Imposto de Renda” não se sustenta diante das imagens e das palavras do próprio deputado Josimar de Maranhãozinho.
São Luís, 08 de Dezembro de 2021.