Arquivos mensais: dezembro 2021

Durante 12 meses, 15 personalidades se destacaram no cenário político do Maranhão

 

As marchas e contramarchas partidárias e o intenso, às vezes frenético, movimento de aspirantes em busca de espaço no tabuleiro da disputa pelo Governo do Maranhão e outros na luta pela sobrevivência pela via da reeleição transformaram 2021 um ano  politicamente maiúsculo, indicando que os primeiros 10 meses de 2022, que começa no primeiro segundo de amanhã em meio às festas da virada, serão muito mais agitados no tabuleiro da luta pelo poder. Nos últimos 12 meses, o ambiente político maranhense foi marcado por movimentos na maioria dos quais 15 personalidades fortes, com destaque evidente para o governador Flávio Dino (PSB), que protagonizou a cena como gestor e como líder político, apesar de todas as pressões – explícitas e subterrâneas – destinadas a minar sua credibilidade, e fecha o ano com sua estatura intacta e como líder inconteste da aliança partidária que construiu e manteve por sete anos. Outros exemplos, como o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o senador Weverton Rocha (PDT) e o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr. (PSD) turbinaram a vida política maranhense com seus projetos de candidatura ao Palácio dos Leões. Esse cenário propiciou casos como crescimento político do deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa, o ressurgimento da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), e os passos do senador Roberto Rocha (sem partido) como voz da oposição. Com base nas observações consolidadas nas mais de 300 edições do período, a Coluna listou 15 personalidades que pontificaram no tabuleiro político maranhense ao longo do ano que termina hoje.

Flávio Dino – O governador do Maranhão foi, de longe, o personagem mais destacado na crena política maranhense. Primeiro por manter inalterado o intenso ritmo do seu Governo, dando continuidade aos programas e projetos lançados ainda nos primeiros anos, realizando uma gestão sustentada pela eficiência e pela coerência, a exemplo do Escola Digna, com mais de 1,2 mil unidades com o mesmo padrão, caso raro na história administrativa do Maranhão. No campo político propriamente dito, Flávio Dino se manteve no cenário nacional como uma das vozes mais fortes e equilibradas das esquerdas e da oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). No Maranhão, vem conduzindo com habilidade e firmeza o processo de escolha do candidato da aliança que lidera à sua sucessão, tendo manifestado preferência pelo projeto de candidatura do vice-governador Carlos Brandão, sem, no entanto, gerar situação de conflito, em que pesem as tensões comuns nesse tipo de disputa. Entrará em 2022 para governar mais três meses, para iniciar, na condição de favorito, a campanha por uma vaga no Senado.

Carlos Brandão – O vice-governador fecha 2021 como pré-candidato a governador numa situação especial, que pode tornar seu projeto viável: ele assumirá o Governo do Estado no dia 31 de Março com a renúncia do governador Flávio Dino, o que lhe dará uma gigantesca massa de poder político e a condição de candidato à reeleição. Ao longo do ano, Carlos Brandão conciliou, com os cuidados necessários, as funções de vice-governador com uma agenda intensa de ações de pré-campanha, como visitas a municípios e rodadas diárias de conversas com personalidades do mundo político e da sociedade organizada. Desembarca em 2022 como pré-candidato com elevado poder de fogo e o aval do líder maior da aliança governista.

Weverton Rocha – O senador Weverton Rocha foi um dos políticos maranhense com maior visibilidade ao longo de 2021. Atuou fortemente no Senado na seara legislativa, emplacando projetos de lei como autor, e como relator de projetos importantes, e outros controversos. O seu tempo maior, porém, foi dedicado ao seu projeto de candidatura, cumprindo uma programação intensa de visitas ao interior, tendo como ponto culminante a realização do projeto pré-eleitoral “Maranhão mais feliz”, grandes concentrações populares em municípios estratégicos, imprimindo a elas um clima efusivo de campanha eleitoral. Fecha o ano liderando todas as pesquisas sobre intenção de voto e dando a impressão de que seu projeto é irreversível.

Roseana Sarney – Após dois anos distanciada da seara política, período que tentou viver como avó e dona de casa, Roseana Sarney resolveu suspender a aposentadoria e voltar ao tabuleiro da política, primeiro como presidente do MDB maranhense e depois ensaiando uma candidatura ao Governo, que não vingou. Decidiu disputar uma cadeira na Câmara Federal, numa estratégia de obter boa votação e assim aumentar o espaço do MDB na bancada federal. O diferencial é que ela apareceu como líder em todas as pesquisas sobre sucessão estadual, porém, tendo na outra ponta da linha uma elevada rejeição, motivo da decisão de não se candidatar aos Leões. Chegará em 22 como a aliada que todo candidato a governador gostaria de ter.

Edivaldo Holanda Jr. – O ex-prefeito de São Luís surpreendeu. Três meses depois de passar o cargo após oito anos de trabalho intenso, ele cancelou o período de descanso e entrou forte na ciranda da corrida eleitoral, para logo em seguida ocupar espaço considerável como pré-candidato a governador pelo PSD. Sem muito alarde, Edivaldo Jr. tem incursionado pelo interior numa maratona que tem por objetivo se fazer conhecido. Fecha 2021 com a pré-candidatura consolidada e na terceira posição na preferência do eleitorado, segundo pesquisas mais recentes. Chega a 2022 posicionado na briga pelo poder.

 

Eduardo Braide – O prefeito de São Luís fecha seu primeiro ano no cargo com uma gestão bem avaliada, apesar dos problemas que a Capital enfrenta. Fez a diferença na guerra contra o coronavírus, enfrentou bem uma greve nos transportes coletivos, e vem realizando uma bem organizada operação “tapa-buraco” e anunciou a retomada das aulas nas escolas municipais. Líder do Podemos no Maranhão, Eduardo Braide usa toda sua habilidade política para se posicionar na corrida sucessória estadual, provavelmente levando em conta de que pode ser um dos nomes fortes para o Governo do Estado em 2026. Entra em 2022 em alta como gestor e estável como político.

Roberto Rocha – O senador se consolidou como a principal voz do presidente Jair Bolsonaro no estado. Declarado sem partido, mas ainda filiado ao PSDB, Roberto Rocha ocupou espaço possível com atividades no Senado, obtendo avanços ao projeto do ZPE e atuando como relator de projetos complexos como a Reforma Tributária. Incluído em todas as pesquisas sobre a corrida ao Governo do Estado, alcançando posição intermediária, o senador até agora não definiu seu futuro partidário nem revelou se será candidato ao Governo, à reeleição para o Senado ou a deputado federal. Nas últimas semanas, realizou o seminário “Descomplica”, com o objetivo de tornar mais simples o Sistema Tributário. Entra em 2022 como uma incógnita.

Othelino Neto – O presidente da Assembleia Legislativa encerra 2021 politicamente maior. Primeiro pelo saldo da sua atuação como chefe do Poder Legislativo, que garantiu estabilidade na relação das forças que compõem o parlamento, e, mais importante, manteve relações produtivas com o Poder Executivo, em afinada sintonia política e institucional com o governador Flávio Dino. Politicamente, Othelino Neto optou por apoiar a pré-candidatura do senador Weverton Rocha, contrariando o seu partido, o PCdoB, que declarou apoio a Carlos Brandão. Candidato declarado à reeleição, Othelino Neto desembarca em 2022 com nome forte para candidato a vice-governador no bojo de um grande acordo na base governista.

Márcio Jerry – Mesmo dedicado às ações da Secretaria das Cidades, o deputado federal licenciado Márcio Jerry não descuida um só dia da sua condição de presidente estadual do PCdoB e, nesse posto, permanecendo como o principal assessor e conselheiro político do governador Flávio Dino. No comando do PCdoB, Márcio Jerry atuou para evitar que o partido sucumbisse com a migração do governador Flávio Dino para o PSB. Poderia seguir o governador na migração, assumindo uma posição confortável, mas preferiu permanecer no PCdoB e encarar o desafio de levar o partido a um bom desempenho nas urnas. Chega em 2022 como forte candidato à reeleição para a Câmara Federal.

Eliziane Gama – A senadora teve um 2021 de altos e baixos. Saiu de uma posição ativa, mas discreta, para se transformar numa das estrelas da CPI da Covid, com atuação intensa, correta e elogiada. Em seguida, na condição de evangélica, aceitou a relatoria da indicação do ex-ministro da Justiça André Mendonça para o STF, o candidato “terrivelmente evangélico” do presidente Jair Bolsonaro. Apesar do malabarismo verbal que usou para justificar sua escolha como relatora, a senadora não conseguiu esconder o viés político-religioso da sua atuação, tendo colocado em xeque o laicismo das instituições brasileiras cravado na Constituição. No campo político estadual, declarou apoio à pré-candidatura do senador Weverton Rocha, causando um “racha” no Cidadania, cuja direção declarou apoio a Carlos Brandão. Chega em 2022 com o desafio de virar o jogo.

 André Fufuca – O jovem deputado federal fecha 2021 com mais um feito político surpreendente, depois de ter sido 1º vice e presidente da Câmara Federal três anos atrás. Ele, que já presidia o braço do seu partido, o PP, no Maranhão, e tendo alcançado também a vice-presidência nacional, assumiu a presidência temporária da agremiação com o afastamento do presidente titular, senador Ciro Nogueira, para assumir a Casa Civil do Governo Bolsonaro. Na presidência nacional do PP, André Fufuca passou a integrar, efetivamente, a cúpula do Centrão, a força partidária que domina o Congresso Nacional. Desembarca em 2022 politicamente forte.

Roberto Costa – O deputado estadual Roberto Costa consolidou sua atuação como articulador ao longo de 2021. Vice-presidente do MDB, esteve na linha de frente das articulações para uma tomada de posição do partido em relação à sucessão estadual. Seus movimentos contribuíram decisivamente para a abertura de um efetivo canal de diálogo do partido e do Grupo Sarney com o governador Flávio Dino e seus aliados, resultando na decisão do MDB de não lançar candidato a senador. A atuação de Roberto Costa também foi forte nos bastidores da Assembleia Legislativa, onde auxiliou o presidente Othelino Neto a debelar focos de crise. Chega em 2022 construindo bases para o projeto de reeleição.

Duarte Jr. – Ao longo de 2021, o deputado Duarte Jr. atuou intensamente em três frentes, acionando fortemente seu imenso contingente de apoiadores nas redes sociais. Primeira: foi uma das poucas e fortes vozes de oposição ao governo do prefeito Eduardo Braide, com manifestações quase diárias de críticas e cobranças à gestão municipal. Segundo: afinou ainda mais sua sintonia política com o governador Flávio Dino ao ser o primeiro deputado estadual a se filiar ao PSB. E terceiro, assumiu a condição de linha de frente da pré-campanha do vice-governador Carlos Brandão. Entra em 2022 como nome forte para a Câmara Federal.

Lourival Serejo – Fora da seara político-partidária, o   desembargador-presidente do Tribunal de Justiça fecha 2021 como um dos mais austeros e centrados presidentes em tempos recentes. Sem muita simpatia por holofotes e com mentalidade de escritor produtivo, o desembargador Lourival Serejo manteve o Poder Judiciário longe de controvérsias, mas chamou a atenção da sociedade quando foi necessário, como no caso do escandaloso esqueleto do Fórum de Imperatriz, que projetado para ser construído com R$ 40 milhões, já consumiu R$ 70 milhões e ainda precisa de R$ 140 milhões para ser concluído. Sem fazer politicagem, tem sido um político hábil no comando do Poder Judiciário.

Eduardo Nicolau – O procurador geral de Justiça impôs, ao longo do ano, um estilo franco e eficiente no comando do Ministério Público do Maranhão. Além da gestão no campo administrativo, Eduardo Nicolau garantiu as condições possíveis para que todas as ações de promotorias e grupos especiais – como o Gaeco, por exemplo – atuassem com eficiência e segurança. Recentemente, comandou a deflagração de ações destinadas ao combate à corrupção na esfera pública. Pouco afeito à guerra de grupos dentro do MPE, tem contribuído para que a instituição viva um período de normalidade nas relações internas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Feliz 2022

A Coluna deseja aos seus leitores e a todos os maranhenses um Ano Novo bem melhor os anos recentes. E torce para que cada cidadão reflita com maturidade e bom senso no ato de escolher seus representantes nas eleições do ano que chega. Lembra que o voto, que no Brasil tem sua integridade garantida pela urna eletrônica, é a base do sistema democrático, que só terá vida longa se as escolhas forem embasadas nos princípios que regem a democracia. Se cada um fizer a sua parte como democrata, o obscurantismo que ameaça o Brasil será pulverizado nas urnas. E assim o Brasil continuará sua jornada para ser o País rico, fraterno e solidário que todos desejam.

São Luís, 31 de Dezembro de 2021.

Sem Roseana, pesquisa Econométrica mostra um cenário mais realista da corrida aos Leões

 

Weverton Rocha lidera e Carlos Brandão já se descola de Edivaldo Jr., Roberto Rocha, Lahesio Bonfim, Josimar de Maranhãozinho e Simplício Araújo rumo a 22

Se não houver um acordo em que desista e engrosse a base de apoio do outro, o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) poderão medir força nas urnas, caso não aconteça algum inusitado e surpreendente dentro da margem de imprevisibilidade das situações político-eleitorais. É o que indicam os números da pesquisa feita pelo instituto Econométrica para a TV Difusora, sem incluir a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), e divulgada ontem nos telejornais da emissora. O cenário encontrado é o seguinte: Weverton Rocha à frente com 26,9% das intenções de voto, seguido de Carlos Brandão com 15,6%. Na sequência aparecem o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD) com 13,1%, o senador Roberto Rocha (sem partido) com 12,4%, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PTB) com 9,8%, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) com 5,3% e o secretário Simplício Araújo (SD) com 2,9%.

Os números revelam situações curiosas, sendo a principal delas o fato de Weverton Rocha e Carlos Brandão não terem “disparado” impulsionados pelas intenções de votos antes manifestadas em favor da ex-governadora Roseana Sarney.  O pré-candidato pedetista cresceu apenas 4,9% em relação à pesquisa Econométrica de novembro, enquanto o vice-governador cresceu 5,1%. Por esses resultados, Weverton Rocha está a 10 pontos percentuais à frente de Carlos Brandão, o que não é grande coisa se levado em conta o fato de que 10 meses ainda separam o eleitorado das urnas, tempo de sobre para acontecer de tudo numa disputa eleitoral.

Outro dado que deve ser levado em conta: se comparados com os da pesquisa anterior, realizada em Novembro, os números do novo levantamento mostram que Carlos Brandão está se descolando de Roberto Rocha e de Lahesio Bonfim, se distanciando dos dois com vantagens acima da margem de erro, ficando empatado apenas com Edivaldo Holanda Jr., mas também por uma diferença de apenas dois décimos. Nesse ambiente, vale registrar o desempenho do ex-prefeito de São Luís, que se consolida como uma espécie de “terceira via”, ganhando força como ameaça a Carlos Brandão e como obstáculo a ser superado pelos pré-candidatos de oposição. Para constatar esse cenário, basta fazer as contas em busca das diferenças produzidas pelos percentuais

No mais, os números não surpreendem: eles informam que o projeto de candidatura do deputado federal Josimar de Maranhãozinho está se desmanchando rapidamente por conta das suspeitas de traquinagem em esquemas com dinheiro de emendas parlamentares, conforme denúncia do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. Mostram também que o projeto de candidatura do secretário Simplício Araújo é até visto com simpatia, mas não decola. Nesse contexto, vale destacar outro dado digno de nota sobre o cenário encontrado pela pesquisa Econométrica: apenas 5,3% de intenções de votar em branco ou anular o voto, e 8,6% de indecisos, sugerindo que a maioria das posições podem permanecer inalteradas, ou perdendo para os que lideram a corrida.

A nova pesquisa Econométrica, ao excluir a ex-governadora Roseana Sarney da lista de candidatáveis, colocou a corrida sucessória em cenário mais real, investigando as possibilidades de quem está, de fato, inclinado a brigar pela cadeira principal do Palácio dos Leões. E nesse tabuleiro, os projetos de candidatura da base governista esmagam os originados nas fileiras oposicionistas, indicando, em princípio, que o governador a ser eleito em Outubro deve sair da base governista liderada pelo governador Flávio Dino.

Por fim, os percentuais de intenção de votos encontrados pelo Econométrica confirmam a edição de ontem da Coluna, cujo mote é o iminente desembarque da oposição em 2022 sem unidade nem perspectivas. As posições alcançadas pelo senador Roberto Rocha, pelo prefeito Lahesio Bonfim e pelo deputado Josimar de Maranhãozinho no levantamento confirmam a tendência.

Em Tempo: Feita em parceria com a TV Difusora, a Pesquisa Econométrica ouviu 1.347 eleitores, no período de 22 a 26 de, e sua margem de erro é de 2,7%, para mais ou para menos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Pesquisa prevê rolo compressor de Lula sobre Bolsonaro no Maranhão

Lula da Silva tem quase o triplo das intenções de voto de Jair Bolsonaro no Ma

A pesquisa Econométrica investigou também as intenções do eleitorado maranhense em relação à corrida ao Palácio do Planalto, tendo encontrado um cenário em que confirma o rolo compressor do ex-presidente Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL). Se a eleição fosse agora, o líder petista teria 60,3% dos votos contra pífios 22,5% dados ao atual presidente.  Os 18% restantes seriam assim divididos: 5% para o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), 3% para o ex-juiz-chefe da Lava Jato e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (Podemos), 0,5% para o governador paulista João Dória (PSDB), 0,3% para a senadora Simone Tebet (MDB/MT) e 0,1 para o senador mineiro e presidente do Senado Rodrigo Pacheco. De acordo com o levantamento, 4,3% não votariam em nenhum deles e 4,2% não saberiam em quem votar.

O cacife eleitoral do ex-presidente Lula da Silva poderá alavancar o candidato a governador com o qual ele vier a fazer dobradinha no Maranhão. Já o presidente Jair Bolsonaro aparece como uma referência anêmica e negativa para os pré-candidatos oposicionistas.

 

Catulé Jr. está na luta por uma cadeira na Assembleia Legislativa

Catulé Jr.: aval de Flávio Dino na corrida à Assembleia Legislativa

Além dos nomes fortes para a Câmara Federal, como Clayton Noleto (PCdoB), secretário de Infraestrutura, Felipe Camarão (PT), secretário de Educação, e Carlos Lula (PSB), secretário de Saúde, outros membros da equipe de ponta do Governo Flávio Dino estão caminhando firmes para as urnas. É o caso, por exemplo, de Catulé Jr. (PSB), o ativo e preparado secretário de Turismo, que tem base em Caxias e está com os pés na estrada visando uma cadeira na Assembleia Legislativa. Além do seu trabalho técnico no comando da Secretaria de Turismo, e sua atuação como militante político, que é intensa, Catulé Jr. conta com o aval do governador Flávio Dino, o apoio do prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), e o suporte do pai, o vereador Catulé (Republicanos), uma das raposas mais experientes e ladinas da política maranhense.

São Luís, 30 de Dezembro de 2021.

Forças de oposição vão desembarcar em 2022 divididas e sem maiores perspectivas

 

Roberto Rocha, Josimar de Maranhãozinho e Lahesio chegarão em 2022 cada um com seu projeto eleitoral

A dez meses e seis dias das eleições a oposição está dispersada, sem referência nem pontos de convergência, principalmente no que diz respeito à disputa para o Governo do Maranhão. Enquanto a aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PSB), mesmo sacudida por disputas internas, vai se estruturando e definindo os seus caminhos, o mesmo acontecendo como a “coluna do meio”, representada pela pré-candidatura do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), as fatias oposicionistas se movimentam aparentemente sem interesse em formar uma frente que seja um contrapeso na corrida eleitoral. Até aqui, só dois nomes se dizem dispostos a disputar a cadeira principal do Palácio dos Leões, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PTB), pré-candidato dele próprio, e Josimar de Maranhãozinho (PL), cujo projeto de candidatura vem sendo bombardeado por investigações da Polícia Federal sobre o suposto envolvimento dele em esquemas de corrupção com o desvio de recursos de emendas parlamentares. Nome mais expressivo da seara oposicionista, o senador Roberto Rocha, além de estar sem partido, vem mantendo silêncio sepulcral sobre se será candidato à reeleição, se vai encarar a disputa para o Governo do Estado ou se procurará outro rumo.

Dos três nomes da Oposição, o que vem construindo uma candidatura ao Palácio dos Leões é o prefeito Lahesio Bonfim. Ele vem mantendo o mesmo discurso desde que se lançou pré-candidato. O seu projeto, no entanto, sofreu um duro golpe, quando ele fracassou numa malsucedida operação para assumir o controle do PTB no Maranhão, que segue sob a direção da deputada estadual “terrivelmente evangélica” Mical Damasceno. Chama a atenção de ele fazer pré-campanha apoiado política e financeiramente por grupos de extrema-direita, com outdoors espalhados no interior, numa ação que alcançou São Luís, reforçando a iniciativa com entrevistas, com o que alcançou alguma notoriedade. E o resultado apareceu nas pesquisas, mais recentes, quando chegou ao patamar de oito pontos percentuais. No entanto, o ralho que recebeu na Justiça Eleitoral por propaganda antecipada parece tê-lo feito tirar o pé do acelerador.

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho vive um momento difícil. Embalado pela eleição de 40 prefeitos numa gigantesca ação eleitoral na qual gastou mais de R$ 30 milhões, em dinheiro vivo, conforme os vídeos feitos pela PF, o chefe do PL – que manda também no Patriotas e no Avante – ensaiou candidatar-se a governador. O projeto, porém, parece estar desmoronando, em que pese o fato de Josimar de Maranhãozinho continuar exibindo força financeira com campanhas caras em que se “vende” como o deputado que faz chover emendas milionárias. Na avaliação de um prefeito experiente, ficou difícil para ele até mesmo compor uma chapa como vice. No meio político, a expectativa é a de que o agora lugar-tenente do bolsonarismo no Maranhão poderá, no máximo, buscar a reeleição.

Se não surpreender nas próximas 72 horas, o que é improvável, o senador Roberto Rocha deve desembarcar em 2022 como uma surpreendente incógnita. Não tem partido – permanece filiado ao PSDB, mas já sem participar das decisões do partido – e não disse até agora se pretende tentar a reeleição numa disputa com o governador Flávio Dino ou entrar na briga pelo Governo, medindo força com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB ou PSB), que na campanha será governador em busca da reeleição, ou com o senador Weverton Rocha (PDT), ou com os dois ao mesmo tempo. Fonte próximo ao senador especula que o caminho mais provável é a filiação ao PL, para entrar na peleja pelo Palácio dos Leões, fazendo dobradinha com o presidente Jair Bolsonaro, de quem é aliado linha de frente, no Maranhão. E a julgar pelo grau de imprevisibilidade política do senador, não será surpresa se ele passar bastão para o filho, o ex-vereador Roberto Rocha Jr., que é candidato forte a deputado federal.

Há quem aposte essas forças de oposição se juntarão tão logo as forças governistas encerrem o ciclo da disputa interna, o que deverá acontecer no dia 31 de janeiro do ano que começa no próximo sábado, daqui a 72 horas, portanto.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão intensifica agenda de conversa com prefeitos

Carlos Brandão 

Não chega a ser uma romaria, mas é intenso o entra e sai de prefeitos na residência do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), principalmente quando ele encerra sua agenda de compromissos fora de São Luís e inicia a de conversas com dirigentes municipais, vereadores, deputados estaduais e deputados federais, que quase sempre acompanham os prefeitos  Nos cálculos de um parlamentar que visita o vice-governador com frequência, pelo menos 130 chefes de administrações municipais de todas as regiões do estado já conversaram com Carlos Brandão. A fonte não soube dizer se todas as conversas resultam em acordos políticos e eleitorais. Observou, no entanto, que o vice-governador exibe mais confiança no seu projeto eleitoral a cada rodada de conversa. E prevê que essa ciranda de encontros será bem ais intensa a partir de abril, quando o hoje vice-governador assumir a condição de titular e de candidato à reeleição.

 

Yglésio fecha ano legislativo com excelência parlamentar

Yglésio Moises

O deputado Yglésio Moisés (PROS) vai fechar 2021 como o quadro mais produtivo da Assembleia Legislativa do Maranhão. Médico e advogado, o parlamentar é dono de uma inteligência privilegiada e de uma cultura ampla e consistente, o que o torna uma espécie de “operário” legislativo, com dezenas de projetos de lei, indicações e moções. Participa intensamente das sessões plenárias, presenciais ou remotas, ocupa a tribuna com frequência para fazer discursos via de regra recheados de informações, de denúncias e também de críticas, tendo por isso se notabilizado como um polemista provocador. Yglésio Moises é, portanto, um deputado integral que, mesmo envolvido em situações controversas, faz do plenário da Assembleia Legislativa um ambiente parlamentar por excelência.

São Luís, 29 de Dezembro de 2021.

Weverton ameniza o tom, mas mantém projeto sucessório e acredita que será o candidato do grupo

 

Weverton Rocha reafirma pré-candidatura e acredita que será o candidato do grupo governista aos Leões

Nada de provocar dizendo que o foguete da sua pré-candidatura não vai parar nem dar marcha à ré, nenhuma estocada no governador Flávio Dino (PSB) e nem ameaça de ir para o tudo-ou-nada. Na entrevista que concedeu ao Jornal Pequeno, o senador Weverton Rocha (PDT) – usando um tom bem mais ameno do que o de declarações, ora ameaçadoras, ora de sentido duplo, feitas em tempos recentes – reafirmou que o seu projeto de disputar o Governo do Estado tem substância e está de pé. Ele não disse se, caso o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) chegue em primeiro, terá ou não o seu apoio, mas também nada declarou em sentido contrário. E mais do que isso, voltou a falar em união do grupo, inclusive defendendo o fortalecimento aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino. Enfim, o senador Weverton Rocha dessa entrevista é bem mais light do que o de entrevistas dadas em programas de rádio recentes, quando usou discurso mais parecido com um pré-candidato de oposição do que o de integrante de um grupo governista.

Ao Jornal Pequeno, o senador Weverton Rocha afirmou que o projeto de candidatura que encabeça não é pessoal, mas sim o movimento de um grupo que o tem como representante. Disse também que sua pré-candidatura “é uma realidade que foi se criando e se impondo ao longo dos diversos contatos com a população e lideranças políticas”. Nas duas afirmações, o líder pedetista de novo amenizou o tom, retirando do discurso o caráter de irreversibilidade da sua posição, tendo, porém, o cuidado de não admitir eventual recuo. Na sua fala, dá a entender que o “Maranhão mais feliz” é um movimento de massa, quando se trata de um projeto arrojado e bem engendrado de pré-campanha. “O resultado tem sido fantástico”, disse, enfático, destacando que entre as propostas que acolheu está a de isentar de ICMS os produtos da cesta básica em momentos de crise, como agora. Além disso, declarou que tem um projeto para o Maranhão, que consiste basicamente em dar um passo à frente do que está sendo dado pelo Governo de Flávio Dino.

A amenização do tom no discurso do senador Weverton Rocha não deve, porém, ser interpretada como um sinal de que ele esteja revisando sua posição de manter o “foguete” em pleno estado de aceleração. Habilidoso, e com tarimba suficiente para fazer uma leitura correta do quadro de agora da corrida ao Palácio dos Leões, o senador se manifesta num momento em que, por conta dos fluídos natalinos e dos preparativos para a virada de ano, os espíritos estão relativamente desarmados, tornando possível que pré-candidatos baixem a guarda.

Weverton Rocha não fez um discurso conciliador e deixou nas entrelinhas uma série de recados, entre eles o de que está empenhado na consolidação do seu projeto de candidatura. Isso para chegar no dia 31 de janeiro com o apoio da maioria dos 13 partidos da base governista, o que lhe dará as condições para ser apontado como candidato do grupo. E jogou motivado por dois registros: a declaração do governador Flávio Dino reafirmando que seguirá o que decidido pela maioria dos partidos e pela declaração de apoio do Rede, no contraponto à manifestação do PV em favor do vice-governador Carlos Brandão, que por seu turno vem consolidando o seu projeto de candidatura.

O Jornal Pequeno quis saber o que o senador e pré-candidato pedetista pensa sobre a influência de Lula da Silva (PT), Flávio Dino, José Sarney (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) na corrida sucessória. Sua resposta foi a seguinte: “São lideranças incontestáveis, que têm influência real no processo eleitoral. Por história de vida, identidade política e crenças sobre políticas públicas, estou alinhado desde sempre com a influência de Lula e Flávio Dino. Sempre estivemos no mesmo campo e estaremos defendendo as mesmas bandeiras em 2022”.

Vale aguardar o decisivo 31 de janeiro de 2022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lobão Filho entra na corrida pelo voto como herdeiro político de Edison Lobão

 

Lobão Filho é herdeiro político do ex-senador Edison Lobão

O empresário e ex-suplente de senador Lobão Filho bateu martelo e será mesmo candidato a deputado federal pelo MDB, integrando a chapa que terá como carro-chefe a candidatura da ex-governadora Roseana Sarney a uma cadeira na Câmara Baixa. Lobão Filho entre na briga por votos com a experiência de quem já disputou o Governo do Estado (2014), tendo saído das urnas com o razoável cacife de 36% dos votos. Lobão Filho entra na ciranda eleitoral embalado por vários fatores que lhe são francamente favoráveis. O principal deles é a sua condição de herdeiro político do ex-senador Edison Lobão (MDB) que, mesmo sem mandato, mantém uma legião de aliados em todas as regiões do Maranhão, um filão que bem explorado pode lhe garantir votação expressiva. Outro fator é ter a apresentadora de TV Paulinha Lobão, sua mulher, como cabo eleitoral, o que pode lhe render bons dividendos eleitorais. O fato é que sua candidatura deve ser levada bem a sério pelos demais candidatos à Câmara Federal.

 

Lançado de Kourou, James Webb bem que poderia ter partido de Alcântara

CLA poderia ser hoje uma Kourou, lançando o James Webb

Não há como ver as imagens do histórico lançamento, feito pela Nasa, do revolucionário telescópio James Webb, da Base de Kourou, na Guiana Francesa, um território grudado no extremo norte do Brasil, sem lembrar de que aqui no Maranhão, ao alcance da vista de quem vive em São Luís e em Alcântara, existe um espaço já dotado de infraestrutura e considerado ideal para esse tipo de evento: o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Com sua posição privilegiada, que permite que um foguete suba mais rápido e a um custo menor, o CLA bem que poderia ter sido o ponto de partida maravilha tecnológica que consumiu 25 anos de trabalho e U$ 10 bilhões para cumprir a missão de olhar para o universo profundo em busca informações que possam explicar a origem de tudo. Com a existência emperrada por um jogo político primário, o CLA parece condenado a não passar de uma promessa, enquanto os franceses, que sabem separar as coisas, consolidam cada vez mais Kourou como um dos poucos e privilegiados pontos de partida da Terra para o espaço sideral. No momento, resta torcer para que o Governo a ser instalado no Brasil em janeiro de 2023, inclua o CLA na sua lista de prioridades e entre firme no bilionário mercado da exploração espacial.

São Luís, 28 de Dezembro de 2021.

Braide evita envolvimento com a corrida sucessória para manter abertos canais ministeriais  

 

Único de máscara, Eduardo Braide, entre Edilázio Jr. (camisa), Rogério Marinho e Roberto Rocha, assina o contrato para a retomada da construção de residencial

O prefeito Eduardo Braide (Podemos) está usando todo o seu pragmatismo político para evitar que a administração de São Luís seja tragada pelo furacão político que começa a ganhar forma e força com a aproximação das eleições do ano que vem. Ele vem mantendo relações amistosas, mas produtivas, com o Governo Federal, em que pese o fato de o seu partido ter nos seus quadros o ex-juiz chefe da Lava Jato e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro como pré-candidato a presidente da República, considerado, hoje, o maior inimigo-adversário do presidente Jair Bolsonaro (PL) depois do ex-presidente Lula da Silva (PT). O sinal mais eloquente desse pragmatismo ocorreu na quarta-feira (22) da semana que passou, quando o prefeito recebeu a visita do ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e todo o staf da área habitacional da pasta, com o aval político do senador Roberto Rocha (sem partido) e dos deputados federais Edilázio Jr. (PSD) e Gil Cutrim (Republicanos), para a autorização da retomada das obras de construção das três mil casas dos residenciais Mato Grosso I e II, paralisadas em 2019. Como é amplamente sabido, Roberto Rocha é linha de frente do projeto de reeleição de Jair Bolsonaro, enquanto Edilázio Jr., mesmo sendo bolsonarista, aguarda a definição do PSD sobre eleição presidencial.

O pragmatismo do prefeito de São Luís faz todo sentido. Ele já teve tempo para mensurar o tamanho do desafio que é administrar São Luís politicamente afastado do Governo do Estado, com o qual só se relaciona em questões essenciais, como a pandemia do coronavírus, por exemplo. E certamente chegou à conclusão de que manter-se distante da Esplanada dos Ministérios seria impor-se um isolamento desnecessário e de custo político e administrativo muito elevado. Logo, como não é parte direta e efetiva da atual corrida pelo voto, o ônus político de se relacionar com um Governo que não é bem visto pela população de São Luís é bem menor.

Essa tranquilidade do prefeito, se não tem data precisa para terminar, está se aproximando do fim. É que o Podemos deverá formalizar a candidatura do ex-ministro Sérgio Moro a presidente da República,  que o obrigará a uma tomada de posição clara e inequívoca a favor esse projeto. Para quem conhece as nuances da política e já assimilou o modo de agir do bolsonarismo, não tem dúvida de que as portas ministeriais serão fechadas para os partidários de Sérgio Moro, como já o são para todos os adversários do Governo. O prefeito de São Luís, que já foi Governo e Oposição, sabe o peso de tais situações e conhece o caminho das pedras para driblar as adversidades até o limite do possível. Daí não haver dúvida de que ele alimentará o seu pragmatismo fora da guerra eleitoral.

Não é sem razão que até agora o prefeito Eduardo Braide não deu sinais de envolvimento com a corrida eleitoral. Há duas semanas, ele compareceu à festa de confraternização do senador Weverton Rocha, que foi seu aliado na eleição do 2020, circulou, cumprimentou o anfitrião e pré-candidato a governador, e os presentes como um gesto de cortesia, que, pelo menos por enquanto, não deve ser traduzido como uma declaração de apoio. Afinal, vale repetir, o prefeito ainda não fez qualquer declaração contundente sobre as eleições de 2022, nem relacionada à corrida para o Palácio do Planalto, nem no que diz respeito à disputa pelo Palácio dos Leões. É evidente que aguarda o momento mais adequado para se manifestar, exatamente porque sabe que na hora em que entrar não haverá porta de saída, isso implicará um custo político.

Inteligente, pragmático e centrado, o prefeito Eduardo Braide tem sabido se movimentar no tabuleiro político com habilidade suficiente para manter canais abertos em Brasília, utilizando para isso os argumentos do não partidarismo momentâneo. Igualmente consciente de que tudo isso pode mudar.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maranhãozinho passou o Natal e vai virar o ano preocupado

Josimar de Maranhãozinho

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) tenta manter de pé seu projeto político gastando dinheiro do Fundo Partidário com propaganda que o mostram em inserções na TV e no rádio e outdoor e em painéis traseiros de coletivos como alguém que está com o astral nas alturas. Se o dinheiro gasto para evitar danos maiores à sua imagem for limpo, pode-se até considerar válido o esforço do parlamentar. O problema é que nos bastidores políticos vozes que sabem o que dizem sopram que, por conta das operações policiais de que tem sido alvo e das demolidoras acusações feitas pelo Ministério Público Federal, o chefe do PL passou o Natal e atravessará a virada do ano preocupado com as duas frentes do seu futuro. A frente política, na qual o seu poder sobre o PL, o Patriotas e o Avante está sendo fortemente minado. E a frente policial-judiciária, onde enfrenta processos e problemas de difícil solução. Há quem diga que já agora ele encontra dificuldades para se encaixar numa aliança para as eleições.

 

Daniela Tema e Cláudia Coutinho travarão disputa dura em Caxias e Tuntum.

Daniela Tema e Cláudia Coutinho: disputa diferenciada em Caxias e Tuntum

Uma disputa eleitoral vai dar o que falar em Caxias. Trata-se de um duelo da deputada estadual Daniela Tema, mulher do ex-prefeito de Tuntum Cleomar Tema, e a primeira-dama de Matões, Cláudia Coutinho, para a Assembleia Legislativa. A primeira será apoiada pelo prefeito Fábio Gentil (Republicanos), e a segunda pela deputada Cleide Coutinho (PDT), viúva e líder maior do grupo do deputado Humberto Coutinho (PDT), falecido em 2018.

Humberto Coutinho e Cleomar Tema foram aliados por décadas, de modo que Tuntum foi mantido como reduto do líder caxiense. Com a morte de Humberto Coutinho, Cleide Coutinho se lançou candidata contando com o apoio de Cleomar Tema. Só que a mulher dele, Daniela tema, se lançou também candidata, o que o levou naturalmente a apoiá-la, causando profunda irritação na líder dos Coutinho, provocando o rompimento dos grupos.

Cleide Coutinho decidiu encerrar sua carreira parlamentar e resolveu lançar Cláudia Coutinho, mulher do prefeito de Matões, Ferdinando Coutinho, que foi o braço direito de Humberto Coutinho, contando também com votos de Tuntum, o que, por via de consequência, levou Daniela Tema a buscar apoio no território dos Coutinho, articulando uma aliança com o prefeito caxiense Fábio Gentil.

Essa disputa será o diferencial da corrida eleitoral em Caxias e em Tuntum.

São Luís, 26 de Dezembro de 2021.

Já é intensa a disputa pela vaga de vice na chapa a ser encabeçada por Carlos Brandão

 

Carlos Brandão e Zé Carlos Araújo, Zé Inácio, Felipe Camarão e Othelino Neto, todos com possibilidade de ser seu companheiro de chapa numa grande aliança

Um fato chama a atenção no processo de articulação para a definição de candidaturas ao Palácio dos Leões na grande aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino (PSB): mesmo sem candidatos confirmados com prego batido e ponta virada, uma intensa movimentação está em curso pela vaga de candidato a vice-governador no âmbito da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB). Nessa ciranda já foram citados nomes do PT, do PCdoB, do PSB e até mesmo do PDT, como que dando forma a uma disputa paralela por essa vaga. O dado curioso é que tal ciranda não ocorre em relação aos outros pré-candidatos do grupo, o senador Weverton Rocha (PDT) e o secretário Simplício Araújo (Solidariedade), nem em torno de pré-candidatos fora da aliança governista, como o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), cuja pré-candidatura é sólida e com todas as chances de ser confirmada.

A vaga de candidato a vice na chapa de Carlos Brandão tem um diferencial importante em relação aos demais candidatos. Isso porque, se o então governador for reeleito, só poderá cumprir um mandato, o que torna seu vice o candidato natural à sua sucessão em 2026. Os demais pré-candidatos estão buscando a eleição, e o que vier a consegui-la, certamente trabalhará pela reeleição em 2026, reduzindo drasticamente as expectativas do seu companheiro de chapa. Além do mais, uma coisa é ser vice na chapa de candidato solto e que está jogando todas as suas fichas num projeto de desfecho imprevisível; outra coisa é ser o número 2 numa chapa cujo cabeça é o governador do Estado e está concorrendo à reeleição.

Nesse contexto, e levando em conta esses diferenciais, não surpreende que a pré-candidatura de Carlos Brandão seja o filão mais atraente para os que têm poder de fogo para aspirar a vaga de seu companheiro de chapa. No PT, que já tem a experiência de ter emplacado Washington Oliveira como vice de Roseana Sarney PMDB em 2010, e que provavelmente comporá com o vice-governador Carlos Brandão, está o maior número de pré-candidatos a vice do vice. Em evidência estão o deputado federal Zé Carlos Araújo, um parlamentar sério e experiente, também dono de sólida formação técnica como servidor de alto padrão da Caixa. Fala-se também no deputado estadual Zé Inácio Lula, vice-líder do Governo, militante petista de raiz, advogado por formação e político bem articulado, dentro e fora do partido. E, numa possibilidade bem mais remota, o neopetista Felipe Camarão, o secretário de Estado da Educação reconhecido como administrador público competente e  que decidiu entrar na política, devendo disputar uma cadeira na Câmara Federal.

Se o vice de Carlos Brandão não sair das fileiras do PT, poderá ser um representante do PCdoB, e nesse caso o nome mais em voga é o do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto, lançado pelo prersidente do partido, deputado federal Márcio Jerry, mas recusou polidamente. Aliado de primeira linha do senador Weverton Rocha, só admite ser candidato a vice de Carlos Brandão na hipótese de uma grande composição. Othelino Neto pode também migrar para o PDT, e nessa condição compor uma chapa como candidato a vice, na hipótese remota de Weverton Rocha sair da disputa. Além disso, as especulações vão longe, chegando à surpreendente montagem de uma chapa encabeçada por Carlos Brandão tendo como vice o atual pré-candidato do PSD a governador, Edivaldo Holanda Jr., que, tudo indica, não admite sequer falar sobre assunto, reafirmando a interlocutores que, depois de ter despachado durante oito anos no Palácio de la Ravardière, como prefeito de São Luís, sua candidatura ao Palácio dos Leões não tem volta.

Vale registrar que, mesmo não sendo a prioridade do momento, a escolha de candidato a vice-governador é item importante e decisivo nas articulações visando a definição de candidatos a governador. Esse roteiro segue intacto na aliança liderada pelo governador Flávio Dino, que vem trabalhando com o cuidado necessário para que sejam feitas as escolhas certas, tanto do cabeça da chapa, como seu companheiro.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maioria do MDB quer Roseana fora da disputa pelos Leões

Roseana Sarney

Já é quase unânime dentro do MDB a posição segundo a qual sua presidente, a ex-governadora Roseana Sarney, não deve mais alimentar a estratégia de se manter pré-candidata ao Palácio dos Leões. Para os defensores dessa posição, a continuar nessa linha, a ex-governadora pode sofrer desgastes e até mesmo comprometer seu projeto de disputar cadeira na Câmara Federal e jogar fora a possibilidade de sair das urnas com o MDB representando uma fatia expressiva da bancada que o Maranhão mandará para Brasília em 2023. Há quem diga que Roseana Sarney já se vergou à evidência de que não tem chance de vencer uma guerra pelo comando do Estado. Falta dar razão prática a essa consciência.

Um Natal feliz

A Coluna deseja aos seus leitores e não leitores um Natal feliz, alegre, dentro do espírito cristão. E espera que, como a maioria, os não conscientes se conscientizem de que nós, brasileiros, devemos, mais do que nunca, unir esforços contra o obscurantismo.

São Luís, 24 de Dezembro de 2021.

Othelino respeita posição de Dino pró-Brandão, reafirma apoio a Weverton e admite ser vice numa composição

 

Três momentos da entrevista coletiva do presidente Othelino Neto, ontem, na Assembleia Legislativa

Se havia alguma dúvida a respeito da posição e da postura do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), a respeito da corrida ao Palácio dos Leões, e de como está ele se movendo nesse contexto, essa foi para o espaço ontem, na entrevista que concedeu antes de presidir a sessão de encerramento do ano legislativo. Provocado em relação às questões políticas mais sensíveis, ele mostrou que continua evoluindo como um político hábil e firme e aberto a composições. E o resumo da conversa de meia hora com jornalistas é o seguinte: respeita a posição do governador Flávio Dino (PSB) de apoiar o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), mantém sua preferência pela pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT), acha que tudo ainda está em aberto para ser resolvido em janeiro, é candidato à reeleição, mas admite ser candidato a vice-governador dentro de uma composição em que haja essa necessidade. Suas respostas foram dadas sem açodamento e com a segurança de quem sabe o que está dizendo e onde está pisando, à medida que tudo pode acontecer nas primeiras semanas de janeiro de 2022.

Othelino Neto deixou muito claro que interpreta a declaração do governador Flávio Dino de preferência pela candidatura de Carlos Brandão como uma manifestação de opinião sobre o assunto, enfatizando que “a opinião do governador é muito importante para todos nós”, deixando o desfecho para janeiro, “para que todos se manifestem”. Ato contínuo, foi igualmente enfático que sua preferência pela candidatura do senador Weverton Rocha “é clara e pública, todos sabem”. Ao mesmo tempo, alertou para o farto de que “nenhum de nós é dono da verdade”, para em seguida avisar que “vamos continuar com o diálogo, “para buscar o entendimento”, que resulte num grande acordo, mas sem fazer previsão a respeito de qual será o desfecho desses movimentos.

O presidente da Assembleia Legislativa mostrou as articulações para definição de uma ou mais candidaturas ao Governo do Estado dentro da aliança liderada pelo governador Flávio Dino ao ser provocado sobre a possibilidade de vir a ser candidato a vice-governador. Disse ele: “Sobre a vice, essa é uma discussão para frente. Eu hoje sou candidato a deputado estadual. Essa é a decisão do momento. Mas, eu sou um agente, um militante político que, se dentro das composições que nós entendemos necessárias, e se na composição do nosso grupo político eu precisar participar da chapa majoritária, como, por exemplo, candidato a vice-governador, eu evidentemente estarei à disposição do grupo político ao qual pertenço”.

Mais do que uma manifestação de partidarismo com objetivo de alimentar um dos  projetos sucessórios na base governista, as declarações do presidente Othelino Neto sinalizaram claramente um esforço para estimular um entendimento dentro do grande grupo. Todo o seu discurso teve o ingrediente da conciliação, como, por exemplo, a certeza que manifesta ao afirmar que nada está decidido. E também quando admite a possibilidade de vir a ser candidato a vice-governador, sem, no entanto, se referir ao cabeça da chapa, podendo ser Carlos Brandão ou Weverton Rocha.

No contexto da entrevista, o deputado Othelino Neto manteve a dúvida sobre o seu futuro partidário, sinalizando que poderá permanecer no PCdoB, mas admitindo a possibilidade concreta de migrar para o PDT, enfatizando o brizolismo como o seu caminho natural. “Permanecer ou não no PCdoB, isso depende de variáveis políticas”, disse ele, acrescentando: “A decisão de mudar ou não de partido será tomada no momento oportuno”. E não deixou dúvidas quanto ao seu destino no contexto partidário: “Se eu vier a deixar o PCdoB, o PDT é o meu caminho natural”. No contexto das articulações do momento com vistas à corrida sucessória, é evidente que o presidente da Assembleia Legislativa só migrará para o PDT numa única circunstância: ser vice de Carlos Brandão numa grande composição. Isso porque, se vier a acatar a sugestão do presidente do PCdoB, Márcio Jerry, participará da mesma chapa com o tucano, que também poderá migrar para PSB.

O fato é que, demonstrando uma clara evolução como um político hábil, equilibrado e que enxerga longe, o presidente da Assembleia Legislativa avisou que janeiro será decisivo, e que há espaço para um grande entendimento, tornando remota a ruptura no grupo.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Assembleia bateu recorde de produção legislativa em 2021

Plenário da Assembleia Legislativa foi palco de decisões importantes e alguma tensão política ao longo do ano

As limitações impostas pela pandemia do coronavírus e as tensões que via de regra tomam conta do meio político em ano pré-eleitoral não impediram a Assembleia Legislativa do Maranhão de fechar o ano parlamentar com um recorde histórico: os 42 deputados aumentaram em 200% a produtividade legislativa em relação à soma do que foi produzido em 2019 e 2020, com mais de sete mil proposições avaliadas pelo plenário. Esse balanço foi feito ontem pelo presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto, na coletiva de imprensa.

“Foram ações que ajudaram a modificar para melhor a vida das pessoas. Apesar das dificuldades e dos traumas que a pandemia impôs nos últimos dois anos, considero que 2021 foi um ano em que a Assembleia produziu de forma extraordinária para o bem do Maranhão”, avaliou. E observou que não ficaram matérias pendentes, acrescentando: “Nós tivemos como foco principal alguns projetos que auxiliam o combate à pandemia, tanto no reforço à rede hospitalar quanto nas estratégias de prevenção. Esse foi o ponto de maior destaque da produção legislativa deste ano”.

Além disso, o chefe do legislativo destacou ainda como saldo positivo o intenso debate político travado pelos deputados. “Eu sempre gosto de ressaltar as boas discussões políticas que acontecem no Parlamento, em razão de que aqui estão representadas as mais diversas vozes com posicionamentos políticos e ideológicos diferentes. Isso enriquece muito a Assembleia”, assinalou.

Ao longo do ano, o parlamento maranhense discutiu e aprovou um número expressivo de matérias importantes, muitas delas voltadas ao combate à pandemia. Além disso, os deputados colocaram o Maranhão na vanguarda nacional ao aprovar o projeto, proposto pelo Poder Executivo, que instituiu o Estatuto Estadual dos Povos Indígenas, um marco importante e pioneiro no país. O presidente destacou também a aprovação do aumento salarial de 9% para os servidores públicos, assinalando também a aprovação da Lei Orçamentária Anual com o aumento dos investimentos em saúde e educação.

O presidente previu que em 2022, a Assembleia Legislativa “continuará firme nas suas atribuições, mantendo a relação respeitosa e harmoniosa com os demais Poderes, como estabelece a Constituição. E seguiremos sempre defendendo os interesses dos maranhenses”.

 

Lei aprovada ontem aumenta poder de fogo da Justiça contra o crime organizado

Na última sessão plenária de 2021, a Assembleia Legislativa aprovou um reforço contra o crime organizado. Não criou uma força-tarefa especial para combatê-lo, mas deu ao Poder Judiciário um instrumento que contribui fortemente na luta da sociedade e do Estado contra a impunidade. Através do PL 014/21, transformou a 1ª Vara Criminal do Termo Judiciário de São Luís (Comarca da Ilha) em Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados. A nova Vara, que será mais abrangente e mais ágil, será composta de três magistrados de entrância final, decidirão e assinarão, em conjunto, todos os atos judiciais decisórios de competência da unidade. Ou seja, o colegiado de juízes elimina a possibilidade de decisões equivocadas ou precipitadas que possam favorecer criminosos, situação registrada com frequência nessa área, por meio de liminares cabeludas.

São Luís, 23 de Dezembro de 2021.

UFMA fortalece a cultura e marca os 200 anos da Imprensa maranhense homenageando jornalistas

 

Neiva Moreira, José Sarney e Bandeira Tribuzi homenageados pela UFMA no registro dos 200 anos da Imprensa no Maranhão, iniciativa sob o coimando do reitor Natalino Salgado

A Universidade Federal do Maranhão, conhecida e respeitada por todos como UFMA, dá novos e largos passos na sua consolidação como a grande, inesgotável e indispensável fonte de conhecimento do Maranhão, e, como tal, fazendo também as vezes de guardiã da rica memória produzida ao longo dos séculos nesse privilegiado e diferenciado pedaço do mundo. Um desses passos foi a instituição do “Mérito Cultural”, concedido, na semana que passou, a personalidades que, de fato, contribuíram decisivamente para preservação e evolução da ímpar e estimulante cultura maranhense. O outro passo, a ser consumado hoje, no início da noite, será a entrega da “Comenda dos 200 Anos de Fundação da Imprensa no Maranhão” a 50 profissionais que se dedicaram e ainda se dedicam ao Jornalismo, homenageando também o seu consolidado e prestigiado Curso de Comunicação, por onde passou a maioria deles. Duas iniciativas de extrema importância no sentido de valorizar a Cultura e sua magia, e o Jornalismo e o seu papel decisivo na construção histórica do Maranhão desde a circulação da primeira edição de “ O Conciliador do Maranhão”, no dia 21 de abril de 1821, dois séculos atrás, até os dias atuais.

Tão importante como valorizar a cultura, homenageando os que a ela se dedicam nos seus mais diversos aspectos, é fazê-lo quando a identidade cultural de um povo está ameaçada, como acontece nos dias atuais. Nesse sentido, dar a dimensão correta da Imprensa no contexto histórico é igualmente necessário, principalmente em tempos sombrios, de negação dos valores democráticos, nos quais o obscurantismo, filho da ignorância e do primarismo, tenta se impor com o objetivo de suprimir liberdades e enquadrar a evolução histórica nos seus padrões tacanhos. Ao valorizar a produção cultural livre e colocar a Imprensa – com todos os seus acertos, erros e contradições – no patamar das atividades essenciais, a UFMA está dizendo ao mundo, à sua maneira, um sonoro “não” aos que tentam frear e distorcer o processo evolutivo.

Para homenagear a Imprensa laureando 50 profissionais destacados nas diferentes áreas da produção jornalística –  Jornalistas, empreendedores, produtores e pesquisadores, e ainda um grupo de Jornalistas escolhidos por votação popular -, a UFMA foi criteriosa na escolha dos nomes. A lista levou em conta as diferentes áreas, destacando personalidades superlativas como Neiva Moreira, gigante do Jornalismo como empreendedor e como repórter e redator; José Sarney, o gigante da política e homem de letras que sempre apostou no Jornalismo; Bandeira Tribuzi, o poeta maior que fundou jornal e fez de tudo na sua produção; Ribamar Bogea, o desassombrado empreendedor e editor; Bernardo Almeida, o dirigente e cronista de escol; e o célebre fotógrafo Dreyfus Azoubel, entre muitos outros que se destacaram nesse desafiador mister.

A lista completa é a seguinte, por categoria:

Jornalista: Alberico Carneiro, Benedito Buzar, Bernardo Almeida, David Peres, Djalma Rodrigues, Félix Alberto Lima, Herbert Fontenele, José Louzeiro, José Raimundo Rodrigues, Amaral Raposo, José Ribamar Gomes, Josilda Bogea, Manoel dos Santos Neto, Marcelo Rodrigues, Márcia Coimbra, Nascimento Moraes Filho, Neiva Moreira, Othelino Nova Alves, Pergentino Holanda Silva, Jurivê Macedo, Raimundo Borges, Ribamar Correa, Roberto Fernandes, Sebastião Negreiros e Sidney Pereira.

Empreendedores: Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), Ribamar Bogea, José Sarney, Moacyr Sposito, Pedro Freire e Sergio Godinho.

Pesquisadores: Zefinha Bentivi, Marcelo Galves e Sebastião Jorge.

Produção Jornalística: Célio Sérgio Serra Ferreira, Dreyfus Azoubel e César Hypolito.

Outros Profissionais: Francisco Melo Filho e Chafi Braide Júnior.

E um grupo de Jornalistas escolhidos por votação popular:  Douglas Pinto, Douglas Cunha, Edvânia Kátia, Jailson Mendes, Bandeira Tribuzi, Carlos da Cunha, Lukas Carvalho, Marcos Saldanha, Mário Linconl e Paulo Melo.

A relação de laureados com o “Mérito Cultural” representa expressivamente os muitos que atuaram e atuam no amplo e diversificado universo cultural do Maranhão, como o grande cronista e produtor cultural Américo Azevedo Neto, o músico Antônio Padilha, o consagrado maestro Fernando Moucherek, a pintora Dila, a arquiteta Kátia Bogea, a atriz Lúcia Nascimento, o professor Mario Cella, o teatrólogo e produtor cultural Tácito Borralho, a pesquisadora Zelinda Lima, Deusamar Rocha dos Santos, Izaura Silva, Jandir Silva Gonçalves, João da Cruz Atenas, José Ribamar Neres Costa, Marlene Barros Ribeiro, Nerine Lobão Coelho, Pe. Luigi Risso e Pureza Lopes Loiola, além de Antônio Pereira da Costa e Maria Michol Pinho de Carvalho.

Com as duas iniciativas, comandadas pelo reitor Natalino Salgado – que também já está na história da instituição como um dos seus maiores timoneiros -, a UFMA presta um serviço inestimável à memória do Maranhão. O reitor justifica a honraria com o indiscutível argumento do mérito que cada homenageado detém. “Todos são merecedores das honrarias”, disse. E com o envolvimento direto do vice-reitor e diretor de Comunicação, professor e jornalista Marcos Fábio. Nesse ambiente de efervescência cultural, apesar das sombras que rondam as fontes do bem, o “Mérito Cultural” nasce destinado a ser um poderoso instrumento de valorização da cultura do Maranhão, principalmente pelo fato de reconhecer, em vida ou in memorian, aqueles que a fazem, cultivando assim a sua essência. A Comenda dos 200 Anos de Fundação da Imprensa no Maranhão foi criada para resgatar a trajetória da Imprensa maranhense, para a qual foi fundamental o envolvimento de profissionais que se entregaram e se entregam ao trabalho de informar como um ideal de vida. (Honrado por estar entre os homenageados, o autor da Coluna se integra a essa falange de idealistas que lutam em defesa da liberdade de informar).

Em Tempo: A entrega da Comenda dos 200 Anos de Fundação da Imprensa do Maranhão ocorrerá hoje, às 18 horas, no Centro Pedagógico Paulo Freire, com transmissão pelo Canal Institucional da UFMA no YouTube.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Juscelino Filho e Pedro Lucas conversam sobre comando do União Brasil no Maranhão

Juscelino Filho e Pedro Lucas Fernandes:  acordo sobre o União Brasil

Todas as avaliações feitas até aqui indicam que o União Brasil, resultante da união do DEM com o PSL será a maior força partidária a ser formada para as eleições do ano que vem, a começar pelo fato de que será o partido com mais deputado federal e mais dinheiro para gastar no esforço para atrair o eleitor. Tanto que, à medida que o partido vai se consolidando, aumentam as tensões pelos seus controles regionais. No Maranhão, falta decidir quem vai comandar a nova legenda entre os deputados federais Juscelino Filho, que comandava o DEM, e Pedro Lucas Fernandes, que dirigia o PSL. Os dois estão conversando e, ao que tudo indica, estão trabalhando para encontrar uma solução que atenda a ambos, preservando o braço maranhense do União Brasil de tremores logo no nascimento. A solução deve sair início do próximo ano.

 

PSOL mantém coerência e mantém pré-candidatura de Enilton Rodrigues

Enilton Rodrigues (d) e Coriongo formarão a chapa do PSOL

Na contramão da linha de ação mais aberta orientada pela direção nacional, o PSOL manteve o padrão das suas decisões no Maranhão no que diz respeito à corrida, afastando a possibilidade de alianças e lançando candidato próprio ao Governo do Estado. O escolhido para capitanear a chapa foi o engenheiro Enilton Rodrigues, que teve sua pré-candidatura lançada ao final de uma Conferência Eleitoral realizada pelo partido. Antônia Coriongo foi escolhida para disputar o Senado. Com a definição da pré-candidatura de Enilton Rodrigues, o PSOL fecha todas as portas para alianças no campo mais conservador, só podendo se juntar aos partidos  mais à esquerda, como PSTU, PCB e PCO que estão quase mortos. A decisão de lançar candidato próprio e de se fechar para alianças tem pelo menos o mérito da coerência, que raramente faz parte do mundo da política partidária.

São Luís, 21 de Dezembro de 2021.

Apoio declarado de Adriano Sarney pode ser senha para aliança do Grupo Sarney com Carlos Brandão

 

Adriano Sarney declara apoio a Carlos Brandão

De todos os eventos ocorridos na semana relacionados com a sucessão no Governo do Estado, o fato de maior peso político foi o discurso do deputado estadual Adriano Sarney, presidente do braço do PV no Maranhão, declarando apoio dele e do partido à pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) a governador. Não se trata de um apoio que lhe garanta um caminhão de votos nem lhe assegura vantagens do tipo tempo de rádio e TV. A importância está no farto der que a manifestação do deputado Adriano Sarney pode ser a senha para que o que restou do Grupo Sarney, tendo o MDB como segmento mais forte e organizado, está se movimentando na mesma direção, em que pese aí o fato de a ex-governadora Roseana Sarney ainda esteja fazendo charme com as duas dezenas de pontos percentuais que vem obtendo nas pesquisas de intenção de voto.

Por maior que seja a sua autonomia política como parlamentar de segundo mandato e presidente de partido, o deputado Adriano Sarney não tomaria uma decisão dessas sozinho. Ele no mínimo consultou o pai e guru político, o ex-deputado federal Sarney Filho, atualmente secretário de Meio Ambiente do Governo do Distrito Federal. É provável que ele tenha também conversado com o avô e líder maior do grupo, o ex-presidente José Sarney (MDB), podendo ter também trocado uma ideia com a tia, a ex-governadora Roseana Sarney, que preside o MDB maranhense. Mas a fonte principal das suas orientações política é mesmo o ex-deputado Sarney Filho, que ainda tem muitos aliados no Maranhão, o que dá à manifestação do herdeiro um peso político a ser considerado por Carlos Brandão na montagem da sua base de apoio.

Uma fonte bem situada no território sarneysista sugere que, como o PV, a tendência do MDB é somar força com o vice-governador, não havendo no momento sinais fortes de inclinação pela pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). O líder pedetista esteve, de fato, na pauta emedebista, mas uma série de movimentos reduziu seu cacife no grupo, ainda que ele continue tendo vozes emedebistas que advogam a aliança MDB/PDT. Com uma série de gestões e conversas, Carlos Brandão reverteu a tendência pró-Weverton Rocha dentro do MDB. O resultado positivo das investidas inverteu a tendência pró-Brandão, que segundo a fonte da Coluna é hoje majoritária dentro do MDB e de outros segmentos do grupo.

Além da afinidade existente pelo fato de Carlos Brandão haver ingressado na política pelas mãos do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB) quando o sarneysismo era a força dominante no Maranhão, contribui para a posição do presidente do PV o fato de a eleição de Weverton Rocha para o Senado haver interrompido a trajetória política de Sarney Filho, depois de um mandato de deputado estadual e nove mandatos de deputado federal. Não se trata de dar o troco, mas da dificuldade de um adversário cuja eleição fragilizou o PV no estado. Ao que tudo indica, Adriano Sarney aposta que numa aliança com Carlos Brandão o PV pode ganhar uma sobreviva, inclusive com sua possível reeleição para a Assembleia Legislativa.

A declaração de apoio de Adriano Sarney, como já foi sugerido, pode ser o sinal verde para que o grupo como um todo se mobilize no apoio a Carlos Brandão. É verdade que ainda há tempo para muitas marchas e contramarchar na corrida sucessória, com o senador Weverton Rocha se movimentando para manter a base que construiu até aqui e acrescentar ao seu cacife pelo menos parte dos segmentos ainda alinhados ao ex-presidente José Sarney. Mas nesse momento, a tendência nítida é que na pisada do PV as principais correntes do grupo, a começar pelo MDB, reforcem a base do vice-governador Carlos Brandão.

É essa a fotografia da corrida sucessória do Maranhão no momento.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Executivo e Legislativo encerram ano em perfeita sintonia

Othelino Neto, Flávio Dino  e Márcio Jerry: sintonia fina entre Legislativo e Executivo 

O governador Flávio Dino (PSB) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB) têm dado seguidas demonstrações de que não misturam as relações institucionais com as de natureza partidária. Os dois chefes de Poder pertencem ao mesmo grupo, mas estão trilhando caminhos diferentes na corrida sucessória, com o chefe do Executivo apoiando a pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), enquanto o chefe do Legislativo é apoia a pré-candidatura do senador Weverton Rocha (PDT). Na audiência, presenciada pelo secretário das Cidades, Márcio Jerry, presidente do PCdoB, o presidente do Legislativo relatou ao chefe do Executivo a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que vai nortear a aplicação de R$ 22,5 bilhões previstos de receita no exercício do ano que vem. Informou também a aprovação da MP 372/2021, proposta pelo governador, concedendo reajuste linear de 9% para os servidores público a partir de fevereiro. O governador foi oficialmente informado da aprovação Projeto de Lei 403/2021, que institui o Estatuto Estadual dos Povos Indígenas, criando também o Sistema Estadual de Proteção a Comunidade Tradicionais, o que cola o Maranhão na vanguarda da luta em defesa dos povos indígenas.

“Conversamos sobre a pauta extensa que tivemos na Assembleia Legislativa nesta que foi a última semana antes do recesso parlamentar. Fizemos um resumo deste ano, onde nós tivemos essa relação de harmonia e respeito com o Poder Executivo, apreciando projetos importantes para o Estado”, avaliou Othelino Neto.

Flávio Dino agradeceu o apoio dos deputados estaduais: “Nessa audiência eu tive a oportunidade de agradecer ao presidente Othelino, ao líder do Governo, o deputado Rafael Leitoa (PDT), e a todos os parlamentares que nos ajudaram em um ano de tantas dificuldades sanitárias, econômicas e sociais, a concretizar bons projetos, desde a alocação de emendas parlamentares para a realização de obras em várias cidades do nosso estado, assim como também, essa atividade legislativa, intensa, importante e produtiva. A minha palavra é de agradecimento por essa relação harmônica, uma relação eficiente, ajudando nosso estado a superar os obstáculos nacionais hoje existentes”.

 

Vitória da esquerda no Chile é comemorada por Flávio Dino

Gabriel Boric: eleição comemorada pela esquerda brasileira

A eleição do novo presidente do Chile, Gabriel Boric, 35 anos, um deputado de esquerda saído do movimento estudantil e que se consagrou como o mais votado da História chilena, repercutiu fortemente no Brasil, e com ênfase especial no Palácio dos Leões. No Brasil, as forças de esquerda estão vendo no pleito chileno a confirmação de uma tendência iniciada na Argentina no ano passado e que pode ser consolidada no País em no ano que vem, se Lula da Silva (PT) mantiver a performance que vem mostrando nas pesquisas realizadas até aqui. O resultado da eleição chilenas é uma péssima notícia para o presidente Jair Bolsonaro (PL), que apostava alto na eleição do candidato da extrema-direita José Antônio Kast – que civilizadamente reconheceu a derrota com 60% dos votos apurados e telefonou para o vencedor cumprimentando-o “pelo triunfo” e colocando-se à disposição para ajudar seu governo “no que for possível”, abraçando o apelo por união feito pelo presidente eleito. No Maranhão, o governador Flávio Dino, que como Gabriel Boric, saiu do Movimento Estudantil, esteve na Câmara Federal e se elegeu governador numa onda de mudanças, comemorou o resultado da eleição chilena. Ilustrando a mensagem, Flávio Dino postou milhares de chilenos cantado um hino que termina com a célebre frase-manifesto: “O povo, unido, jamais será vencido!”.

São Luís, 20 de Dezembro de 2021.