Camarão se movimenta para ocupar a cobiçada vaga de candidato a vice de Brandão

 

Felipe Camarão pode ser companheiro de chapa de Caros brandão, mas tem desafios a vencer dentro e fora do PT

Tendo vencido a semana como uma mera opção, na repercussão do arquivamento de um projeto bem mais audacioso e arrojado – ser candidato ao Governo do Estado -, a possibilidade de o secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, vir a ser o nome do PT para a vaga de vice na chapa a ser liderada pelo vice-governador Carlos Brandão (PSDB) virou um dado a ser realmente levado em conta no tabuleiro da corrida sucessória. A turbinagem transformou a ideia ocupou espaço dentro e fora da aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino (PSB) e ganhou, se não a forma definitiva, os contornos de um projeto que reúne todas as condições de ser montado e vingar. E foi o próprio Felipe Camarão quem deu gás a essa impressão ao participar, sábado (11) de um evento organizado pela vereadora Concita Pinto (PCdoB), cujo marido, o ex-deputado estadual J. Pinto, anunciou sua desfiliação do PDT e deve migrar para um partido da base de apoio da candidatura do tucano Carlos Brandão.

Jovem e com um surpreendente lastro de bom gestor para sua idade, e que tem as mais de mil Escolas Dignas e os Iemas como resultados do trabalho que o tornou membro destacado da equipe do governador Flávio Dino, Felipe Camarão sempre deixou escapar, por formas diversas, sinais claro de que ingressaria na política partidária. À sua maneira, o próprio governador estimulou esses recados, que foram intensos nas articulações para a definição de candidaturas à Prefeitura de São Luís em 2020, situação que o levou a se filiar ao DEM, um dos símbolos da direita liberal, onde manteve presença discreta. Há alguns meses, no entanto, deu uma guinada partidária radical, migrando para o PT, o símbolo maior da esquerda democrática, com o objetivo inicial de disputar uma cadeira na Câmara Federal. Porém, na esteira desse movimento, se lançou, em Agosto, e com estridência, candidato a candidato a governador. O projeto sobreviveu 15 semanas, mas foi para o arquivo no dia 29 de Novembro, quando Flávio Dino anunciou seu apoio à pré-candidatura de Carlos Brandão.

Felipe Camarão não é um aventureiro. Ele chegou onde chegou porque conseguiu se tornar uma das principais referências da sua geração no serviço público do Maranhão. Ganhou importância como militante político no grupo liderado pelo governador Flávio Dino exatamente pela sua eficiência como gestor e sua movimentação na tarefa de dar suporte político ao Governo, o que nem todo secretário consegue. Seu ingresso na política partidária, portanto, foi um desdobramento natural dos resultados que alcançou em um Governo de sólida base política. Se sua pré-candidatura a governador foi uma estratégia para ser candidato a deputado federal ou a vice-governador, vale registrar que bem elaborada e que está produzindo os resultados projetados. O fato é que Felipe Camarão está no jogo político e se movimenta agora no centro do tabuleiro sucessório, tornando-se o primeiro nome a ser considerado efetivamente para ser candidato a vice-governador.

Com seus movimentos, Felipe Camarão conseguiu vários bons resultados, sendo principal deles a façanha de desembarcar no PT e em pouco tempo se tornar a mais viável opção do partido para representá-lo como número dois numa chapa com boas chances de vencer a eleição. E nesse caso, é bom lembrar, com um horizonte a perder de vista. Isso porque, vale ressaltar, se o vice-governador – que assumirá o Governo em abril – se reeleger, seu vice será o candidato natural à sucessão em 2026. Ou seja, o que em princípio parece ser apenas uma vaga de vice para cumprir as formalidades, é na verdade um enorme painel de possibilidades políticas, que pode alcançar a década de 2030, se a etapas forem cumpridas a contento. E a julgar pelo que vem mostrando, o secretário de Estado da Educação vem mostrando que conhece o roteiro e está disposto a encontrar o caminho das pedras.

Mas como ensinam os sábios da política, nada é fácil nesse jogo. Se está mesmo disposto a ser candidato a vice na chapa de Carlos Brandão, Felipe Camarão tem, de imediato, três desafios: ganhar a indicação do PT, obter o aval do governador Flávio Dino e seus aliados, e receber o “de acordo” do cabeça da chapa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton perde aliados, mas deve montar estratégia para consolidar a base

Weverton Rocha: hora de estancar a sangria na base política da sua pré-candidatura

O senador Weverton Rocha (PDT) deve se reunir com o comando da sua pré-campanha para definir estratégias que possam estancar os focos de erosão da base política da sua pré-candidatura. Perdas recentes, como o prefeito de Cantanhede, Zé Martinho “Kabão”, filiado ao PDT, e o prefeito de Coroatá, Luís Filho, do PT, que haviam lhe declarado apoio, mas mudaram de posição, têm lhe causado não só desgaste político, mas também eleitoral. Os dois casos foram perdas significativas. “Kabão” é eleitoralmente forte em Cantanhede, e Luís Filho tem força para influenciar boa parte do eleitorado coroataense. Há alguns dias, o prefeito de Peritoró, Josué Pinho (PP), que semanas antes havia declarado apoio à sua candidatura, recebeu Carlos Brandão em clima festivo, indicando uma mudança de rumo. Chama a atenção o fato de o coordenador da sua pré-campanha, principal assessor político e vice-presidente do PDT, Erlânio Xavier, que preside a influente Famem, não tenha encontrado argumentos para manter os dois prefeitos como aliados do senador. Outro caso emblemático é o do ex-vereador de São Luís e ex-deputado estadual Jota Pinto (PDT), um bom operador de campanhas eleitorais na Ilha, que no final da semana anunciou sua saída do PDT para ingressar na base de apoio de Carlos Brandão. Político atento, que conhece bem esses movimentos, o senador Weverton Rocha, que garante estar no jogo como “foguete sem marcha à ré”, certamente conceberá um plano de reação.

 

Vereadores da Capital querem disputar cadeiras na Assembleia Legislativa

Osmar Filho e Marcial Lima na relação dos vereadores candidatos

Pelo menos uma dezena de vereadores de São Luís estaria se movimentando por uma cadeira na Assembleia Legislativa. O pré-candidato mais assumido da Casa é o presidente Osmar Filho (PDT), que integra a linha de frente do projeto de candidatura do senador pedetista Weverton Rocha, assim como os pedetistas Raimundo Penha e Nato Júnior, que muitos acreditam serão candidatos. Estariam também de olho em gabinete do Palácio Manoel Beckman nomes de peso, como Marcial Lima (Podemos), líder do prefeito Eduardo Braide (Podemos) na Câmara Municipal, que pode ter na chapa seu colega de partido Otávio Soeiro. Há quem diga que o experiente Chico Carvalho, hoje no comando do PROS, estaria propenso a tentar encerrar sua longa e movimentada carreira com um mandato estadual.  Esses e outros projetos de candidatura entre vereadores da Capital só serão confirmados depois do Carnaval.

São Luís, 14 de Dezembro de 2021.

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